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  • Ascetecismo
    Iniciado por AndreiaLi
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AndreiaLi
Ascetecismo

O adjectivo "ascético" deriva de um termo grego "askesis" (prática, treinamento ou exercício).

Deve-se entender inicialmente que o Asceticismo é uma filosofia. Assim como qualquer filosofia possui princípios, finalidades e um sistema a ser seguido.

O termo asceticismo significa alguém que pratica uma renuncia ao mundo com objectivo de adquirir crescimento intelectual e espiritual.

Asceticismo é a filosofia que tem como objectivo adquirir grande espiritualidade por meio da refreacção dos prazeres mundanos.

Essa refreacção é feita utilizando-se a austeridade, um sistema severo de se afastar de quaisquer tipos de prazeres visando a purificação do corpo. Resumindo, uma severa renuncia ao prazer.

É a Dominação pela Vontade aplicada aos prazeres.

A filosofia do ascetismo segue o princípio de que a purificação do corpo ajuda a purificação da alma. Sendo assim, com a alma purificada é possível obter-se a compreensão de uma divindade ou achar a paz interior.

Este autodomínio traz grande liberdade em várias áreas da vida de seus praticantes, como aumento das habilidades de pensar limpidamente e resistir potencialmente a impulsos destructivos. Isso acontece porque os prazeres distraem a mente, impedindo a mente de trabalhar o pensamento.

Outro ponto interessante é que você não precisa ser ascético, mas pode utilizar o asceticismo para objectivos específicos, como largar um vício, por exemplo.

Quem não tem ou nunca teve um prazer, que acabou virando habito e por fim se tornou um vício? Despojar-se de prazeres, hábitos ou vícios não é tão fácil assim quanto parece.

Existem dois tipos de asceticismo:

- O Ascetismo Extraordinário: Onde as pessoas, para conseguirem seus objectivos, desistem do mundo para levar a vida ascética (isso inclui os monges que vivem comunitariamente em monastérios, e os ermitões que vivem sozinhos).

- O Ascetismo Ordinário: Onde as pessoas que levam vidas ascéticas, mas não se retiram do mundo. Nesse caso, as pessoas não são totalmente ascéticas e restringem-se a aceitar apenas prazeres que não causem distracção.

Para eles, alguns alimentos densificam o corpo físico, ou seja, dificultam certos trabalhos sutis, como manipulação de energia, durante o período de práticas que envolvem o uso de energia subtil, como Rituais, Meditações e etc.. As comidas gordurosas, qualquer tipo de droga, alimentos de difícil digestão, entre outros, são evitados.

Lembremos que o extremismo radical nunca é bom completamente. Vemos no Budismo e o chamado "Caminho do meio", como exemplo de um Ascetismo Extraordinário:

Os intérpretes do sonho de Maya profetizaram que seu filho será dono do mundo (um grande rei) ou o redentor do mundo. O seu pai prefere o primeiro e faz erguer três palácios para Sidharta, dos quais exclui tudo que possa revelar a ele a sensibilidade, a dor ou a morte. O príncipe se casa ao cumprir dezanove anos de idade, porém antes deve ser vencedor em várias competições, que incluem a caligrafia, a botânica, a gramática, a luta, a corrida, o salto e a natação. Deve também triunfar na prova do arco. A flecha disparada por Sidharta cai mais longe que todas as demais, e onde cai brota uma fonte. Estes lauréis são símbolos de sua futura vitória sobre o demónio.

Dez anos de ilusória felicidade transcorrem para o príncipe, dedicados aos gozos dos sentidos em seu palácio, cujo harém abriga oitenta e quatro mil mulheres. Sidharta, porém, sai certa manhã em seu carro e vê, com assombro, um homem encurvado "cujo cabelo não é como o dos outros, cujo corpo não é como o dos demais", e que se apoia em um bastão para caminhar e cuja carne treme. Pergunta que homem é aquele e o cocheiro lhe responde que é um velho, e que todos os homens da terra serão um dia como ele. Em outra saída, vê um homem devorado pela lepra, e o cocheiro lhe explica que se trata de um doente e que ninguém está livre desse perigo. Em outra mais vê um homem a quem levam em um féretro, e lhe explicam que este homem imóvel é um morto e que morrer é a lei de todo aquele que nasce. Na última saída vê um monge das ordens mendicantes que não deseja nem morrer nem tampouco viver ( nas últimas formas da lenda, estas quatro figuras são fantasmas ou anjos). A paz está espelhada em sua face; Sidharta encontrou o caminho.

Na noite em que toma a decisão de renunciar ao mundo, lhe anunciam que sua mulher, havia dado a luz a um filho. Regressa ao palácio e à meia-noite, após despertar, percorre o harém e vê mulheres adormecidas. A uma escorre baba pela boca; outra, com os cabelos soltos e desordenados, parece Ter sido pisoteada por elefantes; outra fala dormindo; outra mostra seu corpo cheio de chagas; e todas parecem mortas. Sidharta diz: "Assim são as mulheres, impuras e monstruosas no mundo dos seres mortais; o homem, porém, enganado por seus adornos, as julga cobiçáveis". Entra no aposento de Yasodhara e a vê dormindo com a mão sobre a cabeça do filho. Pensa: "Se retiro essa mão de seu lugar, minha mulher despertará; quando for Buda voltarei e tocarei meu filho".

Foge do palácio rumo ao oriente. Os cascos do cavalo não tocam a terra, as portas da cidade se abrem sozinhas. Atravessam um rio, despede o serviçal que o acompanha, entrega a ele seu cavalo e suas vestes e corta o cabelo com a espada. Atira o cabelo cortado para o alto e os deuses o recolhem como relíquia. Um anjo que assumiu a forma de um asceta lhe entrega as três peças do traje amarelo, o cinto, a navalha, a tigela para esmolas, a agulha e a peneira para filtrar a água. O cavalo regressa e morre de dor.

Sidharta fica sete dias na solidão. Depois procura os ascetas que moram na selva; uns estão vestidos de ervas, outros de folhas. Todos se alimentam de frutos; uns comem uma vez por dia, outro cada dois dias e outros cada três. Rendem cultos à água, ao fogo, ao sol ou à lua. Existe quem esteja sobre um único pé e outros que dormem sobre leitos de espinhos. Estes homens lhe falam dos mestres que vivem no norte, mas as razões destes mestres não o satisfazem.

Sidharta vai para as montanhas, onde passa seis duros anos entregue à mortificação e ao jejum. Não muda de lugar quando sobre ele caem a chuva ou o sol; os deuses crêem que morreu. Compreende, finalmente, que os exercícios de mortificação são inúteis; levanta-se, banha o corpo nas águas do rio e come um pouco de arroz. Seu corpo recobra imediatamente o antigo fulgor, os sinais que Asita reconheceu e a auréola perdida. Pássaros voam sobre sua cabeça para render-lhe homenagem e o Bodhisatva senta-se à sombra da árvore da iluminação e se põe a pensar. Resolve não levantar-se daí até haver alcançado a iluminação.

Mara, o Deus do amor, do pecado e da morte, ataca então a Sidharta. Este mágico duelo ou batalha dura uma parte da noite. Mara, antes de combater, sonha que foi vencido, que foi perdido seu diadema, murchas as flores e secos os tanques dos palácios, rompidas as cordas dos seus instrumentos musicais, coberta de pó a sua cabeça. Sonha que durante a luta não pode desembainhar a espada, mas congrega, apesar de tudo, um vasto exército de demónios, tigres, leões, panteras, gigantes e serpentes – alguns eram grandes como palmeiras e outros pequenos como crianças -, cavalga um elefante de cento e cinquenta milhas de altura e assume um corpo com quinhentas cabeças, quinhentas línguas de fogo e mil braços, cada um deles com uma arma diferente. Os exércitos de Mara arrojam montanhas de fogo sobre Sidharta e estas, por obra do seu amor, se convertem em palácios de flores. Os projécteis formam um alto docel sobre sua cabeça. Mara, vencido, ordena a suas filhas que tentem seu antagonista, e elas o assediam e lhe dizem que estão feitas para o amor e para a música. Sidharta, porém, recorda-lhes que são ilusórias e irreais, e, apontando-lhes o dedo, as transforma em velhas decrépitas. Coberto de confusão, o exército de Mara se Dispersa.

Só e imóvel sob a árvore, Sidharta vê suas infinitas encarnações anteriores e as de todas as criaturas; abarca com um golpe de vista os inumeráveis mundos do universo; depois, a concatenação de todas as causas e efeitos. Intui ao amanhecer as quatro verdades sagradas. Já não é o príncipe Sidharta, é o Buda. As hierarquias dos deuses e os budas futuros o adoram, porém ele exclama:

"Recorri o círculo de muitas encarnações buscando o arquitecto.

É duro nascer tantas vezes.

Arquitecto, finalmente te encontrei.

Nunca voltarás a construir a casa".


É uma grande questão de pensamentos, doutrinas, escolhas e filosofias, dentre outras coisas que margeiam nossas ínfimas, VIDAS! Porém, o extremo nunca é bom! Se algo é esticado demais parte, se mantém estático, amolece e se perde.

O mundo é feito de escolhas e devemos compreender o que nos faz mal, tanto ao físico, quanto à mente e ao espírito.

Quanto aos alimentos, nos dizem os farmacologistas: "Tudo é veneno, tudo faz mal e a única coisa que diferencia o remédio do veneno é a dosagem."

Até a luz em excesso pode cegar. Equilíbrio, essa é a chave!

Fonte: Ponte oculta

muito interessante :) nunca tinha ouvido falar!
"O futuro está oculto atrás dos homens que o fazem."

AndreiaLi
No fundo é não deixar que o Ego nos domine, não lhe cedendo todas as vontades, satisfazendo todos os seus prazeres. Não concordo com uma total supressão de todos os prazeres, pois existem aqueles que necessitamos de satisfazer para nos sentirmos bem , e conseguirmos "cá estar". Contudo, deve-se evitar exagerar, pois tudo o que é demais é mau.


Completamente épica a história de buda, ao contrario de muitas filosofias e religiões, mostra que cada um tem o seu próprio caminho para a iluminação, e que homem nenhum e religião nenhuma possuem a verdade absoluta, um pensamento que era bom que fosse mais conhecido, especialmente num pais de tradição essencialmente católica, e todos sabemos como a igreja católica é dogmatica, e defende ser o unico caminho para a salvação e tal...

bom post :)
Fueled by Satan

AndreiaLi
A escolha integra a personalidade de cada um, em todos os momentos.