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  • lenda de negreiros barcelos e do galo de barcelos
    Iniciado por mags
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Lendas


Existem duas lendas sobre a Eira dos Mouros:

Freguesia negreiros, concelho de Barcelos:

A primeira conta-nos que aí existe uma "Cobra Moura" encantada, que aparece à meia-noite a quem lá for. E, conta-se que aparece porque, há muitos anos atrás, estavam umas raparigas a lavar na Fonte dos Mouros, no momento em que a cobra transformada em mulher apareceu e lhes pediu que quando voltasse a descer o monte não se assustassem que, então, em troca, lhes daria parte da riqueza escondida. Porém, quando ela desceu o monte vinha transformada em cobra e as raparigas assustaram-se. Devido a isso, a Cobra Moura ficou sempre encantada e a riqueza ficou por se descobrir.
A outra afirma ainda existirem riquezas escondidas pelos Mouros na Eira, principalmente, um jugo, uma enchada e uma escada de ouro. Este ouro, segundo a lenda, foi enterrado pelos Mouros aquando da sua fuga, para o reaverem quando voltassem.





Lenda do Galo de Barcelos:


Ao cruzeiro setecentista que faz parte do espólio do Museu Arqueológico de Barcelos, está associada uma curiosa lenda – A Lenda do Galo de Barcelos.
Os Habitantes do Burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, por não ter descoberto o autor. Certo dia, apareceu um Galego que se tornou de imediato suspeito do dito crime, visto que ainda não tinha sido encontrado o criminoso. As autoridades condais resolveram prendê-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém o acreditou. Ninguém julgava crível que o galego se dirigisse para Santiago de Compostela em cumprimento de uma promessa como era tradição na época, e fosse devoto fiel de S. Paulo e da Virgem Santíssima. Por isso foi condenado à forca. Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o havia condenado a tal destino. A autorização foi-lhe concedida, e levaram-no à presença do dito magistrado, que nesse momento se deleitava e banqueteava com os amigos. O galego reafirmou a sua inocência, e perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que se encontrava no centro de uma grande mesa, exclamando «É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem», perante gargalhadas e risos, não se fizeram esperar, mas pelo sim e pelo não, ninguém tocou no galo. O que parecia impossível aconteceu. Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo ergueu-se na mesa e cantou! Após tal acontecimento, mais ninguém duvidava da inocência do Peregrino. O Juiz correu à forca e com espanto vê o pobre homem de corda ao pescoço, mas o nó lasso, impedindo o estrangulamento. O homem foi imediatamente solto e mandado em paz. Volvidos alguns anos, voltou a Barcelos e fez erguer um Monumento em Louvor à Virgem e a Santiago.


História de negreiros:




A Freguesia de Negreiros está integrada no Concelho de Barcelos, Distrito de Braga, localizando-se numa planície da bacia orográfica do Rio Este e a cerca de 15 km da sede do concelho. Abrangendo uma área de 491 ha, o seu território confina a Norte com Chorente e Chavão; a Nascente com Grimancelos e Gondifelos (esta de Famalicão); a Sul com Balasar (de Póvoa de Varzim); e a Poente com Macieira de Rates. Acrescente-se, ainda, que esta freguesia é composta por 17 lugares: Aldeia de Cima, Aldeia Nova, Além, Bouça, Corgo, Ferreiros, Igreja, Môcha, Monte, Pedreira, Penas, Sardoeira, Seara, Terra Negra, Vila, Vilar e Xisto.
Certos topónimos como Eira ou Fonte dos Mouros indicam que Negreiros foi habitada por povos muito antigos; porém, apesar daqueles nomes se reportarem aos Árabes, sabe-se que estes nunca tiveram nada a ver com alguns vestígios que datarão de antes do fim da época romana ou dos princípios da Idade Média. Talvez por esta razão, o Padre António Gomes Pereira afirma que é devido ao facto de o povo árabe ser de pele escura que esta antiga abadia da apresentação da Mitra deve o seu nome a Nigrarios, que significa "um pouco negro", por causa de se ter aqui fixado alguma colónia de gente negra. No entanto, nada nos confirma esta versão. Contudo, o Padre Sousa Maia dá outra explicação. Para o autor do livro A Ver Terras, foram os chamados moinhos negreiros do milho "zaburro" (um milho mais grosseiro, escuro e quase roxo, que veio da Índia no século XVII e se destinava ao pão dos mais pobres) que deram o ser ao nome desta Freguesia, nome esse que, nas Inquirições do século XIII, ainda nem sequer existia. De facto, por essa altura (1220), esta Freguesia ainda se chamava De Sancta Eolália de Mazieira da Terra de Faria e Negreiros era, ainda e apenas, um apelido de família nobre.
Apresentando no século XVI cerca de 35 moradores, Negreiros foi crescendo, de forma que no século XVIII já contava 101 fogos e no século XIX tinha mais de 500 habitantes.


Do Dicionário "Portugal Antigo e Moderno", edição de 1875, da Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia, consta:
"NEGREIROS – freguezia, Minho, comarca e concelho de Barcellos, 24 quilómetros a O. de Braga, 340 ao N. de Lisboa, 140 fogos.
Em 1757 tinha 101 fogos.
Orago, Santa Eulália.
Arcebispado e districto administrativo de Braga.
É terra fértil. Muito gado.
A mitra apresentava o abadde, que tinha 360$000 réis de rendimento.
Vive n'esta freguezia (agosto de 1875) João Nevoeiro, que nasceu em 1752! – Sua mulher tem mais de 80 annos. Estão ambos no goso de todas as suas faculdades intellectuaes, e percorrem a freguezia, esmolando o sustento diário."

AndreiaLi
#1
Interessante, não conhecia a historia de Negreiros.


Na zona norte do país fala-se muito em em fontes encantadas, sobretudo de fontes encantadas por "mouras". O facto é que a versão original as "mouras" são na verdade "moiras", moiras encantadas. As moiras estão associadas às deusas do destino da mitologia greco-romana. E aquando da chegada dos nórdicos ao nosso país, proliferou-se a crença nas nascentes encantadas e das belas figuras femininas de cabelo loiro que as guardam. Eram elas que determinavam o destino dos mortais e os romanos chamavam-lhes de moiras. Naturalmente, devido a fonética caracteristica do nosso povo o termo detorpou-se e o povo justificou a crença com histórias elaboradas de mouros quando estes não chegaram ao norte do país.
No norte, existe ou existiu a crença nas moiras (no seu sentido mais correcto) e nas Janas (ou fadas) que tal como nos costumes do Reino Unido contribuem para a prosperidade do lar em troca de oferendas.

''A tradição é a personalidade dos imbecis"


Moira1:Passado
moira2:presente
moira3:futuro

não é improvisado, são anos de estudo...