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  • médicos a classe com mais suicídios
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Síndrome de exaustão
Exaustão faz dos médicos a classe com mais suicídios
por PATRÍCIA JESUS


Ordem assustada com aumento da síndrome de exaustão. A classe profissional que nos trata da saúde é também aquela com maior taxa de divórcio, problemas de depressão e suicídio


A Ordem dos Médicos está preocupada com o aumento de casos da síndrome de burnout, ou de exaustão, entre a classe e vai lançar um estudo nacional para conhecer a verdadeira dimensão do problema. Apesar da falta de dados, sabe-se que "as taxas de divórcio, depressão e suicídio são maiores entre médicos" do que em qualquer outra profissão, diz Carlos Arroz, do Sindicato Independente dos Médicos. A psiquiatra Antónia Frasquilho explica que os suicídios representam 38% das mortes prematuras em clínicos e que é impossível dissociar esses números da exaustão.

Nídia Zózimo, que dirige o grupo de trabalho que a Ordem criou para tratar este problema, acrescenta que os psicólogos do grupo ficaram espantados com a percentagem de médicos que se automedicam - com calmantes e antidepressivos - ou mesmo com problemas de consumo de álcool e drogas. Nas acções de sensibilização que promoveram ao longo do último ano descobriram, no terreno, "uma realidade pior do que estavam à espera", diz o psicólogo David Barreira. "Houve médicos que falaram da sua experiência, alguns que disseram que se iam reformar por não aguentarem mais", acrescenta Nídia Zózimo.

Aliás, a médica acredita que este é "um dos factores que levam muitos médicos a pedir reforma antecipada ou a exoneração". Opinião secundada por Carlos Arroz: "Deixam de conseguir suportar as condições de trabalho e a pressão constante, porque a responsabilidade dos médicos não é partilhada", lembra. O sindicalista diz ainda que "o aumento de processos por má prática e erros e de conflitos no trabalho que se tem notado no gabinete jurídico do sindicato" é também um reflexo da exaustão. Ou seja, é uma ameaça ao bem-estar da classe, mas também para a qualidade dos serviços de saúde.

Na origem do síndrome de burnout, que "queima" a saúde mental dos profissionais, estão as altas cargas de trabalho, com bancos de 24 horas, o aumento de responsabilidades, sobretudo quanto têm pouco controlo sobre as decisões tomadas, a falta de apoio dos colegas e da organização e falta de recursos, explica Antónia Frasquilho, que estuda o fenómeno.

No entanto, ainda há poucos trabalhos em Portugal sobre este tema e os que há debruçam-se sobre um número pequeno de profissionais, até porque fazer mais custa muito dinheiro, explica Nídia Zózimo. Um inquérito a 263 anestesistas mostrou que mais de metade sofriam de exaustão emocional, 45% não se sentiam realizados e 90% sofriam de despersonalização - os três sintomas de burnout. A Ordem vai agora avançar para um estudo nacional, iniciativa que será revelada hoje num simpósio realizado em Lisboa
Fonte;DN on line

Tem piada, eu li há uns tempos acerca dos Médicos Veterinários serem a classe com maior taxa de suicídio....

gothic princess, e tudo medico , veterinario e medico xDxD
mas agora asserio...quem vai para medicina ja sabe bem o que lhe espera, o muito trabalho que tem...e claro que a pressao que um medico sofre e muita, assim como a sua qualidade de vida e elevada graças ao ordenado...simplesmente na minha opiniao e um desperdicio proprio suicidarem-se quando podem reformar-se e viverem com uma muito boa reforma

As classes da saude são das que apresentam mais sinais de bournout. Não so os médicos, mas também enfermeiros.
A dependencia de substancias (tabaco, elevado consumo de alcool, dependencias medicamentosas, ....) são fenomenos com os quais vivemos o dia a dia. O esgotamento emocional por lidar com a frustrações das familias, dos doentes, dos outros profissionais e muitas vezes as nossa proprias frustrações; o olhar a miséria humana em todas as suas vertentes (quer pensamento, quer mesmo situação social); o não ter horas para nada, onde até a propria vida social fica limitada (posso vos dizer que quando os meus amigos marcam para ir ao cinema, olham para mim e riem-se. Porque a primeira coisa que tiro é a agenda para ver se estou disponivel). fazem com que as pessoas depressa atinjam limites muito dificeis de sair.

Mas a OM só agora é que chegou a essa conclusão??? é triste saber que so agora com as alterações para a redução da despesa se deram conta que as pessoas não são robos e precisam de algo mais.
Homem!... Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.»

Edhelar, quando foste para medicina ou enfermagem, nao tinhas um bocado a noçao que iria ser assim?

#5
Não, acredita com tudo o que se diz e com tudo o que se pensa da profissão é muito diferente.

Nós temos noções de como podem ser alguns turnos no curso, estamos mais ou menos com a ideia de que vamos ter uma vida anormal em relação a toda a gente. Mas quando estas a sério e ves por dentro o estado da saude, o negocio que é a saude, os dilemas éticos de vida e morte, as leis civis e o que é verdadeiramente justo no teu entendimento.... mas que no fim tu vais decidir tudo. Isto leva a crises profundas, que muitas vezes enfrentas em crises pessoais com auto reflexões, duvidas e explicações religiosas ou escondes as dores algures.

As coisas são faceis quando estas com um doente, um dia ou dois. mas quando te acontece como eu que estive com alguns e estou hoje com outros, em que os ves entrar e descobrir um Carcinoma do Pulmão. Vês-lo sair com esperança e medo nos olhos dele e da familia, Vês-lo entrar passado uns meses com a primeira metastase. Entretanto conheces a familia e eles até ja têm permissão para te tratar pelo teu nome e esquecer as formalidades. Assistes a dissiminação e primeiras crises.
Até que um dia ele morre-te nos braços e tu dizes, ou estas ao lado do médico a dizer a familia que fizeram tudo mas ele foi-se.
Todo o investimento emocional, todos os choros e desabafos no teu ombro, todo o convivio de 2 anos de relação com o doente e familia. Chega a pontos de ser quase um amigo que morreu, mas ninguém se lembra deste investimento do Homem de Branco, porque ele faz isto todos os dias. Já esta habituado, mas muitas vezes não vêm as lagrimas que nos caem escondidos, porque "não podemos dar uma imagem menos profissional".

Isto foi em relação a um doente. Agora multiplica isto por 8 doentes diários e alguns anos de trabalho.  

Achas que é tão facil como pensas ou quando caimos conseguimos segurar-nos com facilidade.

Ps. isto também acontece com muitos médicos e não só com os enfermeiros.
Homem!... Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.»

sabia que era dificil, mas nunca vi por essa prespectiva...sempre quiz trabalhar num hospital, para ser sincero...mas por esse prisma...e um bocado mau...tnho um padrinho que trabalha num hospital e pelo que vejo nele nunca o vi afectado pelo trabalho...mas tambem e porque so tou com ele aos fins de semana e nao apos o trabalho...deve ser muito mau lidar com tantas perdas...pessoas que conseguem lidar com isso, como tu e mesmo assim salvar vidas e que merecem ser chamados de herois e nao os tipicos cromos da bola
parabens pelo esforço e obrigado :D

nem tudo é tão mau e com o tempo tambem vamos arranjar estrategias. Os diferentes serviços tambem variam a intensidade dos problemas (eu tambem estou em serviços um pouco pesados nesse aspecto).

O que disse tambem foi um caso pesado, mas dos que marcam e fazem pensar bastante. De certeza que o teu padrinho tambem os tem.

Mas posso dizer-te que passei por coisas muito agradaveis e que mesmo com isto tudo ainda não penso em desistir disto. Ja sou anormal em tanta coisa, porque não na profissão.
Homem!... Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.»