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  • Desafio: Jogo das Quadras
    Iniciado por Margarida
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Passo a passo
Pé ante pé
Mal se ouve, mal se sente
Sabem quem é?

É a Tia com certeza
Que vem teclar um pouquinho
Lentamente, lentamente
para quebrar a moleza.


Vem ver, vem espreitar
Como estão as coisas correndo
Vem analisar, avaliar
Como estamos procedendo

Ninguém como ela consegue
Meter toda a gente na linha
Pois se a gente não prosegue
Bem nos trama a vidinha

É esperta como um coral
Viçosa como uma flor
Matreira como a raposa
Como ela não há igual

Senhora de grandes encantos
Uma poetisa a valer
Ao pé dela, somos tontos
mal sabemos escrever


Oh menina Margarida
Ponha-se mas é boa
Venha falar connosco
pois andamos mesmo à toa




minha querida e doce tia
que falta cá fazia
esta longe de velha ser
acredite que o nosso carinho há de sempre ter


Esta natureza que me seduz
de tantas formas e mil odores
é paraíso de cores e eterna luz
alimento de terra, chuva e flores.

Perco-me nesse belo azul infinito
para me encontrar no sol amarelo
este é o meu mundo, pacífico e bonito
calmo como o verde mãe tão belo

Quero voar, nadar, caminhar
no meio dos seus elementos
e se a inteligência me acompanhar
fazer a diferença com sentimentos.

Sou como sou, quem gosta, muito bem.
Quem não gosta, paciência!
Viva a liberdade de escolha!

Veio cheia de inspiração
Romântica e cheia de poesia
Assim, como todos a conhecem
Só pode ser a querida Tia

Ainda bem que regressa
ao seu estilo habitual
Temos de novo a Tia
Como ela não há outra igual

Vem-nos dar algum alento
Saber que vai melhorando
Queremos a Tia de volta
Tal como estavamos esperando

São gritos de papoilas soltas
Trilhos e caminhos de malvas
Anéis de candura envoltos
Em quimeras doces e alvas!


São gritos de cristais calados
Ocasos e brumas lilases
São planetas imaculados
Estrelas livres e audazes!


Sonhos, conquistas utópicas
Rasgos quentes na escuridão
Fortes ilusões de óptimas
No universo vasto e são!


Foi, vazio calmo, brilhante
Córneas de chuvas salgadas
Éden silvestre e amante
D'almas nuas e desbravadas!
Sou como sou, quem gosta, muito bem.
Quem não gosta, paciência!
Viva a liberdade de escolha!

E dentro do mar salgado
Antes da bruma se pôr
Eu vejo navios esfumados
Com fantasmas cinzentos e sem cor

Com a brisa do mar, chega-nos aos ouvidos
O barulho das ondas e tristes gemidos
De seres sepultados nas águas profundas
Desse oceano sem fim que ninguém pode mensurar

São gritos de desespero
De almas com medo
De em terra firme
Nunca poderem ficar


AO SOM DE UM VIOLINO



Adoro quando meu vento
Vai malandro te importunar
Afasta o mau pensamento
E nos teus cabelos vai brincar.

Faz-se de bailarino
Seguindo-te graciosamente
Deleitado retornas de mansinho
Enrolado a mim lentamente.

Mergulhas na calma
De um suave crepúsculo
com olhar de lobo na alma
e no coração o opúsculo

quando te perdes no vazio
negro e da desilusão,
quando com minha mão
te acaricio

recordas tempos de criança
olhas-me com olhos de bruma
depositas em mim a tua esperança
e a tristeza assim se esfuma.

Vestes meu manto de ternura
Sobre meu colo de doce algodão
Adormeces em lençóis de doçura
Que teci com fios de paixão.

Sopra-me uma brisa de mansinho
Sussurrando ao meu ouvido,
É magia, é teu carinho
De menino fingindo-se de cúpido.

Adoro quando o mar
Sem vergonha, atrevido
Nos vem lentamente enrolar
Desenhando ao som de um violino

Um magnífico quadro colorido
Pintando sóbrio o nosso destino.
Sou como sou, quem gosta, muito bem.
Quem não gosta, paciência!
Viva a liberdade de escolha!

O destino decidiu-o o mar
Quando em vagas alterosas
Varreu as quilhas desse navio
Que voga e voa em parar

Com destino indefinido
Solta as suas velas ao vento
marcado pelo pensamento
De um porto seguro encontrar

Mas os elementos não perdoam
Vem o vento, o degelo
porque briga a natureza
E grandes trovões ecoam

Adeus marinheiros perdidos
Nas profundezas do mar
com muitos sonhos sentidos
Correm p`ra nos encontrar

E seus fantasmas cinzentos
Gritam e blasfemam
Quais uivos do vento
Assombram os que os temam


Só porque não te vejo
afundo nas águas
turbulentas do Tejo
memórias, só tuas.

Pra sempre enterradas
todas as injustiças
são assim condenadas
às areias movediças.

No espelho d'água
para o teu tormento
gravei minha magoa
e o meu sofrimento.

Ao passares a ponte
lembra-te das lágrimas
das quais fizeste fonte
só das minhas lástimas.

Deixas a minha vida
suspensa, só por um fio
pendurada, perdida
nas correntes desse rio...

Perante as dúvidas
morra eu para sempre...
Abram tuas feridas
com dor, eternamente!
Sou como sou, quem gosta, muito bem.
Quem não gosta, paciência!
Viva a liberdade de escolha!

Uma vela esfarrapada
Ao longe em contraluz
Parece um farol iluminado
Que ao infinito conduz

E o vento fá-la adejar
Como o velho faroleiro
Sentado com o lampião
A fazê-lo cintilar

Na bruma escura da noite
Relampagos da tempestade
Iluminam esta vela
Fazendo crer que é verdade

E este velho faroleiro
Mais não é que um espectro
Chamando qualquer marinheiro
Não olhando ao seu aspecto

Cruel engano, afinal
para os que se aventuraram
A crer no seu sinal
E em nele acreditaram






O pensamento voa, flutua
lá pelas asas do infinito
procurando a mente, tão nua
calma e livre de espirito.

Longe e para trás observando
constam: vazio, a incerteza
sentimentos feridos, jazendo
sem universo e sem beleza.

Nem astros, nem oceano seduz
nem o imaculado e puro
oferecem a desejada luz
onde depositei meu futuro.

Neste limbo, perdida viajo
não reajo e nem me encontro
vivo, morro e não me acho
neste subtil mundo de confronto!
Sou como sou, quem gosta, muito bem.
Quem não gosta, paciência!
Viva a liberdade de escolha!

Numa viagem fatal
Qual marinheiro perdido
Andam as almas sem mal
Lançando soluços contidos

Viajando sem destino
Quais espíritos errantes
Com o mar pela proa
e o vento de levante


Sem saber onde aportar
Com as velas enfunadas
Vão mareando sem parar
Sem timoneiro contar

Venham os anjos
Que os podem proteger
Abram-lhe as vossas asas
Para sempre os proteger

Fui a um bom cabeleireiro
deixei lá todo meu dinheiro
saindo triste por inteiro
entrei como uma rainha

sem saber o azar que tinha
parecendo uma tontinha
saí! Na rua todos me viam
e com a vergonha que tinham

disfarçadamente se riam
Perante aquela loucura
achava uma aventura...
era sim, minha triste figura!

Olhando-me a um espelho
morrer era meu desejo
hoje sinto, ainda vejo,
o triste dessa situação

tonta e cheia de presunção
julgando-me uma tentação...
Ainda hoje continua
esta visão crua e nua,

que em minha mente flutua...
ao cabeleireiro não voltei,
nem essa gente eu encontrei
tal foi o trauma com que fiquei!!!
Sou como sou, quem gosta, muito bem.
Quem não gosta, paciência!
Viva a liberdade de escolha!

O barbeiro é um lugar
Aonde é fatal ter de ir
Cabelo, barba ou bigode
Não lhe podemos fugir


Encontramos os amigos
Dizemos umas chalaças
E ouvimos do barbeiro
As novidades de graça

Todos são cuscuvilheiros
Gostam tudo de saber
"Como vai a sua esposa?
Há muito que estou sem a ver"

"A mulher do Sr Faustino
Dizem p`rái que o largou
Não é que o raio do homem
Parece que se finou!

E senhor doutor
Aquele o advogado,
Dizem também que tramou
O seu vizinho do lado:

Eu não sou de maldizer
Mas aqui vai um segredo,
Sabem que o gajo do talho
Anda borrado de medo

Pois com tantas trafulhices
Enganava o pessoal
Dava-lhes carne roubada
Julgava não fazer mal!"

São assim os barbeiros
nem que sejam de Sevilha
Mas a verdade é que cortam
O cabelo à maravilha


Ninguém diga mal deles
ou amanhã está tramado
Pois conversam entre eles
E ouvi-los é um fado

Como manda a tradição
Sabem tudo ou inventam
e é com cada lição
Que nos impingem ou tentam

No Domingo fui á futebolada
Ver a equipa dos Pasteis de Nata
Versus equipa, Palha de Abrantes,
Num atropelo nunca visto antes.

Senhor árbitro de muitos revezes
Cometeu enganos todas as vezes
Provocando as barulhentas claques
Prestes a terem severos ataques.

Toda a gente sabia no final
Que o árbitro, aquele animal
Saia sob escolta policial.
Lá saiam todos aos encontrões...

Entre gente fina e outros calões,
Dizendo, harmoniosos palavrões!
Sou como sou, quem gosta, muito bem.
Quem não gosta, paciência!
Viva a liberdade de escolha!