Desafio: Jogo das Quadras

Presidente já eu sou
de uma bela associação
onde reina prosa e poesia
amizade e muita emoção

mas vovô meu amigo
gosto com brincadeira surpreender
escute o que sempre digo
senão brincar, não vale a pena viver

Quanto ao medico coitado
Oh nigtshade ele pode ficar descansado
com o tio tenho 20 anos de casamento
e nunca mudei o meu sentimento

mas se na vida a perfeição não existe
há sempre alguma coisa a atrapalhar
não vale a pena viver sempre triste
basta com a mesma tristeza brincar.

Mestre e Presidente
Dois títulos já tem
Serão títulos honoríficos?
Mas ficam-lhe mesmo bem

A tia é uma raposa sagaz
Descobre tudo tão bem
Que competir consigo
Confesso, não sou capaz!

Quem me dera ter também
Metade do seu valor
Seria um homem feliz
Nesta vida de favor.


Contudo, gentil amiga
Aqui vamos partilhando
No meio de várias quadras
E o mundo, vai andando...

Se eu tivesse a sua arte
A sua sagacidade
Confesso, voltava atrás
Aos anos da mocidade

Mas, assim cá vou andando
No meio, da rapaziada
Sem inveja mas  pensando
Se o mundo leva uma virada


E, por aqui me fico
E com esta vou andando
Até logo meus meninos
Muitas saudades vos mando

Hoje a tia anda fugidia
não tem pachorra pr'a rimar
devido a uma horrenda alergia
e uma tremenda falta de ar

Por isso Vovô Amigo
E querida sobrinhada
não se preocupem comigo
Estou apenas um pouco debilitada.

Todos esperamos que a Tia fique melhor
pois ela faz-nos falta.
E sem a sua presença nós ficamos pior,
esperamos que tenha alta. 

Tal jogo nunca vi,
mas adorei o que li,
tb já fora poeta em tempos
mas esqueci-me com vários contratempos
ao longo dos tempos...

Não se fassam rugados em pedir
pois ainda os tenho e se for
vontade vossa os  faço-os vir! 

Olhó meu Jack Sobrinho
começa já a escrever
demosntra aqui o teu carinho
para a malta do PP poder ler.

Sei que tens arte para imbirrar
até mesmo de fazer rir
por isso toca a rimar
e as palavras deixa-as fluir.

Concordo com a Titi.
apesar de embirrares comigo
eu até não desgosto de ti.

Por isso manda aí a tua escrita,
para ver se rimas melhor aqui que a pita
e que o pessoal todo do PP.
Posta lá um poema, à tua mercê.

O desafio está lançado
vamos ver se o Jack
tem coragem coitado
ou só sabe imbirrar, nhac nhac

Não sei qual é o desafio
Mas tenho quase a certeza
Que o Jack está por um fio
De perder a cabeça.

Gostaria de saber o que escrever
Mas do Jack nada sei
Por isso nada posso dizer
A não ser que pela quadra esperarei.

Vá sobrinho come back
está tudo á espera
anda lá Jack
não sejas assim tão bera.

Esperar, esperarei.
Esperar já espero.
Mais do que tudo, anseio
Por essa quadra almejo.

Dêem tempo ao sujeito
Ele deve estar a cozinhar a quadra
Pode ser que leve a peito
E queira uma quadra bem estreada.

O difícil é começar
Pintar imagens numa tela em branco
Depois será fácil continuar
Tornando-se um hábito criativo.

Nós que somos veteranos
Neste jogo de poesia
Temos de dar uma mão
Para ajudar a tia

Os novos vão aprender
A por aqui passar
E a deixar as palavras
Que o seu coração ditar

É como lavar os dentes
Uma rotina aprendida
Vir aqui é prudente
Uma visita instituída

Aos mais novos nestas lides
Quero deixar uma mensagem
Venham cumprimentar a tia
Nem que seja de passagem.

Vá sobrinho come back
está tudo á espera
anda lá Jack
não sejas assim tão bera.

Como combinado tia:
Achei esta obra muito engraçada que eu fiz quando andava no secundário, andava muito admirado com o Fernando Pessoa (+ Caeiro e Reis...)


Para o leitor digo que não ataco nem desato, gosto de um bom clarão, de uma boa atenção e afirmo que ética ou métrica poética não sigo, pois ser poeta é ser mais alto do que os montes!

Para família e boa camaradagem, em especial:
   o meu avô Manuel Carteiro e para o Alberto Caeiro.


Numa aldeia de montanha chamada Vide



Bão... Bão... Bão... Bão... Bão... Bão...
Toca no sino o badalão da igreja de Vide.

De madrugada da cama eu despertei,
já que vem aí o nascer do dia então
e, ás Seis da manhã  o café eu tomei,
ao que vesti a minha roupa de Serrão.*1

Camisa velha de meu avô carteiro,
eu de calças  gastas e esfarrapadas,
de camisola de meu pai remendadas
e botas de agricultor e  montanheiro

Fui pela R. da Venda, andando então,
parei pela ponte de granito da região,
onde só vejo ruas desertas ao nascer.
À tarde mais cheiinhas para inverter.

Aqui neste vale de brisa montanhosa,
terra de montanha e agreste rigorosa.
Parando na ponte de tão belas visões
foco de muitas e diversas dimensões.
Daqui só vejo fartura de peixes no rio,
também aqui eu vejo enguias e cobras,
de lado estão águias, garças e lontras.

Pensa aqui o leitor que vida é pura?
Fácil não, mas de todo não há cura.
Julga que eles têm noção de viver?
Pouca ideia têm de pensar, racionar
ou, seja lá o quê... sonham lá optar...
Não é o injusto, é a natureza a ordenar.
E já dizia nosso padre Bartolomeu Gusmão, que se Deus existe escreve canhoto!

Poucos são os que passam a esta hora,
quando muito o senhor João do café.
Na agricultura vê-se quem já anda de pé,
pois aí já não são tantos no voluntariado.
Puxado é, mas nunca o faço contrariado...
Sabem, para uns sou só  um esfarrapado,
para os mais próximos um agricultor, mas
dos que não há e, no que faço tenho rigor...

Somos como uma espécie em vias-extinção,
certas políticas da PAC, para mais desgastar
amamos o que é nosso de todo o coração...
como eu, podes talvez também a vir amar.     
Citadino a amar isto? Não há de estranhar,
mais do que as palavras possam descrever
há mais prazeres que a visão te faça prever!
És tão valente ó citadino? Desafia a nossa mãe!
Carros? Vê lá se aí andas rio abaixo depressa,
na canoa rebentarás as correntes a toda a pressa,
de saraivadas e efervescência! Tens aí manhas?
Ora pois vem cá escalar já as nossas montanhas,
escarpadas como gumes e árduas do ar rarefeito.
Voar? Vem de asa delta, desafia também o ar.
Deixa-te planar, estarás a ir em reino dos céus
onde nuvens te cobrem como Senhor dos véus
onde das montanhas já mais tu poderás escalar.

Petiscar? Sem cerimónias e vem já aqui comer:
broa, enchidos a doçarias até a barriga te doer!
Pouco? Ora põe aí na goela um cálice de vinho,
pois para beber bem  não é preciso ir ao Minho.
Prova na broa fressura e na boca é só formosura
ou não te "sobe" bem ao jantar boa sopa da Beira?
Talvez um arroz de frango aí talvez já te cheira...

Muito cheio? Talvez uma caçada te ajude a digerir,
visto que ainda temos pela frente um bom serão. 
Javali? Sr.Detentor de presas para cortes desferir,
cuja força avassaladora poucos não a bem julgão e
Focinho feio e rijo, arrematador que nem batalhão!
Nunca lobos, só experientes. Falhas, não caças mais não!

Mas calma, que nem tudo aqui é ruim não senhor,
ora diz-me lá, se te desafiasse para uma boa pescaria?
Já não é violento hein? Não precisas de ser pescador,
aprendes! Senta-te no rochedo, que já saltam na água.
Preferes nadar no rio? Em baixo da queda de água?
Ou vamos antes às termas? Tratar dessa saúde árdua? 

Bom, caso te fiques por ir comer, nadar ou pescar
Sempre ainda há outras opções: vai mas é passear!
Com caminhos pedestres, vê mundos opostos ao teu,
tens enumeras tapadas florestais, que não é só meu,
nem teu, de todos! (Do povo! =D) Não tem mal ter "novos" veres.
Mais? Vai a um castelo, museus, palacete ou feiras
verás a cultura regional de muitos sítios e maneiras!

Olha não sei mais que te diga, se é assim aborrecido
desafio-te a por cá pé! E se isto é assim tão desenchido...

Porque preconceituam vós os Serranos?
Somos rudes, ignorantes ou malandros?
Não me recordo ter feito aí mal alguém,
nem vejo tantos  assim como descrevem...
E porque é que o T.E.R*2 cultural e não rural?
Se vires em geografia sobre isto vês que
também como tu, também posso ser natural...




*1- Serrano
*2-TER (turismo em espaço rural)


(estou à procura da minha segunda obra)