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  • A Ordem Negra das SS
    Iniciado por Maria Orsic
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Para os interessados nos mistérios da Ordem Negra das SS e, em particular, da sua instituição de investigação (Ahnenerbe), existem algumas obras em língua portuguesa, cuja leitura é altamente recomendável.









Apesar da história terrível das SS, cujas atrocidades durante a 2.ª Guerra Mundial (o Holocausto e não só...) são amplamente reconhecidas e condenadas, existe um outro lado sombrio e misterioso, que evoca esoterismo, pseudociência e até o culto de deuses arcanos.

O seu quartel-general é exemplo desse "romantismo negro": o enigmático e imponente castelo de Wewelsburg...




Segundo uma antiga lenda, o Castelo de Wewelsburg (situado atualmente no estado de Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha) seria o local de uma futura batalha apocalíptica entre o Ocidente Ariano e o Oriente degenerado.

Em novembro de 1933, o chefe das SS Heinrich Himmler decidiu que este seria o local ideal para o centro ritual das SS e encarregou o misterioso Karl Maria Wiligut de supervisionar a reconstrução do Castelo de Wewelsburg. Anteriormente ocupada pelos Cavaleiros Teutónicos, a colina ostentava um castelo triangular construído entre 1603 e 1609 e anteriormente propriedade dos bispos de Paderborn, onde foram executadas bruxas.

Sob a supervisão esotérica de Wiligut, o arquiteto Hermann Bartels iniciou a construção em janeiro de 1934. Bartels remodelou a torre norte (que havia sido destruída, exceto as paredes, por um raio em 1815) convertendo-a num centro para o estudo da Tradição, com uma biblioteca de 16.000 volumes sobre diversas tradições ocultistas arianas e outros tesouros iniciáticos. Foram remodeladas diversas salas, incluindo um majestoso Salão do Graal. Nesta sala, Himmler instalou uma mesa redonda cerimonial com 13 cadeirões cercados por 12 pilares ocos que lembram o simbólico Irminsul. Nas profundezas de uma cripta, encontra-se a Valhalla, onde uma chama eterna crepitava nas entranhas insondáveis da "Camelot Negra" das SS.


O símbolo místico do "Sol Negro" no chão do Obergruppenführersaal (Salão dos Generais) ou Salão do Graal, na torre norte do Castelo de Wewelsburg. Originalmente, o eixo do Sol Negro era um disco de ouro puro, destinado a marcar o ponto central místico do Terceiro Reich.


A misteriosa Valhalla do Castelo de Wewelsburg. Doze bancos de pedra revestem a parede; nichos continham urnas funerárias e outras relíquias. Um tubo de gás sob o anel central produzia uma chama eterna.


O Reichsführer-SS Heinrich Himmler

Apesar da sua aversão ao Cristianismo, o infame Heinrich Himmler ficou fascinado com a lenda do Graal, vendo-a como uma fonte de imenso poder.

Também acreditava que outro artefacto sagrado - o martelo de Thor - poderia ser utilizado como instrumento de poder pelo Terceiro Reich. Numa carta à Ahnenerbe, Himmler afirmou a sua crença de que o martelo de Thor era "uma arma de guerra antiga e altamente desenvolvida dos nossos antepassados e que implicava um conhecimento inédito da eletricidade".

Por esse motivo, ordenou à Ahnenerbe que investigasse todos os lugares do mundo germânico onde existisse conhecimento sobre relâmpagos, trovões e sobre o martelo de Thor, bem como de todas as esculturas dessa divindade nórdica representadas com um pequeno machado a emitir relâmpagos.

O deus nórdico Thor e o seu martelo mágico, o mjölnir.


"NIEMAND BLEIBT HIER"

#1
O SS-Obergruppenführer Karl Wolff

O filho mais velho de Karl Wolff, Thorisman, foi batizado de acordo com o ritual neopagão do Irminismo, celebrado pelo ocultista e vidente Karl Maria Wiligut (conhecido como Weisthor) em 4 de janeiro de 1937, na presença dos dignitários das SS Reinhard Heydrich e Karl Diebitsch.

Durante a cerimónia, Weisthor pegou numa taça e proferiu a seguinte oração: "A fonte de toda a Vida é Got! De Got vem o nosso conhecimento, os nossos deveres, a nossa razão de viver, toda a nossa compreensão da Vida. Cada gota desta taça prova que estás ligado a Got!"

A cerimónia do batismo de acordo com o ritual neopagão das SS (1936).

O SS-Obergruppenführer Reinhard Heydrich

Sob a liderança de Reinhard Heydrich, a Gestapo e o SD (Serviço de Segurança) investigaram e produziram relatórios sobre as diferenças entre o "ocultismo científico" e o "charlatanismo".

Himmler apoiou essa política numa de carta de janeiro de 1939 endereçada ao seu subordinado Heydrich: "Como sabe, não considero a Astrologia uma pura falsidade, porque acredito que existe algo por detrás dela. Devemos fazer muito mais para impedir os charlatães, de forma a que só apenas grupos específicos investiguem esse domínio".

No outono de 1939, Heydrich declarou que o regime nazi não deveria interferir com os que pesquisavam "forças cósmicas", através de métodos científicos.

Cerimónia noturna, em 1 de julho de 1938, na catedral de Quedlinburg, em homenagem ao rei Henrique I da Saxónia, na presença de Himmler e Heydrich. Himmler acreditava ser a reencarnação desse rei medieval.

O SS-Obergruppenführer Philipp Bouhler

No âmbito administrativo da Chancelaria do Führer, Philipp Bouhler exercia a função de presidente da Comissão de Controlo Oficial do Partido para a Proteção da Literatura Nacional-Socialista, que fiscalizava os livros a publicar na Alemanha.

Em março de 1939, os assuntos relativos à publicação de livros sobre Astrologia foram atribuídos a essa Comissão, composta por Karl Heinz Hederich (amigo do místico e ocultista Rudolf von Sebottendorf, fundador da misteriosa Sociedade Thule), um dedicado astrólogo que usou o seu cargo para promover a literatura astrológica, e um astrólogo profissional, Werner Kittler, especializado em Cosmobiologia.

O astrólogo suíço Karl Ernst Krafft. Foi o criador do conceito de Cosmobiologia, para designar o ramo da Astrologia que trabalha com princípios científicos e se relaciona com as ciências naturais.

O SS-Brigadeführer Walter Schellenberg

Na suas memórias (publicadas postumamente em 1956), Walter Schellenberg revelou que Himmler se inspirara nos Jesuítas para organizar as SS e que o castelo de Wewelsburg era o grande "mosteiro SS", onde um "consistório secreto" se reunia todos os anos. Afirmou também que "todos os que pertenciam à direção da Ordem tinham de praticar exercícios espirituais e de meditação".

Cerimónia espiritual no Castelo de Wewelsburg (reconstituição).
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#2
O SS-Oberscharführer Wilhelm Landig

Depois da 2.ª Guerra Mundial, nos anos 50, Wilhelm Landig promoveu a mitologia ariosófica de Thule, a pátria polar dos antigos Arianos, divulgando o culto do Sol Negro, enquanto suástica substituta e fonte mística de energia de regeneração da raça ariana.

Este veterano das SS estudou a história das origens do ocultismo nazi, designadamente o movimento völkisch, a Atlântida, a Teoria do Gelo Cósmico, as inundações pré-históricas e as doutrinas raciais secretas do Tibete. Também chamou a atenção para o interesse nazi pelas tradições medievais dos Cátaros e do Graal, interpretadas como uma religião germânica alternativa de natureza dualista.

As obras de Wilhelm Landig: Ídolos Contra Thule (1971); O Tempo dos Lobos em Thule (1980); Rebeldes por Thule (1991).

O SS-Untersturmführer Rudolf J. Mund

Em 1958, Rudolf J. Mund ingressou na Ordem dos Novos Templários (Ordo Novi Templi, ONT), fundada pelo místico Jörg Lanz von Liebenfels, uma sociedade iniciática que cultivava uma teologia herética dualista ario-cristã de heróis louros em eterna luta contra as raças inferiores.

Rudolf J. Mund estudou os arquivos do culto ariano, assim como os textos escritos pelos Pais da Igreja, a história dos Cavaleiros Templários e as teorias místicas das runas, tendo mais tarde, escrito as biografias de Jörg Lanz von Liebenfels e de Karl Maria Wiligut.

Jörg Lanz von Liebenfels e a Ordem dos Novos Templários e O Rasputin de Himmler: A Saga Wiligut.

O SS-Brigadeführer Karl Maria Wiligut (Weisthor)

Dotado de poderes de clarividência e adepto fervoroso da espiritualidade germânica, Karl Maria Wiligut declarava ser descendente direto dos deuses do Ar e da Água, Aesir e Vanir na mitologia nórdica. Foi o autor do SS-Ehrenring, o anel de honra das SS, também conhecido como Totenkopfring ("anel da cabeça da morte").


O Totenkopfring, símbolo do ocultismo ariosófico e rúnico.

O SS-Obersturmführer Otto Rahn

Fascinado pela Ariosofia e e pelo mito do Santo Graal, o aventureiro Otto Rahn colaborou com esotéricos franceses ("Polaires") que estudavam a ligação entre a heresia cátara, o Santo Graal e a lendária cidade de Shambhala, no contexto de uma antiga civilização ariana conhecida como Atlântida ou Thule.

Essa pesquisa culminou em dois livros, que argumentavam que a heresia cátara, a religião budista e o Santo Graal estavam entrelaçados por uma tradição gnóstica indo-europeia ("luciferismo") transmitida aos germânicos pelos celtas, que anteriormente se apropriaram de tradições religiosas do noroeste da Índia e da antiga Pérsia. O Santo Graal, segundo Rahn,  era uma pedra preciosa caída do céu e trazida dos Himalaias para a Europa.

Cruzada contra o Graal: A História dos Albigenses e A Corte de Lúcifer: Uma Jornada Conjunta com os Bons Espíritos da Europa

O SS-Obersturmbannführer Edmund Kiss

Convicto defensor da Teoria do Gelo Cósmico, antes de ingressar nas SS, Edmund Kiss já tinha viajado até ao Peru e à Bolívia, onde buscou evidências de uma civilização atlante-ariana nos Andes.

Estudou as antigas ruínas de Tiahuanaco, no Lago Titicaca, e estava convencido de que o relevo esculpido na Porta do Sol era um calendário astronómico, confirmando a experiência humana pré-histórica da mais recente catástrofe lunar e do dilúvio subsequente. Acreditou ter descoberto a escultura gigantesca de uma cabeça nórdica, para ele a evidência clara da migração e da colonização atlantes após o dilúvio, quando os oceanos cercaram o planalto andino.

Um dos livros de Edmund Kiss: A Porta do Sol de Tiahuanaco e a Doutrina do Gelo Cósmico de Hörbiger
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#3
O SS-Obergruppenführer Walther Darré

Como decano da ideologia do Blut und Boden ("Sangue e Solo"), Walther Darré subscreveu grande parte da escatologia irminista de Karl Maria Wiligut, mais precisamente a crença numa "religião de sangue" ario-germânica, nas raízes nórdicas de Jesus e na Atlântida como o berço da raça ariana.

Partilhava também com Wiligut  a convicção de que a Igreja Católica tinha adotado os ensinamentos do Cristo ariano (Krist), mas que depois  se afastara da verdadeira missão racial de Deus, assente na ideia do "Sangue e do Solo". Da mesma forma, Darré investigou as runas, incluindo aquelas que aparentemente adornavam o martelo de Thor, e divulgou uma religião baseada no paganismo ario-germânico.


Um dos livros de Walther Darré: A Nova Nobreza do Sangue e do Solo

O SS-Obersturmbannführer Manfred von Knobelsdorff


Enquanto comandante do Castelo de Wewelsburg, Manfred von Knobelsdorf foi responsável pela celebração de vários rituais neopagãos em Wewelsburg e em Externsteine, tais como casamentos, batizados e o Festival do Solstício de Verão, o Mittsommerfest.

Era amigo de Karl Maria Wiligut e seguidor da crença irminista, constantemente testemunhando o seu interesse pela antiga religião ario-germânica.

O Mittsommerfest em Externsteine (1938)

O SS-Gruppenführer Otto Ohlendorf

Otto Ohlendorf afirmou que em muitos domínios da Antroposofia existiam propostas valiosas e resultados que prometiam superar o impasse nas ciências naturais.

Considerava que os aspectos espirituais da Antroposofia eram particularmente importantes para o desenvolvimento intelectual do Nacional-Socialismo, argumentando que o Terceiro Reich não deveria perturbar a pesquisa antroposófica e as suas instituições,  de modo a poderem desenvolver a sua atividade sem quaisquer pressões, e independentemente do resultado das pesquisas.

Calendário antroposófico da alma.
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#4
O SS-Obersturmbannführer Alfred Karasek-Langer

A propaganda do Terceiro Reich, no decurso da 2.ª Guerra Mundial, utilizou o imaginário aterrador do vampiro para diabolizar os seus inimigos judaico e eslavo.

Alfred Karasek-Langer, um proeminente folclorista das SS, ganhou fama com a sua pesquisa sobre o comportamento vampiresco, particularmente entre os suábios do Danúbio (uma minoria alemã que vivia no noroeste da antiga Jugoslávia, ocupada pelos nazis entre 1941 e 1945). Relatos de testemunhas oculares alegaram uma série de atrocidades cometidas pela guerrilha comunista do dirigente jugoslavo Tito, relatando atos de tortura contra a minoria alemã "nos quais [os vampiros eslavos] cortavam orelhas e narizes, arrancavam os olhos e os rostos".

Marechal Tito, o arquétipo do vampirismo eslavo e comunista.


O SS-Gruppenführer Arthur Nebe

O comandante da Kriminalpolizei Arthur Nebe instruiu toda a polícia do Reich, em 1937, a distinguir a investigação de fenómenos inacessíveis à normal perceção humana da atividade que fomenta e explora a superstição. Afirmou que o "ocultismo científico permanece fora do nosso alcance, do ponto de vista policial."

O medium Erik Jan Hanussen (centro) dirigindo uma sessão espírita (1933).

O SS-Hauptsturmführer Franz Lippert

Franz Lippert foi adepto da doutrina filosófica e mística da Antroposofia e figura de destaque no movimento da agricultura biodinâmica durante o regime nazi. Desde 1941, dirigiu as operações de cultivo biodinâmico no campo de concentração de Dachau. A plantação foi construída por prisioneiros do campo de concentração, principalmente por judeus e ciganos.

O ciclo biodinâmico da Antroposofia.

O SS-Obergruppenführer Ernst Kaltenbrunner

Quando o dirigente fascista italiano Mussolini foi deposto e preso em 1943, o astrólogo Wilhelm Wulff e outros ocultistas reuniram-se numa mansão em Berlim. Faziam parte do famoso Unternehmen Eiche, organizado por Ernst Kaltenbrunner e pelo oficial das Waffen-SS Otto Skorzeny e tinham como missão descobrir o local onde Mussolini estava detido.

Um dos videntes, chamado Kurt Münch, desenrolou um mapa de Itália e com um pêndulo começou a busca. Quando o pêndulo parou de vibrar num ponto morto nas montanhas de Abruzzo, Münch declarou que Mussolini deveria lá estar. E, de facto, estava...


Radio der Natur (Rádio da Natureza) do rabdomante A.F. Glahn sobre o uso do pêndulo (1925).
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#5
O SS-Obergruppenführer Oswald Pohl

Embora não fosse um antroposofista praticante, Oswald Pohl era um defensor convicto da agricultura biodinâmica.

Em outubro de 1939, durante a invasão da Polónia, Himmler encarregou Pohl de planear a remodelação dos "territórios de Leste ao longo de linhas orgânicas", contratando para o efeito antroposofistas como consultores.


A lemniscata, símbolo místico da Antroposofia

O SS-Brigadeführer Walther Wüst


Quando Himmler decidiu substituir Herman Wirth da liderança da Ahnenerbe, escolheu Walter Wüst, um respeitado indologista que acreditava que os alemães eram descendentes de um antigo império atlante indo-ariano, cujos ensinamentos religiosos foram preservados por monges do Tibete.

Wüst comparou Hitler a Buda e afirmou que o Führer tinha herdado a missão sagrada de Buda de preservar a raça e a religião indo-arianas. Wüst acreditava que, a partir das práticas do Hinduísmo, do Budismo, do Ioga e de outras tradições espirituais da Ásia meridional, se poderia reconstruir uma religião que combinasse as tradições nórdica e indo-budista.

Estátua de Buda em madeira com a suástica


O SS-Obergruppenführer Werner Best e o SS-Brigadeführer Erich Naumann


No seu segundo livro, A Corte de Lúcifer, Otto Rahn apresentou a teoria de que o Graal estava no centro do culto de Lúcifer, associado a uma antiga religião ariana do Tibete e do norte da Índia e que se expandiu até à Pérsia. Após serem acusados de heresia e feitiçaria, esses últimos representantes da civilização indo-ariana de Thule foram eliminados pela Igreja Católica, mas os seus ensinamentos foram preservados pelos Cavaleiros Templários e pelos monges tibetanos.

Muitos nazis, com destaque para Heinrich Himmler, sentiram-se atraídos pelo trabalho de Rahn. Por exemplo, na primavera de 1943, Werner Best solicitou duas cópias de A Corte de Lúcifer. Por sua vez, em novembro de 1943, Erich Naumann autorizou a impressão de 10.000 exemplares do livro de Otto Rahn. Também mostrou interesse em publicar uma nova edição de 5.000 cópias em junho de 1944. Himmler pretendia que a maioria dessas cópias fosse enviada para as unidades das Waffen-SS em França.


"Lúcifer, o Portador da Luz" por William Blake.


O SS-Untersturmführer Alwin Seifert

Arquiteto paisagista e especialista em Antroposofia, Alwin Seifert pertenceu, na sua juventude, à ocultista Sociedade Thule.

Durante a 2.ª Guerra Mundial serviu como oficial das SS destacado no campo de concentração de Dachau, tornando-se o administrador da exploração agrícola dos 211 hectares de campos e de jardins desejados pelo próprio Heinrich Himmler, para a experimentação de uma agricultura biodinâmica que pudesse atender às necessidades do exército alemão.

O místico Rudolf Steiner, fundador da Antroposofia.

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#6
O SS-Oberführer Rudolf Peuckert

Desde janeiro de 1943, foi chefe do Departamento de Desenvolvimento do Trabalho Agrícola e de Gestão Alimentar no Ministério do Reich para os territórios orientais ocupados.

Foi um acérrimo defensor da agricultura antroposófica, no contexto da colonização dos territórios conquistados pelos nazis na Europa de Leste.


Dia de Ação de Graças alemão


O SS-Obersturmführer Hans Robert Scultetus


Entre os principais defensores da Teoria do Gelo Cósmico (WEL) de Hanns Hörbiger no círculo de Himmler estava Hans Robert Scultetus, chefe do Instituto Ahnenerbe de Meteorologia, que mantinha ligações estreitas com o Instituto Hörbiger, com sede na Áustria.

Em 1936, Scultetus propôs o "Protocolo Pyrmonter", um documento que designava a teoria de Hörbiger como "o dom intelectual de um génio".


Ilustração da Teoria do Gelo Cósmico.                                        Hans Hörbiger, o criador da Teoria do Gelo Cósmico.


O SS-Obersturmführer Carl Grund

O antroposofista Carl Grund, chefe do "Gabinete de Informação da Agricultura Biodinâmica", foi nomeado oficial encarregado das SS, em 1942, onde trabalhou como especialista em agricultura.

Foi especificamente contratado por Himmler para avaliar a agricultura biodinâmica no território soviético ocupado em 1943. Por ordens de Himmler, Grund recebeu uma série de tarefas e de prerrogativas especiais como especialista em "agricultura natural" na Europa de Leste.

"Sangue e Solo"

O SS-Obersturmbannführer Heinrich Vogel

Chefe da secção agrícola do DVA ("Centro Alemão de Pesquisa em Alimentação e Nutrição"), Heinrich Vogel era um acérrimo defensor da biodinâmica.

Uma parte substancial das suas operações consistia em culturas agrícolas localizadas em campos de concentração, incluindo Auschwitz, Dachau e Ravensbrück, bem como em propriedades na Europa de Leste ocupada pela Alemanha. Muitos desses projetos agrícolas eram plantações biodinâmicas que cultivavam produtos para as SS e o para o exército alemão.

Estufas biodinâmicas no campo de concentração de Dachau (1941).
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O SS-Obergruppenführer Günther Pancke

Günther Pancke empenhou-se ativamente em modificar as terras conquistadas no Leste Europeu, segundo o modelo germânico defendido por Himmler.

Um dos objetivos de Pancke era a criação de propriedades agrícolas nos territórios orientais geridas pelos chamados wehrbauerns ou "soldados-agricultores". Considerava a agricultura biodinâmica como o único método de cultivo adequado para a nova aristocracia racial ariana num Leste etnicamente purificado.

Capa da revista "NS-Frauen-Warte" (1941).

Da esquerda para a direita: O SS-Obersturmbannführer Rudolf Levin; o SS-Hauptsturmführer Friedrich Murawski; o SS-Obersturmbannführer Wilhelm Patin e o SS-Standartenführer Wilhelm Spengler

Sob a coordenação desses quatro oficiais das SS, foi constituída uma "Divisão de Bruxas" (Hexen-Sonderauftrages), com um total de 14 investigadores encarregues de recolher e de analisar material de arquivo sobre bruxas alemãs, com o objetivo de estudar as circunstâncias que permitiram ao judeo-cristianismo derrotar "a religião ariano-germânica da Natureza".

Depois de examinarem mais de 30.000 documentos históricos, concluíram que as bruxas eram efetivamente as antigas guardiãs da fé ariana e que essa fé havia sido prejudicada quando a feitiçaria foi associada a Satanás. Consideraram que os julgamentos de bruxas tinham feito parte de uma conspiração antigermânica concebida por judeus e liderada pela Igreja Católica.

A "caça" às bruxas (século XVII).

Da esquerda para a direita: O SS-Sturmbannführer Ernst Schäfer; o SS-Hauptsturmführer Bruno Beger; o SS-Hauptsturmführer Karl Wienert; o SS-Untersturmführer Ernst Krause e o SS-Untersturmführer Edmund Geer

Ao patrocinar a expedição ao Tibete (1938-1939), Himmler deu instruções a Ernst Schäfer e aos seus colegas para que recolhessem evidências arqueológicas e antropológicas de que o Tibete era o refúgio místico dos arianos. O próprio Schäfer definiu a expedição como um "encontro entre a suástica ocidental e a oriental", procurando paralelos entre "a alma racial germânica e a tibetana (Volksseele)".

As pesquisas da equipa liderada por Schäfer forneceram amplo material aos dirigentes nazis que pretendiam divulgar a ideia de que os sacerdotes tibetanos tinham preservado uma antiga religião ariana durante milénios.

Esta misteriosa estátua de um deus tibetano com uma suástica, foi levada para a Alemanha pela equipa de Schäfer. Foi esculpida num meteorito que caiu na Terra há 15.000 anos.

O SS-Oberführer Karl Diebitsch

Karl Diebitsch foi diretor da empresa SS Porzellan Manufaktur Allach, tendo produzido diversas peças decorativas e cerimoniais para as SS.

A fábrica Allach produziu o famoso castiçal para a celebração, pelas SS, do solstício de Inverno. Feito de grés não vidrado, o Julleuchter foi decorado com os mais antigos símbolos do paganismo germânico.


A SS ressuscitou antigos símbolos pagãos, como o famoso castiçal Julleuchter, que era oferecido a cada novo casal das SS durante o solstício de Inverno. A "Roda de Yule" ou a "Roda do Sol", com o seu profundo significado religioso germânico, é usada como base para o castiçal. Ao se remover o círculo externo, aparece a runa Hagal.


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Citação de: Maria Orsic em 02 setembro, 2022, 15:01

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A SS ressuscitou antigos símbolos pagãos, como o famoso castiçal Julleuchter, que era oferecido a cada novo casal das SS durante o solstício de Inverno. A "Roda de Yule" ou a "Roda do Sol", com o seu profundo significado religioso germânico, é usada como base para o castiçal. Ao se remover o círculo externo, aparece a runa Hagal.




Oferecer Hagalaz a novos casais, que ideia maravilhosa (^_^) .

Não vamos falar do Símbolo feito por dois sowilos e o seu significado ... senão imaginem a Segurança Social (T_T)

Muito há a dizer sobre o nazismo, mesmo que o assunto fique tabu. As ideias até não eram más, a forma de as aplicar é que foram más.

Já agora, os nazis perseguiam os socialistas.... serei eu nazi por isso? ;D
Como uma pedra na água, como um pássaro no céu, Como uma criança para o seu pai, tu nunca perguntas "porquê", apenas segues a corrente até morreres.

#9
O SS-Obersturmführer Otto Huth

Os primeiros navegadores que viajaram até às Ilhas Canárias descreveram os nativos Guanches como tendo cabelos louros e pele branca. Facto que, segundo Herman Wirth, indicava que as ilhas haviam sido povoadas por colonos nórdicos.

O início da guerra não permitiu que o arqueólogo Otto Huth realizasse uma expedição da Ahnenerbe às Canárias em setembro de 1939, em busca de vestígios da Atlântida ou Thule. Huth e Wolfram Sievers também estavam interessados nos relatos sobre múmias de cabelo louro encontradas nas Canárias e na teoria de que os indígenas Guanches eram pagãos nórdicos de raça pura.


Guanches: uma raça ariana e atlante?


O SS-Sturmbannführer Friedrich Spieser

O psicólogo e parapsicólogo Hans Bender (1907-1991) lecionou na Universidade do Reich, em Estrasburgo, durante a ocupação alemã. Foi o fundador de um centro de pesquisa parapsicológica e de uma clínica particular para pessoas com problemas paranormais.

Hans Bender encontrou no Dr. Friedrich Spieser um patrono de grande erudição, que financiou a fundação do instituto de pesquisa em parapsicologia, o Instituto Paracelso.

Hans Bender a supervisionar uma experiência de telepatia no Instituto Paracelso, em 1943.

O SS-Obergruppenführer Friedrich Weitzel

"Não apenas os presentes, mas toda a celebração deve ser repleta de surpresas para todos os membros da família. O pai acende a vela no castiçal de Yule, do qual as velas da árvore, por sua vez, recebem a luz. [...] O castiçal Yule, oferecido pelo Reichsführer-SS Himmler ao Homem SS, é o símbolo mais importante usado ao longo do ano para celebrações e comemorações.

O seu coração recortado representa o lar e a runa Hagal representa a paz através da vitória. À meia-noite, quando as velas da árvore de Yule forem queimadas, o Homem SS colocará o castiçal de Yule sobre a mesa. O castiçal com a sua vela foi aceso em todas as celebrações familiares do ano passado. Queimou a sua vela e deve comprar uma nova para essa noite.

Assim como nossos antepassados nunca deixaram extinguir a lareira sagrada onde cozinhavam, o nosso castiçal de Yule deve estar sempre iluminado. Assim se torna num símbolo da luz do Sol que nunca morre. Todos ficam pensativos quando a antiga vela finalmente se apaga e a nova é colocada no seu lugar."


Friedrich Weitzel, 1939


A Organização dos Festivais do Ano e o Ciclo de Vida na Família SS (1939)


O SS-Obersturmbannführer Werner Göttsch e o
SS-Sturmbannführer Hans Richter


No âmbito do Projekt Leo, em 1943, Ernst Kaltenbrunner enviou o ambicioso oficial do SD, Werner Göttsch, à Biblioteca Amt VII B, com a ordem de estudar os livros ocultistas mais importantes. O seu assessor Hans Richter chefiou a seção maçónica do Amt VII B a partir de 1936. Em janeiro de 1944, Richter removeu 8.000 livros e 24.000 periódicos, incluindo alguns da biblioteca da Ahnenerbe e do Sonderauftrag H no Castelo de Niemes, na região checa dos Sudetos. Algumas das coleções do Projekt Leo incluíam obras pornográficas sobre magia sexual saturniana, como metodologia do grupo (de acordo com os rituais ocultistas da Fraternitas Saturni).

Werner Göttsch levou uma centena de livros para Viena para um estudo mais aprofundado. Entretanto, Hans Richter transferiu a sua pesquisa para o Castelo de Neufalkenberg, na Pomerânia e, em julho, Kaltenbrunner adicionou a biblioteca da Abwehr ao projeto.

GOTOS, a Egrégora da ordem esotérica da Fraternitas Saturni (Irmandade de Saturno).



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#10
O SS-Obergruppenführer Hans Kammler

Em 1944, Hans Kammler assumiu o controlo do desenvolvimento de todas as armas secretas (Wunderwaffe), incluindo o Feuerball, um sistema de armas eletrostáticas projetado para interferir nos radares e nos bombardeiros aliados.

Em agosto de 1944, a equipa de Kammler terá iniciado um projeto paralelo chamado Flügelrad, destinado a construir um disco voador eletrostático para acomodar um piloto e armamento mais convencionais. O engenheiro Georg Otto Erb combinou todas as linhas de pesquisa num só projeto: o Haunebu, uma aeronave em forma de sino construída com luftschwamm, uma liga leve e forte semelhante a bronze que conduzia a energia vril e equipado com um motor Repulsine.


Suposta imagem de um aeronave discoidal Haunebu II "DoStra" num aeródromo de Praga, em fevereiro de 1945


O SS-Hauptsturmführer Sigmund Rascher

Fascinado pela lenda dos pescadores do Mar do Norte, segundo a qual as mulheres dos pescadores usariam o calor corporal para reanimar os maridos náufragos atingidos pela hipotermia, Himmler deu ordens ao Dr. Sigmund Rascher (filho de Hanns-August Rascher, médico e fervoroso seguidor de Rudolf Steiner) para desenvolver experiências sobre o "calor animal".

No dia 13 de novembro de 1942, o comandante supremo das SS fez questão de assistir a algumas dessas experiências no campo de concentração de Dachau, em que prisioneiras usaram o corpo para reanimar homens que tinha sido colocados num tanque de água fria e praticaram sexo com eles. À medida que recuperavam os sentidos, os homens procuravam quase mecanicamente os corpos nus e quentes das mulheres que os haviam "ressuscitado". Alguns adormeceram, outros manifestaram um intenso desejo sexual e copularam com as mulheres por muito tempo.

Representação da experiência no filme do género nazisploitation "KZ9: Lager di Sterminio" de Bruno Mattei (1977).

O SS-Obersturmführer Frenzolf Schmid

O SS-Obersturmführer Frenzolf Schmid era um assumido crente da ideia de uma religião indo-ariana comum, incluindo as vertentes do hinduísmo, budismo e islamismo.

Inspirando-se na pesquisa do esoterista britânico Gaston de Mengel, Schmid teorizou sobre a existência de um triângulo espiritual "atlante-ariano" ou "eixo geomântico", que ligaria os países nórdicos à França, à Ásia meridional e ao Tibete.

Ilustração tibetana do reino mítico de Shambhala.

O SS-Gruppenführer Jacob Sporrenberg

Die Glocke ("O Sino") é um dos maiores mistérios da Segunda Guerra Mundial. Teria sido desenvolvido num grande secretismo, no complexo subterrâneo do Projekt Riese localizado na Baixa Silésia (actual Polónia).

Os investigadores deste mistério citam um documento do interrogatório de Jakob Sporrenberg, oficial das SS, em que o "Sino" é descrito como tendo placas de metal pesado, com cerca de 2,7 metros de largura e entre 3,7 a 4,6 metros de altura. No interior, o motor consistia em dois cilindros contra-rotativos preenchidos com uma substância chamada Xerum 525, semelhante ao mercúrio, mas de cor roxa.

Segundo esse relato, durante os testes do "Sino", também teriam sido usadas outras substâncias altamente radioactivas, como o tório e o berílio, causando a morte da maioria dos cientistas e técnicos envolvidos nas experiências.

Reconstituição do "Sino".

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O SS-Standartenführer Wolfram Sievers

Como chefe de operações da Ahnenerbe, Wolfram Sievers deu apoio decisivo às expedições desta instituição, como a expedição à região da Carélia, na Finlândia, para investigar a feitiçaria (1936) ou a expedição ao Tibete (1938-1939) para confirmar a teoria de Hans Günther de que os antigos arianos eram originários dos Himalaias e tinham conquistado a Índia, a China e o Japão.

Também apoiou outros projetos que não foram concretizados, como a expedição de Edmund Kiss à Bolívia. Kiss acreditava que os construtores originais de Tiahanaku eram nórdicos que começaram a sua edificação há quase um milhão de anos. Também defendia a ideia de que a raça nórdica que construíra essa cidade sul-americana era proveniente do mítico continente da Atlântida.

Ilustração de Tiahuanaco como colónia de um antigo império ariano-atlante.

O SS-Sturmbannführer Gunter d'Alquen

"Somos autênticos e antigos cavaleiros ao serviço do nosso Senhor. Poderiam chamar-nos pagãos, sem nada entender, mas se nos pudessem ver, teriam experienciado o que é a verdadeira piedade alemã - adaptando-se à nossa fé e à nossa espécie "(Gunther d'Alquen descreve os cavaleiros de Himmler no seu livro A História das SS: Tarefas e Organização da Equipa de Protecção do NSDAP, Berlim: Junker und Dünnhaupt, 1939).

Um exemplo de religiosidade neopagã no Terceiro Reich. Himmler desejava desenvolver uma alternativa ao ritual cristão e criou uma nova liturgia.

O SS-Obersturmführer Walther Blachetta

Walther Blachetta é certamente a fonte mais confiável e mais antiga sobre o símbolo do Sol Negro em Wewelsburg.

Na sua obra O Livro dos Símbolos Alemães, ele designa a roda de 12 raios de um "símbolo sagrado para as SS, refletido no paraíso dos deuses germânicos, nos signos do zodíaco e noutras ordens religiosas arianas, um símbolo de ordens superiores que as SS devem trazer de volta à Terra..."

O Livro dos Símbolos Alemães (1941) e o símbolo arcano do Sol Negro no Castelo de Wewelsburg

O SS-Standartenführer Guntram Pflaum e o SS-Standartenführer Max Sollmann

A Lebensborn ("Fonte da Vida") era uma associação das SS, com o objetivo de aumentar o número de crianças arianas classificadas como "racialmente puras" e "saudáveis".

Dirigida sucessivamente por Guntram Pflaum e Max Sollmann, a Lebensborn prestou assistência a mães, na sua maioria solteiras e "racialmente puras". Nas suas maternidades, a espiritualidade ariana foi cultivada em toda a sua sacralidade, com os novos membros da raça ariana consagrados em rituais do mais puro paganismo.

Dois momentos de um ritual neopagão das SS: através do batismo, o padrinho consagra o recém-nascido à Ordem Negra e consagração do recém-nascido no altar da Alemanha. Cerimónia na maternidade da Lebensborn em Rheinhessen (1936).
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#12
O SS-Obersturmbannführer Otto Skorzeny

Segundo alguns autores, Himmler ordenou, em março de 1944, a Otto Skorzeny que encontrasse um tesouro, escondido séculos antes pelos Cavaleiros Templários, nas montanhas da região francesa do Languedoc. De acordo com esses relatos, era o famoso Tesouro de Salomão, que continha objetos de valor incalculável, entre os quais, o fabuloso Santo Graal.


Parsifal e o Santo Graal num selo postal alemão (1933).

O SS-Sturmbannführer Richard Anders

Membro da Ordo Novi Templi (Ordem dos Novos Templários, fundada em 1900 pelo ariosofista e ocultista Jörg Lanz von Liebenfels), Richard Anders apresentou o místico Karl Maria Wiligut ao seu chefe Heinrich Himmler.

Himmler ficou impressionado com a memória ancestral-clarividente de Wiligut e decidiu explorar ao máximo essa fonte única de informações sobre a antiga religião e tradições germânicas.

O ocultista Jörg Lanz von Liebenfels, um dos guias espirituais do proto-nazismo.

O SS-Hauptsturmführer Jakob Wilhelm Hauer


Fundador do Movimento da Fé Alemã (Deutsche Glaubensbewegung), Jakob Wilhelm Hauer queria moldar o ambiente da política, da religião, da metafísica indo-ariana, da literatura e da ciência darwiniana numa nova comunidade política baseada numa fé autenticamente alemã e neopagã .

Embora a sua doutrina nunca tenha sido oficialmente adotada, o Movimento da Fé Alemã foi protegido por Rudolf Hess, enquanto Himmler patrocinava intermitentemente a pesquisa e a especulação religiosa de Hauer. Apesar dessa alternativa ao Cristianismo não ter obtido apoio oficial, compartilhava com o regime nazi o interesse em explorar alternativas ariano-germânicas ou indo-arianas ao Cristianismo tradicional.

Símbolo da Deutsche Glaubensbewegung.

O SS-Obergruppenführer Rudof Hess

Vice-Führer da Alemanha nazi, Rudolf Hess foi um devoto das ciências ocultas. Nascido em Alexandria, no Egipto, estudou História e Geopolítica com o orientalista e possível parceiro da Sociedade Thule (Thule-Gesellschaft) Karl Haushofer. Ao contrário dos seus colegas mais burgueses da Sociedade Thule, com os quais partilhava o fascínio pelo esoterismo, Hess tinha reservas quanto ao carácter conservador e elitista dessa organização.

Inspirado por Rudolf von Sebottendorff (fundador da Sociedade Thule) e por Haushofer, Hess permaneceu um dedicado estudioso da Ariosofia, da espiritualidade oriental e da Astrologia até à sua viagem imprudente para Inglaterra, em maio de 1941.

Thule-Gesellschaft, a organização precursora do Partido Nazi
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#13
O SS-Hauptsturmführer Fritz Bose

Na Ahnenerbe, existia um departamento designado de Forschungsstätte für Indogermanisch-Deutsche Musik (Centro de Pesquisa em Música Indo-Germânica-Alemã) que estudava musicologia ariana, através da recolha e do estudo de canções folclóricas e de danças regionais.

No âmbito desse departamento, o Dr. Fritz Bose do Institut für Lautforschung (Instituto de Pesquisa do Som) liderou uma equipa de especialistas na análise do conteúdo rúnico das canções tradicionais, procurando explorar o seu poder mágico. Este investigador participou numa expedição à Carélia (Finlândia), para investigar o cancioneiro tradicional de bruxas e feiticeiros que viviam nessa região inóspita e misteriosa.

A bruxa finlandesa Miron-Aku. Os seus rituais e cânticos foram registados por Fritz Bose, durante a expedição da Ahnenerbe à Carélia, em 1936, liderada pelo investigador Yrjö von Grönhagen.

O SS-Untersturmführer Otto Schulz-Kampfhenkel

O Dr. Otto Schulz-Kampfhenkel realizou uma expedição zoológica e botânica da Ahnenerbe à remota região amazónica do rio Jari, no Brasil. Entre 1935 e 1937, recolheu espécimes, estudou o clima tropical e filmou os rituais xamânicos da tribo índia dos Aparai.

Seguidamente, dirigiu-se à densas florestas perto da fronteira com a Guiana Francesa, tentando encontrar sem sucesso a lendária cidade de El Dorado.

Mapa de El Dorado (1598).

O SS-Standartenführer Hans Schleif

Hans Schleif dirigiu uma expedição da Ahnenerbe à antiga cidade grega de Delfos na primavera de 1937, visitando Troia e Pérgamo no mesmo ano. Arquiteto de formação e respeitado arqueólogo clássico, Schleif ganhou reputação internacional liderando as escavações da cidade grega de Olímpia, que os nazis financiaram em 1936 como meio de propaganda para os Jogos Olímpicos de Berlim. As suas ordens eram a de encontrar o lendário Tesouro de Delfos.

De acordo com alguns relatos, ter-se-á realizado uma sessão espírita, procurando invocar a Pitonisa do Oráculo de Delfos, com o objetivo de se descobrir o paradeiro desse tesouro fabuloso.

O Oráculo de Delfos em honra do deus Apolo.

O SS-Brigadeführer Franz Six e o SS-Obersturmbannführer Paul Dittel


Devido ao interesse comum na investigação de assuntos esotéricos, foi iniciada uma colaboração entre o filósofo esotérico italiano Julius Evola e o oficial das SS Franz Six, com particular incidência nos tema da Bruxaria e da Maçonaria.

Por sua vez, Paul Dittel assumiu a responsabilidade pela criação de uma coleção especial de livros sobre Ocultismo, com destaque para a Teosofia e a Astrologia, um projeto concebido por Kaltenbrunner e do qual Himmler tinha grande interesse.


O filósofo esotérico Julius Evola.

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#14
O SS-Obergruppenführer Hans Lammers

Em agosto de 1938, a Chancelaria do Reich, dirigida por Hans Lammers, aprovou a publicação do calendário astrológico de 1939, de Eslbeth Ebertin, devido à sua "rigorosa base cosmobiológica", de acordo com o parecer favorável  do astrólogo Werner Kittler, membro da Comissão de Supervisão do Partido para a Proteção da Literatura Nacional Socialista.


Elsbeth Ebertin foi a astróloga alemã mais famosa do período da República de Weimar (1918-1933). Ficou célebre pela sua previsão que se concretizou sobre Adolf Hitler, em 1923, e por antever o ano e as circunstâncias da sua própria morte, ocorrida durante um bombardeamento da aviação aliada, em 1944.

O SS-Sturmbannführer Hans Merkel


Em 27 de maio de 1941, Hans Merkel, funcionário do Reichsnährstand, uma instituição governamental criada na Alemanha nazi para regular a produção de alimentos, escreveu ao seu superior Walther Darré. Nessa carta, afirmou ser um defensor dos "métodos de agricultura biodinâmica", preconizados pela Antroposofia.

"Os ideais de sangue e solo devem ser fundamentais na formação de um novo agricultor", disse Merkel na carta. Com base nas obras de Rudolf Steiner, "em cujo trabalho estive profundamente envolvido", Merkel conclui que "devemos confiar nos princípios fundamentais dos métodos da agricultura biodinâmica".

"Odal. Uma Revista Mensal do Sangue e do Solo "(1935).


O SS-Sturmbannführer Heinrich Fesel

Em 1933, o astrólogo suíço Karl Ernst Kraft tornou-se amigo de Heinrich Fiesel, um oficial do Reichssicherheitshauptamt (RSHA), Amt VII. Encarregado de usar as profecias para fins de propaganda, Fiesel contratou Kraft para escrever profecias pró-alemãs. Em 2 de novembro de 1939, Kraft avisou Fiesel de que Hitler corria risco de vida entre os dias 7 e 10 daquele mês, devido à explosão de uma bomba num local público. Seis dias depois, Hitler escapou ileso ao atentado no Bürgerbräukeller, em Munique.

Como adepto da Astrologia e ex-membro da ordem da Fraternitas Saturni, Fiesel interviu na misteriosa libertação do seu Grão-Mestre Gregor A. Gregorius, possivelmente como parte do obscuro Projekt Leo de Ernst Kaltenbrunner. Em 1945, Gregorius ingressou como oficial da polícia em Dresden, o que era impossível sem o patrocínio de Kaltenbrunner.

Gregor A. Gregorius, o fundador e Grão-Mestre da Loja Esotérica da Fraternitas Saturni.

O SS-Obersturmführer Herman Wirth

A partir da década de 1920 Herman Wirth interessou-se pelos mistérios da Atlântida, conferindo-lhe uma dimensão nórdica. Segundo ele, a Atlântida teria sido um império civilizador, centrado na Islândia e no arquipélago de Heligoland.

Acreditava que a Atlântida era o berço dos Hiperbóreos, e que uma modificação do eixo polar os teria forçado a emigrar para regiões mais hospitaleiras da Europa. Wirth afirmou que essa mudança na inclinação do eixo da Terra tornaria o Pólo Norte inadequado para a vida humana, levando as populações a migrar para o sul, para regiões mais hospitaleiras.

Umas das obras de Wirth: Ascensão da Humanidade. Investigações sobre a História da Religião, do Simbolismo e da Escrita da Raça Atlântico-Nórdica (1928)
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