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  • Amarrações, Necessidade, Querer e Empatia
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Nota prévia: esta é uma curta reflexão, não estou a estar a pensar em ninguém em especial, nem nenhuma situação em particular, por isso se alguém se sentir ofendido ou magoado com o que escrevo, peço já as minhas sinceras e humildes desculpas.

A maior parte de nós que trabalhamos na área, ja percebemos que para se poder fazer um trabalho, um encantamento, um feitiço, ou um ritual para pedir o que quer que seja para alguém, é fundamental que o mago, curandeiro, feiticeiro ou praticante de magia, partilhe da emoção de quem pede. Chamo a esta partilha de emoção, empatia.
Quero dizer, que para alem dos conhecimentos técnicos necessários para efectuar o trabalho, sejam eles orações, práticas artesanais, confecção de refeições, produção de modelos, evocações... antes de todo este manancial de conhecimento, é necessário e fundamental, haver uma grande dose de partilha emocional empatia ente executante e requerente.
Para que o meu trabalho resulte na totalidade, convém que me identifique totalmente com a necessidade de o fazer e com as emoções de quem me veio pedir para fazer.
E muitas vezes é fácil: Se vem uma mãe até mim, pedir que eu ajude na saúde do seu filho de dois anos, essa empatia é imediata e espontânea... que animal seria eu se não partilhasse do sofrimento da mãe e da dor de uma criança???
Se vem um homem injustiçado inocentemente pedir ajuda numa decisão em tribunal... também é fácil para a pessoa que esta a atender e que pratica a magia, sentir a mesma injustiça e mobilizarem-se para ajudar esta pessoa a obter Justiça.
Complicada, é a empatia noutras situações.
E não vou à questão daquele malandro que vem dizer, que quer ficar com a herança do pai mais cedo...que também aparecem...
Estou a falar da situação recorrente, que alimenta literalmente muitos trabalhos de magia, e digo alimenta porque nos dá de comer a muitos de nós,  que consiste nas "amarrações" e "desamarrações"....
Quando alguém vem ter connosco e diz: "eu gosto tanto dela e eu "sei" que a vou fazer feliz, por favor, faça la uma "amarração", custe o que custar... "
Ou
Quando chega uma mulher a dizer: "ele está casado com ela, mas não é feliz... a mulher dele é uma bruxa que lhe fez uma amarração... por favor, "desamarre-o" e tire-o de casa que eu pago o que for preciso....
É difícil para alguém que vive do oficio de fazer magia, dizer: "não amigo, lamento mas não o posso ajudar..."
Sobretudo quando temos contas para pagar... e a edp, o senhorio, ou companhia das aguas, não aceita "empatia" e "caridade" como pagamento....
E as vezes, se formos totalmente honestos, não o podemos mesmo. Precisamente pela questão da empatia. Quando o mago, curandeiro, mestre, zelador, pai de santo, bruxo, vidente ou senhora de virtude atendem, usam necessariamente os seus meios de "adivinhação". Assim que a pessoa entra pela porta, quem está a atender, começa a receber "recados". Primeiro a intuição, depois os  oráculos (búzios, pedras, cartas, pêndulos, runas)... É como se fosse uma chuva de informações sobre a pessoa. Pessoas que chegam desconfiadas, com revolta e movidas de sentimentos de vingança, ciume, contam a "versão delas da historia"...  Depressa percebemos que o pedido de ajuda que aquela pessoa nos está a fazer é muitas vezes apenas um "querer" e um capricho não uma "necessidade"....Estas situações, caros leitores, atiram por terra, toda e qualquer "empatia"... o que leva muitos de nós a recusarem-se a fazer este tipo de trabalhos....porque simplesmente não partilhamos da vontade egoísta de quem está a pedir.
Claro que vivemos numa sociedade em que o deus dinheiro e o seu irmão consumo, fazem as suas exigências, e muitas vezes, os magos, bruxos, curandeiros e feiticeiros, vêm-se obrigados a aceitar fazer uma coisa que não sentem como necessária...
E claro que muitas vezes, a única forma de criar a empatia necessária é através do dinheiro. Do estilo, eu sei que este Manuel tratou mal a esta Maria enquanto viveram juntos... mas como me vai pagar cinco mil euros, eu vou fazer aqui um "trabalho" para trazer a Maria de volta para ele...Cinco mil euros fazem com que o Manuel me caia menos mal. Faz-se o trabalho, cobra-se os cinco mil, e pronto, volta a Maria a viver com o Manuel.
Funciona, mas para onde foi a magia de estarmos a fazer o que precisa ser feito??
Para onde foi a parte bela deste difícil e incompreendido oficio de ser feiticeiro?
Entretanto, chega-nos o Zé:"sabe, conheci a Maria, ela estava separada, voltou para o ex-marido, um parvalhão que é o Manuel"... mas eu sei que que eles não tem nada em comum, eu é que a fazia feliz...pago que for preciso para separar a Maria do Manuel"
Não riam. É frequente. Acontece muitas vezes.
A questão é: Como manter empatia? como proceder nestas situações?
A conclusão a que chego, é que me parece a mais fácil e a mais inteligente, é recusar à partida todas as amarrações.
Deixar as amarrações para os padres católicos que celebram casamentos  nas igrejas com sangue ritualizado em vinho, anéis de ouro trazido por crianças, pão partilhado, evocações de um deus com puderes-super-hiper- melhor-que-os-outros-Deuses-todos juntos...e que no fim do ritual dizem: o que deus uniu, nenhum homem pode separar...
Isto sim é uma amarração completa e testemunhada...
No entanto as separações continuam a acontecer...mesmo entre os casados pela igreja.
Em relação aos encontros e desencontros com parceiros de vida, gosto de deixar nas mãos de uma das maiores forças da natureza: o Amor.
No que diz respeito ao trabalho,  ao trabalho mágico e ao outro os sábios antigos diziam "fazer só o que gostamos é o mais precioso dos luxos".
Fazer o que deve ser feito é o dever de todos aquelas que evocam as forças da natureza para mudar os destinos. E um bom feiticeiro ou feiticeira, gostam é de fazer o que tem de ser feito!!!
Fazer apenas o que sentimos que deve ser feito, o que tem de ser feito, fazer apenas quando sentimos empatia no pedido...não é apenas um luxo precioso é também uma garantia de máximo sucesso.


Fiquem bem
Fiquem em paz

Citação de: Tokobá de Xango em 20 fevereiro, 2019, 15:40
Nota prévia: esta é uma curta reflexão, não estou a estar a pensar em ninguém em especial, nem nenhuma situação em particular, por isso se alguém se sentir ofendido ou magoado com o que escrevo, peço já as minhas sinceras e humildes desculpas.

A maior parte de nós que trabalhamos na área, ja percebemos que para se poder fazer um trabalho, um encantamento, um feitiço, ou um ritual para pedir o que quer que seja para alguém, é fundamental que o mago, curandeiro, feiticeiro ou praticante de magia, partilhe da emoção de quem pede. Chamo a esta partilha de emoção, empatia.
Quero dizer, que para alem dos conhecimentos técnicos necessários para efectuar o trabalho, sejam eles orações, práticas artesanais, confecção de refeições, produção de modelos, evocações... antes de todo este manancial de conhecimento, é necessário e fundamental, haver uma grande dose de partilha emocional empatia ente executante e requerente.
Para que o meu trabalho resulte na totalidade, convém que me identifique totalmente com a necessidade de o fazer e com as emoções de quem me veio pedir para fazer.
E muitas vezes é fácil: Se vem uma mãe até mim, pedir que eu ajude na saúde do seu filho de dois anos, essa empatia é imediata e espontânea... que animal seria eu se não partilhasse do sofrimento da mãe e da dor de uma criança???
Se vem um homem injustiçado inocentemente pedir ajuda numa decisão em tribunal... também é fácil para a pessoa que esta a atender e que pratica a magia, sentir a mesma injustiça e mobilizarem-se para ajudar esta pessoa a obter Justiça.
Complicada, é a empatia noutras situações.
E não vou à questão daquele malandro que vem dizer, que quer ficar com a herança do pai mais cedo...que também aparecem...
Estou a falar da situação recorrente, que alimenta literalmente muitos trabalhos de magia, e digo alimenta porque nos dá de comer a muitos de nós,  que consiste nas "amarrações" e "desamarrações"....
Quando alguém vem ter connosco e diz: "eu gosto tanto dela e eu "sei" que a vou fazer feliz, por favor, faça la uma "amarração", custe o que custar... "
Ou
Quando chega uma mulher a dizer: "ele está casado com ela, mas não é feliz... a mulher dele é uma bruxa que lhe fez uma amarração... por favor, "desamarre-o" e tire-o de casa que eu pago o que for preciso....
É difícil para alguém que vive do oficio de fazer magia, dizer: "não amigo, lamento mas não o posso ajudar..."
Sobretudo quando temos contas para pagar... e a edp, o senhorio, ou companhia das aguas, não aceita "empatia" e "caridade" como pagamento....
E as vezes, se formos totalmente honestos, não o podemos mesmo. Precisamente pela questão da empatia. Quando o mago, curandeiro, mestre, zelador, pai de santo, bruxo, vidente ou senhora de virtude atendem, usam necessariamente os seus meios de "adivinhação". Assim que a pessoa entra pela porta, quem está a atender, começa a receber "recados". Primeiro a intuição, depois os  oráculos (búzios, pedras, cartas, pêndulos, runas)... É como se fosse uma chuva de informações sobre a pessoa. Pessoas que chegam desconfiadas, com revolta e movidas de sentimentos de vingança, ciume, contam a "versão delas da historia"...  Depressa percebemos que o pedido de ajuda que aquela pessoa nos está a fazer é muitas vezes apenas um "querer" e um capricho não uma "necessidade"....Estas situações, caros leitores, atiram por terra, toda e qualquer "empatia"... o que leva muitos de nós a recusarem-se a fazer este tipo de trabalhos....porque simplesmente não partilhamos da vontade egoísta de quem está a pedir.
Claro que vivemos numa sociedade em que o deus dinheiro e o seu irmão consumo, fazem as suas exigências, e muitas vezes, os magos, bruxos, curandeiros e feiticeiros, vêm-se obrigados a aceitar fazer uma coisa que não sentem como necessária...
E claro que muitas vezes, a única forma de criar a empatia necessária é através do dinheiro. Do estilo, eu sei que este Manuel tratou mal a esta Maria enquanto viveram juntos... mas como me vai pagar cinco mil euros, eu vou fazer aqui um "trabalho" para trazer a Maria de volta para ele...Cinco mil euros fazem com que o Manuel me caia menos mal. Faz-se o trabalho, cobra-se os cinco mil, e pronto, volta a Maria a viver com o Manuel.
Funciona, mas para onde foi a magia de estarmos a fazer o que precisa ser feito??
Para onde foi a parte bela deste difícil e incompreendido oficio de ser feiticeiro?
Entretanto, chega-nos o Zé:"sabe, conheci a Maria, ela estava separada, voltou para o ex-marido, um parvalhão que é o Manuel"... mas eu sei que que eles não tem nada em comum, eu é que a fazia feliz...pago que for preciso para separar a Maria do Manuel"
Não riam. É frequente. Acontece muitas vezes.
A questão é: Como manter empatia? como proceder nestas situações?
A conclusão a que chego, é que me parece a mais fácil e a mais inteligente, é recusar à partida todas as amarrações.
Deixar as amarrações para os padres católicos que celebram casamentos  nas igrejas com sangue ritualizado em vinho, anéis de ouro trazido por crianças, pão partilhado, evocações de um deus com puderes-super-hiper- melhor-que-os-outros-Deuses-todos juntos...e que no fim do ritual dizem: o que deus uniu, nenhum homem pode separar...
Isto sim é uma amarração completa e testemunhada...
No entanto as separações continuam a acontecer...mesmo entre os casados pela igreja.
Em relação aos encontros e desencontros com parceiros de vida, gosto de deixar nas mãos de uma das maiores forças da natureza: o Amor.
No que diz respeito ao trabalho,  ao trabalho mágico e ao outro os sábios antigos diziam "fazer só o que gostamos é o mais precioso dos luxos".
Fazer o que deve ser feito é o dever de todos aquelas que evocam as forças da natureza para mudar os destinos. E um bom feiticeiro ou feiticeira, gostam é de fazer o que tem de ser feito!!!
Fazer apenas o que sentimos que deve ser feito, o que tem de ser feito, fazer apenas quando sentimos empatia no pedido...não é apenas um luxo precioso é também uma garantia de máximo sucesso.


Fiquem bem
Fiquem em paz

Vou lhe ser sincera, é nessas alturas que não gostaria de estar na vossa pele, o equilíbrio é muito ténue, por um lado há contas para pagar, mas por outro, aquilo que pedem para fazer vai contra as vossas convicções, e a verdade é que ao não aceitar, isso pode trazer outras consequências, por exemplo a pessoa comentar negativamente e com isso levar uma má reputação e por consequência, menos pessoas vão pedir ajuda. É um bom relato, pois há quem apesar de saber que o que irá fazer, vai prejudicar terceiros,e não se importe minimamente com isso, e é bom ver que ainda há pessoas honestas no meio.
Um bem haja.

Citação de: cosmos seed em 20 fevereiro, 2019, 19:04


Vou lhe ser sincera, é nessas alturas que não gostaria de estar na vossa pele, o equilíbrio é muito ténue, por um lado há contas para pagar, mas por outro, aquilo que pedem para fazer vai contra as vossas convicções, e a verdade é que ao não aceitar, isso pode trazer outras consequências, por exemplo a pessoa comentar negativamente e com isso levar uma má reputação e por consequência, menos pessoas vão pedir ajuda. É um bom relato, pois há quem apesar de saber que o que irá fazer, vai prejudicar terceiros,e não se importe minimamente com isso, e é bom ver que ainda há pessoas honestas no meio.
Um bem haja.

Existem exeções ao relato de Tokobá (desculpa o diminutivo).

Não as mencionei logo porque caem na categoria do "óbvio". Estou a falar de 2 pessoas que estavam juntas e sofreram "magia" para se separarem, isso, em ambas as pessoas. porém, isso não passa de uma "limpeza", o resto, é o universo que o faz.

Cosmos, sempre há possibilidade de fazer de forma diferente. Não vou aqui dizer o porque se usa mais o "baixo" astral que o "alto" astral. Há sempre a possibilidade de fazer com que a pessoa encontre alguém que lhe seja melhor, não visando ninguém, o "universo" saberá melhor quem e sem mexer no livre arbitio das pessoas.

É verdade, ha sempre quem não goste de agir assim e quer AQUELA pessoa..isso infelizmente, é inevitável.
Como uma pedra na água, como um pássaro no céu, Como uma criança para o seu pai, tu nunca perguntas "porquê", apenas segues a corrente até morreres.

Tokobá de Xango
Claro que cada caso é um caso.
Claro que as situações não são todas iguais.
E sobretudo, já aprendi há algum tempo que não me cabe a mim, julgar quem quer que seja. Não tenho competência para fazer juizos!
Mas também é verdade que não me disponho a "vender" as minhas emoções, e não "vendo" a minha empatia. Não vendo o meu simpatizar ou gostar de alguém. Não quero fazê-lo, porque não gosto de o fazer. Não estou disposto a "trabalhar" para uma causa na qual não acredito... Não sinto legitimidade de  estar a evocar as "Minhas Entidades", a preparar-Lhes ofertas, para obter algo que eu sei à partida fará sofrer outras pessoas, sobretudo apenas para contentamento de alguém que não me dá mais nada a não ser dinheiro...
É egoísmo da minha parte? se calhar é...
E também é verdade que eu não sei nada... e todo o trabalho que faço é carregando a pesada mochila da minha ignorância. Tenho isso muito claro! Mas ja aprendi o bocadinho suficiente para me recusar a fazer o que no meu pouco discernimento, não está certo.
Não critico quem o faça.
E claro que, todos os casos são diferentes e tal como comecei:
Cada caso é um caso.
Fiquem bem
Fiquem em Paz

#4
Citação de: Tokobá de Xango em 20 fevereiro, 2019, 15:40
A maior parte de nós que trabalhamos na área...

O que entendes por trabalhar nesta área?
Ou seja, a que área te referes e o que identificas como trabalho nesse tipo de área?
Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente

Tokobá de Xango
Vou tentar esclarecer a tua duvida, de acordo com o meu entendimento:
Entendo trabalhar nesta área as várias profissões associadas aos trabalhos esotéricos, que atendem pessoas.
Vou tentar listar os que me ocorrem:

Cartomantes (tarologos e outros baralhos)
Astrólogos
Bruxas
Videntes Espiritas
Feiticeiros
Pais e Mães de Santo
Mestres de Telestesia e Reiki
Mestres de Wicca
Magos
Curandeiros e Curandeiras
Xamanes
Quirologos
Juremeiros
Parapsicologos
E claro, os profissionais das lojas esotéricas que diariamente são assediados com a clássica pergunta:
"O que é melhor para fazer uma amarração??"
...
Percebes agora o que quis dizer com "trabalhamos na área"?


#6
Citação de: Tokobá de Xango em 21 fevereiro, 2019, 15:36
Vou tentar esclarecer a tua duvida, de acordo com o meu entendimento:
Entendo trabalhar nesta área as várias profissões associadas aos trabalhos esotéricos, que atendem pessoas.
Vou tentar listar os que me ocorrem:

Cartomantes (tarologos e outros baralhos)
Astrólogos
Bruxas
Videntes Espiritas
Feiticeiros
Pais e Mães de Santo
Mestres de Telestesia e Reiki
Mestres de Wicca
Magos
Curandeiros e Curandeiras
Xamanes
Quirologos
Juremeiros
Parapsicologos
E claro, os profissionais das lojas esotéricas que diariamente são assediados com a clássica pergunta:
"O que é melhor para fazer uma amarração??"
...
Percebes agora o que quis dizer com "trabalhamos na área"?



Sim entendo perfeitamente.

E muito resumidamente digo-te o seguinte.
Quem vive de estatutos denota falta de humildade, conhecimento e discernimento espiritual.
Quem vive segundo orações, mezinhas e "trabalhos" demonstra ignorância espiritual.
Quem se usa da mediunidade (quando ela existe) para se engalanar e auto intitular de pessoa com algum tipo de poder, está a enganar quem a ela recorre a pedir ajuda.
Todos nós somos médiuns, todos nós somos potencialmente trabalhadores da espiritualidade.
Deixemo-nos de complicar o que é simples, porque tanto a espiritualidade como a mediunidade são realidades comuns a todos os seres humanos.
Por isso deixo um aviso a todos os que se usando de titulos se apresentam a pessoas fragilizadas, prometendo-lhes uma qualquer cura milagrosa.
Tenham cuidado, porque tudo o que hoje se planta, colhe-se amanha.
Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente

Tokobá de Xango
Sim, partilho da tua opinião, mas não de uma forma tão intensa.
Sim, todos somos mediuns, mas alguns de nós aprenderam a trabalhar essa característica e po-la ao serviço dos outros
E sim, alguns de nós fazemos disso profissão. Porque é uma profissão usar o conhecimento adquirido e as capacidades desenvolvidas para ajudar espiritualmente quem precisa e procura.
E digo-te que não acredito que algum dia vá acabar. É das profissões mais velhas do mundo.
E sim, a espiritualidade e mediunidade são comuns, mas tambem é verdade que há pessoas que precisam de ajuda espiritual e que não conseguem auto-tratar-se. E até vou um bocadinho mais longe,
e aqui, se calhar estaremos em desacordo... mas é minha convicção, produto da minha experiência, que ninguém se consegue auto-tratar-se espiritualmente... Por mais sábio que seja... os antigos hindus falavam na questão da MAIA, que quer dizer, Ilusão... quando olhamos para dentro de nos mesmos, depressa caímos ou no excesso de confiança ou no derrotismo... porque o ego, prega-nos partidas. Daquilo que conheço e do que tenho visto, por mais conceituado, experiente e velho que seja o mago, pai-de-santo, juremeiro, curandeiro, ou o que lhe quiseres chamar, na hora em que precisa mesmo, se for honesto consigo mesmo, vai procurar ajuda a um colega de profissão e não comete o erro de se "auto-medicar".
E sim, os titulos não querem dizer nada, são apenas titulos, mas servem rotular nas gavetas onde as pessoas se arrumam umas as outras.
No Candomble, os titulos, dentro de um Terreiro, servem tambem de veiculo de responsabilização. E isso é uma ferramenta muito importante porque permite ir enquadrando sempre os mais novos...
E sim, acho que o teu aviso é muito válido, que sempre que nos confrontamos com uma situação de alguém que está fragilizado e nos dispomos a ajudar, devemos te a humildade de saber que somos humanos, ignoramos e erramos com frequência e que tudo o que dizemos tem uma responsabilidade acrescida, porque os ouvidos de quem ouve, estão sequiosos de ouvir coisas boas... e nem sempre temos coisas boas para dizer...
E sim, tudo o que se planta, colhe-se!!
Como vês, estamos em acordo em quase tudo.
Aparentemente, não tenho é tanta intensidade nas minhas opiniões. ;-)
Fica bem.
Fica em Paz.


#8
Citação de: Tokobá de Xango em 21 fevereiro, 2019, 17:30

Sim, todos somos mediuns, mas alguns de nós aprenderam a trabalhar essa característica e po-la ao serviço dos outros


Aprenderam onde, com quem e de que forma?

E já que falas em terreiros, posso-te dizer por experiência própria e com todo o respeito todos os simpatizantes de Cadomblé e Umbanda, de que nos terreiros muitos médiuns preocupam-se somente em subir na hierárquia e fazem de tudo para o conseguir. E já agora, porque razão os filhos dos médiuns dos terreiros têm entrada direta para trabalhar no terreiro e os restantes precisam de "entrevista" e têm que respeitar uma lista de espera?
Haverá mediuns de primeira e segunda categoria?..haverá uma linhagem a ser primeiramente considerada e todos os pertencentes à plebe serão relegados para posições secundárias?
E já agora, isso já não se passou na antiguidade?...é que pensava que as linhagens sanguineas eram coisa a considerar em tempos antigos...pelos vistos ainda hoje são.

Citação de: Tokobá de Xango em 21 fevereiro, 2019, 17:30

Aparentemente, não tenho é tanta intensidade nas minhas opiniões. ;-)



Não é intensidade, mas sim posicões que se escolhem ocupar.

Abraço
Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente

#9
Pois.
Há muitas formas de aprender.
Há um ditado chinês que diz:
Quando o aprendiz está pronto, o mestre aparece"
E aprendemos sempre com Mestres.
Acho, e sem grandes certezas, que aprendemos por patamares... isto é, não acredito que seja uma curva gradual a aprendizagem... há fases em que aprendemos porque nos ensinam, depois passamos a um patamar que aprendemos sozinhos, depois achamos que já sabemos algumas coisas, erramos, e vamos ter de pedir ajuda a quem nos ensina mais um bocadinho... Depois aprendemos mais um bocadinho sozinhos...depois voltamos a precisar de ajuda...
Mas é um processo de aprendizagem.
De busca de conhecimento. De praticar o conhecimento que se adquiriu.
De trabalho teórico e pratico.
É um oficio que implica muita formação. A forma que eu conheço passa por passar muitos anos a trabalhar como "ajudante" e "aprendiz" de "um mais velho"... Depois começar a trabalhar sozinho. Nos casos mais complicados pedir ajuda aos mais velhos. E os anos vão ajudando na aprendizagem.
Se quisermos comparar é como um mecânico de pianos, ou um relojoeiro... Nenhum mecânico de pianos arranja um piano sem ter visto alguém que sabe mais do que ele a arranjar pianos. Foram precisos muitos anos a trazer e levar ferrramentas, a segurar nas tampas, a carregar as caixas e a fazer recados, para poder começar a mudar cordas e fazer arranjos mais simples...Foram  muitos anos a aprender, tal como os relojoeiros... E sempre que se abre um relógio, ou se levanta a tampa de um piano é uma nova maquina... Trabalhar espiritualmente com pessoas também é assim...
E tal como a maior parte das profissões antigas, não há nenhum tipo de "certificação" oficial.
Por exemplo, um estofador, daqueles que recuperam sofás e bancos de carros clássicos... são pessoas muito bem pagas, porque o seu trabalho é altamente especializado... aprenderam com mestres, e aprenderam a fazer....pois este trabalho é parecido. E tal como nos estofadores, há os bons e maus profissionais....
Não há um modelo de formação definido... mas seja qual for o modelo adoptado, implica muitas horas de trabalho. Isto é se queremos ser bons na profissão que escolhermos... mas também nisto, não é diferente dos outros ofícios.
Fui claro na minha resposta?

Sobre o que se passa nos Terreiros que conheces, não vou comentar, por respeito a ti, por respeito às pessoas que os frequentam, por respeito aos Pais e Mães de Santo que os dirigem, por Respeito aos Orixás cultuados e tambem por óbvio desconhecimento da minha parte sobre o que se passa nas outras casas que não a Minha.
De qualquer maneira, pessoalmente procuro sempre ter como referencia, os bons exemplos. E felizmente há bons e excelentes exemplos para servirem de referencia.
Lamento sinceramente que a tua experiência não tenha corrido bem, ou pelo menos não tenha sido o que esperavas.
Se calhar não foi o momento certo.
Fica bem
Fica em Paz

#10
Citação de: Tokobá de Xango em 21 fevereiro, 2019, 17:51


Sobre o que se passa nos Terreiros que conheces, não vou comentar, por respeito a ti, por respeito às pessoas que os frequentam, por respeito aos Pais e Mães de Santo que os dirigem, por Respeito aos Orixás cultuados e tambem por óbvio desconhecimento da minha parte sobre o que se passa nas outras casas que não a Minha.


Como eu mencionei anteriormente, respeito quem simpatiza com Umbanda e Candomblé.
Eu por exemplo sou simpatizante de Umbanda, mas por causa disso deveremos meter a cabeça na areia e recusarmos a ver o que de mal se passa num determinado local somente porque nos agrada de alguma forma frequentá-lo?
Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente

Citação de: Tokobá de Xango em 20 fevereiro, 2019, 15:40
E claro que muitas vezes, a única forma de criar a empatia necessária é através do dinheiro. Do estilo, eu sei que este Manuel tratou mal a esta Maria enquanto viveram juntos... mas como me vai pagar cinco mil euros, eu vou fazer aqui um "trabalho" para trazer a Maria de volta para ele...Cinco mil euros fazem com que o Manuel me caia menos mal. Faz-se o trabalho, cobra-se os cinco mil, e pronto, volta a Maria a viver com o Manuel.

E para fazer a ligação a um tema que por aí andou há uns tempos, é por isso que se deve pagar só no fim. Ou pelo menos pagar só o material à frente. Se já tiver os 5000€ no bolso à partida a (falsa) "empatia" foi-se. Aconteça o que acontecer o dinheiro do cliente já cá canta. Se só tiver 1000€ e os outros 4000€ estiverem dependentes de um bom resultado a motivação (ou falsa empatia) do "bruxo" para alcançar esse resultado será muito mais forte.