Encosto ex-namorado da minha mãe

Sinto que estou a tornar-me um bocadinho 'chata' tal é a quantidade de tópicos que tenho iniciado. No entanto, é o que dá quando se descobre um fórum genial como este à pouquíssimo tempo.
O que vos vou relatar aconteceu comigo recentemente mas esta história inicia-se muito antes de eu ter nascido.
Ora, quando a minha mãe tinha 18 anos namorava com um rapaz. Na verdade, já desde criança eram apaixonados um pelo outro. Eram, à vista de todos, um casal perfeito. O amor que sentiam um pelo outro era notório. Ele respeitava muito a minha mãe, a família dele adorava a minha mãe e o mesmo acontecia com a minha família que também o adorava a ele. Era até habitual as famílias irem passar longos temporadas de férias todos juntos.
No entanto, esse amor teve um final trágico quando ele faleceu num grave acidente de carro. Acidente esse em que morreu a chamar pelo nome da minha mãe. Arrepio-me só de escrever isto.
Passados 3 anos a minha mãe conhece o meu pai e posteriormente nascem os meus irmãos e eu. A relação com o meu pai infelizmente também não deu certo e, alguns anos após o divórcio, volta a encontrar o amor com o homem que é agora meu padrasto.
Eu e o meu padrasto sempre tivemos uma relação pacata, amiga e brincalhona um com o outro. Nada tenho a apontar-lhe.
A uma certa altura, as coisas começaram a mudar. Para mim era completamente insuportável estar junto dele, as piadas que ele costumava contar deixaram de ter piada - até me irritavam para ser honesta -, era discussão dia sim, dia sim senhor. Ou seja, de uma relação muito boa passou para uma relação péssima. Muito péssima. Toda a família estava desesperada a tentar entender o porquê desta mudança quando nem eu mesma a sabia explicar. Só discutia, gritava - chegando mesmo a ofender -. Coisas que nada tem haver com a minha personalidade pois sou das pessoas mais carinhosas que podem conhecer.
Comecei a sentir maus presságios, maus pressentimentos. Tinha sempre a sensação de que algo horrível ia acontecer e tinha a sensação de que nunca estava sozinha, tinha sempre alguém atrás de mim. Dores de cabeça: nem consigo explicar o quão agonizantes eram. Um mau cheiro invadia-me as narinas sem eu sequer saber de onde vinha ( cheguei a tomar banho 6 vezes num dia por achar que o cheiro era meu ). Ficava nervosa de repente e sem explicação, coisas mínimas irritavam-me e ainda por cima não conseguia descansar bem durante a noite pois tinha insónias terríveis que me impediam de dormir.
Tudo piorou quando começaram a surgir os pesadelos: eram sempre numa cena de acidente. Muito sangue, muita polícia, muita multidão. E mesmo estando a dormir, estando num estado inconsciente, lembro-me perfeitamente do mau cheiro que se sentia na cena que o pesadelo retratava. Alguém começou a aparecer nesses pesadelos. Nunca se mostrou por completo. Conhecia-lhe apenas o cabelo, os olhos e alguns traços do rosto. Falava também comigo. Não partilho o quê pois considero coisas pessoais e que prefiro guardar para mim.
Não aguentando mais a situação, contacto uma pessoa 'especial' por quem tenho grande estima e que sempre me ajuda nestas questões. Contei-lhe o que se andava a passar e de imediato ela percebeu a situação. Sendo amiga da família, ela conta à minha mãe. Descrevi-lhe tudo, inclusive o pesadelo e a pessoa que insistia em aparecer nele. Vejo a minha mãe ficar pálida. Vai buscar de imediato algumas fotos que tinha guardadas no baú desse tal ex-namorado ( já tinha ouvido falar sobre ele mas a minha mãe nunca me tinha mostrado uma foto). Senti um choque por toda a coluna quando ma mostraram. Era ele! A pessoa que andava a ver nos meus sonhos era ele! O cabelo, os olhos, até mesmo traços do rosto que consegui identificar... era ele! O falecido ex-namorado da minha mãe era o meu encosto.
Precisava de ser imediatamente 'tratada' e foi o próximo - e mais importante - passo.
Na sessão de tratamento, ele incorpora no corpo da 'cura' ( não sei que outro nome atribuir e é assim mesmo que a senhora se intitula ). Disse-me coisas que faziam tanto sentido para mim. Não só sobre mim propriamente mas também a alertar-me sobre o meu namorado na altura e tudo acabou por bater certo. Por fim, explicou o porquê. O porquê de tanta coisa e que eu tanto ansiava saber. Pediu desculpa. Disse que a intenção dele nunca foi magoar-me. Disse que chegava mesmo a amar-me como se fosse filha dele - até porque sabia que eu não tinha uma boa relação com o meu pai. A filha que sempre sonhara ter com a minha mãe. Era insuportável para ele ver o amor da vida dele com outro homem. Usou-me então a mim. Como uma 'arma'. Virar-me contra o meu padrasto. Causar a nossa relação tão insuportável ao ponto dos problemas na relação entre ele e a minha mãe começarem a surgir e acabar em término/ruptura. Queria discórdia, queria discussões. Despediu-se e voltou a pedir desculpa.
No dia seguinte, fui colocar uma flor no local onde aconteceu o acidente tal como uma na sua campa. Senti-me leve. Leve como já não me sentia à muito tempo. E senti, de alguma forma, que ele também estava em paz.
As coisas voltaram ao normal. A relação que tinha com o meu padrasto voltou ao que era antes e, felizmente, estamos felizes.
Um bem haja!

Relato muito interessante... E comovente.

Fico feliz que tenha terminado bem, pois o Mundo Espiritual pode ser assustador, mas também é maravilhoso.

Relato lindissimo e triste ao mesmo tempo, com certeza agora ele estará em paz, talvez tenha finalmente aceitado que o seu caminho continua mas nao connosco!

Felicidades

Relato muito interessante... E comovente.

Fico feliz que tenha terminado bem, pois o Mundo Espiritual pode ser assustador, mas também é maravilhoso.

Bom dia! Grata pelo seu comentário. É sem dúvida algo maravilhoso! Tudo de bom para si!

Relato lindissimo e triste ao mesmo tempo, com certeza agora ele estará em paz, talvez tenha finalmente aceitado que o seu caminho continua mas nao connosco!

Felicidades

Bom dia! Grata pelo seu comentário! Tudo de bom e muitas felicidades!