Excerto de "Obsolescência do Homem"

Falei bem recentemente de um texto de 1958, eis que aqui está ele, traduzido em português, Boa leitura.

"Para abafar com antecedência uma revolta, não devemos de usar uma forma violenta. Os métodos do género de Hitler já estão fora na moda. Basta criar uma condicionamento coletivo tão potente que a ideia mesma da revolta não mais virá a cabeça das pessoas.
O ideal seria de formatar os indivíduos á nascença, limitando as suas capacidades biológicas inatas. De seguida, perseguindo o condicionamento reduzindo de maneira drástica a educação, para a trazer a uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto apenas tem um horizonte de pensamento limitado e mais o seu pensamento é delimitado a preocupações medíocres, menos eles se podem revoltar. Temos de fazer com que o acesso a sabedoria seja cada vez mais difícil e elitista. Que uma vala seja cavada entre o povo e a ciência, que a informação destinada ao grande público seja anestesiada de todo conteudo de caracter subversivo.
Acima de tudo nada de filosofia. Aqui, novamente, devemos usar a persuasão e não a violência direta : transmitiremos maciçamente, via televisão, entretenimento sempre lisonjeiro para o emocional ou o instintivo. Nós ocuparemos as mentes com o que é fútil e brincalhão. É bom, em uma conversa e música incessante, impedir a mente de pensar. Vamos colocar a sexualidade na vanguarda dos interesses humanos. Como um tranquilizante social, não há nada melhor.
No geral, a pessoa irá certificar-se de banir a seriedade da existência, de ridicularizar tudo o que tem um valor alto, para manter uma constante desculpa pela leveza; de modo que a euforia da publicidade se torne o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade. O condicionamento produzirá assim uma tal integração, que o único medo - que será necessário manter - será o de ser excluído do sistema e, portanto, não poder mais acessar as condições necessárias à felicidade.
O homem da massa, assim produzido, deve ser tratado como ele é: um bezerro, e ele deve ser observado como um rebanho deve ser. Qualquer coisa que faça a sua lucidez dormir bem socialmente, o que ameaçaria despertá-lo deve ser ridicularizado, sufocado, combatido. Qualquer doutrina envolvendo o sistema deve primeiro ser designada como subversiva e terrorista e aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal. Observa-se, no entanto, que é muito fácil subornar um indivíduo subversivo: basta oferecer-lhe dinheiro e poder."

Gunther Anders - l'obsolescence de l'homme (1958)

É exatamente isto que está a acontecer. Um regresso forçado às origens. Fomos feitos para ser mandados e querem forçar-nos a isso.
E o rebanho segue às ordens do pastor.
Seja feita a sua vontade, assim como era no princípio... é o que o povo pede na oração.

Não é por nada que existem "pastores" na religião.

Somos um rebanho tão sossegado, tão bonito de se ver e tão dócil...

Falei bem recentemente de um texto de 1958, eis que aqui está ele, traduzido em português, Boa leitura.

"Para abafar com antecedência uma revolta, não devemos de usar uma forma violenta. Os métodos do género de Hitler já estão fora na moda. Basta criar uma condicionamento coletivo tão potente que a ideia mesma da revolta não mais virá a cabeça das pessoas.
O ideal seria de formatar os indivíduos á nascença, limitando as suas capacidades biológicas inatas. De seguida, perseguindo o condicionamento reduzindo de maneira drástica a educação, para a trazer a uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto apenas tem um horizonte de pensamento limitado e mais o seu pensamento é delimitado a preocupações medíocres, menos eles se podem revoltar. Temos de fazer com que o acesso a sabedoria seja cada vez mais difícil e elitista. Que uma vala seja cavada entre o povo e a ciência, que a informação destinada ao grande público seja anestesiada de todo conteudo de caracter subversivo.
Acima de tudo nada de filosofia. Aqui, novamente, devemos usar a persuasão e não a violência direta : transmitiremos maciçamente, via televisão, entretenimento sempre lisonjeiro para o emocional ou o instintivo. Nós ocuparemos as mentes com o que é fútil e brincalhão. É bom, em uma conversa e música incessante, impedir a mente de pensar. Vamos colocar a sexualidade na vanguarda dos interesses humanos. Como um tranquilizante social, não há nada melhor.
No geral, a pessoa irá certificar-se de banir a seriedade da existência, de ridicularizar tudo o que tem um valor alto, para manter uma constante desculpa pela leveza; de modo que a euforia da publicidade se torne o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade. O condicionamento produzirá assim uma tal integração, que o único medo - que será necessário manter - será o de ser excluído do sistema e, portanto, não poder mais acessar as condições necessárias à felicidade.
O homem da massa, assim produzido, deve ser tratado como ele é: um bezerro, e ele deve ser observado como um rebanho deve ser. Qualquer coisa que faça a sua lucidez dormir bem socialmente, o que ameaçaria despertá-lo deve ser ridicularizado, sufocado, combatido. Qualquer doutrina envolvendo o sistema deve primeiro ser designada como subversiva e terrorista e aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal. Observa-se, no entanto, que é muito fácil subornar um indivíduo subversivo: basta oferecer-lhe dinheiro e poder."

Gunther Anders - l'obsolescence de l'homme (1958)

Chocantemente verídico...

O texto é antigo, mas a realidade do conteúdo é bem actual...e mesmo alguns lendo isso, aposto eu que nem se apercebem que estamos a viver tudo isso....puro pensamento à moda do Maquiavel, mas terrivelmente eficaz.
Começo mesmo a pensar, que hoje em dia , mais importante que inteligência ou sabedoria, é ganhar consciência daquilo que realmente nos rodeia, olhar para além das aparência ilusões e distraccões fáceis da mente.

Não é por nada que existem "pastores" na religião.

Somos um rebanho tão sossegado, tão bonito de se ver e tão dócil...

lol e depois os lobos é que são os maus...pelo menos sabem o que é liberdade, e nem sequer matam por prazer, unicamente para comer...enquanto que muitos pastores matam por diversão ou carnificina, e outros ainda há que dizem " morram por alá e ganham o paraíso " pastores há muitos, cada um com suas vestimentas e sempre de golas abertas a levantarem para o ar um livro sagrado, mas completamente deturpado e confundido para servir outros interesses..... mas rebanho há um só, o da ignorância

2020 e aqui estamos nós, mais presente do que nunca.