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  • Um pouco da minha história
    Iniciado por NIAH_JEULD
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Sempre fui uma pessoa que achava que os monstros não existiam.
Passei toda a minha infância a convencer-me disso.
Até que os meus pais, quando eu tinha 15 anos, contaram as experiências deles na casa onde eu fui criada e todas as minhas supostas crenças foram esmagadas. 
Morei nessa casa desde que nasci, até aos meus 11 anos. 
Eu suponho que a casa sempre tenha sido activa, mas que o pico da actividade tenha sido nessa época, altura em que eles decidiram fazer algo a respeito da actividade nocturna... Por vezes até, matinal.
A minha mãe é uma pessoa crente, sempre nos arrastou para a missa, todas as semanas. Seria de esperar que ela achasse que algum problema na casa, fosse associado ao mundo sobrenatural. Já o meu pai... Apesar de crente, não frequentava a igreja e tinha as suas próprias ideias sobre a fé e a religião...e o mundo sobrenatural.
Ambos juram a pé juntos que os acontecimentos foram reais.
Agiram, pois tinham duas filhas menores naquela casa. Outras pessoas que foram lá passar a noite sentiram coisas: Tudo indicava que algo se passava. Era estranho tanta gente ter experiências sem nunca se lhes ter contado nada sobre os acontecimentos.
Eu teria 5, 6 anos nessa altura. A casa era muito antiga, 1800 e qualquer coisa, o ano de construção, deteriorara nalgumas zonas, madeiras por todo o lado. Casa de banho externa. Sem canalizações.
Eu tinha um medo quase irracional do escuro, na zona onde a casa de banho estava. Todas as outras zonas eram seguras, estando escuro ou não... Ali... Eu ia todo o caminho a murmurar "os monstros não são reais", " os monstros não existem", "é tudo na tua cabeça" isto enquanto corria para a casa de banho, numa distancia que era à vontade 3 ou 4 metros da porta.
Cresci feliz naquela casa, apesar de tudo.
Nunca mais lá voltei. Mas aquela casa continua a chamar por mim. Não passa uma semana em que não sonhe que lá estou.
Mudei portanto de casa quando tinha 11 anos.
Tudo começou a mudar.
Começaram os pesadelos.
O meu sentido de humor mudou.
Assim como a minha paciência.
Comecei a ter sonhos horríveis. Em todos, eu morria afogada num acidente de carro, em que ia parar a um rio, e não me conseguia libertar do cinto de segurança. Às vezes estava sozinha no carro. outras vezes com outras pessoas.
Na altura ainda nem idade tinha para conduzir. Não fazia ideia de como conduzir um carro. Quando chegou a altura de tirar a carta, na minha primeira aula de condução, o instrutor fartou-se de me elogiar e não se acreditava que nunca tinha pegado num carro, pois parecia tudo muito natural, como se já estivesse habituada. A verdade é que me sentia bastante confortável atrás do volante, e aterrorizada ao mesmo tempo. Nessa altura os sonhos pioraram. Passei a sonhar não só com a minha morte, sempre da mesma maneira, mas também com a morte de outras pessoas. Uma noite, tive o pior pesadelo de sempre.
Neste sonho, vi claramente uma pessoa ser atropelada, por um carro vermelho, numa rua onde eu passava todos os dias para ir e vir da escola. Acordei a chorar desesperadamente. De manhã estava num estado de nervos impossível de aturar.
O meu pai deu-me boleia para a escola pois saíamos os dois ao mesmo tempo.
Ao chegar a essa rua, quase tive um ataque. No meio da rua, estava o carro com que eu sonhei, com o vidro todo estilhaçado.
Fiquei sem pinga de sangue no corpo, tremia por todo o lado.
Percebi o que se tinha passado quando cheguei a escola e me disseram que tinha sido atropelada uma rapariga.
Ficou em coma, mas eu sabia com toda certeza que ela não ia sobreviver, como de fato, infelizmente, aconteceu.
Este tipo de sonhos tem acontecido durante todas a minha vida, sem que eu consiga prever, ou sequer ajudar alguém, uma vez que as pessoas envolvidas no sonho, não são as reais.
Isto tudo começou a acontecer antes das revelações dos meus pais, pelo que eu estava numa fase de achar que estava a enlouquecer, mas tinha medo de mencionar fosse o que fosse a alguém. não queria ser dada como maluca e entupida de comprimidos até me perder neles. Continuo a não querer.
Quando nos apercebemos que não somos malucos, que realmente há ali algo mais envolvido nas situações, a nossa maneira de lidar com as coisas também muda.
Isto acontece há mais de 15 anos, e em todo esse tempo, ouvi vozes, vi vultos pelo canto do olho, senti as roupas serem puxadas na cama, mas apesar de serem situações assustadoras, agora eu sei o que está a acontecer, já não sou aquela menina de  11 anos com medo do escuro.
Sei que as minhas respostas estão todas naquela casa. Ela continua a chamar por mim, depois de mais de 15 anos.
No entanto, eu agarrei em tudo isto e fechei, num cofrezinho, enterrado bem lá no fundo da minha mente, após a morte do meu avô. Quando o meu avô faleceu, tudo ficou virado do avesso. Foi um ano dificil, perdi 4 pessoas de familia em pouco tempo. o meu avô foi o ultimo. Sonhava com ele muitas vezes.  Até um dia. Sonhei com ele na casa onde estava. entrei para o ver. Estava a fazer as malas para ir para o hospital. deu-me um sorriso e disse-me, "vai tudo ficar bem". Nunca acordei com tanta paz na minha vida. sabia que o meu avô estava bem e tinha seguido o seu caminho. Desde aí decidi trancar o cofre. Queria que aquela paz fosse eterna. Não queria voltar a acordar naquele desespero.
As coisas melhoraram consideravelmente desde então. Ah, como a nossa mente é poderosa.... Ou talvez nos dê essa ilusão.
ultimamente os vultos voltaram a aparecer, vejo-os todos os dias pelo canto do olho...Quando volto a cabeça para olhar directamente para o sitio, não encontro la nada.
Aquela sensação de estar sempre acompanhada. O arrepio na espinha.
Vai fazer no próximo mês 1 ano que perdi a minha avó. A minha querida avó. A minha segunda mãe, uma grande parte de mim. Não sei lidar com a partida dela, ainda hoje. OS dias passam e esta dor não diminui. Tento colocá-la no cofre, mas o cofre não fecha. As coisas pioram com a chegada desta data.
Quero voltar atrás no tempo, dizer-lhe mais uma vez que a amo, incondicionalmente e que ela me fez a mulher que eu sou hoje. Agradecer-lhe eternamente. Dizer-lhe que me perdi sem ela. Sem aquela gargalhada que ela dava, que me fazia chorar de rir com ela. A saudade do abraço dela...O melhor abraço do mundo.










Cara amiga li pouco da sua história mas o suficiente a entender todo, á para si uma novidade mas não para quem vive dia´riamente com esses assuntos, caminhe no sentido de se livrar de tudo isso a tempo para viver uma vida mais tranquila.

Existe um certo desconforto sim, mas não é um desconforto recente... Apenas é mais intenso em certas alturas da vida, como é o caso agora. Daí ter vindo aqui desabafar.
É algo a que já me habituei e sei que me vai acompanhar o resto da vida.
Obrigada pelas suas palavras