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    Iniciado por Moreno Wilson
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Revista Espírita ANO 1 - OUTUBRO 1858 - Nº. 10 de Kardec.

Seja por entusiasmo, por fascinação dos Espíritos, ou por amor-próprio, em geral o médium psicógrafo é levado a crer que são superiores os Espíritos que com ele se comunicam, SOBRETUDO QUANDO TAIS ESPÍRITOS, APROVEITANDO-SE DESSA PRESUNÇÃO, ADORNAM-SE DE TÍTULOS POMPOSOS, TOMANDO NOMES DE SANTOS, DE SÁBIOS, DE ANJOS E DA PRÓPRIA VIRGEM MARIA, CONFORME A NECESSIDADE E SEGUNDO AS CIRCUNSTÂNCIAS. E, PARA DESEMPENHAR SEU PAPEL DE COMEDIANTES, CHEGAM ATÉ MESMO A PORTAR A INDUMENTÁRIA EXTRAVAGANTE DAS PERSONAGENS QUE REPRESENTAM.

TIRAI SUAS MÁSCARAS E VEREIS QUE SE TRANSFORMAM NO QUE SEMPRE FORAM: ILUSTRES DESCONHECIDOS; É O QUE NECESSARIAMENTE DEVEMOS FAZER, TANTO COM OS ESPÍRITOS, QUANTO COM OS HOMENS.

Da crença cega e irrefletida na superioridade dos Espíritos que se comunicam, à confiança em suas palavras não há senão um passo; é o que também acontece entre os homens. Se conseguirem inspirar essa confiança, haverão de sustentá-la por meio de sofismas e dos mais capciosos raciocínios, perante os quais freqüentemente inclinamos a cabeça. Os Espíritos grosseiros são menos perigosos: reconhecemo-los imediatamente e só inspiram repugnância.

OS MAIS TEMÍVEIS, EM SEU MUNDO, COMO NO NOSSO, SÃO OS ESPÍRITOS HIPÓCRITAS: FALAM SEMPRE COM DOÇURA, LISONJEANDO AS MENTES PREDISPOSTAS; SÃO MEIGOS, ADULADORES, PRÓDIGOS EM EXPRESSÕES DE TERNURA E EM PROTESTOS DE DEVOTAMENTO. É PRECISO SER REALMENTE FORTE PARA RESISTIR A SEMELHANTES SEDUÇÕES.

Mas, direis, onde estaria o perigo, desde que os Espíritos são impalpáveis? O perigo está nos conselhos perniciosos que dão, aparentemente benévolos, e nos passos ridículos, intempestivos ou funestos a que somos induzidos. Já vimos alguns Espíritos fazerem com que certas pessoas corressem de país em país, à procura das coisas mais fantásticas, sob o risco de comprometerem a saúde, a fortuna e a própria vida. Vimo-los ditar, com toda aparência de gravidade, as coisas mais burlescas, as máximas mais estranhas.

Allan Kardec.
Revista Espírita ANO 1 - OUTUBRO 1858 - Nº. 10