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  • O que é o sono?
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O que é o Sono?


O sono sempre preocupou o ser humano, e desde sempre houve interpretações quanto às suas funções. Nos textos religiosos, na literatura e nos conhecimentos básicos das sociedades sempre houve interpretações relativas à função dessa fase estranha, que parecendo ser imprescindível nos deixava tão vulneráveis.


Seguem-se algumas dessas interpretações

 
O que é então o sono?

O sono é um estado de imobilidade parcial, durante o qual estamos parcialmente "desconectados" do ambiente que nos rodeia.

O sono está integrado no sistema SONO-VIGÍLIA

No sono o cérebro está activo e irá oscilar entre 3 modos de funcionamento: o sono lento, o sono paradoxal e a vigília.

No sono há uma postura característica

Durante o sono são executados e desenvolvidos vários processos biológicos, que no seu conjunto são essenciais à sobrevivência

 


CRITÉRIOS usados para caracterizar o sono:

Comportamentais

- Mobilidade nula ou ligeira

- Olhos fechados

- Resposta reduzida a estímulos exteriores

- Posição característica

- Reversibilidade

Neurofisiológicos

- EEG – lentificação inicialmente alternante, depois progressiva

- EOG – movimentos oculares próprios das fases do sono

- EMG – alterações características das fases do sono, mas em geral, há uma redução do tono muscular

 
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Definir o sono

Apesar destas definições aparentemente objectivas, há muitas dificuldades na definição do início do sono

Por outro lado os próprios têm marcadas dificuldades na percepção do seu próprio sono, isto é, podem adormecer sem dar por isso ou podem estar a dormir julgando que estão acordados.

É fácil em termos comportamentais, mas não em termos neurofisiológicos, fingir que se está a dormir. Qualquer criança o sabe fazer.



 
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Como se dorme?

O sono é uma viagem. O cérebro funciona como um motor a três tempos: vigilia, sono lento , sono paradoxal, e vai alternando estes fases (estados), com regularidade, em episódios sucessivos que duram cerca de 90 minutos (os ciclos de sono).

Em cada noite fazemos cerca de 5 ciclos de sono, com uma duração média de 60 min, seno o primeiro mais longo, cerca de 90 minutos.

Em cada ciclo há um pouco de sono lento, de vigília e de sono REM

No conjunto da noite há mais sono lento profundo no início e mais sono REM no fim da noite.




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" - Doutor... Passo as noites em claro!

- Não passa nada! Aqui o registo até diz que dorme muito bem!"





"- Já estavas a dormir!!!!

- Não estava nada!!"



" - Srª Doutora: eu até durmo muito bem!

- Srª Doutora, não acredite!!! ... é um susto vê-lo dormir!!!"




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Comparações Sono delta /REM:



SONO LENTO PROFUNDO – "SONO OBRIGATÓRIO"

1. Limiar de despertar elevado

2. Ocorre na 1ª metade da noite

3. A sua duração depende da duração da vigília precedente

4. Após privação do sono o sono delta é totalmente recuperado

5. Está preservado tanto nas privações prolongadas como nos "short sleepers"

6. É muito resistente às tentativas de privação

7. Diminui progressiva e paulatinamente com a idade

8. Durante esta fase é produzida a hormona do crescimento

 
SONO REM - SONO PARADOXAL

1. Limiar do despertar provocado elevado;  Limiar de despertar espontâneo baixo

2. Ocorre mais na 2ª metade da noite

3. Após privação há uma grande tendência em entrar em REM

4. Está preservado ao longo da vida, e é máximo no feto e no recém nascido

5. Há com mais frequência sonhos neste período, e a recordação dos sonhos é maior




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Hipnograma

Depois de classificada toda a noite de sono, obtém-se uma sequência de fases do sono, a que se chama hipnograma:

- O hipnograma dá uma certa ideia de como decorreu a viagem que fizemos naquela noite.

- A viagem pode ser tranquila com alguns despertares, tal como é normal

- A viagem pode contudo ser perturbada por muitas razões. As mais frequentes são:

O não conseguir adormecer ou o dormir pouco

O estar sempre a acordar

As fases de sono terem proporções anormais

As fases de sono aparecerem com uma distribuição no tempo anormal

O dormir demais

O ter fenómenos indesejáveis durante a noite, tais como apneias, esticões das pernas, comportamentos anómalos, etc.

As Funções do Sono
As funções do sono têm sido sucessivamente discutidas, sendo diversas as funções propostas, desde a antiguidade até agora.O que se pensa hoje em dia é que o sono é um processo multifuncional, que executa diversas funções. Esse carácter multifuncional faz com que o sono não seja facilmente substituível, tal como o são outros orgãos ou sistemas.

Ora vejamos, é possivel substituir as funções do Rim ou do coração, já é mais dificil substituir as funções do fígado, e ainda mais difícil substituir as funções do cérebro. Sendo assim o sono uma interacção de cérebro com todo o resto do organismo, torna-se evidente que a sua substituição não será facilmente possível. 


Possiveis Funções do Sono

Restauradora (Aristóteles; Hess, etc)
Previne a exaustão (Claparède);
Protecção de estimulação excessiva ou conflitual (Pavlov).
Conservação de energia (Rechtschaffen)
Comportamento adaptativo que aumenta a capacidade de sobrevivência
Função dupla (restauradora e adaptativa) (Borbély)
Função tripla (restauradora, adaptativa e comportamental (Webb)
   
Factos relativos à função do Sono

Privação de sono – morte
Limitação da vigília - específica das espécies.
Relação importante entre peso e duração do sono
O processo de sono auto mantém-se
Diminuição da temperatura do cérebro
Produção de hormonas; função imunológica e crescimento somático
 
Mecanismos Subjacentes à função reparadora

(brevemente disponível) 
Mecanismos Subjacentes à função homeostática

(brevemente disponível) 
Mecanismos Subjacentes à função adaptativa

(brevemente disponível) 
Mecanismos Subjacentes à função comportamental

(brevemente disponível) 
Fases do sono

(brevemente disponível)

 
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AS FASES DO SONO



Sono Lento Profundo

Aumentado

   - Favorece parassónias (arousal)

   - Favorece epilepsias



Diminuído

   - Ao longo da idade

   - Insónias

   - Doenças Médicas

   - Doenças Psiquiátricas e Neurológicas



Perturbado

   - Fibromialgia



Sintomas

   - Sono não reparador

   - Fadiga

   - Dificuldade de desempenho

   - Perturbação do crescimento



Funções

   - Produção de hormonas anabolisantes

   - Reparação tecidos

   - Reparação do SNC

   - Processos imunológicos

   - Temperatura



Sono Paradoxal ou REM

Aumentado

   - Depressão major

   - Narcolepsia

   - Favorece parassónias REM

   - Sonhos



Diminuído

   - Depois dos 60

   - Fármacos (BZD e AD)



Perturbado

   - Pesadelos

   - Cefaleia de Horton



Sintomas

   - Contextos oníricos

   - Fadiga/ medo de dormir

   - REM rebound

 
Funções

   - Estado específico de estimulação sensorial (Ephron &Carrington 66)

   - Necessário para o desenvolvimento do cérebro (Roffwarg 66)

   - Importante para a formação de engramas (Moruzzi 66)

   - Reprogramação do cérebro (Greenberg e Pearlman 72

   - Genetic printing do cérebro (Jouvet 92)

   - Importante na memória  (Breger 67) e aprendizagem (Hennevi & Leconte 71)

A sociedade moderna

As actuais sociedades do trabalho vêem o sono como uma coisa a deitar fora, um comportamento indesejável que impede uma produtividade contínua.

Quem pensa assim esquece-se da optimização do nosso organismo ao longo de milhões de anos e de quão recente nessa evolução é o aparecimento da electricidade, que de certa forma nos deu "sol", ou seja, luz nas 24h.

Esquece-se também de quanto é negativo contrariar as regras da biologia e por em causa o equilíbrio funcional.

Os efeitos são tão negativos para o nosso corpo, como o foram para o planeta os mecanismos que geraram o aquecimento global.

 
Dormir não é só bom! É essencial.

Dormir é essencial para a realização de múltiplas funções, tal como explicado nas funções do sono.

A restrição ou a privação de sono têm consequências individuais funestas, aumentando o risco de desenvolver outras doenças.

Dormir menos de 5 horas aumenta o risco de morte por qualquer causa nos anos subsequentes.

 
Quais são os modos de privação de sono?

A privação de sono pode ser:

Aguda ou transitória (por exemplo uma ou várias noites em claro relacionadas com um problema de família, um problema de trabalho, etc). Muitos estudos em laboratório dedicam-se à privação aguda
Crónica – redução persistente e continuada do tempo de sono (por exemplo como resultado de decisões comportamentais e estilos de vida ou no trabalho por turnos mal organizado)
Recorrente ou periódica – ou seja, noites de redução do sono seguidas de fases de recuperação (são disto exemplo alguns trabalhos por turnos ou a vida dos estudantes que não dormem durante a semana e compensam ao fim de semana).
 
Privação de Sono: Influências

A capacidade de aguentar a privação de sono depende das características do indivíduo e dos factores associados à privação em causa.

Estes factores dependem de vários aspectos. Por exemplo:

As Características individuais são importantes:

A Idade –  a privação tem menos efeitos em idosos
A Personalidade – aqueles em que a privação provoca alterações humor ou alucinações aguentam pior do que aqueles em que a privação induz uma certa euforia.
Os doentes com sonolência aguentam pior a privação. Os doentes com insónia, por um mecanismo de hiperalerta, aguentam melhor
Há mecanismos comportamentais que facilitam a privação:

Os factores de INTERESSE da tarefa a realizar: Os jogos de computador e de vídeo, pelo interesse e envolvimento que acarretam induzem uma maior capacidade de aguentar a privação.
Os "colarinhos brancos" têm menos problemas de privação que os "colarinhos azuis"
MOTIVAÇÃO: Os voluntários pagos aguentam melhor.
Episódios repetidos de privação: ou seja a experiência leva a uma melhor adaptação
Emulação: juntamente com a motivação está presente nos executivos com privação crónica de sono ("sou melhor que os outros")
Os factores de Regulação CIRCADIÁRIA também influenciam:

Tempo circadiário, ou seja a hora do dia-noite. De noite e pela madrugada aguenta-se pior a privação.
A existência de Sestas profiláticas melhora a capacidade de aguentar a privação
Os mecanismos que influenciam a VIGILIDADE (AROUSAL).

Os seguintes melhoram a capacidade de aguentar a privação:

A actividade motora: andar 5 min antes ou fazer um exercício continuado
A Luz brilhante: a luz aplicada no periodo nocturno por induzir um atraso de fase ou por ser estimulante
O Ruído: Estimula a vigilidade (arousal), mas diminui o desempenho
A Temperatura demasiado alta ou baixa reduz o desempenho
A Postura: o estar em pé, por aumentar a actividade simpática.
Alguns Fármacos e substâncias: Anfetaminas, cafeína, modafinil, nicotina, cocaína, metilfenidato, pemolina
As Características dos testes ou do trabalho a realizar:

Tempo de privação. Quanto maior for o tempo de Vigília prévio à privação pior a capacidade de aguentar a privação – 64h Privação Sono expicam 39% da variância nos testes efectuados.
Complexidade da tarefa e duração da tarefa: Tarefas curtas e simples são feitas melhor do que tarefas demoradas e complexas
O Feedback do desempenho e o Auto controlo do tempo melhoram a capacidade
Os Conhecimentos antigos são manipulados melhor em privação que os recém adquiridos
A Memória curto prazo está mais afectada
   
Consequências da Privação Aguda de Sono

Sonolência
Fadiga e falta de vigor
Ansiedade e irritabilidade
Falta de concentração 
Confusão
Distorções percepção
Alucinações (+ visuais em 80% dos casos)
Estados paranoides
   
Consequências Neurológicas da Privação aguda de sono

Após 24 h: há diminuição do ritmo do alfa; após 120 horas: há abolição da activação do alfa.
Existe maior actividade lenta (delta e teta) em vigília, que se associa a erros de desempenho
Há diminuição do processamento mental durante a noite com dificuldade de compreensão das Frases negativas por exemplo percebe-se "C antes do M", mas não se percebe bem  o "C não se segue ao M".
Logo ás 24h e pior às 36h existem alterações do tom, clareza, ritmo do discurso, deterioração na produção de palavras e fixação numa categoria semântica
Após 205 horas de privação há nistagmo, tremor das mãos, discurso lento e monótono, ptose e maior sensibilidade à dor
   
Consequências da Privação de sono



Tarefas de decisão:

Há erros na atenção auditiva e na estratégia de decisão (Linde et al, 99)
Os médicos em trabalho de urgência com privação de sono significativa têm maior probabilidade de cometer erros e de fazer  críticos em decisão médica
Muitos acidentes catastróficos foram provocados por fadiga e/ou privação de sono. São exemplos Chernobyl, o Space Shuttle o Exxon Valdez, etc       
O tempo de reacção a estímulos aumenta significativamente de madrugada e nas primeiras horas da manhã.
E se se comparar um dia sem privação com o dia pós privação o tempo de reacção vai aumentando progressivamente ao longo do dia. Compare os tempos de reacção às mesmas horas, por exemplo às 17 e às 21h

   
Imagem (brevemente disponível)

 
Condução automóvel

A privação total ou parcial de sono:
Induz um Desconforto subjectivo:
O condutor tem uma avaliação correcta da incapacidade para conduzir
Os efeitos da privação de sono e do alcoól são aditivos
As mulheres têm maior percepção da incapacidade de guiar com alcool no sangue que os homens, mas perdem essa capacidade se estiverem em privação de sono
Os erros efectuados pelo condutor em privação de sono são críticos para a segurança
A probabilidade de ter um acidente com consequências fatais sobre o próprio, outros passageiros ou terceiros é grande, e aumenta muito se o condutor guia habitualmente com sonolência e dormita a conduzir       
Neste exemplo os acidentes registados num simulador de condução, são imensos com 3 horas de sono, são significativos com 5 e 7 horas de sono e só se reduzem claramente com 9 horas de sono

Imagem (brevemente disponível)

 


Crianças (Randazzo et al, 98) :

Diferenças de 2 grupos: dormir 5h ou 11h

Os que dormem 5 horas têm:

Redução da latência no TLMS, e por isso maior sonolência
Menor criatividade verbal
Mais dificuldade na conceptualização abstracta
Mas não há diferenças na memória, aprendizagem e na criatividade figurativa

 
Jovens :

73% dos estudantes universitários da FMUL dormem menos de 8h (Paiva e Gonçalves 2006).
Em estudantes universitários do IST há uma relação entre as horas de sono e o sucesso escolar: os alunos com médias mais altas (maiores que 17,5) dormem significativamente mais que os alunos com médias entre 10 e 13 e entre 13,5 e 15 (Paiva et al, 2008)
A redução do sono associa-se em ambos os estudos a irregularidade de horários e de refeições, a queixas subjectivas do sono e a sonolência diurna


         

Consequências da Privação Crónica de Sono

Fadiga e falta de vigor
Ansiedade e irritabilidade
Falta de concentração 
Aumento do risco de diabetes
Excesso de peso e aumento do risco de Obesidade
Aumento do risco de hipertensão arterial
Aumento do risco de morte por qualquer causa
Aumento do risco de acidentes
Sonolência
Dores de cabeça
Insónia
Depressão e esgotamento
Problemas de memória
Incapacidade para o trabalho
   
Consequências da Privação Recorrente de Sono

Fadiga e falta de vigor
Ansiedade e irritabilidade
Falta de concentração 
Aumento do risco de acidentes
Sonolência
Dores de cabeça
Problemas de memória
Incapacidade para o trabalho
Irregularidade de horários e muitas vezes de refeições
   
Repercussões para o Quotidiano



Jovens:

Os jovens aguentam pior a privação. Cuidado com as noitadas. Durmam bem antes dos testes.

Os jovens não devem ter computador nem jogos de vídeo no quarto porque isso os vai estimular para estarem acordados pela noite fora.



Emulação:

Aqueles em quem a privação provoca uma certa euforia devem ter particular cuidado com as consequências a longo prazo. A privação é como "uma droga", quando as consequências surgem pode ser tarde demais.



Condução:

Se está há muitas horas sem dormir não conduza. Evite guiar de madrugada.



Trabalhadores por turnos:

Os doentes com sonolência não devem fazer trabalho por turnos

O trabalho deve ser remunerado adequadamente, o ambiente de trabalho deve ser iluminado, tranquilo e confortável. As tarefas não devem ser monótonas e deve ser possibilitada ao trabalhador alguma capacidade de decisão.

As tarefas não devem ser demasiado complexas ou longas.

O trabalhador deve ser aconselhado a dormir sestas programadas e beneficiará de períodos de actividade física nos turnos nocturnos. Mas, sobretudo a regulação dos turnos deve obedecer a critérios fisiológicos (ver adiante).

O erro médico é mais provável de madrugada. Tenha os cuidados dos trabalhadores por turnos.

Em termos individuais se tem tarefas complexas a desempenhar faça-o de dia. Não se esqueça que o "travesseiro é um bom conselheiro"

A cafeína é aconselhada quando existe necessidade de privação de sono, mas aqueles que tomam quantidades excessivas de café irão ter uma privação de sono.

O modafinil, por ter poucos efeitos acessórios, pode em determinados casos ser recomendado. As anfetaminas, nicotina, cocaína e outros estimulantes são, pelos efeitos acessórios, completamente desaconselhados.


 
Mecanismos reguladores do sono

São:

Circadiários e ultradiários

Determinados pelo(s) relógio(s) biológico(s) interno(s) e pela sincronização com a luz solar

Ambientais

O maior sincronizador ambiental é a luz do sol.

Existem "zeit gebers" ou dadores de tempo que contribuem para a sincronização do nosso relógio, como por exemplo, os horários de trabalho e de refeição, alguns programas de televisão, etc.

Existem contudo pistas ambientais que contribuem para a desregulação do sono vigilia, como por exemplo o excesso de luz nocturna, a vida nocturna, os horários de trabalho excessivos

Intrínsecos

Estes mecanismos são constituídos pelos vários componentes do sistema sono-vigília, tanto neuronais como neuroendócrinos que facilitam e promovem ou o sono ou a vigília.

   
IMAGEM (brevemente disponível)

 
Mecanismos circadiários

Existem ritmos biológicos, ou seja, fenómenos que se repetem regularmente e que produzidos pelos próprios seres vivos

Independentemente da luz solar, as folhas da mimosa abrem e fecham regularmente.

O nosso coração bate regularmente

Muitos dos nossos comportamentos, tal como o dormir e o acordar, repetem-se todos os dias

   
Ritmos biológicos

De acordo com o seu período de repetição os ritmos podem ser circadiários: período igual a 24h; ultradiários: período menor que 24h;  semanais quando se repetem todas as semanas; mensais quando se repetem todos os meses, ou circanuais: quando o período é de um ano.

 
Exemplos de ritmos biológicos

IMAGEM (brevemente disponível)



Relógio intrínseco

Sabe-se que certos ritmos biológicos seguem a alternância do dia e da noite.

IMAGEM (brevemente disponível)
Mas se forem retiradas todas as informações relativas ao tempo, o nosso organismo mantém a alternância regular do sono e da vigília, com um período que em vez de 24h é quase 25h. 

IMAGEM (brevemente disponível)
Isto quer dizer que há um relógio interno a dar-nos o tempo.

IMAGEM (brevemente disponível) 
Ritmos intrínsecos

Em circunstâncias normais o nosso relógio interno é ajustado por diversos factores sociais que funcionam como indicadores de tempo: os "zeitgebers".

As refeições, os horários, etc..

Em isolamento, num "bunker" por exemplo, o ritmo sono vigília passa a ser de 25h. 

IMAGEM (brevemente disponível)

 
Necessidade e funções do relógio biológico

O nosso relógio biológico tem 2 tipos de funções:

É uma espécie de chefe de orquestra que regula e sincroniza outros  ritmos

Diariamente reajusta-se para o ritmo solar de 24h.

 
Localização do relógio biológico

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EXEMPLOS DE RITMOS CIRCADIÁRIOS

O ritmo da temperatura central do cérebro tem um mínimo absoluto às 4h da manhã, e um mínimo relativo pelas 14h, o período da sesta.

Há vários ritmos que seguem este ritmo da temperatura, tendo máximos coincidentes os os mínimos da temperatura.

IMAGEM (brevemente disponível)

 
OUTROS EXEMPLOS DE RITMOS CIRCADIÁRIOS

Várias hormonas são produzidas em relação com o sistema sono-vigilia, por ex:

O cortisol é máximo de manhã ao acordar e vai diminuindo ao longo do dia.

A hormona do crescimento é produzida durante o sono profundo no início da noite

A pressão arterial e a frequência cardíaca diminuem significativamente no período nocturno

Há ritmos do cérebro, como a actividade delta, que são máximos no primeiro terço da noite.

Quando o Sono Corre Mal

"Será que estou doente?"

"Durmo de menos ou mal"

"Durmo demais e estou sonolento"

"Acordo mais cansado do que me deitei"

"Não durmo com dores"

"Acontecem-me coisas estranhas a dormir, no adormecer ou no acordar"

"Não consigo cumprir horários..."

   
Sintomas  associados a "dormir mal"

Fadiga; Sonolência diurna; Falta de concentração; Depressão; Irritabilidade; Memória; Sintomas nocturnos; Insónia; Sono fragmentado

 
"Durmo demais e estou sonolento"

Dormir mais de 10h, na idade adulta não é normal.

Dormitar em episódios sucessivos ao longo do dia não é normal.

A Sonolência diurna é insidiosa, começa em tarefas que não têm importância, e por isso não lhe é dada importância, mas, quando é grave, surge em tarefas importantes (condução automóvel, manipulação de máquinas, etc) e põe em causa a segurança

Muitas pessoas confundem sonolência com fadiga



Causas de sonolência ou de hipersónia

- A apneia do Sono

- A Narcolepsia

- A síndroma das Pernas Inquietas

- Várias hipersónias

- A redução crónica de sono nocturno

- Excessos de medicações sedativas

- Algumas doenças médicas como o hipotiroidismo

   
"Acordo mais cansado do que me deitei"

NORMAIS: A privação de sono provoca fadiga matinal

DOENTES:Várias doenças associam sintomas de fadiga e de mau dormir:

- Doenças médicas

- Fibromialgia, sindroma da fadiga crónica

- Doenças intrinsecas do sono

- Apneia, insónia, MPS, Narcolepsia

- Doenças Neuromusculares

- Distrofia Miotónica, Esclerose lateral amiotrófica

 
Relação entre FADIGA E SONO

Deficit em Sono lento profundo -o sono reparador

Deficit em REM sleep - o sono recuperador

Deficit de ambos

Aumento dos microalertas e despertares

Hipoxémias nocturnas

...

   
DOR E SONO

A dor nocturna é uma causa frequente de insónia.

A sensibilidade à dor e a atenção à dor são previsíveis pela qualidade do sono. O inverso não é verdadeiro, isto é, a intensidade da dor durante o dia não permite prever a qualidade do sono na noite seguinte

Os quadros dolorosos afectam de forma particular o sono.

As dores reumáticas, a coxartrose e as dores nas costas são factores de risco de insónia

   
"Acontecem-me coisas estranhas"

"Levanto-me e passeio pela casa; já cheguei a abrir a porta da rua..."

"Acordo muitas vezes com a cama molhada"

"Acordo a gritar desesperadamente, mas não me lembro de nada"

"Acordo confuso, e já me magoei uma vez"

"Levantei-me para ir à casa de banho e desmaiei"

"A minha mulher queixa-se que já por várias vezes lhe bati enquanto dizia coisas incompreensíveis"

"Tenho erecções muito dolorosas durante a noite "

 
Causas possíveis de comportamentos anormais ou bizarros

- O sonambulismo

- Os terrores nocturnos

- Os despertares confusionais

- As crises epilépticas durante o sono

- Os pesadelos

- As parassónias do sono REM

- As erecções nocturnas

- As sexsónias

   
"Não consigo cumprir horários..."

"De noite nunca tenho sono, mas de manhã não consigo acordar"

"Dizem que sou preguiçoso. Mas não é verdade, só não me consigo levantar de manhã"

"Não consigo ter horas certas de deitar. Sim, sou cego desde a nascença"

"Ando deprimida. De manhã tenho sempre sono, mas à noite sinto-me melhor"

"Não consigo adaptar-me às horas da minha mulher. Preciso de me deitar às 9 e acordar pelas 5 da manhã"

"Quando viajo para Macau em negócios, chego lá estafado."

"Nos últimos anos já não aguento fazer noites"

 
Causas possíveis para horários difíceis

- A sindroma de atraso de fase

- A sindroma de avanço de fase

- O jet lag

- O relógio circadiário com ritmo diferente das 24h

- O relógio circadiário com ritmo em curso livre

- A adopção de um horário que não se ajusta ao seu ritmo biológico, por exemplo horário matutino para um indivíduo noctivago, ou vice versa, um horário nocturno para um indivíduo matutino

Parassónias:

Podem subdividir-se em:

Perturbações do "arousal" (alerta) (parassónias do NREM)

Alertas confusionais, terrores nocturnos e sonambulismo

Perturbações da transição vigília-sono

D. movimentos rítmicos, sonilóquia, caimbras nocturnas

Parassónias associadas ao REM

Pesadelos, paralisia do sono, Erecções dolorosas , paragem sinusal, perturbações do comportamento REM

Outras parassónias:: Bruxismo, enurese, deglutição anormal, morte nocturna inexplicável, sindroma morte súbita infantil, mioclonias benignas neonatais, ressonar primário.

 
Parassónias do Sono NREM -I

São:

Alertas confusionais; Terrores nocturnos; Sonambulismo

Têm em comum:

Surgirem no sono lento (sono NREM) e mais no sono profundo (ie, surgem a horas mais ou menos certas e a memória deles é nula ou muito vaga!)

Os episódios podem ser desencadeados por despertares forçados durante o sono lento profundo

Padrões genéticos semelhantes (ie, há mais membros na família!)

Os episódios podem associar factores das várias entidades

Começam na infância onde são consideradas relativamente normais (ie, no adulto há que pensar se o diagnóstico está correcto!)

 
Parassónias do Sono NREM - II

Factores predisponentes: Genéticos

Factores facilitadores que tornam o sono mais profundo:

- Idade jovem

- Ter naturalmente um sono muito profundo

- Estar a recompor-se duma privação do sono

- Fazer exercício físico violento

- Fazer medicação com sedativos ou hipnóticõs

- Ingestão de alcool

- Febre

 
Parassónias do Sono NREM-IV

Terrores nocturnos

O doente (criança ou adulto) senta-se durante o sono, dá um grito lancinante e dá mostras de grande terror pela sua expressão facial, está suado, de pupilas dilatadas com a respiração e o pulso muito acelerados.

No fim não há memória do que se passou nem lembrança de nenhum sonho, há por vezes a noção de um grande peso no peito. Pode associar-se a comportamento violento com possíveis traumatismos

Duram 30 segundos a 5 minutos

Devem ser distinguidos de: pesadelos; crises de pânico; alertas confusionais; crises epilépticas

Tratamento: Evitar factores facilitadores. Reduzir  o stress. Por vezes as benzodiazepinas ou os tricíclicos podem ser úteis.

   
Parassónias do Sono NREM: Sonambulismo

Existem episódios recorrentes de levantar da cama e andar com comportamentos complexos e automáticos,abrir portas, descer escadas, ir para a cama dos pais, etc.

Podem existir vocalizações, mas as respostas à estimulação exterior e ao chamar pelo nome são vagas ou nulas. A lembrança do que se passou é inexistente ou vaga.

Surgem no primeiro terço da noite e duram cerca de 15 minutos até uma hora.

15 a 30% das crianças saudáveis têm pelo menos 1 episódio de sonambulismo e 3 a 4% têm-nos frequentemente.

Começam pelos 5 anos de idade  mais são mais frequentes aos 12, tendendo a desaparecer aos 15 anos. No adulto, é menos frequente (cerca de 1%), e surge como continuação dos episódios da infância ou da adoslescência.

Deve-se distinguir de epilepsia, parassónias do REM e alertas confusionais.

Tratamento: Evitar factores facilitadores. Reduzir  o stress. Psicoterapia nalguns casos e hipnose nos adultos. Por vezes as benzodiazepinas, os tricíclicos ou a carbamazepina podem ser úteis.

   
Parassónias do Sono paradoxal

Consistem na manifestação objectiva de comportamentos complexos, integrados num contexto onírico e associados ao sono paradoxal.

Os comportamentos são bizarros e implicam muitas lutas e agressões pelo que são perigosos para o doente ou para a/o companheira/o.

Frequente depois dos 60 anos

Geralmente não diagnosticada

É importante fazer polissonografia; os exames auxiliares de imagem justicam-se para excluir eventuais lesões do Sistema Nervoso.

Tratamento é simples visto que os episódios cedem ao clonazepam. Os tricíclicos são potencialmente perigosos porque podem acentuar o comportamento violento.

#6
Narcolepsia

É uma doença genética ligada ao sistema HLA na qual existe uma anomalia do sono paradoxal.

Sintomas próprios desta fase do sono aparecem isolados, e de forma bizarra, durante a vigília.

A doença é relativamente estacionária ao longo da vida e surge em vários membros da família.

O gene humano ainda não foi descrito mas conhece-se já o gene da narcolepsia do cão, ligado ao sistema da orexina.

 
Patofisiologia

Dissociação dos processos do sono REM

Atonia, paralisia e alucinações na vigília

Cataplexia: inibição do reflexo H

 
Prevalência e sintomas

A narcolepsia é uma doença pouco frequente (atinge 0.03-0.16% da população geral)

História familiar : 8% das narcolepsias são familiares e cerca de 10-40% dos familiares em 1º grau podem estar atingidos

Caracteriza-se por:

- Sonolência excessiva  

- Cataplexia

- Alucinações hipnagógicas

- Paralisia do sono

- Outros sintomas e problemas

 
História natural

Início: puberdade- 15 a 25 anos,2º pico pelos 35-45

Sintoma inicial mais frequente: sonolência excessiva

Cataplexia – pode só surgir 20 anos depois, raramente é o sintoma inicial

Alucinações e paralisia são transitórios

Insónia aumenta com a idade

 
Sonolência excessiva

Os doentes adormecem sem querer, de forma imperiosa,fazendo microssonos no meio das suas actividades diária

Duração < 1 hora, acordam por estímulos externos

Após o doente sente-se fresco



Os microssonos são muito incapacitantes e surgem diversas vezes ao longo do dia. Não significam preguiça, desatenção, etc.



As sestas são de grande utilidade porque permitem ao doente dormir quando "permitido" e evitam sonolência indesejável durante algumas horas (chama-se a isto período refractário).

Apesar da sonolência diurna as noites são de insónia.

Pode haver uma baixa de vigilidade ao longo de todo o dia

 
Cataplexia

Consiste numa súbita falta de força sem perda dos sentidos, nem da memória, e é muitas vezes provocada por estímulos emocionais agradáveis.

A duração é breve: segundos ou minutos.

A falta de força pode ser total  (a pessoa cai ao chão) ou parcial (cai apenas o queixo ou a cabeça; os joelhos dobram-se; as mãos podem deixar cair objectos).

Exemplos de circunstâncias desencadeantes:

Emoção, stress, fadiga, refeições pesadas, surpresa

Riso, medo, ouvir música e ver um filme

A cataplexia pode ter consequências sérias e provocar acidentes: exemplo a condução automóvel.

 
Alucinações hipnagógicas

São visões assustadoras que surgem no adormecer.

Duram menos que 20 min e acabam espontaneamente.

São geralmente visuais: O doente pode ver monstros; ou simplesmente cores ou formas,  

Podem ser auditivas: sons ou melodias complexas

Podem ser somestésicas: sentir coisas a passar pelo corpo; levitação

Podm ser complexas e ameaçadoras: pensar que há ladrões em casa, etc

Não são perigosas, nem significam que exista uma perturbação mental ou psiquiátrica.São apenas muito desagradáveis e os doentes podem não as referir espontaneamente.

 
Outros sintomas podem ainda existir:

- Paralisia do sono

- Insónia com grande dificuldade de dormir à noite

- Depressão

- Riscos de acidentes

- Outras queixas de sono, tais como apneia, etc

- Excesso de peso



Como se diagnostica?
O diagnóstico implica:

Um quadro clínico compatível

Exames auxiliares positivos

Teste de latência múltipla do sono

Mostra sonolência excessiva (lat < 8 min; 8-10 ?)e adormecimentos iniciados por sono REM (latência < 15 min)

Polissonografia nocturna

Há insónia e diminuição da latência do REM

Tipagem HLA

Há uma associação forte com os haplotipos HLA-DR2- DQb106

Polissonografia ambulatória 24 a 36h

Fonte:centrodosono


Bem Nita!
Estou ver que daqui nada em alguns temas tenho que te perguntar! daqui nada percebes mais que eu! ;D

Mas está muito bom o topico! Tive a ler tudo, demorei não sei quanto tempo mas vale a pena!
Good work!

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Aquilo que vemos e sentimos é uma minúscula parte da realidade!

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https://www.facebook.com/pages/Team-LX-Paranormal-Hunters/237979526227155

Citação de: Infanati em 14 dezembro, 2009, 00:01
Bem Nita!
Estou ver que daqui nada em alguns temas tenho que te perguntar! daqui nada percebes mais que eu! ;D

Mas está muito bom o topico! Tive a ler tudo, demorei não sei quanto tempo mas vale a pena!
Good work!

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obrigada :D

Domik
JA VOS ACONTECEU DORMIR DE OLHOS ABERTOS ??? A mim ja , um amigo foi ter comigo a casa , a minha avo abriu-lhe a porta e disse'' ele ta na sala a dormir, acorda-o'' ele foi e viu-me de olhar parado e chamou-me umas quantas vezes , entrou em panico , pensou que tava morto . QUe ganda LOL.

Citação de: Domik em 10 janeiro, 2010, 10:46
JA VOS ACONTECEU DORMIR DE OLHOS ABERTOS ??? A mim ja , um amigo foi ter comigo a casa , a minha avo abriu-lhe a porta e disse'' ele ta na sala a dormir, acorda-o'' ele foi e viu-me de olhar parado e chamou-me umas quantas vezes , entrou em panico , pensou que tava morto . QUe ganda LOL.
sim,conheço uma rapariga assim...teimava que era mentira,até que a filmaram com um telemóvel e mostraram-lhe... :laugh:

''A tradição é a personalidade dos imbecis"

AndreiaLi
O Mistério do Sono e dos Sonhos

Uma nova  pesquisa encontrou mais evidências sobre um fato sobre qual tanto cientistas quanto leigos sabem, ainda que intuitivamente: sono e sonhos são um mecanismo psíquico [mental] de optimização da aprendizagem. [Ou seja, dormir e sonhar, este é um processo fundamental do processo de aprender qualquer coisa].

Segundo os pesquisadores, depois de um período concentrado em aprender uma tarefa física e/ou mental, ao acordar, a pessoa saberá ou estará executando melhor esta tarefa. Seja a montagem de um móvel ou o estudo das fórmulas de resolução de problemas matemáticos, ainda que, em geral, o sujeito nem se lembre do sonho, dormir bem depois do estudo, uma pesquisa, um treinamento, as tarefas parecem se tornar como que magicamente mais fáceis. São executadas com surpreendente familiaridade, depois que se dorme.

O bom sono possibilita memorização de grande quantidade de informações muito mais rápido que um trabalho consciente de repetição em estado de vigília. Em vigília, as informações, são obtidas, capturadas, registadas; mas é durante o sono essas informações são eficientemente processadas.

A questão que intriga os psiquiatras é o papel dos sonhos nesse fenómeno. Quer a pessoa se lembre ou não dos sonhos. Os que conseguem narrar seus sonhos não revelam sempre um tipo de experiência extravagante, fantástica, seja totalmente alheia ao sonho, seja claramente relacionado com um tema no qual a mente ocupou-se intensamente. Mesmo quando se sonha com a tarefa estudada ou praticada- o compromisso de ministrar uma palestra por exemplo, as situações são sempre delirantes, absurdas, deslocadas. Labirínticas: as sequências de não dão em nada, não se concluem, difusas, se esvaem no advento de uma outra cena qualquer.

A natureza e função dos sonhos. Robert Stickgold, pesquisador da Harvard Medical School acredita que os sonhos fazem parte do sistema psíquico que permitem ä mente consciente trabalhar sobre um mesmo problema [ou vários problemas, talvez] em muitos níveis de consciência.

Um destes níveis, ocupa-se, certamente, em encontrar, no labirinto de conhecimentos que é o acervo de registos da memória, associações úteis aplicáveis em propósitos determinados relacionados com as necessidades da experiência no estado de vigília.

Para os cientistas, sobre os sonhos, apesar de seus mistérios, é certo que são um sinal psíquico, sintoma de que outras partes do cérebro estão trabalhando no labirinto metafísico da Consciência e da Inconsciência. O labirinto onde estão: 1. o que o indivíduo sabe sobre si mesmo e sobre o mundo durante a vigília e 2. o universo sem tamanho do que ele nem sabe, ou não lembra sobre seu Si mesmo e do mundo quando está acordado.

Em A Doutrina Secreta, a ocultista H. P. Blavatsky [1831-1891] chama um sono perfeito de Sono dos Atlantes caracterizado por ser um sono sem sonhos. Muito possivelmente, a julgar pelo suposto avanço daquela civilização, esse sono do qual se desperta, sempre, sem qualquer lembrança: este sono que se aparenta com uma pequena morte parece ser, o mais adequado para um pleno aproveitamento do potencial da inteligência e exercício de faculdades, capacidades de acção sobrenaturais ou sobreterrenas [além do que é medianamente possível para um ser vivo, um homem, na terra, neste momento evolutivo].

Muitas pessoas citam Napoleão Bonaparte [1769-1821] para ilustrar seu desprezo pelo sono. Dizia aquele que corou a si mesmo imperador da França: Seis horas de sono para um homem, sete para uma mulher e oito para um tolo. E ainda: A morte é um sono sem sonhos e talvez sem despertar. Mas, como disse Frederico I [1657-1713] da Prússia: O sonho e a esperança são dois calmantes que a natureza concede ao ser humano.

fonte: sofá da sala noticias.

Depois de tanta explicação sobre o sono, não há mais nada a dizer. Bons sonhos!