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  • Cruz do patrao
    Iniciado por Greici
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Considerado o lugar mais assombrado de Recife, a cruz original, foi erguida pelos holandeses, no século XVII, no istmo que liga a capital de Pernambuco a Olinda e servia de orientação para os navios que entravam no porto. Ali, [onde hoje existe uma coluna dórica estilo grego] de alvenaria com seis metros de altura e dois de diâmetros, enterravam-se os escravos que morriam na travessia África-Brasil. No mesmo local, também aconteceram assassinatos e fuzilamentos. Maria Graham [1785-1842] uma inglesa que visitou o Brasil em seu livro Journal of a Voyage to Brazil, and Residence There, During Part of the Years 1821, 1822, 1823 (Diário de uma Viagem ao Brasil, e residência lá, durante os anos 1821, 1822 e 1823) escreve que os cadáveres mal sepultados na Cruz do Patrão, muitas vezes, deixavam entrever pés e pernas, que escapavam das covas precárias e emergiam da areia.
"A fé em Deus nos faz crer no incrível, ver o invisível e realizar o impossível."
"Senhor dá-me serenidade para aceitar tudo aquilo que não pode e não deve ser mudado. Dá-me força para mudar tudo o que pode e deve ser mudado. Mas, acima de tudo, dá-me sabedoria para distinguir uma coisa da outra."

#1
Olá Greici!

Tentei arranjar o código da imagem que tentaste colocar, mas não deu, penso que a imagem não é válida, não consegues carregar outra? ::)

#2
Citação de: IceBurn em 10 dezembro, 2009, 00:41
Olá Greici!

Tentei arranjar o código da imagem que tentaste colocar, mas não deu, penso que a imagem não é válida, não consegues carregar outra? ::)





"A fé em Deus nos faz crer no incrível, ver o invisível e realizar o impossível."
"Senhor dá-me serenidade para aceitar tudo aquilo que não pode e não deve ser mudado. Dá-me força para mudar tudo o que pode e deve ser mudado. Mas, acima de tudo, dá-me sabedoria para distinguir uma coisa da outra."

Citação de: IceBurn em 10 dezembro, 2009, 00:41
Olá Greici!

Tentei arranjar o código da imagem que tentaste colocar, mas não deu, penso que a imagem não é válida, não consegues carregar outra? ::)
oiiiiii, acho que agora deu certo , bjs... se deu manda resposta ta!!
"A fé em Deus nos faz crer no incrível, ver o invisível e realizar o impossível."
"Senhor dá-me serenidade para aceitar tudo aquilo que não pode e não deve ser mudado. Dá-me força para mudar tudo o que pode e deve ser mudado. Mas, acima de tudo, dá-me sabedoria para distinguir uma coisa da outra."

Agora sim, obrigado :)

Vou só juntar as imagens todas na mesma mensagem.

muito interessante!!!! ;)

fialves
Muito interessante!

É natural que seja um sítio muito assombrado, porque as pessoas que lá foram enterradas devem ter morrido numa situação de grande sofrimento e confusão



Citação de: Greici em 10 dezembro, 2009, 00:00
Considerado o lugar mais assombrado de Recife, a cruz original, foi erguida pelos holandeses, no século XVII, no istmo que liga a capital de Pernambuco a Olinda e servia de orientação para os navios que entravam no porto. Ali, [onde hoje existe uma coluna dórica estilo grego] de alvenaria com seis metros de altura e dois de diâmetros, enterravam-se os escravos que morriam na travessia África-Brasil. No mesmo local, também aconteceram assassinatos e fuzilamentos. Maria Graham [1785-1842] uma inglesa que visitou o Brasil em seu livro Journal of a Voyage to Brazil, and Residence There, During Part of the Years 1821, 1822, 1823 (Diário de uma Viagem ao Brasil, e residência lá, durante os anos 1821, 1822 e 1823) escreve que os cadáveres mal sepultados na Cruz do Patrão, muitas vezes, deixavam entrever pés e pernas, que escapavam das covas precárias e emergiam da areia.


Citação de: Greici em 10 dezembro, 2009, 00:00
Considerado o lugar mais assombrado de Recife, a cruz original, foi erguida pelos holandeses, no século XVII, no istmo que liga a capital de Pernambuco a Olinda e servia de orientação para os navios que entravam no porto. Ali, [onde hoje existe uma coluna dórica estilo grego] de alvenaria com seis metros de altura e dois de diâmetros, enterravam-se os escravos que morriam na travessia África-Brasil. No mesmo local, também aconteceram assassinatos e fuzilamentos. Maria Graham [1785-1842] uma inglesa que visitou o Brasil em seu livro Journal of a Voyage to Brazil, and Residence There, During Part of the Years 1821, 1822, 1823 (Diário de uma Viagem ao Brasil, e residência lá, durante os anos 1821, 1822 e 1823) escreve que os cadáveres mal sepultados na Cruz do Patrão, muitas vezes, deixavam entrever pés e pernas, que escapavam das covas precárias e emergiam da areia.


Um dos maiores escritores do Brasil, Gilberto Freire traduziu assim a Cruz do Patrão no seu livro Assombrações do Recife Velho:


Crédito da foto: João Paulo Leite Cocri da Costa
"Diz que na época colonial, no local onde hoje se encontra a Cruz, os negros se reuniam para fazer catimbó e que certa vez apareceu o diabo, pegou uma "negra de toutiço gordo e sumiu com ela no meio d´água. Tudo isso, entre estouros e no meio de muita catinga de enxofre".

Mas sabe-se que o relato que deu origem a esse comentário está registrado até hoje nos casos contados pelos antigos e nos papeis amarelados das Bibliotecas públicas do estado é que:

"Por muito tempo, foi crença que todo aquele que passasse de noite por perto dela ouviria gemidos angustiosos, veria almas penadas ou seria perseguido por infernais espíritos. Circunstâncias acidentais davam autoridade a estas crenças de remotas eras. Mais de uma vidente, passando por ali em horas mortas, encontrará o termo de seus dias. O sitio é de seu natural deserto e como próprio para se cometerem violências e atrocidades. De um lado corre o rio profundo nas marés vivas, do outro raiva bramindo e espadanando ondas o oceano, túmulo insondável e medonho, o istmo é estreito, longo e ermo. Fácil sepultura pode abrir na areia frouxa, nas águas mansas do Beberibe, ou nas ondas cruzadas do Atlântico a mão amestrada a ocultar as vitimas do punhal que ela brande."

"O que mais particularizou, porém, a Cruz do Patrão foram tradições de espíritos infernais, bruxarias e outras quejandas. Dizia-se que os feiticeiros iam celebrar os seus sortilégios em noite de São João, que eles escolhiam para iniciar nos asquerosos mistérios os neófitos. Aparecia o diabo e fazia coisas de arrepiar o cabelo. Foi por uma dessas ocasiões que teve existência a presente lenda: Estava celebrando a sua sessão anual o Congresso dos negros feiticeiros do Recife. Cada um deles tinha na mão um cacho de flores de arruda. O povo diz que em noite de São João esta planta da flores, as quais são logo arrebatadas pelos feiticeiros para as suas bruxarias. A meia noite começou a choréa dos mandigueiros.

Tripudiavam estes à roda da Cruz, rezando orações de tenebrosa virtude. O rei das trevas não se fez esperar por muito tempo. Tinha a forma de um animal desconhecido. Era preto como carvão. Os olhos acessos despediam chispas azuis. Brasas vivas caiam-lhe da boca encarnada e ameaçadora. Pela garganta se viam as entranhas, onde o fogo ardia. A visão horripilante a todos metia horror.
Entre os que tinham ido tomar mandinga  achava-se uma negra de grosso toutiço e largas ancas que lhe davam a forma da tanajura. Foi a primeira vez que passou pelas duras provas.

O animal informe atirou-se a ela por entre uma chuva de faíscas abrasadoras, ela porém, deitou-se a correr pelo istmo a fora, como si tivesse perdido a razão. Quando pensava que havia escapado a provocação cruel, tomou-lhe a dianteira o animal cada vez mais ameaçador e terrível. Levada pelo desespero do que via e sentia em redor de si, a negra correu ao mar para atirar-se nas águas gemedoras. O mar mostrava-se mais medonho que o demônio solto, e as suas vozes puseram no coração dela mais pavor do que as dos feiticeiros, que tripudiavam a roda da Cruz, em sua infernal choréa. Retrocedeu mais horrorizada que antes. Tenho dado de rosto com o inimigo pela vigésima vez, correu ao rio que volvia as águas tão de manso, que parecia adormecido. Meteu-se por elas a dentro, para escapar à terrível perseguição.

Enganado pela vista dos mangues, o demônio atirou-se após a fugitiva, julgando entrar em uma floresta. Assim, porém, que o seu corpo ígneo se pois em contato com as águas frias, súbita explosão destruiu a furiosa alimária  O estampido ribombou como descarga elétrica. Nuvem de fumo espesso, que tresandou a enxofre, cobriu a face de Beberibe.

No outro dia, na baixa mar, apareceu no lugar onde a negra se tinha afundado, não o seu corpo, mas a coroa preta, que indicou dali por diante aos feiticeiros a vingança do espirito das trevas."


Tendo em vista todos esses casos, a Cruz do Patrão tornou-se o monumento mais assombrado de Pernambuco e um dos maiores do Brasil.  Talvez hoje, com o istmo quase abandonado, pois o acesso é inviável, eu mesmo para chegar até a Cruz e registrá-la em fotos, tive que chegar a pé, pois de carro havia riscos. A Cruz não exerce o mesmo medo, mas sinceramente, eu não arrisco andar perto da Cruz a noite e você... arriscaria?

 





"A fé em Deus nos faz crer no incrível, ver o invisível e realizar o impossível."
"Senhor dá-me serenidade para aceitar tudo aquilo que não pode e não deve ser mudado. Dá-me força para mudar tudo o que pode e deve ser mudado. Mas, acima de tudo, dá-me sabedoria para distinguir uma coisa da outra."