Feitiços, livre arbítrio e o destino!

Boa tarde. Para os entendidos nestas matérias.
Depois de ter lido alguns tópicos relativos a esta categoria, venho expor algumas dúvidas, que não entendo que são as seguintes:

1) No caso de amarrações , o que move a outra pessoa a "obrigar/impor" a outra que goste dela ? (egoísmo, sentimento de posse ou desespero ou esquizofrenia ??


2) Partindo do princípio que o destino existe, desde que nascemos, havendo um feitiço de amarração o destino é alterado/modificado?? E o livre arbítrio da pessoa como fica??


3) Pondo isto com um exemplo prático para tentar explicar melhor vamos pressupor que Deus já escreveu o destino da pessoa A. E entretanto a A conhece B e namoram (e estava destinado estes ficaram juntos) até  a C que é uma inconformada fazer um feitiço de amarração ao B. É claro que o B volta para a C, contrariado, porque mexeram com o seu livre arbítrio e poder de escolha e até com o destino.
Como tal, no final ficam três vidas destruídas que é a de A  (que ficou sem quem ela gostava), a de B (porque está obrigado a estar com uma pessoa que não quer) e a de C (que está ao lado de um ser dominado por ela).
A minha questão é se efectivamente Deus (digo Deus, porque é nele que acredito, talvez para outras pessoas seja o universo), mas partindo da ideia de que  o destino entre A e B estava traçado e  tinha de "ser cumprido" como fica a vosso ver este caso?? Há uma alteração no destino, sendo assim, o que me leva a crer que o destino poderá não existir...
Explicando de outra forma. imaginando que estava destinado  o A e B têm de ficar juntos, ao haver o feitiço que a C faz, o que acontece?? O destino sofre um desvio e deixa de ser cumprido, ou como ele tem mesmo de se cumprir independentemente da amarração, a vida permite que voltem um para o outro ??

4) E as pessoas que fazem este tipo de práticas têm a lei do retorno? De que forma?? Será que nunca sentem peso na consciência pelo mal que causam na vida do próximo ?


Desculpem me estas divagações, mas tinha de  tirar estas dúvidas.
Obrigada

Não sou entendida na matéria, por isso vou apenas salientar um pequeno detalhe que é o seguinte:

2) Partindo do princípio que o destino existe, desde que nascemos, havendo um feitiço de amarração o destino é alterado/modificado?? E o livre arbítrio da pessoa como fica??


3) Pondo isto com um exemplo prático para tentar explicar melhor vamos pressupor que Deus já escreveu o destino da pessoa A. E entretanto a A conhece B e namoram (e estava destinado estes ficaram juntos) até  a C que é uma inconformada fazer um feitiço de amarração ao B. É claro que o B volta para a C, contrariado, porque mexeram com o seu livre arbítrio e poder de escolha e até com o destino.

Se partimos do pressuposto que o destino já está traçado e que foi deus que fez isso, temos de assumir que deus escreveu o destino de toda a gente e não apenas da pessoa A e B. Assim, o destino da pessoa C também já está traçado.

Então, a conclusão lógica só pode ser que se a pessoa C decidiu fazer uma amarração, então é porque foi esse o destino que deus escreveu para ela. Nem mais, nem menos.

Os conceitos de "livre arbítrio" e "destino traçado" não são compatíveis, não podem coexistir numa mesma linha de pensamento. Deus, tendo o poder de decidir o destino de cada um, não iria dar-nos liberdade de escolha porque isso não faz sentido no seu grande esquema das coisas. Ele apenas poderia dar-nos a ilusão de que escolhemos alguma coisa.

Assim sendo, se acreditas que o destino foi traçado por deus, não podes acreditar que um mísero ser humano teria o poder de baralhar os planos de deus por causa do livre arbítrio, que teria sido dado pelo próprio deus - como entenderás, isto não faz sentido. Nesta linha de pensamento, que deus tem planos definidos e definitivos para cada um, se pessoas fazem coisas más é porque é esse o seu destino, é porque é isso que deus decidiu para essas pessoas.


Por outro lado, se consideras que essa coisa do livre arbítrio existe mesmo, terás de deixar cair a teoria dos destinos escritos por deus. Assim, A e B não estão destinados a ficar juntos nesta ou noutra vida. Poderá haver outros motivos, outras forças cuja conjugação ou resolução conclua que é suposto que A e B fiquem juntos, mas trata-se de uma tendência. Poderão até haver conspirações para aumentar as probabilidades de A e B ficarem juntos, mas repara que são apenas probabilidades, não certezas definidas por divindades, e nesta perspectiva C terá hipóteses de interferir na possível futura relação de A e B.

Quanto à questão do "livre arbítrio", na minha modesta opinião isso não existe verdadeiramente. Ninguém é real e absolutamente livre, todos somos condicionados de uma forma ou de outra. "São as circunstâncias que governam os homens, não os homens que governam as circunstâncias." (Heródoto)
E as circunstâncias podem ser várias e dos mais variados calibres e mundos. Quem pode ter a certeza que as escolhas que faz foram tomadas em total liberdade e descondicionamento mental?

Boa tarde cassandra. Obrigada por responder ao tópico. Fez muitas referências interessantes e que dão que pensar também . De facto não sei se o destino existe mesmo. Fica a pergunta que já vi num filme que é o destino é um livro que se lê ou um diário que se escreve?? Por exemplo o meu pai e duas amigas dizem que é um diário que se escreve. Já eu não sei...acho que pode ser uma coisa e outra. Também me custa a crer que Deus destine alguém a fazer mal...penso que aí é uma escolha da pessoa. É do género como quem se droga. Talvez o destino ponha a determinada pessoa em contacto com o mundo da droga, mas depois é a própria pessoa que escolhe consumir ou não.
Por vezes há pessoas que dizem "ah é porque não tinha de ser"  e nunca percebi bem, mas deve ser dita por aquelas pessoas que acreditam no destino.

Por vezes há pessoas que dizem "ah é porque não tinha de ser"  e nunca percebi bem, mas deve ser dita por aquelas pessoas que acreditam no destino.

Eu digo isso mas não acredito no destino   

Eu digo isso porque as situações não dependem única e exclusivamente de nós, e como tudo é um caso de probabilidades mais ou menos favoráveis, para uma determinada situação ocorrer conforme nós gostaríamos implica que há uma série de factores que têm de se alinhar, tudo tem de ficar numa certa ordem para as coisas acontecerem.

Um exemplo, imagina que A e B gostam um do outro mas por causa das suas circunstâncias pessoais, no presente B não tem a força de vontade necessária para ultrapassar um certo obstáculo. Talvez B tenha ainda de crescer emocionalmente, de amadurecer, para que uma futura relação com A funcione.
Apesar do que sentem, se uma relação entre A e B não aconteceu neste momento é porque não tinha de acontecer, ou seja, é porque na realidade as condições para que isso acontecesse não estavam reunidas.

Boa Tarde, eu sou Catolico, mas nao acredito no destino tal como a Cassandra referiu pois entao as coisas erradas que fazemos seriam ditadas por Deus??! Eu acho que nao. Na minha opiniao o Destino e feito pelas nossas escolhas.(desculpem por nao ter acentos, o meu pc esta estragado).

     Eu sou dos que não se acreditam no destino e que o livre arbítrio nos pertence, contudo e tanto quanto me apercebo, há artífices do nosso destino pelo meio disso tudo.

     Nós temos a liberdade de escolher o nosso caminho, mas vejo pessoas com tudo o que necessitam para conseguir o que anseiam da vida, mas no momento em que vão dar o grande passo tudo o que aparenta ser azar lhes cai em cima.  Vejo também pessoas que mereciam a miséria por serem uns zeros em tudo o que fazem e dizem, mas que tudo conseguem como se a sorte os levasse ao colo. Como se ninguém lhes conseguisse negar o que eles querem.

     Eu tenho uma teoria para isso, que engloba o nome, a data da fecundação e uns gajos que se entretêm a brincar às escondidas com a gente.

     Contudo a experiência mostra-me que é possível a cada um conseguir o que pretende da vida desde que esteja atento, seja perseverante e não queira açambarcar o mundo com ambas as mãos. E já agora e muito importante, que não se deixe levar em conversa fiada.

     Quanto aos feitiços, infelizmente funcionam porque era necessária uma mudança de mentalidade muito grande para que cada um conseguisse o bloqueio dessas forças e pensamentos com que uns lixam a vida a muitos outros.

     E assim vai a vida da gente, como se isto fosse viver.

     Quanto às perguntas feitas pela Sophie14:

1 – O que move quem faz amarrações, é a falta de amor próprio, é o saber que que não vale nada nem tem nada que se aproveite seja em valores morais ou intelectuais. São pessoas egoístas que não se sabem dar (indispensável para uma boa relação) mas que dessa forma tudo julgam conseguir e também pessoas que sofrem de perturbações mentais. E também a vingança por se sentirem com direito a ter alguém de quem levaram uma valente nega. Claro está que estes sofrem de tudo o que acima citei.

     Mas piores ainda são os que fazem ou que ensinam a fazer essas amarrações. Esses são pessoas que se comprazem na dor e angustia que provocam nas vitimas dos feitiços. Nascesse-lhes um pinheiro no...

2 – Quanto ao destino:

     Fulano nasceu e alguém achou que ele servia para determinada missão. Então põem um anjo da guarda a vigiar o tipo e lentamente o anjo vai-lhe fazendo a cabeça. Não o guiam num destino individual, vão é dar a esse individuo as condições para que venha  a controlar massas de gente pois a finalidade é conduzir todos a um destino colectivo. Esses serão governantes de nações importantes, empresários que controlarão  grandes empresas com centenas de empregados que ficarão com o destino controlado pelo baixo salário que lhes pagam, dirigentes religiosos que farão a cabeça à pobre gente e generais das tropas que com a guerra controlarão o destino do povo.

     É uma teia tão bem organizada que uns milhares decidem o destino de milhões ao imporem regras e limites às capacidades individuais. De nada serve ter livre arbitro se nos tiram os meios de o pôr em prática.

3 – A lei do retorno é uma treta que foi inventada para apaziguar a nossa vontade de fazer justiça pelas próprias mãos. Não houvesse essa lei que nos ilude na ideia de que será feita justiça e as leis civis ao longo dos séculos terce-iam tornado muito mais duras e o mundo não andaria como anda. Tudo isso faz parte do esquema divino.

     Fico por aqui que já vai longa a opinião.

Sophie14,

As amarrações existem sim e infelizmente, há cada vez mais gente a fazer isso. Assim, o que move alguém a fazer amarrações é a obsessão. Quando uma pessoa fica obcecada por outra, não olha a meios para atingir os fins. O destino nunca é alterado, não através de feitiços como esse. O que é para ser, será, e assim, o destino cumpre se, exactamente quando tiver de ser cumprido, nem antes, nem depois, mas na hora certa. Feitiçarias não interferem com o destino de cada um, por mais cruel que esse seja. Para o caso prático que colocas, tem de se levar em conta que o destino não se altera exactamente por ser a vontade de Deus. O facto de que alguém tentou forçar outra pessoa através de feitiços apenas cumpre a vontade de Deus e isto por que ninguém ao cimo desta terra vive isento de provações de todos os tipos. O que se pretende com isto, é o não fazer o mal. Assim, quem tenta amarrar outra pessoa através desses métodos, na verdade condena se a si mesmo. Repara que o que acontece como resultado final de uma amarração é o ódio. O "amarrado', assim que desperta do transe, sem excepções, começa a sentir ódio por quem lhe fez algo do gênero. Nunca uma amarração foi bem sucedida. As vezes, Deus permite ao demonio que tente as pessoas para prova las na fé. Isto é facto. Uma vez que isto ocorre, o destino volta a ser cumprido. Quanto a "lei do retorno"; como é óbvio, quem faz amarrações, seja por que motivos forem, nunca é feliz, nunca tem paz nem descanso, nem terá a pessoa a quem quis amarrar, pois entregou se ao demonio. Isto já é retorno que chegue pois sujeita se a própria vida a quem detesta o gênero humano. Assim, após muito sofrimento, o executor da amarração verá a própria vida mergulhada no caos, bem como terá a sensação de que fez algo errado que lhe pesa e lhe custa, e isto é apenas uma questão de tempo, até que tenha consciência do mal que provocou, se emende, e faça as pazes com Deus novamente. O amor verdadeiro, que traz paz e bem estar, felicidade e alegria pode chegar a qualquer momento, e tudo o resto se desfaz como a palha ao vento.

Bem, após ler as várias ideias de cada um vou deixar aqui a minha já que é um pouquinho diferente das restantes mas acaba por ter também algumas semelhanças. passo a explicar.

Eu acredito em destino, em karma e também em livre arbítrio.

Para mim, todos nascemos com um destino traçado, uma linha que devemos seguir seja por motivos de karma de vidas passadas seja pelo que for. Da mesma forma, também acredito que esse destino pode ser alterado ou redirecionado dependendo do nosso livre arbítrio. Um exemplo concreto pegando na situação que utilizou. A e B estavam destinados a ficar juntos, mas C fez algo que mudou esse destino. O livre arbítrio de C fez com que pudesse utilizar meios à sua disposição para alterar o destino de alguém.

Agora, para mim, essa situação leva a outra. Se esse era o destino de A e B, e se por causa de C não se concretizou nesta vida, irá concretizar-se numa próxima. Se isso estava destinado a acontecer, acontecerá, pode é demorar mais do que é suposto devido a essas interferências externas. E quanto à pessoa C, como fez o que fez nesta vida, terá a sua consequência ainda nesta vida ou numa próxima.

A lei do retorno, para mim, é um facto. Pode ser coincidência, pode ser coisas da cabeça, mas acredito e tenho algumas experiências que me fazem acreditar que realmente essa lei existe. Da mesma forma que existe na física a lei de que uma ação leva sempre a uma reação, existe a mesma coisa no mundo espiritual. Neste caso, praticas o bem, recebes o bem. Praticas o mal, recebes o mal.

Claro que depois coloca-se a questão que o F. Leite abordou, e bem. Das pessoas que são boas e que só lhes acontecem desgraças e daqueles que mereciam tudo e mais alguma coisa e safam-se sempre. Aí tento pensar que é o karma a atuar, e que quem pratica o mal irá seguramente pagar por isso e quem sofre irá ser recompensado.

Poderão dizer que é uma visão ilusória, floreada, da realidade. Mas é a minha forma de ver as coisas, embora confesse que muitas vezes a vontade de fazer justiça pelas próprias mãos, principalmente com injustiças, é mais forte do que estes pensamentos.

Já quanto às amarrações, não tenho o conhecimento necessário para falar sobre o assunto, acredito que é possível realmente fazer mas tudo na vida tem as suas consequências...

Saudações.

Relembrando o meu velho amigo Maçónico Oculta.

"Todo o ponto de vista é a vista de um ponto".

E honestamente, vários pontos de vista, mesmo que opostos, fazem com que a "discussão" role sobre esferas, proporcionando assim um debate saudável.

Não posso ficar indiferente a nenhuma opinião acima escrita, pois de alguma forma concordo em parte com todas. Todas têm pontos que me são comuns. Por isso irei correr o risco de repetir.

Na minha visão e acção religiosa/magistica existem duas palavras chave- Lei Maior e Justiça Divina. Pois são elas que regem as minhas as minhas, e também as dos outros, acções magisticas. Só que aqui entra algo de mais complexa compreensão.
- A Lei Maior e a Justiça Divina são verticais. Logo, a sua regência vai do Alto ao Embaixo. E muitas vezes actua com recursos negativos para atingir o equilíbrio.

- Em minha opinião, ninguém é santo ou inocente. Assim sendo, se alguém recebe uma magia negativa e essa lhe tem efeito é porque de alguma forma estava em sintonia com esse tipo de negativismo. Seja amarração seja outra qualquer. Meus caros nada acontece por acaso. E muitas destas coisas acontecem não para punir ou condenar, mas sim para dar movimento, para estimular. Pois possivelmente esse alguém estava com a vida estagnada em um ou mais sentidos. Quem fica obcecado pela luz acaba por se cegar. Assim sendo, faz se necessário um estímulo negativo que o traga de volta à terra. Quem só vê escuridão acaba por receber um outro tipo de estímulo que o faça subir de novo à terra.

Agora temos outra análise importante a fazer.

Muitas são, as ditas amarrações, que se encontram há disponibilidade de todos, seja em livros, seja na internet.
Agora, quem ou quantos as sabe fazer com perfeição?
Deveremos nos preocupar com isso?
Meus caros, quanto mais importância derem ao assunto, mais força ele assume. E mesmo que nada exista, que é a maioria dos casos, decerto algo passará a existir. Vale uma aposta?

A magia não é assim tão linear quanto muitos pregam. Se assim fosse...o mundo estaria de pernas para o ar.

Quem o sabe fazer não precisa demonstrar que o sabe. E quem procura demonstrar de certo pouco ou nada sabe.

Obrigado