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  • A Não-Inscrição: uma reflexão para as Presidenciais de 2016
    Iniciado por Gens
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Há uns anos o filósofo José Gil lançou um livro onde abordava o fenómeno da não-inscrição na sociedade portuguesa. A obra intitulada «Portugal Hoje, Medo de Existir» fazia uma interessante reflexão sobre algumas das causas dos males que encontramos actualmente na sociedade portuguesa e que nos conduziram à crise que não aparenta ter fim.

Assim como há pessoas que durante o seu desenvolvimento espiritual estagnam, por não aprenderem nunca com as lições do quotidiano, repetindo ininterruptamente os mesmos erros, as sociedades, os países ou as nações também podem estagnar no seu processo de evolução cultural ou até regredir. O fenómeno da não-inscrição consiste apenas na ausência de reflexão e da tomada de consciência de uma acção, evento, acontecimento. Enquanto sociedade não interiorizamos os erros do presente no momento certo e não evoluímos. Por isso se diz que «Portugal está por cumprir».

Portugal apresenta historicamente um difícil relação com o dinheiro e com quem cria riqueza e «brilha». A inveja faz parte do lado negro dos portugueses e das portuguesas e constitui uma força de cariz auto-destrutivo quando se manifesta numa sociedade. Essa inveja combina-se com a vaidade e a péssima relação que temos com o dinheiro, injustamente apelidado de «vil metal». Em si não é «bom» nem «mau». Tudo depende da maneira como o ganhamos e de como o gerimos enquanto indivíduos e enquanto sociedade. Infelizmente não é essa a visão do povo lusitano, que ora o odeia, ora o desperdiça. Essa difícil relação com o dinheiro e também com o trabalho, aliada aos nossos defeitos históricos da alma lusitana, são as grandes causas das nossas crises cíclicas.

Agora que se aproximam as eleições Presidenciais, façamos pois um exercício de reflexão imparcial sobre este tema. Façamos a inscrição dos nossos erros enquanto sociedade. Todos nós enquanto portugueses temos um pouco deste lado negro da alma lusitana. Somente o auto-conhecimento poderá ajudar a expurgar estes defeitos e permitirá a nossa evolução. Não nos esqueçamos que o grau de evolução de uma sociedade depende apenas do somatório da evolução espiritual dos seus membros. Somente o reconhecimento, somente a inscrição dos erros e a consciência do lado negro dos portugueses permitirá que possamos tomar medidas para lidar com o nosso «demónio» interno. E aí Portugal poderá «cumprir-se», e os portugueses cumprirão parte da sua missão terrena.

Autor: LFGR (Gens)

C'est dans l'air.

Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

Citação de: Gens em 21 janeiro, 2016, 10:53
A inveja faz parte do lado negro dos portugueses e das portuguesas e constitui uma força de cariz auto-destrutivo quando se manifesta numa sociedade. Essa inveja combina-se com a vaidade...

Se a isso juntares uma boa dose de mesquinhez tens um bom... português!

Voto sempre. Não deixo de votar. Foi uma grande luta termos direito ao voto.
Sobre os candidatos, são aqueles que temos direito. Emanam da sociedade em que vivemos...
E adaptando uma linguagem futebolistas, também partilho aqui, que o que me chateia é o candidato que está a ser levado ao colo pela Comunicação social... Não chegou 10 anos como comentador?!?! E mais não digo.
"Sabemos o que está certo, sabemos o que está errado, fazemos o que esta certo e evitamos o que está errado"

Citação de: Tokobá del Rey em 21 janeiro, 2016, 13:02
E adaptando uma linguagem futebolistas, também partilho aqui, que o que me chateia é o candidato que está a ser levado ao colo pela Comunicação social... Não chegou 10 anos como comentador?!?! E mais não digo.
De tal forma que dos mais "presidenciáveis" é o único de quem não vi UM único cartazito até hoje... UM! É a isto que se chama "já está no papo!!"


Lá dizia o poeta "Deus quer, o homem sonha, a obra nasce". Portugal foi "criado" por visionários que estavam tão à frente do seu tempo que ainda hoje é difícil alcançar toda a extensão do que essas pessoas sonharam.
Quando deixámos de ser orientados por visionários e a pequenez se instalou, começou o descalabro.

Portugal tem uma localização óptima no mundo (na perspectiva do Ocidente, claro está), que foi bem aproveitada enquanto ainda houve gente com os ditos no sítio e visão. Eu acredito no potencial do meu país, acho que em havendo cabeças, podíamos estar no centro do mundo, e agora não falo em termos geográficos.

É uma tristeza que assim seja, mas não vejo que isso vá mudar em breve. Não só porque já não há visionários, mas porque está muito enraizado no povo esse sentimento de ser pequeno, de ser ninguém.

"Basta pouco, poucochinho para alegrar esta existência singela. É só amor, pão e vinho e um caldo verde, verdinho a fumegar na tigela".

Mudam-se os tempos, mudam-se os víveres. A vontade é a mesma... infelizmente!
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

Não sei de que visionário fala... Agora o professor martelo não será de certeza!!!
"Sabemos o que está certo, sabemos o que está errado, fazemos o que esta certo e evitamos o que está errado"

A história de Portugal, a verdadeira história de Portugal, é muito rica e muito interessante. É nela que se encontram visionários, não é nos debates para as presidenciais de 2016 (para mal dos nossos pecados...).


Se bem que o prof Marcelo acha que sabe o futuro... de certa forma, isso faz dele um visionário...  ::)
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

Sabe o futuro das negociatas dele e dos amigos dele. Cambada de mafiosos!!!
"Sabemos o que está certo, sabemos o que está errado, fazemos o que esta certo e evitamos o que está errado"

Gostei da reflexão. Vai ao encontro do que penso. Se calhar, por isso, não me identificar com este povo. Costumo dizer: Nasci num dos países certos e vim parar aqui por engano e teimosia do meu pai.
Os dois testes mais duros no caminho espiritual são a paciência para esperar o momento certo e a coragem de não nos decepcionar com o que encontramos.
Paulo Coelho

Por vezes nasce-se português por castigo flor. Não és a única a sentir que não pertences aqui...
C'est dans l'air.