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  • Quem é Esú, mais conhecido por Exú
    Iniciado por Tokobá del Rey
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Um contributo para o esclarecimento e para ir desfazendo os preconceitos e as confusões de conceitos.
Porque o diabo são os ignorante e o mal é a ignorância.

"Laroyé Esu. Baraô Esu

Exu, ou mais corretamente Esú (o esse lê-se x na língua ioruba), é o Orixá da comunicação. É aquele que vive entre os outros Orixás e os humanos. É quem liga os planos. Orixá da paciência, da ordem e da disciplina, toma conta e corrige os impacientes, os desordeiros e os indisciplinados.
É o guardião das aldeias, cidades e, claro, das casas e do asé. Porque está entre dois mundos, é aquele que melhor conhece o comportamento humano. A palavra Esú em iorubá significa 'esfera' e, na verdade, Esú é o movimento. É ele quem come e recebe as oferendas em primeiro lugar nos rituais do Candomblé. É ele quem assegura que tudo corre bem. É Esú que garante, com função de mensageiro entre o Orún (o mundo espiritual) e o Aiyé (o mundo material), que o ritual é recebido no Universo dos Orixás.

Esú, pelas suas responsabilidades de comunicação e proximidade, assume um estilo irreverente e brincalhão para que os humanos sintam a confiança para se aproximarem e abrirem o seu coração. Assim, Esú é quem conhece tudo. Os moralistas podem considerar Esú provocador, indecente e sexual. E, de facto, Esú é tudo isto. Mas Esú é muito mais!!!

Esú tem um caráter irrascível? Não é verdade. Basta que cumpram com Esú.

Diz a lenda que Esú teria sido um dos companheiros de Oduduà aquando da sua chegada a Ifé e chamava-se Èsù Obasin. Mais tarde, tornou-se um dos assistentes de Orunmilá e ainda rei de Ketu, sob o nome de Èsù Alákétú. A palavra elegbara significa "aquele que é possuidor do poder" (agbará).

Na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é denominado Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma missão", pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades do mercado do rei. Esú praticamente não possui ewós (ou quizilas) e aceita quase tudo o que lhe oferecem.

Os iorubas cultuam Esú na pedra vulcânica Yangi. Há também quem cultue Esú num montículo grotescamente modelado na forma humana com olhos, nariz e boca feita de búzios. Esú pode ser ainda representado numa estatueta enfeitada com fileiras de búzios ,tendo em suas mãos pequeninas cabaças onde carrega diversos pós que usa nos seus trabalhos.

Esú é o Orixá capaz de transformar o certo em errado e o errado em certo! 

No    Candomblé, Esú é um dos mais importantes orixás e sempre é o primeiro a receber as oferendas, as cantigas e as rezas: é saudado antes de todos os orixás, antes de qualquer cerimónia ou evento.

Esú é astucioso, vaidoso, culto e dono de grande sabedoria, grande conhecedor da natureza humana e dos assuntos mundanos.
Esú recebe diversos nomes, de acordo com a função que exerce ou com as suas qualidades: Elegbá ou Elegbará, Bará ou Ibará, Alaketu, Agbô, Odara, Akessan, Lalu, Ijelu (aquele que rege o nascimento e o crescimento de tudo o que existe), Ibarabo, Yangi, Baraketu (guardião das porteiras), Lonan (guardião dos caminhos), Iná (reverenciado na cerimónia do padê).

Em Cuba, Esú é chamado de Elegua, Elegguá ou Eleggua. Na Santería, é sincretizado El Niño de Atocha ou com Santo António de Pádua. É o porteiro de todos os caminhos, da montanha e da savana, é o primeiro dos quatro guerreiros junto de Ogum, Osùn e Oxossi.

No vodu haitiano, é chamado de Papa Legba e Legbá Petró, Maitre Carrefour ("dono da encruzilhada"). É o intermediário entre o loa e a humanidade. Esú está numa encruzilhada espiritual e dá (ou nega) permissão para falar com os espíritos de Guiné.

Na República Dominicana, é cultuado como Vodun Legba e, em Trinidad e Tobago, como Eshu.

O Dia de Esú é a segunda-feira."

Fonte: www.caminhodoxaman.com
"Sabemos o que está certo, sabemos o que está errado, fazemos o que esta certo e evitamos o que está errado"

Tokobá del Rey, muito grata pelo seu tópico.
Acho que seria muito interessante ir colocando mais tópicos sobre esta temática que ainda faz tanto confusão na cabeça de quem não conhece verdadeiramente do que se fala.
Para mim, potencia ainda mais a minha consideração e respeito por todos os seres!

Bem-haja!
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Muito obrigado pelas suas palavras simpáticas.
Está combinado.
Vou tentar publicar aqui de uma forma mais ou menos regular alguns esclarecimentos sobre Candomblé.
Fique em Paz
Olorum Abençoe
"Sabemos o que está certo, sabemos o que está errado, fazemos o que esta certo e evitamos o que está errado"

C'est dans l'air.

Esú, por ser o Orixá mais próximo, é aquele a muitas vezes se recorre para pedir ajuda e resolver questões do dia a dia.
Esú não nega ajuda.
Mas cuidado com o que se pede...porque Esú dá!!
Tão certo como Esú dar o que se lhe pede, é Esú cobrar o valor acordado.
A sua saudação é Baraô.
"Sabemos o que está certo, sabemos o que está errado, fazemos o que esta certo e evitamos o que está errado"

Citação de: Tokobá del Rey em 18 janeiro, 2016, 14:32
Tão certo como Esú dar o que se lhe pede, é Esú cobrar o valor acordado.
A sua saudação é Baraô.


Como assim ??? como sabemos o que Esú cobra , então Esú é uma entidade de trocas ?
A verdade doi, mas liberta

Tokobá, quando eu peço a um Exu uma "ajuda" e lhe faço uma oferta dá a ideia de uma transacção. Mas, como estamos em sede do oculto creio que o nome mais apropriado será pacto. É assim?

o que eu precisava agora era mesmo da ajuda de um Exu....=( para ver se a minha vida andava para a frente

#8
Citação de: KALKI em 18 janeiro, 2016, 14:34
Como assim ??? como sabemos o que Esú cobra , então Esú é uma entidade de trocas ?
Precisamente.
Esú conhece as nossas necessidades e conhece o nosso Orixá. Sabe que tudo o que nos acontece é responsabilidade apenas de nós mesmos. Se vamos pedir, neste caso a Esú, para alterar o natural desenvolvimento das coisas, estamos dispostos também a "dar" de nós mesmos para que aconteça o que queremos...
Trocamos em função da nossa vontade. E porque Esú está próximo de nós que somos matéria, Esú tem essa noção de valor material.

Citação de: Malik_ em 18 janeiro, 2016, 14:38
Tokobá, quando eu peço a um Exu uma "ajuda" e lhe faço uma oferta dá a ideia de uma transacção. Mas, como estamos em sede do oculto creio que o nome mais apropriado será pacto. É assim?
Pode chamar-lhe como quiser. Esú não se importa.
A designação pacto, no entanto remete para o universo católico de uma transação com o princípio do mal. E esta visão não coincide com o conceito fé Esú. Esú não moraliza. O bem e o mal estão dentro de cada um. Esú simplesmente faz o combinado e cobra.
Se o que pede é bom ou mau, isso é responsabilidade sua...
"Sabemos o que está certo, sabemos o que está errado, fazemos o que esta certo e evitamos o que está errado"

Citação de: Tokobá del Rey em 18 janeiro, 2016, 14:58

Precisamente.
Esú conhece as nossas necessidades e conhece o nosso Orixá. Sabe que tudo o que nos acontece é responsabilidade apenas de nós mesmos. Se vamos pedir, neste caso a Esú, para alterar o natural desenvolvimento das coisas, estamos dispostos também a "dar" de nós mesmos para que aconteça o que queremos...
Trocamos em função da nossa vontade. E porque Esú está próximo de nós que somos matéria, Esú tem essa noção de valor material.


Agradeço Tokobá pela explicação!

É na verdade uma oferenda, ritual ..... um mestre terreno sabe o que Esú gosta , nós pagamos ao mestre de contacto e voi lá,,, Esú cumpre o "contrato" ....
A verdade doi, mas liberta

Com a introdução do Cristianismo na Europa, bacia do Mediterrâneo e Médio Oriente passaram a chamar demónios a todas as entidades consideradas nas mitologias e tradições destes povos. Na tradição Mágica existem entidades que nos grimórios ou tratados de demonologia chamam de demónios, mas eu vejo-os digamos com comerciantes, mercadores ou diplomatas. Estas entidades actuam no plano astral e fazem um trabalho, e tal como no mundo terreno pagamos por um serviço, eles também cobram. É isto não é Tokobá? Já agora, quanto ao karma de quem faz a encomenda. Dará mau Karma? Será «pecado» ou crime espiritual. Sim e não, não e sim. Estas coisas não são preto ou branco. Depende da entidade e do trabalho.
C'est dans l'air.

#11
Citação de: KALKI em 18 janeiro, 2016, 15:05
Agradeço Tokobá pela explicação!

É na verdade uma oferenda, ritual ..... um mestre terreno sabe o que Esú gosta , nós pagamos ao mestre de contacto e voi lá,,, Esú cumpre o "contrato" ....
Na realidade paga a dívida, seja com comida, bebida ou flores... O que Esú (neste casa) ou os Orixás aceitam é a vibração de determinados produtos da natureza. Não comem dinheiro...
Ao Mestre Terreno,ao Zelador de Santo ou mais frequentemente chamado Pai de Santo, paga o lugar onde faz a oferta, o trabalho de preparar,  oferecer, rezar, pedir e passado umas horas ou um dias, o trabalho de levantar...Chama-se a isto pagar o "chão".
"Sabemos o que está certo, sabemos o que está errado, fazemos o que esta certo e evitamos o que está errado"

Citação de: Tokobá del Rey em 18 janeiro, 2016, 14:58

Pode chamar-lhe como quiser. Esú não se importa.
A designação pacto, no entanto remete para o universo católico de uma transação com o princípio do mal. E esta visão não coincide com o conceito fé Esú. Esú não moraliza. O bem e o mal estão dentro de cada um. Esú simplesmente faz o combinado e cobra.
Se o que pede é bom ou mau, isso é responsabilidade sua...

Tokobá, obrigado pelo esclarecimento.

Citação de: Gens em 18 janeiro, 2016, 15:07
Com a introdução do Cristianismo na Europa, bacia do Mediterrâneo e Médio Oriente passaram a chamar demónios a todas as entidades consideradas nas mitologias e tradições destes povos. Na tradição Mágica existem entidades que nos grimórios ou tratados de demonologia chamam de demónios, mas eu vejo-os digamos com comerciantes, mercadores ou diplomatas. Estas entidades actuam no plano astral e fazem um trabalho, e tal como no mundo terreno pagamos por um serviço, eles também cobram. É isto não é Tokobá? Já agora, quanto ao karma de quem faz a encomenda. Dará mau Karma? Será «pecado» ou crime espiritual. Sim e não, não e sim. Estas coisas não são preto ou branco. Depende da entidade e do trabalho.
Está a falar de uma realidade que não conheço. Sou um ignorante e não conheço essa tradição de que fala. Mas acredito que esteja certo.
Uma coisa posso dizer. Nunca vi um Orixá mau. De Esú a Oxalá todos são espíritos bons e evoluídos...
Já de pessoas não posso dizer o mesmo...
"Sabemos o que está certo, sabemos o que está errado, fazemos o que esta certo e evitamos o que está errado"

Citação de: Tokobá del Rey em 18 janeiro, 2016, 14:32

Tão certo como Esú dar o que se lhe pede, é Esú cobrar o valor acordado.

Como cobrar? A oferenda não é sempre adiantada?