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  • Sou do tempo
    Iniciado por cepticooucrente
    Lido 4.199 vezes
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Li este texto e foi como se me visse ao espelho, por isso quis partilhar. Cá vai:

Sou do tempo em que receber um toque no telemóvel do rapaz de quem gostava era super excitante, capaz de gerar tema de conversa durante, pelo menos, seis recreios. Agora, no início da adolescência, já se exige telemóvel, conta no facebook, no instagram, no twitter e já se chora por um tablet, que a vida está muito enfadonha e é preciso estar sempre actualizado.


Sou do tempo em que o concerto mais aguardado, e pelo qual suspirávamos e chorávamos, acontecia anualmente no Pavilhão... da escola. Das 16 às 18 horas. A banda convidada, formada pelo grupo do clube de música, arrancava os mesmos gritinhos que os One Direction e ninguém tinha de gastar dezenas de euros em bilhetes, gasolina e merchandising nem de dormir ao relento, em tendas. Para ver a nossa banda, bastava pedir aos pais que nos deixassem ficar a "tarde-livre" de quarta-feira, na escola.


Sou do tempo das BBF (Best Friends Forever), em que as amigas se abraçavam para deixar a marca em vez de se tagarem. Não se enviava convites para jogar online mas ofereciam-se convites feitos em cartolina para as BBF participarem na nossa louca festa do pijama. Sou do tempo das cartas escritas no Verão. Sou do tempo em que, se um rapaz ficava com o nosso elástico e o guardava no pulso, era sinal de que nos pediria em namoro depois.


Sou do tempo em que se decorava todos os números de telefone (fixo) dos nossos amigos e em que festejar o nosso aniversário significava ter direito a ir à discoteca – improvisada na garagem. Ligava-se a aparelhagem, baixavam-se as luzes, fechavam-se as portas e as janelas e os rapazes convidavam as raparigas, envergonhados e aos sorrisos, para dançar. E ali ficavam, a dançar um slow, ao som dos Backstreet Boys.


Sou do tempo em que aqueles que se sentavam nos últimos bancos do autocarro eram os alunos mais velhos ou populares da escola, e quem não o fosse e o fizesse, tornar-se-ia popular por desafiar as "leis instituídas". Sou do tempo em que tinha de esperar na fila da biblioteca para utilizar o único computador disponível, numa altura em que escrever no WORD era tudo o que precisávamos de saber fazer. Sou do tempo em que ir a pé para a paragem de autocarro não era perigoso e que estar sozinho em casa era normal.


Sou do tempo em que se via televisão com regras e negociações – um episódio das Navegantes da Lua valia uma tigela de sopa e seis colheres do prato principal. Sou do tempo em que estar na rua era bem mais divertido do que estar em casa, em que se fazia amigos e não inimigos e em que os pais conheciam os outros pais e que os pais conheciam os nossos amigos todos. Sou do tempo em que se dava um beijinho à professora no final do dia. Do tempo em que ter uma bolinha amarela por mau comportamento era uma vergonha familiar, do tempo em que se levava a merenda para a escola e se partilhava a mortadela.


Sou do tempo em que se tinha piolhos e não se ficava excluído do mundo por isso, porque era normal. Sou do tempo em que todas as descobertas eram sentidas e apreciadas com todo o histerismo e emoção que impunha a idade, sem que fosse preciso comprar tantas coisas, fazer tantas coisas, querer tantas coisas. Sou do tempo em que os pais achavam que lhes dávamos muito trabalho, mesmo sem nunca terem sido obrigados a dormir em tendas para comprar bilhetes de concertos, sem terem comprado lápis de quase todas as séries infantis ou presentes no valor de um carro, "porque todos os meus amigos têm e eu também tenho de ter". Sou do tempo que as pessoas do meu tempo têm tantas saudades – um tempo em que tudo era tão estimulante, excitante, divertido, mesmo que os nossos dedos não soubessem deslizar por ecrãs de alta definição. Os nossos estavam perfeitamente treinados para lançarem berlindes, com força e precisão, para dentro do buraco. O buraco que, felizmente, não nos sugou a infância.



Marine Antunes


Ah! Que saudades deste tempo!  :angel:

Sem dúvida! Éramos felizes, não é?
"Onde está Deus?" - perguntei à minha sobrinha de três anos.
"O que é Deus?" - indagou ela. "Deus é Amor." - respondi-lhe.
"Está aqui!" - disse ela, envolvendo-me no abraço mais delicioso do mundo!

É, e sem redes sociais. Nem telemóvel, quanto mais! ;)

sofiagov

Já somos todos cotas ... hehehe
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

Cotas no pc a falar no fórum... é muito à frente hehehehe!

Sem contar com os cotovelos e joelhos esfolados por cair da bicicleta, porque não havia capacetes, joelheiras e afins.
No tempo de férias jogava-se á bola desde manhã até á noite, subia-se ás árvores e até se construíam lá cabanas de madeira.
Faziam-se carros de rolamentos  e ás vezes só nos lembrávamos que aquilo não tinha travões, já a meio da descida ou na curva apertada.

Brincava-se na rua sem problemas nenhuns ou nas escadas do prédio e ninguém reclamava. Comia-se terra só para provar que não fazia mal à saúde. Andava-se à porrada para não levar desaforo para casa e ninguém se metia. Caía-se, deitava sangue, lambia-se a ferida para não ir a casa por pensos, não vá a mãe já não deixar sair mais... No verão, o tanque de lavar a roupa era a piscina de casa, rapazes e raparigas, de cuecas a tomar banho.

Era outra categoria! :D

KBTA
Éramos todos mais felizes :)

Lembro-me de ver vários desenhos animados que em comparação com os que dão hoje em dia nada tem a ver, de acordar cedo de propósito para os ver. Tinha um amigo de infância com quem nunca me zanguei, brincávamos com carros daqueles minúsculos, fazia-se casas com caixotes, legos, até filmes gravávamos nas cassetes. Adorava jogar super Mario naquelas consolas antigas. Tanta coisa ...

Comparando com a minha irmã atualmente, nada tem a ver. 


Lindo tópico :)

Sou do tempo em que não havia telemóveis e saia de casa depois do almoço com a único preocupação de voltar antes do jantar. Bastava dizer onde ia e com quem ia...o resto são detalhes.
Ir á praia sem toalha nem barracas, juntar os poucos escudos com o resto da malta pra comprar broinhas e assim enganar a fome.

Quanto ás redes sociais arrisco-me a dizer que neste tópico sou o único que não tem conta em nenhuma.
Não me trates por VOCÊ!!!
Respeito mais tratando-te por TU do que tu a tratares-me por VOCÊ!

Ai que saudades!!!
A nostalgia bateu-me á porta...
Lol

Sou do tempo em que os telemóveis não preenchiam as mentes dos jovens e estes saiam todos os dias para conviverem A SÉRIO uns com os outros...
...de quando passavam bons desenhos animados na televisão, como Dragon Ball, Fushigi Yuugi, Doraemon, Medabots, Tartarugas Ninja e muitos outros cuja informação já nem aparece em nenhum site na internet, infelizmente.

sou do tempo em que vinha almoçar a casa e sempre me despachava porque queria ver um determinado desenho animado.
Sou do tempo dos tazos, cromos e autocolantes de cadernetas (quem nunca ficou irritado por ver um cromo/tazo repetido dentro de um pacote de batatas?

Sou, igualmente, do tempo em que se podia viver numa utopia, em que tudo é épico e não há responsabilidades nenhumas e por essa fase, todos nós passamos e saudamos.

Sou do tempo em que se trocava cromos e matutazos com os amigos na rua ou na escola.
Sou do tempo em que não havia redes sociais nem telemóveis com fartura e mesmo assim era feliz.
Sou do tempo em que quando queria falar com um amigo ia directamente à casa dele tocar à campainha.
Sou do tempo em que passavam os melhores desenhos animados na televisão  ;)
Sou do tempo em que se aguardava impacientemente pelo Natal para saber que prendas iria receber.  :)
Sou do tempo em que 200 escudos dava para comprar um lanche como deve ser.
"Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso o universo de cada um se resume ao tamanho de seu saber." - Albert Einstein

#13
Citação de: _Indigo_ em 15 outubro, 2015, 22:21
Sou do tempo em que se trocava cromos e matutazos com os amigos na rua ou na escola.
Sou do tempo em que não havia redes sociais nem telemóveis com fartura e mesmo assim era feliz.
Sou do tempo em que quando queria falar com um amigo ia directamente à casa dele tocar à campainha.
Sou do tempo em que passavam os melhores desenhos animados na televisão  ;)
Sou do tempo em que se aguardava impacientemente pelo Natal para saber que prendas iria receber.  :)
Sou do tempo em que 200 escudos dava para comprar um lanche como deve ser.

Tinha tantos...era uma campeã no tazos,  bons tempos. ;)
"Um dia eu lhe disse para esconder o seu coração... Você deveria ter escutado"

Citação de: moonchild em 15 outubro, 2015, 22:55


Tinha tantos...era uma campeã no tazos,  bons tempos. ;)

Também sou do tempo em que jogava ao pião, yoyo, berlindes, diabolo.
Relativamente aos tazos também tinha alguns (desde os looney toons aos tazos do chester... depois apareceram os master tazos que eram maiores... mais tarde surgiram uns dos pokemons) :)
Os pega-monstros também eram engraçados :P
"Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso o universo de cada um se resume ao tamanho de seu saber." - Albert Einstein