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  • Correlação entre ateísmo e desenvolvimento
    Iniciado por credatis
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Analisando o mapa verificamos que existe uma forte correlação entre o grau de desenvolvimento dos países (e das suas sociedades), com a percentagem de pessoas que se consideram "ateus". Ou seja, afirmam que:
"Eu não acredito que haja algum tipo de espírito, Deus ou força vital."

Verifica-se que o progresso civilizacional, ou seja: índices de educação,índices de desenvolvimento, índices de felicidade, índices criminalidade, índices de saúde pública...etc são (tirando algumas excepções...poucas..) mais positivos (altos ou baixos consoante a situação), nos países de mentalidade ateísta mais forte.

A percentagem do mesmo tem vindo a aumentar ao longo dos anos. E há quem afirme que atingiu um ponto em que não voltará atrás. Subiu cerca de 9% em mais de cinquenta países, só nos ultimos anos.

link estudo

Que dizer disto? Num fórum onde se cultiva tanto o paranormal... Que dizer dos países nórdicos, grandes modelos da "maneira de viver", que estão numa grande escalada ateista? O mundo será assim no futuro? Será esta a tendência a seguir? Estará a maioria de nós, aqui, a viver uma ilusão sem despertar para a realidade?

#1
Credatis, bom tópico... mas ficaram algumas dúvidas.

- Creio que a questão se coloca na própria definição de ateísmo. Estes estudos que generalizam resultados arrepiam-me, pois nem sempre conhecemos as variáveis que estão em jogo. Vamos ao caso específico da Ásia..., do Japão, por exemplo, onde existem xintoístas, budistas e afins que não assumem a existência de Deus ou Deuses.. mas uma realidade metafísica. Eles não deixam de ser "religiosos"... assumir uma realidade metafísica não é "acreditar" em alguma coisa? Essa "coisa" pode é estar fora ou dentro do sujeito... agora veja, e o pensamento e as emoções? Não são uma realidade "invisível" que a própria ciência concorda na sua existência? Com base em quê?

Pense o seguinte: o que é que lhe garante que eu, Faty Lee, tenho um pensamento e emoções? O que é que lhe garante que eu não sou um autómato programado altamente evoluído?... nada, pois você não acede nunca à minha realidade interior... apenas "projeta" aquilo que você vivencia em mim... ou seja, você assume (parte de um princípio que pode ser falacioso) que eu, como ser humano, penso e tenho emoções como você :) Eu posso não acreditar num espírito, Deus ou força vital, mas posso acreditar que mim? Com base em quê??

Por outro lado, o indicador económico do IDH é meramente estatístico, baseado em critérios objetivos que permitem a categorização de desenvolvimento (maior ou menor), ou seja, é um indicador questionável que aponta para tendência que se baseia em médias, medianas, dp, probabilidades e afins...

A própria estatística mostra a tendência para que nos países mais pobres (com índice de IDH mais baixo) exitam mais pessoas religiosas... e aqui sim, a religião poderá ser oposta ao desenvolvimento pois poderá ser um atraso cultural com consequências económicas e sociais (pois efetivamente, se o é em termos espirituais...)... mas ser religioso é ser ateísta?
E ainda mais... o que é ser desenvolvido? Tecnologicamente falando? Vamos ver onde a tecnologia nos irá levar... é em nome do desenvolvimento que acabamos por regredir, pois o desenvolvimento aqui neste contexto é meramente existencial... onde está o desenvolvimento essencial?

Bem-haja!
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334


#3
Sim até existe um manual de "como mentira com a estatística". Infelizmente não tive muito tempo para dedicar e perceber os parâmetros que usaram. Mas de maneira geral, daquilo que até vi no programa "portugueses pelo mundo" parece uma clara tendência em curso no norte da Europa. Um pouco por culpa dos ventos da antiga união soviética. Tendência essa que não está a ser compensada. De qualquer maneira obrigado pelos pontos de vista todos muito pertinentes. Aguardo mais comentários para dar um parecer mais extenso :-P

PS.. À que distinguir a diferença entre a teu e agnóstico. Para perceber os valores no mundo asiático.

Citação de: credatis em 21 agosto, 2015, 14:34
PS.. À que distinguir a diferença entre a teu e agnóstico. Para perceber os valores no mundo asiático.

Sim, parece-me muito importante. Eu confesso que faço um bocado de confusão :P

Citação de: cepticooucrente em 21 agosto, 2015, 14:40
Sim, parece-me muito importante. Eu confesso que faço um bocado de confusão :P

Os ateus negam a existência de qualquer Deus e a veracidade de qualquer religião que tenha Deus no centro (teístas). Mas eles podem ser materialistas, não acreditando na alma humana nem em qualquer coisa que não seja material, ou pelo contrário, podem ser espiritualistas, negando a existência de Deus mas podendo aceitar algumas ideias imateriais como a alma ou a reencarnação.

Os agnósticos acham que estas questões metafísicas (transcendentais) não podem ser analisadas pela razão humana. Por isso eles ficam "neutros", não rejeitam nem aceitam, apenas se isentam destas questões.
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Membro nr. 34334

#6
No fundo é um bocado o que eles fazem na asia. Deixam algo assim no ar, uma ideia divina. Mas como não tem ferramentas lógicas não avançam com ela.
Por isso muitas correntes não se debatem "por Deus". Não obstante disso os dados dão sempre que pensar

Citação de: credatis em 21 agosto, 2015, 22:54
No fundo é um bocado o que eles fazem na asia. Deixam algo assim no ar, uma ideia divina. Mas como não tem ferramentas lógicas não avançam com ela.

Pois não sei a que religião se refere... o Budismo Tibetano, que é o que me sinto mais à vontade, não deixa no ar, tem ferramentas muito concretas. Eles não negam a existência de Deus, personificam é o Sr. Buda como divindade, para além de outras. A neutralidade não existe no Budismo. Se assim fosse eles não defendiam a ideia de que somos nós que preparamos o nosso caminho espiritual... com as nossas ações, palavras e pensamentos. Se houvesse neutralidade não faria sentido fazermos nada... pois nunca se sabe o que pode ou não acontece. :(
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Membro nr. 34334

Acho que entendi. Os ateus negam totalmente a existência de Deus. Tudo tem uma explicação física, material, palpável. Não há alma nem espírito, há um corpo que vive e morre.

Os agnósticos não acreditam nem deixam de acreditam. São questões que não lhes "cabe decidir", por isso deixam-se estar "na deles".
Mas isso não é um pouco estar "em cima do muro?" ::)

#9
Lol, claro que é, por vezes nestas questões somos mesmo agnósticos. Quando alguém diz ah e tal eu transformei-me num animal e corri pelo monte... pois eu não digo que não acredito e nem que não acredito, sou agnóstica... sento-me em cima do muro ;D ;D

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