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  • Receitas para fazer do vosso filho um toxicodependente
    Iniciado por Faty Lee
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Receitas para fazer do vosso filho um toxicodependente

Achei este texto simplesmente brutal, e por isso partilho convosco. Dá que pensar...

1. Na vossa família não há cromossomas ou genes da toxicodependência - até porque "isso só acontece aos outros!" Portanto há que meter mãos à obra o mais cedo possível. A destruição da alegria de viver pode começar antes da criança nascer – assim, concebam a criança sem a desejar. E durante a gravidez repitam, pelo menos cinco vezes ao dia, que a criança irá estragar a vossa vida, destruirá a harmonia conjugal, impedirá a ida à discoteca ou ao cinema, "que chatice, desarruma a sala". "E as mamas, que horror, ficarão todas moles, amamentar nunca. E a barriga, as pernas, as estrias ... e a celulite!!!" Mas não se pense em aborto – primeiro porque é pecado!; depois porque, de qualquer maneira, ele será recusado!

2. Se não conseguirem fazer isto, então fazei exatamente o contrário: desejai-o, desejai-o muito, só para vós, para que ele realize os vossos desejos, que compense todas as vossas frustrações, para que ele venha a ser aquilo que vocês não conseguiram ser. Mas, cuidado, mais tarde, quando ele já perceber, digam-lhe que ele não vale nada, mostrai-lhe a vossa deceção! Ele, que foi idealizado louro e de olhos verdes, afinal veio moreno e de olhos castanhos, tão vulgar que foi um erro esperar o seu nascimento com impaciência. Diga-lhe que ele não vale nada - que ele no futuro não valerá grande coisa!

3. Se a mãe começar a fraquejar e a querer o filho, aí o pai pode ser importante: ou maldiz repetidamente a sua sorte ou, melhor ainda, põe-se a milhas - assim o puto não terá a figura paterna de referência.

4. Se a vossa afetividade for demasiado equilibrada, esta preparação pré-natal não é fácil de conseguir. Não desespere, ainda vai a tempo.

Conforme sabem, a criança tem uma necessidade imperiosa de segurança e contacto físico. Deixai-o gritar dia e noite! Para ele ter a certeza de que vocês não o amam, deixai-o sozinho no berço, fechai-o à chave no quarto. Ele vai gritar até não poder mais, julgará que foi abandonado (sensação que será bom que se repita muitas outras vezes), terá pesadelos, cólicas, doenças psicossomáticas. Mas quem tiver medo da reação dos vizinhos, há ainda alternativas: nunca toquem na criança, a não ser para lhe assegurar o mínimo vital dos cuidados materiais. Sobretudo não a abracem, não a afaguem, não lhe falem com voz meiga, não lhe sorriam - nem ao domingo!

5. Se não forem capazes de respeitar estes conselhos, nem ser ou parecer indiferentes; se também não conseguirem sufocar, asfixiar a criança com o vosso amor excessivo e exclusivo, correis o risco de falhar na tarefa. Neste caso, entreguem-no a uma ama, mandem-no para um internato - com uma condição: mudem de ama de 2 em 2 meses ou de internato 2 vezes por ano, para ele nunca se ligar afetivamente a ninguém!

6. Entretanto o bebé cresceu. Se apesar de tudo ele ainda não é hipernervoso, agitado, um eterno insatisfeito, um descontente infeliz - aproveitem a aprendizagem da higiene física para recuperar o tempo perdido. Para ele aprender a pedir chichi e cocó há que meter-lhe medo e aterrorizá-lo, ameaçá-lo. Se não são capazes, ralhem-lhe e obriguem-no a limpar o chichi do chão, a cheirar o cocó. E, se por infelicidade, ele um dia pede que o ponham a fazer cocó, não o recompensem, nem com uma festinha, permanecei frios - e castigai-o de cada vez que mijar a cama!

Se recusarem os castigos corporais, basta permanecer silencioso, indiferente; calem-se, faça ou não faça chichi na cama ou nas cuecas. Não converse, nunca converse com o seu filho! Isto é ótimo! A criança fará cada vez mais asneiras para atrair a vossa atenção, para obter uma palavra ou mesmo uma palmada no rabo.

E perante um chichi na cama que nunca mais acaba, pode recorrer à farmácia para comprar um "controlador de urina", daqueles que acordam a criança em sobressalto ao toque de uma campainha (modelo "comandos") ou de preferência daqueles que dão choques elétricos (modelo "pide"). Não esquecer ainda o recurso a alguns médicos, para o miúdo começar já a tomar medicamentos desnecessários!

7. Mais tarde, naquela fase em que os rapazinhos verdadeiramente se apaixonam pela mãe e as meninas pelo pai - não há nada melhor do que mostrar ciúme pela relação dos outros dois e dizer à criança que é uma vergonha, um nojo, o modo como ela procura o colo do pai ou da mãe, é feio a menina querer estar na cama ao domingo de manhã a fazer miminhos ao pai. Isso nunca, na cama?! Essas "atitudes viciosas" deverão ser explicadas aos filhos – "é pecado!" É que poderão, por castigo de um Deus punitivo, ficar surdos, loucos, ou as duas coisas. E aos putos, o melhor é dizer-lhes que se continua a brincar com a pila terão que lha cortar - é garantido que, pelo menos, se arrisca a ficar ou impotente ou neurótico.


8. No caso das mães, deverão elas dizer aos filhos: "não prestas, és igual ao teu pai", ou "se soubesse que saías ao teu pai, melhor seria não teres nascido". Se for pai, dizer às filhas que "vais ser tão galdéria como a tua mãe" ou "não estudes não, se não acabas como a tua mãe, que não sabe nada de nada, só serve para fazer a comida e lavar a roupa – e mesmo assim, mal!"

9. Se for pai e tiver um emprego que o obrigue a estar períodos fora de casa (militar, pescador, viajante,...) é ótimo, sobretudo porque não tem que aturar os filhos. E quando estiver de folga, passe o menos tempo possível em casa. Saia, beba uns copos com os amigos "que a vida não é só trabalho!" E quando chegar a casa, de preferência com os copos, exerça a autoridade que não pode exercer no dia-a-dia: uns berros para se saber quem manda, umas palmadas na mulher para não dar à língua com as vizinhas, um bofetão no mais velho para ele aprender a não lhe tirar uns trocos da carteira; mas dê uma nota ao puto mais novo para ele comprar uns esticas ou uns gelados.

10. Nunca saia com os filhos! Fartos da rua já eles estão! Nunca vão ao Jardim Zoológico ou ao oceanário! Não lhes dê oportunidades de eles aprenderem mais do que precisam! E "para ver papagaios basta a tia Alzira", e "focas? - a tua mãe não chega?"

11. Quando muito leve-o ao futebol - mas com uma condição: para ele poder aprender a insultar o árbitro (sobretudo a mãe do árbitro). É a maneira mais fácil de se aprender a não respeitar qualquer autoridade e a mais cómoda, porque não é fácil chamar nomes ao polícia, ao patrão ou ao professor do puto! E tem outra vantagem: um insulto da bancada é anónimo, não é responsável, é cobarde. E assim o puto também aprende a não ser responsável pelas afirmações que faz; aprende a dizer o que todos dizem e a não dizer o que ele próprio pensa.

12. A sociedade hoje valoriza o êxito - o que é ter êxito? É ter muitas coisas! Entre ser e ter - o privilégio vai para o ter! Não importa como - o importante é ter! Carros, casas, roupas (de marca, claro) - ter até dívidas!

Então o melhor é começar de pequenino. O quarto da criança deverá ser transformado numa loja de brinquedos (na competição com a vizinha do 3º direito, " a nossa filha tem mais!") - todos os modelos da Barbie, das primas da Barbie e do Ken! Pelo menos dez dinossauros diferentes; Heyman, super-homem, supermulher, monstros e jogos de computador! Muitos, todos! Tudo! São só vantagens! A criança aprende a tudo ter, a tudo querer. Aprende a não lutar pelas coisas que lhe vão encher a vida - já tem o seu quarto cheio! Aprende a ter um sentido de posse que na escola e na vida se manifesta pelo individualismo e pela falta de espírito solidário. E depois, se passar uma tarde sozinho frente ao computador, naquele jogo repetitivo e sem criatividade nenhuma, ao menos não apreende coisas feias com os putos do bairro, não aprende a viver em grupo, porque "todos sabemos o que eles aprendem uns com os outros".

E depois, pensando bem, é mais fácil comprar o amor dos nossos filhos do que perder tempo com eles. E sempre se pode dizer "sempre lhe dei tudo! nunca lhe faltou nada!"

13. A vida está difícil! É a crise! E faz algum mal sonhar? Não é mais fácil viver os problemas dos outros do que enfrentar os nossos? Ora digam lá: há falta de médicos de família nos Centros de Saúde, as escolas não têm ginásio, arranjar emprego "é que era bom" - mas afinal o Clinton e a Mónica? E o Príncipe Carlos sempre casa ou não com a Camila? O Santana Lopes faz as pazes com o João Baião? Há que consumir passivamente, acriticamente o que a TV dá. Sobretudo habituar os putos a consumir TV.

14. Ah! É verdade! Estão proibidos de ir falar com os professores, ou diretores de turma, de ir às reuniões da Associação de Pais! E muito menos de mostrar qualquer interesse pela evolução dos vossos filhos. Para isso há explicadores - paga-se e pronto! E depois a culpa até nem é nossa - os professores não ensinam, os explicadores não explicam, os putos não aprendem! E sempre se pode dizer: "Eu fiz tudo o que podia! Nunca lhe faltou nada!"

15. Importante é também preencher todo o tempo dos vossos filhos: entre a explicação de Física e a de Matemática tem a aula de bailado ("é pé de gesso, não gosta, mas a filha da D. Elisinha também é e lá anda!"); depois do treino da natação, "coitadinho está tão cansado que janta a dormir, levanta-se para ir para a cama". Por favor, não lhe deem tempo para pensar, para sonhar no que ele "quer ser quando for grande" - até porque os pais já decidiram que ele vai ser ou médico ou piloto da TAP - e se não for a culpa é dele, porque vocês fizeram tudo por ele.


16. Já maiorzitos, nunca lhes digam que eles são bonitos e bem feitos - que as borbulhas da cara são naturalmente o reflexo da puberdade que está aí. Acentuem os traços menos belos - o ser gordo, o ser lingrinhas, "tem as pernas tortas", "é mamuda e de rabo grande, tal qual a Tia".

17. A comida - desde pequenino há que habituá-los a comer a quantidade que nós quisermos -"ele não tem querer!". Estareis realizados no dia em que ele afirmar, definitivamente, que não gosta de leite, que a sopa é comida de pobre - e o empanturrardes de bolicaos, sorvetes, chupas e esticas. "Quando eu era pequenina", dizia uma senhora, "queria um chocolate e só o via de ano a ano, porque os meus pais não mo podiam dar - agora que posso, não há-de faltar nada ao meu filho!"

18. Diante do vosso filho sorriam às visitas - mas assim que elas saírem, fartai-vos de dizer mal delas, para os miúdos saberem o que é ser hipócrita.

E se eles mentirem - castigos.

E se eles perguntarem - silêncio, ou melhor, digam que as perguntas são idiotas!

19. Uma doença do filho, pode ser uma bênção - não o animem. Exprimam as vossas inquietudes - e chamem um médico daqueles que não falam nem com os adultos. Para saber do médico o que se passa, saiam da sala para que o vosso filho compreenda que não tem nada que saber o que se passa com o seu próprio corpo. E ficará perfeitamente confundido - até pode acontecer que volte a fazer chichi na cama. Nesse caso, é obrigatório fazê-lo sentir desvalorizado, culpabilizado, amesquinhado.

20. Chega a adolescência! Sair com jovens do mesmo sexo - "parece maricas!" Sair com jovens do outro sexo - "Não! E a Sida? E as hepatites?

Masturba-se? Que hábito feio! E as doenças que isso causa? Além do mais é pecado! "Qualquer dia peço ao Dr. Álvaro que te mande internar na casa dos malucos!"

21. Outras receitas – muitas!

- Faça de conta que não sabe que ele já começou a fumar uns cigarritos aos 9 anos – que diabo, há que ser tolerante!

- Partiu a antena do carro do vizinho, roubou o emblema do carro da Professora de matemática, rebentou a pontapé as papeleiras lá ao pé de casa – "O que é que se vai fazer? São as más companhias!"

- Faça de conta que não sabe que o seu filho falta à escola e anda na vadiagem – e diga "não posso andar sempre atrás dele!"

- E se um dia uma vizinha, cheia de boas intenções, lhe vier dizer que soube pelo filho dela que o seu filho já experimentou um "charrito" aos 11 anos – nada de conversas (isso nunca, em circunstância alguma!), uma boa carga de pancada ao mesmo tempo que lhe chama drogado, e no outro dia arraste-o consigo ao CAT, porque é lá que estão os "doutores que tratam essas coisas, eu não percebo nada disso! E até é melhor que o pai não saiba nada!"

Como não foi amado - não pode amar.

Como não foi valorizado - não se estima a si próprio.

Como não foi ouvido - não comunica.

Porque lhe falta isto, e muito mais - precisa duma prótese - que lhe permita Ser Ser Alguma Coisa. Essa prótese pode chamar-se Droga.

Assim já É! Já consegue Ser!

Sempre que falamos de crianças, acabamos a acusar os pais. Em toxicodependência tem-se a tentação de "acusar a família". O que pode ser, e muitas vezes é, o resultado de se estar a viver num mundo cheio de "armadilhas", que é o mundo das drogas.

É que é armadilha grave fazer crer que é apenas da responsabilidade dos pais aquilo de que eles são, às vezes, apenas vítimas. Se o fenómeno droga deslustra a sociedade em que vivemos - a responsabilidade é de cada um de nós, dos que apenas criticam e dos que se alheiam, dos que votam e dos que se abstêm, dos que têm o dever de governar e dos que têm apenas o dever ético de tentarem ser felizes - até dos que, pensando em liberalizações, pensam ensinar as pessoas a viver facultando-lhes meios de encontrar a morte.


Fonte: Relatório da Comissão para a Estratégia Nacional de Combate à Droga
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Puca
O texto é realmente brutal. Todos os pontos são reais, no entanto não creio que se acumulem todos frequentemente. Uma falha aqui, outra falha ali.

Mas a toxicodependência está relacionada com muitos mais factores do que a educação que têm ou tiveram em casa, está relacionada com o próprio caracter, discernimento, consciência. Podem ter tido uma educação terrível e nunca terem aptidão para se tornarem dependentes de drogas.

Por outro lado educações conscientes e fantásticas podem criar um toxicodependente.

Cada caso é um caso, não há receitas que sirvam para todos.

Também há o caso de, na mesma família, um filho ser toxicodependente e o outro não (mesmo a educação sendo a mesma).
Acho que as receitas em questão servem mais para criar um delinquente e mesmo assim não servirão a todos (porque há sempre excepções às regras - e ainda bem que tal acontece).

Sem dúvida Puca e arteycuerpo, pois a toxicodependência é multifatorial.

Não podemos também esquecer aqui a componente espiritual que tem um peso muito grande. De qualquer forma, a ênfase na educação, conforme se vê neste relatório, apesar de ser uma perspetiva reducionista, não deixa de ser interessante. A toxicodependência não escolhe estatutos nem educações perfeitas, as propensões e o livre-arbítrio do sujeito têm que ter algum peso nas decisões individuais. 

Bem-hajam!
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

sofiagov
Citação de: Puca em 15 julho, 2015, 00:07

Mas a toxicodependência está relacionada com muitos mais factores do que a educação que têm ou tiveram em casa, está relacionada com o próprio caracter, discernimento, consciência. Podem ter tido uma educação terrível e nunca terem aptidão para se tornarem dependentes de drogas.


há que concordar com isto.

Que texto fenomenal! Ironia no seu melhor! Claro que flagelos como a toxicodependência têm muitos outros factores e cada caso é um caso. Mas estes alertas devem mesmo ser genéricos para serem o mais abrangentes possível, e este é genial!

Excelente partilha!

"Tal qual a tia"... lá em casa diz-se muito isso, e tendo em conta que a tia sou eu... aqui é o melhor que se pode dizer à criança! ;D ;D ;D

Fenomenal: enumera alguns dos comportamentos inconscientes ou não, do adulto em relação à criança ou adolescente, que poderão motivar a entrada na delinquência.
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

Até fiquei com lágrimas nos olhos, como eu me revejo nestes pontos... Meu Deus, eu nem sei que dizer
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Citação de: cody sweets em 15 julho, 2015, 13:43
Até fiquei com lágrimas nos olhos, como eu me revejo nestes pontos... Meu Deus, eu nem sei que dizer

Então Cody, não fiques assim... :( vá, arrebita lá. :)
Já passou. ;)

Eu sei que já passou, mas custa-me saber que já fui exemplo disto!

Drogas, Tabaco, Alcool, Negócios Ilegais, entre outros...
Felizmente sozinho arranjei forças para me levantar, felizmente
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Citação de: cody sweets em 15 julho, 2015, 13:52
Felizmente sozinho arranjei forças para me levantar, felizmente

É isto que importa e que assim te mantenhas. É assim que dás o exemplo, pois não é para todos! ;)

Bem hajas!

Citação de: cody sweets em 15 julho, 2015, 13:52
Eu sei que já passou, mas custa-me saber que já fui exemplo disto!

Drogas, Tabaco, Alcool, Negócios Ilegais, entre outros...
Felizmente sozinho arranjei forças para me levantar, felizmente
Mas ja estas bem moço :)
Melhor que bem! És um homem exemplar, tal como o teu irmao!
http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

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"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

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