Ser tia...

A maioria das pessoas dizem que ser tia é das melhores coisas do mundo, e que só tem coisas boas nisso. Eu só tenho a concordar, pois desde que comecei a ser tia a minha vida mudou completamente, passei a dar mais importância e valor a coisas, gestos e momentos, passei a querer dar sempre o meu melhor para eles e com eles, ser tia é a eterna tentativa de ser absolutamente tudo para alguém.

Ser tia, é ganhar o maior presente do teu irmão ou da tua irmã, aquele a quem demos "cabo da cabeça e paciência" a vida inteira, e só ter que amar aquele serzinho mais e mais todos os dias, ser tia faz pensar como é ser mãe, só que sem tanta pressão e responsabilidade.

Ser tia é rir do teu irmão ou irmã quando eles estão ainda sem jeito de pegar e carregar aquele bocadinho de gente, e pensar que: "não deve ser tão difícil assim". Até que chega o momento de sermos nós a pegar nele ao colo, de o segurar nos nossos braços e percebemos que temos o mundo nas nossas mãos, e trememos, tentando disfarçar a falta de experiência.

Ser tia é voltar a imaginar, acreditar, e sonhar, é estragar com mimos e presentes, é poder ouvir a palavra "tia" e sentir-se sempre um bocadinho melhor, é perder definitivamente todas as armas e armaduras quando se ouve pela primeira vez a palavra "tia". É não resistir a dar colo, abraços, mimos e beijinhos. Ser tia é aproveitar breves períodos de tempo e companhia e transformá-los em eternos momentos de lembranças. Ser tia é preocuparmo-nos com os outros como se fossem nossos filhos mas saber que têm mães e pais que olham por eles, e que são eles que têm a parte mais chata.

Ser tia é ficar longe por 15 dias e ter a sensação de que eles já começaram a falar outra língua, e que já estão mais crescidos que nunca, é com eles que vemos e aprendemos que o tempo passa tudo muito rápido e que não o podemos controlar, ser tia é aprender a lidar com carinho quando alguém não nos quer dar um beijinho, é definitivamente o melhor tesouro que a vida nos deu. É fazer parte de histórias e procurar estar sempre por perto quando eles precisam. É descobrir que somos alguém melhor sempre que nos lembramos de que se é tia de alguém tão especial.

É também trocar as piores fraldas sem ter nojo e nenhum problema com isso, é brincar com o amigo imaginário, e ter de ficar a noite sem dormir, só para vigiar o sono de quem mais se ama. As tias podem amar do mesmo jeito que as mães, deixar guardados os segredos como uma irmã, dar amizade e carinho como uma amiga, e amar esses pequenos seres como se fossem seus.

Não há como falar muito no papel de uma tia dentro de uma família, pois cada uma delas ocupa um lugar diferente e especial. Elas só pensam em amar e em agradar, e sempre que têm uma oportunidade também querem beijar e abraçar. É tão grande o amor, que mal pode ser deixado em palavras.

Ser tia, resumindo, é amar uma pessoinha que não é nossa, mas a quem nós pertencemos, é acompanhar a vida de quem vive outras histórias e que faz parte da sua. É algo maravilhoso, é decididamente apaixonante e fascinante.

Eu amo ser tia!



Joana Torres

 
gostei muito

"Ser tia é ficar longe por 15 dias e ter a sensação de que eles já começaram a falar outra língua"

Este texto é a minha cara!

Eu também amo ser tia!

Eu tenho os sobrinhos mais fantásticos do mundo! Sim, sou suspeita para falar... 

Eles são uma bênção na minha vida, já partilhámos momentos deliciosos, de muito riso e cumplicidade. É uma sensação maravilhosa quando eles nos procuram para responder a alguma dúvida que tenham, e nós para eles somos as tias fixes, que sabem muitas coisas. São as tias que fazem desenhos malucos, que ensinam a jogar às cartas, que tiram fotos com caretas, que rebolam no chão, que falam da vida, de Deus, das músicas dos anos 80, de como eles eram "tolinhos" quando eram pequeninos, que os tratam com respeito e o máximo cuidado, e que recebem os beijos mais ensalivados e cheios de amor daquelas criaturinhas tão lindas, tão à espera que os guiemos neste mundo doido...

Deus permita que os meus sobrinhos tenham os seus tios por longos anos, e também tenham os seus avós por longos anos, porque a relação de avós/netos também é deliciosa. E este desejo é extensível a todas as tias e avós do fórum!

Ceptico, obrigada por este artigo maravilhoso, que me fez recordar as cócegas que a minha sobrinha mais nova estava a fazer-me ontem durante o jantar! Aquela "gaja"... 

Eu sou tia por afinidade e infelizmente não tenho um relacionamento assim com os meus dois sobrinhos porque apenas os vemos em ocasiões festivas, do género, concerto ou ballet da sobrinha ou Natal ou aniversários.

Tenho muito pena de não estar mais presente na vida deles porque gosto imenso deles.

Plenamente de acordo contigo, Littlelight! Eu estou com os meus desde o dia do nascimento, e eles já deviam conhecer a minha voz.

Com eles aprendi tanto sobre bebés! Mudar fraldas, dar banhos, fazer papas (nem muito finas nem muito grossas, para não enjoar), adormecê-los (a cantar e dançar com eles ao colo, que dores nas costas!), brincar, ver desenhos animados. Ver febres, controlar, dar medicação. Muitas noites quiseram a tia para pô-los a dormir em vez do pai ou a mãe! Levá-los a lanchar e deixar comer o que quiserem, não conseguir dizer que não a um bonequinho pequinino ou uma bola... claro que depois os pais ralham-me! Mas não me importo!

É absolutamente maravilhoso! A pequena usa o meu calçado, os meus elásticos do cabelo, as minhas carteiras...estraga-me tudo, não faz mal. Deixa a menina. O pequeno, já não é pequeno, mas é sempre o meu bébé. Agora já sou eu que pouso no colo dele, ele já é maior que eu! A primeira vez que ele pronunciou o nome dele foi comigo, enquanto cantávamos uma canção. Nunca esquecerei esse dia.

Os meus sobrinhos são o melhor que tenho na vida. E quando tiver filhos, apenas se irão juntar a eles. Porque eles são meus!


simplesmentemaria, compreendo bem. Também tenho esse caso de sobrinhos por afinidade. Mas nem nessas ocasiões os vejo, infelizmente.

Plenamente de acordo contigo, Littlelight! Eu estou com os meus desde o dia do nascimento, e eles já deviam conhecer a minha voz.

Quando a minha cunhada estava grávida da minha sobrinha mais nova, estava previsto a miúda nascer no mesmo mês do meu aniversário. E eu sempre falava com a barriga: "M., podes escolher qualquer dia para nascer, menos o dia 14. Assim, tu ficas com um dia só para ti, e eu com um só para mim. Ok?" E não é que a minha cunhada veio ao meu aniversário no dia 14 com a filha na barriga, e ela nasceu no dia 15?   Acho que a miúda percebeu o recado...

Quando a minha cunhada estava grávida da minha sobrinha mais nova, estava previsto a miúda nascer no mesmo mês do meu aniversário. E eu sempre falava com a barriga: "M., podes escolher qualquer dia para nascer, menos o dia 14. Assim, tu ficas com um dia só para ti, e eu com um só para mim. Ok?" E não é que a minha cunhada veio ao meu aniversário no dia 14 com a filha na barriga, e ela nasceu no dia 15?   Acho que a miúda percebeu o recado...

Isso é mesmo muito amoroso! Linda menina!

Quando a minha cunhada estava grávida da minha sobrinha mais nova, estava previsto a miúda nascer no mesmo mês do meu aniversário. E eu sempre falava com a barriga: "M., podes escolher qualquer dia para nascer, menos o dia 14. Assim, tu ficas com um dia só para ti, e eu com um só para mim. Ok?" E não é que a minha cunhada veio ao meu aniversário no dia 14 com a filha na barriga, e ela nasceu no dia 15?   Acho que a miúda percebeu o recado...

Delicioso

o melhor presente que me deram ultimamente foi convidar-me para ser padrinho da minha sobrinha linda que nasceu em fevereiro. Apesar da distância tento estar presente o mais possível, até pedi ao meu irmão no outro dia que encostasse o telefone à orelha dela apenas para eu lhe dizer olá e mandar um beijinho de modo a que ela ouvisse a minha voz.

O Amor, em todas as suas formas e feitios, é simples e mágico.

O Amor, em todas as suas formas e feitios, é simples e mágico.

E então pelos pequeninos... é tão bom!

o melhor presente que me deram ultimamente foi convidar-me para ser padrinho da minha sobrinha linda que nasceu em fevereiro. Apesar da distância tento estar presente o mais possível, até pedi ao meu irmão no outro dia que encostasse o telefone à orelha dela apenas para eu lhe dizer olá e mandar um beijinho de modo a que ela ouvisse a minha voz.

O Amor, em todas as suas formas e feitios, é simples e mágico.

Esse é outro grande desgosto que tenho. Convidaram o meu marido para padrinho do meu sobrinho (filho do irmão dele) e a mim não me convidaram para madrinha (sou prima direita do avô do meu sobrinho). Não tenho um único afilhado de baptismo.

E só um pequeno pormenor engraçado, fui a primeira pessoa a saber do nascimento dele porque liguei para a maternidade tinha ele acabado de nascer e os pais da minha prima que estavam no hospital souberam por mim.

simplesmentemaria, não fique triste. Pode desempenhar o papel de madrinha sem fazer o baptizado! Conheço pessoas que praticamente não conhecem os seus padrinhos. Como esses padrinhos podem ser padrinhos?!
Eu só sou madrinha de um dos meus sobrinhos, mas não faço qualquer distinção no relacionamento que tenho com eles. Por isso posso ser madrinha dos dois! A simplesmentemaria também pode assumir esse papel junto com o seu marido, em tudo que é suposto uma madrinha ser. Mesmo não sendo oficial!

simplesmentemaria, não fique triste. Pode desempenhar o papel de madrinha sem fazer o baptizado! Conheço pessoas que praticamente não conhecem os seus padrinhos. Como esses padrinhos podem ser padrinhos?!
Eu só sou madrinha de um dos meus sobrinhos, mas não faço qualquer distinção no relacionamento que tenho com eles. Por isso posso ser madrinha dos dois! A simplesmentemaria também pode assumir esse papel junto com o seu marido, em tudo que é suposto uma madrinha ser. Mesmo não sendo oficial!

Já foi há 6 anos. Nunca chorei tanto como na noite em que convidaram o meu marido e disseram que iam convidar outra pessoa. Eu nunca quis tirar o protagonismo da madrinha dele. Tanto que quando ele nasceu insistiam em chamar-me madrinha e eu sempre disse que era tia e não madrinha. Claro que assumo o papel com muito gosto.

Eu é que tenho a preocupação de dizer ao meu marido para telefonar a saber do menino, de comprar os presentes, etc. Eles vivem a 300km de nós. Se vivessem mais perto com toda a certeza que daria outro tipo de apoio.

Já foi há 6 anos. Nunca chorei tanto como na noite em que convidaram o meu marido e disseram que iam convidar outra pessoa. Eu nunca quis tirar o protagonismo da madrinha dele. Tanto que quando ele nasceu insistiam em chamar-me madrinha e eu sempre disse que era tia e não madrinha. Claro que assumo o papel com muito gosto.

Eu é que tenho a preocupação de dizer ao meu marido para telefonar a saber do menino, de comprar os presentes, etc. Eles vivem a 300km de nós. Se vivessem mais perto com toda a certeza que daria outro tipo de apoio.

Às vezes nestas alturas arranjam-se conflitos por esses "convites". Muitas vezes nem os pais se entendem na hora de escolher os padrinhos. E pode ter sido o caso, imagine um acordo: o seu marido seria o padrinho se a outra pessoa fosse a madrinha ou vice-versa. Às vezes acontece.
Por isso continue com essa atitude, que o menino é que não tem culpa nenhuma!