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  • Amor e Preconceito
    Iniciado por SaraRS
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Preconceito: Preconceito é uma postura ou idéia pré-concebida, uma atitude de alienação a tudo aquilo que foge dos "padrões" de uma sociedade.

"Purificando-te dos teus preconceitos e desembaraçando-te da mentalidade que te engana, torna-te um homem radicalmente novo." Epístola a Diogneto, Novo Testamento

Amor: Amor verdadeiro é aquele onde duas pessoas se amam, independente das situações e problemas que possam viver. O amor verdadeiro é aquele onde nada abala e que resiste a qualquer dificuldade e que os amantes/amigos/parentes se unem nos momentos ruins e celebram todos os momentos alegres juntos.

"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura os seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." Coríntios 13:4-7,

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Como o próprio nome indica, preconceito é aquele julgamento que fazemos antes de qualquer conhecimento ou análise.

Antes de julgamentos apressados, ou pior, de condenações apressadas, precisamos de saber avaliar cada caso.
Nos casos de amor, a coisa pega mais forte ainda, pois já que "o coração tem razões que a própria razão desconhece",  não é válido julgar se tal amor é "certo ou errado".  Só é preciso saber se ele existe, se é real.

O que será certo ou errado neste mundo? Os pensamentos diferem de pessoa para pessoa, sendo muito difícil chegar-se a um consenso.  Assim sendo, quem poderá julgar-se o dono da verdade para considerar algo como certo ou errado?
Vamos tentar definir quais os amores que provocam reacções em pessoas preconceituosas.

AMOR INTERRACIAL – Este já foi o mais condenado. Antigamente ver-se pessoas de raças diferentes juntas, sempre provocava olhares e comentários maldosos. Hoje é um pouco mais aceite, mas muitos pais, que falam que não tem preconceito racial, nunca aceitam que um filho ou filha tenha um relacionamento interracial. O coração e o cérebro não tem olhos para ligar a essas coisas, e se existe a real afinidade, o mais que se tem a fazer é aceitar a situação, e deixa-los viver o amor em paz.

AMOR HOMOSSEXUAL – Este então provoca enxaquecas e crises apopléticas em muita gente.
Diz-se que é contra a  Lei de Deus porque esta diz "Crescei-vos e multiplicai-vos", mas também diz "Amai-vos uns aos outros", sem fazer alusão a cor ou sexo.  Aliás, se existe algo que pode ser considerado como uma Lei Divina,  é o Amor entre as pessoas, ficando por conta do livre arbítrio como esse amor deve ser praticado.  Assim sendo, não é lícito interferir, quando duas pessoas do mesmo sexo sentem amor entre si.  Se para uns é um amor diferente, para eles é amor simplesmente.  Atentar contra a liberdade de pensamento é muito mais contrário às leis divinas, do que pessoas que sentem amor, desejem praticá-lo.

AMOR INTERSOCIAL – Este não é tão condenado, mas sempre suscita preconceitos e solta comentários maldosos.  Em certas classes, existe um preconceito muito forte contra um amor entre pessoas de classes sociais diferentes.  Volta-se a bater na mesma tecla.  Se eles se amam, saberão acertar entre si todas as diferenças porventura existentes, sem que ninguém precise as ficar apontando, criticando e condenando.

AMOR INTERGERACIONAL – Casais com diferença de idade maior são apontados e discriminados. Neste caso, um romance entre um homem maduro e uma jovem é melhor aceite do que aquele entre uma mulher madura e um jovem. Não vejo diferença.  Tanto uns como outros tem o mesmo direito à felicidade. Se eles se amam... alguém tem alguma coisa a ver com a diferença etária?

Apenas para finalizar, um lembrete: muitas vezes tais "amores impossíveis" dão muito mais certo do que os ditos "normais".  Muitas vezes o que ocorre, é que a perseguição e as críticas pode leva-los a manter uma união sem aquele amor verdadeiro, apenas "para contrariar e mostrar que faço o que quero". É quando pode não certo, para felicidade dos preconceituosos, que sempre sorriem vitoriosos, com a célebre frase: "Não te disse?".
Mas quando o amor é real, forte entre ambos, devem apenas estar preparados para encarar certas reações, apenas procurando dar a resposta através do Amor que sentem um pelo outro, ficando cada vez mais unidos à medida que um obstáculo é ultrapassado. Vivam com, do e para o amor.

Se o amor existe, há que deixa-lo sobreviver.  Não existe "amor diferente".  Existe AMOR, simplesmente e deve ser vivido intensamente e da melhor maneira possível.

Marcial Sallavery
www.recantodasletras.com


Qual a vossa opinião?
Conhecem alguma história para partilhar?

Bem hajam.

Ora aqui está um excelente tópico. Qual será a linha ténue (se é que existe) entre o amor e o preconceito?

AMOR INTERSOCIAL – Este não é tão condenado, mas sempre suscita preconceitos e solta comentários maldosos.  Em certas classes, existe um preconceito muito forte contra um amor entre pessoas de classes sociais diferentes.  Volta-se a bater na mesma tecla.  Se eles se amam, saberão acertar entre si todas as diferenças porventura existentes, sem que ninguém precise as ficar apontando, criticando e condenando.

Quando estamos inseridos numa sociedade, seja virtual ou não, para mim só existe uma única regra: Respeito (leia-se por nós próprios primeiramente e depois, naturalmente, pelos outros). Mas este não é certamente o lema de muitas pessoas que mascaram os seus próprios preconceitos através de críticas e comentários despropositados, negativos e depreciativos...

E sobre o amor intergeracional... sim tenho uma história que posso partilhar. Conheço uma senhora que tem 74 anos e que se apaixonou por um rapaz com 45 ... são apenas 29 anos de diferença. Ainda estão juntos apesar de toda a gente gerar críticas despropositadas, negativas e depreciativas ;D. Mas a realidade é só uma e essa, naturalmente destaca-se de tudo o resto: o Amor é bem mais forte do que o preconceito.
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Bonita partilha Faty Lee...
Relações que resistem assim, é amor puro e verdadeiro, sem dúvida.

O pior é que cada um de nos ao ler isto pensa: " Eu preconceituoso?? Não... Eu não julgo! Eu não condeno! Sejam felizes!"
Mas quando estas situações nos batem à porta, seja connosco mesmos ou com os nossos familiares/amigos, raramente aceitamos isso de espírito aberto à primeira.

Ora nem mais. O preconceito faz parte de todos nós, de alguma forma. Há situações que temos maior resistência em aceitar do que outras. O importante primeiro é termos consciência de nós próprios e quando o fazemos, será bem mais fácil alargarmos os nossos horizontes para os outros...

Estou curiosa agora com as outras histórias :)
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Membro nr. 34334

#4
Mais um lindo tópico da Sara! :)

A minha opinião é de que AMOR não tem apelido. Chama-se só Amor! Porque é só Amor. O único apelido que permitiria existir é o Incondicional. Porque amor que é amor é assim mesmo, incondicional!

Posso partilhar uma história:
Naquela época (anos 60/70), os dois jovens conheceram-se, trocaram uns olhares e tal, e eis que o rapaz foi pedir autorização ao pai dela para namorarem. O pai, um senhor de terras, rico, simpatizou com o rapaz e autorizou o namoro. Tudo corria bem, os pais dela gostavam imenso dele, ele era um rapaz que não era dali, muito trabalhador, ia a casa só ao fim-de-semana, e durante a semana depois do trabalho jantava sempre em casa da namorada, ajudava a trabalhar na terra, o que chamou a atenção do pai, se ele sabia trabalhar na terra era porque tinha terras também.

Um dia, o pai dela foi à terra natal do futuro genro em negócios e quis indagar sobre a família e a vida do rapaz. Até que descobriu que o moço sabia trabalhar a terra porque sempre trabalhou na terra... dos outros. Eles eram pobres, apenas tinham uma casinha e um pequeno quintal.
O severo pai imediatamente proíbe a filha de continuar aquele namoro. Não era homem para ela, não tinha posses, não tinha nada para lhe dar. ::)

O que eles sofreram. A filha recusava-se obedecer o pai. Ele castigava-a e nem o deixava entrar em casa.
Claro que ele se encontravam para namorar. O sentimento em nada foi abalado, em vez de namorarem "à janela" passaram a namorar às escondidas. Fácil! Mas aí a coisa complicou-se quando ela ficou grávida... Um escândalo, discussão até mais não... mas para evitar o falatório lá os deixaram casar.

Passaram mais de 40 anos e continuam juntinhos e felizes!

Um caso do velho preconceito entre o rico e o pobre. Não lhes adiantou de nada porque é sempre o mesmo que ganha: o Amor! :)

Wow cepticooucrente, esta história tem muito que se lhe diga.... Mas também é uma história muito comum naquela época, ou seja deve ser contextualizada... será que ainda hoje há este tipo de mentalidade? ;D
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Membro nr. 34334

Boa partilha cepticooucentre... mas a Faty Lee tem razão. Apesar de tudo, muitos teriam desistido !

Citação de: Faty Lee em 27 maio, 2015, 17:02
Wow cepticooucrente, esta história tem muito que se lhe diga.... Mas também é uma história muito comum naquela época, ou seja deve ser contextualizada... será que ainda hoje há este tipo de mentalidade? ;D

Bem, o meu primo formou-se na área de Artes e namora com uma rapariga da área de Medicina. Desde sempre sofreram comentários desagradáveis, de que ele queria aproveitar-se dela, que só estava com ela porque ela ia ser médica rica ...Por outro lado, ela era uma burra porque estava com um 'artista' que ia ser um zé ninguém na vida. Comentários por parte de amigos e de familiares próximos (pais, irmãos, etc) que ainda hoje continuam.
A verdade é que já passaram 6 anos e continuam juntos. Apoiam-se imenso nos trabalhos um do outro, sempre muito presentes, apesar da diferença de areas profissionais.
Se não é Amor, é o quê?

Claro que é uma história comum, mas também não é incomum uma das partes ceder às pressões e irem cada um para seu lado... nesta época também.

Sempre achei a história muito bonita porque, além de conhecer todos os intervenientes, conheço-a desde miúda e achava que só nas novelas é que havia disso!

Se não é Amor.... é interesse ;D ;D

Pois ainda bem que há quem ainda defenda aquilo em que acredita... antigamente era tudo bem mais complicado ;)
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Membro nr. 34334

#9
Eu acho que a ideia de que somos todos uma mente aberta actualmente é uma farsa. Em certa parte é verdade, mas temos muito que evoluir ainda. Alguns preconceitos quase desaparecem mas outros novos surgem.
Por exemplo, em questões de raça e classes sociais, pode-se dizer que sempre foi muito pior do que agora...
Mas em termos de homossexualidade e diferenças de idade regredimos. Desde pelo menos a Grécia Antiga até à epoca Barroca, etc, era considerado 'normal' e comum um homem ter intimidade sexual com outro homem, sem que isso fosse conotado negativamente.
Em relação a idade, por toda a História da Humanidade, sempre foi normal as mulheres casarem muito novas e, por vezes, com homens o triplo da idade...seja em tribos africanas/sul-americanas, como no 'luxo' de um reino europeu.

Por isso digo, hoje em dia a mente está mais aberta sim. Mas o coração mais fechado, talvez. Somos mais julgadores, mais mesquinhos, criticos... Se não regredimos, pelo menos não evoluímos nada significativo nesse aspecto.

Parabéns pelo tópico e obrigado a todos pelas histórias aqui partilhadas :)

O pai vinha de uma família de barões alemães e a minha mãe era inferiorizada pela família dele pelo simples facto de ser meia alemã e de a família dela não ter uma posto tão alto na nobreza como eles :-/

I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Obrigada Cody :)
Quanto mais alta a classe social, mais preconceito costuma existir.
O que me custa é não deixarem as pessoas viverem em Paz e terem necessidade de intrometer.
É legitimo dar uma opinião, mas constantemente? É demais.

O 'truque' é colocarmo-nos no papel do outro, com compreensão e humildade.