Quem serei eu

Eu tenho um hábito de fazer poemas sobre o que sinto nas minhas diversas "fases" 

Partilho este então aqui e espero que gostem!


Quem serei eu?
Que é tudo e é nada?
Quem serei eu?
Que nos montes perdidos vê o seu chamar.
Que nos mares inavegáveis ouve o seu clamor.
Que nas neves eternas encontra o seu espírito.
E na mortandade dos caídos encontra a sua glória.

Quem serei eu?
Que em tudo habita e em nada pertence.
Quem serei eu?
Que na beleza do fogo encontra o fogo da essência.
Que no mórbido e na dor eterna encontra a beleza do ser.
Que na esperança vã ainda se arrasta e se ergue altivo.
E no ódio e negrume que o rodeia, encontra a sua força.

Quem serei eu?
Que ainda luta pelo incerto.
Quem serei eu?
Que ainda ergue a mão e o espírito.
Que ainda ama, ainda aprende a perdoar, compreende.
Que no meio da revolta do seu interior encontra a linha ténue.
E que nela caminha, entre a tentação e o amor.

Entre o negrume e a dor.
Entre a luz e o amor.
Indeciso, dividido.
Nele recai a dualidade.
E sob os seus ombros, todo aquele peso.

Porque no fundo ele até que sabe
Até que sabe quem ele é.
E por mais que custe, por mais que o liberte;
Nada se equipara a ele reconhecer-se.
E nesse reconhecimento perder tudo;
Aquilo que menos vale, aquilo que o arrasta.
Aquilo a que ele se agarrou.
Aos fardos que nos seus ombros repousam.

Fingarfan adorei!

A dualidade patente faz-me lembrar a Espanca e também Luís de Camões. Será que ele é o tudo e o nada, o certo e o errado, a luz e escuridão concomitantemente e daí as suas dúvidas existenciais?

Lindo!

Muitos parabéns pelo talento, Fingarfan, é lindo!

estupendo...continua sempre...