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  • Milhares de portugueses sofrem de bipolaridade
    Iniciado por cepticooucrente
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Doença bipolar. Não escolhe sexo nem idade, não escolhe classe social. Mas escolhe pelo menos 200 mil portugueses. Segundo dados da Associação de Doentes Bipolares e Depressivos, «aproximadamente um por cento da população sofrem da doença, numa percentagem idêntica em ambos os sexos.
 
O conhecimento da doença é escasso, nomeadamente, quanto às suas origens: Sabe-se que esta perturbação maníaco-depressiva está relacionada com a hereditariedade, uma vez que mais de dois terços dos doentes têm antecedentes familiares.
 
Mas esta não uma condição absoluta e «muitos não reconhecem os sinais», como explicou o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Mourinho Batista, bastonário da Ordem dos Psicólogos.

Nesse medida, o especialista, fez uma caracterização da doença de modo a que os próprios ou familiares identifiquem os sintomas de uma hipotética bipolaridade.

«A bipolaridade é uma perturbação» que traz uma «alteração significativa dos estados humor, com alternância de estados de humor de grande euforia, felicidade, energia», por exemplo, numa semana, para sofrerem uma mutação logo a seguir que leva os doentes a caírem numa «depressão».
Mourinho Batista explica que estas são as manifestações «mais evidentes», mas também há manifestações de forma «menos intensa». É, no entanto, preciso estar atento a uma personalidade «agitada, irritada» que vive uma «tempestade de ideias, grande velocidade e bem-estar» e depois «passa para a depressão, com baixa autoestima» até «pensamentos de suicídio».

Associadas vêm as «alterações significativas do padrão de sono e de contacto», o que preocupante», segundo o médico, até porque não há cura. Em geral, a bipolaridade é «crónica».

Por isso, o bastonário aconselha, desde logo, uma «intervenção psiquiátrica» que permita uma «deteção cuidadosa e acompanhamento continuado em termos psiquiátrico», mas também em termos psicoterapêuticos». Ou seja, um «trabalho combinado para não permitir recaídas» e também porque esse «trabalho integrado permite uma boa gestão ao longo da vida».



TVI24


Esta patologia necessita apenas de «intervenção psiquiátrica» ou também espiritual? Como as relacionamos?
Opiniões?

A bipolaridade é conhecida sob diferentes designações, como a psicose maníaco-depressiva. É uma alteração de humor significativa. Todos temos esta bipolaridade, de alguma forma... É normal acordarmos de manhã, bem-dispostas, com vontade de beijar o mundo, extravasando a nossa energia megalómana e, momentos mais tarde, nesse mesmo dia, deprimimos... Há quem prefira ir às compras, comprar tudo e mais alguma coisa e depois quando chega a casa deprime porque toma consciência de que gastou mais do que aquilo que deveria.

É uma perturbação que tem comorbilidade com outras patologias e aqui as coisas complicam-se, nomeadamente na fase depressiva, onde pode haver surtos de tentativas de suicídio. Não há cura, mas os fármacos existentes revelam ser eficazes no controlo da perturbação, atenuando-os.

Certamente que reconheço clinicamente uma relação com a dimensão espiritual, já que o ser humano é um ser espiritual. É como que se houvesse um desequilíbrio energético que a pessoa não tem consciência e não consegue controlar. As fases da mania, são densas porque os sujeitos podem pensar-se como "heróis" e acabar por fazer barbaridades. O espírito vivencia, portanto, energias acumuladas na sua aprendizagem de vidas de excessos, com energias de carência e apatia absolutas, sendo por isso que o desequilíbrio ocorre.

Por esse motivo, para além da componente hereditária, é importante aferir também a vivência da pessoa durante o seu desenvolvimento. Há probabilidade de o facto de a pessoa viver com pessoas bipolares, desenvolver a perturbação pela proximidade de relação. Quantas mães e pais tem grandes variações de humor, passando de estados de elevado carinho pelos filhos, conforto, etc... a estados opostos de violência e de abuso? A criança aprende a integrar estes dois estados de humor como naturais respostas humanas, podendo desenvolver uma perturbação desta natureza.

O equilíbrio deve ser encontrado e a dimensão espiritual, a compreensão dos opostos em si, que são naturais deve permitir um maior controlo destes estados. Não é fácil certamente, mas aliando ao tratamento farmacológico à dimensão espiritual, certamente que os resultado serão muito mais eficazes.
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Gostei muito do seu comentário, vai de encontro ao que pensava, além de que muito melhor explicado! ;) Nem na minha cabeça estava assim, quanto mais em palavras... :P
Mas também, quem sabe sabe... ;)

#3
Citação de: Faty Lee em 31 março, 2015, 11:20
Por esse motivo, para além da componente hereditária, é importante aferir também a vivência da pessoa durante o seu desenvolvimento. Há probabilidade de o facto de a pessoa viver com pessoas bipolares, desenvolver a perturbação pela proximidade de relação. Quantas mães e pais tem grandes variações de humor, passando de estados de elevado carinho pelos filhos, conforto, etc... a estados opostos de violência e de abuso? A criança aprende a integrar estes dois estados de humor como naturais respostas humanas, podendo desenvolver uma perturbação desta natureza.

Tenho uma pessoa em casa assim e posso dizer que é SUPER DESGASTANTE.
Muitas vezes penso que vou perder a sanidade mental também e ao ler isso de que se pode desenvolver a perturbação pela proximidade de relação, confesso que fiquei assustada.
Em criança sofri imenso por causa disso...Foi preciso dar uma volta de 90º na minha atitude, se não a esta hora era uma pessoa completamente sem luz.
O mais complicado é que raramente assumem que têm um problema...

Sara, nunca assumem o problema... eles têm um sofrimento atroz. Assumem que é o "feitio" ou "personalidade" e não avançam mais...

Quem vive com eles, diariamente, tem mesmo que se demarcar e compreender a perturbação para não "sintonizar" na frequência, porque acaba por ser influenciado pela perturbação. Dai a necessidade de controlo farmacológico, mas normalmente este só surge num pico muito elevado.

Se tiverem interesse há um filme fabuloso com o Richard Gere que aborda a temática. Este filme é excelente, porque mostra claramente tudo isto que estamos a falar. É simplesmente brutal o surto psicótico bipolar que o Richard teve no concerto de música clássica. Recomendo vivamente, para quem ainda não viu:

https://youtu.be/oc7XozMbR9A
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"