Homossexualidade. Dá a tua opinião

Ora estamos de novo no mês do Orgulho LGBT, já há uns anos aqui escrevi acerca do porquê destas celebrações, mas vale sempre a pena relembrar.



No dia 28 de Junho de 1969, em Nova Iorque, mais concretamente no Stonewall Inn - bar LGBT - houve uma carga policial, bem como nas ruas próximas. Durante vários dias, existiram conflitos acesos entre polícias e gays, lésbicas, bissexuais e transgéneros. Foi a primeira vez que um grupo de pessoas LGBT se revoltou contra a polícia, contra o preconceito, contra a discriminação. E ficou um marco. Junho é o mês LGBT, muito por causa desta situação conhecida como a revolução de Stonewall.

 

Não, o Orgulho Gay, as marchas, as paradas, não servem simplesmente para se andarem a pavonear na rua, não é um acontecimento "só porque sim", tem significados, para além de dar visibilidade a uma minoria, é acima de tudo uma celebração da memória desta "revolução". Porque foi a partir desse Junho de 1969 que começou a haver mudança, união entre a comunidade LGBT que, sem medo, lutou pela igualdade.

Isto responde à célebre pergunta do "então e porque é que não há o orgulho heterossexual?".

Hoje em dia, já muito mudou, em alguns países. Ainda há um longo percurso para caminhar. Existem crimes de ódio, onde ser-se gay é motivo para matar, existem penas de morte, existem mil e uma atrocidades, argumentos e desculpas para se condenar o amor entre duas pessoas.



E sendo já no dia 24 de Junho o Arraial Pride em Lisboa, quem por lá aparecer avise para bebermos um copo!

O ódio, a discriminação, o preconceito, os actos sem nome cometidos contra seres humanos que foram brindados pelo verdadeiro amor, pela descoberta da amizade sincera, pelo orgulho de serem quem são e de deixarem um legado de liberdade para a posteridade, advem  da ignorância,do medo e da hipocrisia, mas sobretudo da vontade de rotular, de tentar castigar, vigiar e punir não apenas toda a comunidade LGBT mas todos aqueles que, independentemente da orientação sexual, são diferentes.

É horrível, nos dias que correm, leres, ouvires e veres pessoas referirem se aos seus semelhantes não pelos nomes deles mas pelos rótulos. Coisas como aquele gay, aquela fufa, a ciganada, o preto,o brazuca, o monhé, o chinoca, caem bastante mal para quem sofre na pele tais "considerações". O rótulo denigre por que não iguala, por que diminui, por que curraliza e divide. Provoca dor e sofrimento.

Eu, como heterossexual convicto e lésbico graças a Deus, tenho visto mais amor e amizade entre pessoas do mesmo sexo como raras vezes vi nas ditas "normais". Não se vê tanta violência doméstica, não se vêem maridos que chegam podres de bêbados a casa a agredirem a família, não se vêem tantas traições, nem tamanha hipocrisia. E isso é louvável. Isto é digno de nota e um modelo sobre como ser se verdadeiramente humano. Ser se humano na essência, é abster se de fazer o mal e ser se feliz.

Não compreendo como chegamos a isto em pleno século XXI, uma vez que era suposto a humanidade saber que grandes (e pequenas) figuras da antiguidade não faziam distinção entre aqueles que amaram, ou não, pessoas do mesmo sexo. Figuras imortais como Alexandre o Grande, Boudica, Xerxes da Pérsia e miriades de grandes filósofos, guerreiros, entre outros, que trouxeram o conhecimento e criaram as bases da nossa civilização. Afinal, creio que a raça humana se apequenou e regrediu, quando era suposto evoluir, ou seja, humanizar.

Aceitar o outro como ele e não é para todos. É mais fácil rotular, agredir e maltratar tudo o que não vai conforme o embotamento de quem assim procede. Nesses, o maligno fez o ninho. Através deles é que ocorrem barbaridades atrozes contra quem só quer ser feliz. Novamente, dividir para reinar.

Todos temos direito a Deus, ao amor, a integridade física, moral e espiritual. Todos têm o direito a felicidade, bem como a alcançar o que é melhor para si. Ninguém se arrogue o direito de achar se melhor do que o outro, nem de lhe atirar a cara seja o que for por que somos todos iguais no nascimento e na morte. Julgar,cabe apenas a Deus.

A nocao de que apenas uma mulher fará um homem feliz e que só um homem pode completar uma mulher é uma falacia. Quantos crimes não são cometidos a custa desse tipo de noção? Quantos ódios? Quantas infelicidades? Se alguém é capaz de fazer o bem a outro, de ama lo e respeita lo, esse alguém é um ser humano independente do sexo. O amor não se coisifica, não se divide.

Orgulhem se. Orgulhem se de quem são, do bem que fazem aos outros e da vossa iluminação pois aceitam as pessoas como elas são.

Deus está convosco, meus amigos. E como filhos de um Deus de amor é nosso dever batalhar contra o inimigo até ao fim. Não prevalecerá.

Aqui deixo o meu abraço para a comunidade LGBT e os meus votos de força e coragem. Antes mortos que vencidos.

Em nome de todos aqueles que sao vítimas de rótulos, agressões e preconceitos de todos os tipos.

Não há mais nada a acrescentar na minha opinião,

Grandes palavras santa muerte

Há pessoas mais conservadoras que não são tão abertas a estas situações. Mas opiniões são opiniões, quer sejam a favor ou contra. Deve haver respeito sem interferir na liberdade de cada um. A partir do momento em que se é livre e interfere na liberdade de outrem, já estará a criar motivos para julgamentos. O povo vive disso, julgamentos e preconceitos. Não pensem que o preconceito será apenas dirigido à orientação sexual das pessoas, haverá muitas mais coisas que são julgadas injustamente, mas permanecem indiferente aos olhos das pessoas. Há que ter isso em conta. 

O ideal seria deixar de haver julgamentos seja por que motivo for, mas infelizmente essa "tentação" de julgar é mais forte.

Eu próprio faço os meus julgamentos, muitas vezes injustamente, mas cabe a mim saber viver com esse problema e tentar superar isso da melhor forma para mim e para os que me rodeiem.

Nem preciso de dizer mais nada.