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  • O Papa e a Palmada Educativa
    Iniciado por cepticooucrente
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Dizem que o papa é a favor da palmada na criança. Ele estava a falar sobre a família, acerca do casal unido que tem como missão educar uma criança. E disse que o acto de se ser firme, com uma palmada pelo meio, de forma não humilhante, se justificaria como uma forma de se corrigir o comportamento do petiz.

No mural onde li isto, só meia dúzia de pessoas são totalmente contra a palmada. Outras defendiam que a palmada, na hora certa, nunca fez mal a ninguém. Muito pelo contrário, quando justificada, até faz bem ao desenvolvimento. E havia quem assegurasse que apanhou e até lhe fez bem. O debate continuava entre a palmada correctiva e a palmada como violência.

Uma palmada na hora certa não faz mal? Eu acho que não vem mal ao mundo, muito sinceramente. Mas depois também posso afirmar que sou totalmente contra bater nos miúdos. Nunca me passaria pela cabeça usar a palmada como forma de educar [??], como forma de punir nem como medida correctiva para nada. Não é porque eu sou o adulto, ou eu sou o pai ou mãe que tenho o direito de bater nos meus filhos. Não é porque eu sou o adulto, ou eu sou o pai ou mãe que os meus filhos me devem respeito se a relação não for baseada no respeito mútuo. Nada, na relação entre pais e filhos, é garantido. Apenas o amor incondicional deles em relação a nós. O contrário – pais que amam incondicionalmente – também tenho dúvidas que aconteça em todos os casos.

Usar a palmada apenas me definiria como pessoa incompetente na educação dos meus filhos. Como assim?

Eu sou a mãe dos meus filhos e tenho a responsabilidade de educar e orientá-los a cada momento das suas vidas. Uma das responsabilidades que tenho é acompanhá-los, garantir que construímos uma relação com significado e que é bom fazer parte desta família.
Só nesta primeira equação estou a garantir que os meus filhos cresçam em segurança emocional, que se vejam como pessoas de valor. Mas mais ainda, para quem a questão da autoridade e da obediência é tão importante. É quando eu desenvolvo a tal relação com significado – que dá trabalho e necessita de tempo e dedicação – que os meus filhos me vão obedecer. Porquê? Porque obedecer, senhores, não é a questão. A questão é cooperar e eles só cooperam quando se sentem ligados a nós. E por muito que não lhes apeteça ir para a cama ou fazer os deveres, quando a relação é humana e boa, eles sabem que aquilo que pedimos é justo e não lhes parecerá nem um capricho, nem lhes soará a um jogo de poder. Bater para obedecer.... É um bocadinho fraquinho da nossa parte, não é?
Alguns pais têm medo que os filhos lhes faltem ao respeito. Consideram que frases como "tu és mau, não gosto de ti, não como, agora quero isto e não me calo" como uma afronta à sua pessoa e também à sua capacidade de educar. E portanto, se a coisa não vai a bem... irá a mal. E a palmada é tantas vezes o reflexo de receios que temos – que a criança dê para torta, que nos deixe ficar mal em frente aos outros... E por isso, e afinal, a questão não reside apenas na criança mas também na aflição que nos vejam como maus educadores.
O meu paizinho deu-me muita porradinha mas eu hoje agradeço e até tenho uma boa relação com ele. Pois, e como eu disse há pouco, talvez a palmada não lhe tenha, de facto, feito mal... A esta distância talvez não se lembre – mas é muito possível que naquele momento tivesse apreciado mais outro tipo de firmeza, onde assumisse as responsabilidades das escolhas. Como assim? Quando batemos estamos, na verdade, a retirar a capacidade que a criança tem de se responsabilizar pela escolha que fez. Mas isso dá muito trabalho... Mas educar é talvez a tarefa mais importante que temos na vida – e isto não é demagogia...
É por falta de palmadas que o mundo está como está! Não, não e não! É por falta da nossa orientação. É por falta de acompanhamento, é por desinteresse ou, justamente, por darmos com uma mão e tirarmos com a outra. A maior parte das histórias de jovens que descarrilam têm pais que não querem saber ou pais opressores – e não pais equilibrados, homens e mulheres justas que sabem que quando colocam um filho no mundo é para dar o melhor que têm.
Poderia continuar por aqui fora com mais argumentos mas talvez aquele que eu considero mais forte é que eu considero-me melhor do que isso. "Sou humana" como alguns poderão dizer, "tenho as minhas falhas", dirão outros, mas nos valores pelos quais me oriento, bater ou humilhar não fazem parte de quem eu sou. Não bato, simplesmente, porque me considero melhor do que isso.

Magda Dias

O que acham disto?

sofiagov
eu sinceramente nunca fui de bater na minha filha, mas isto também não seria totalmente verdade pois quando era pequena e traquina dei-lhe uma ou duas palmadas no rabo ...confesso que não foi com força e não gostei muito mas sinceramente foi só isso.

ela geralmente faz tudo o que lhe peço, e atenção eu até peço não lhe imponho, por vezes sinto a sorte que tenho pelas filha maravilhosa e educada, talvez do facto de eu conversar com ela quando algo está mal... seja um pouco a solução, interessar-me pelos seus assuntos compartilhar com elas os maus momentos etc....

Já ralhei (está na adolescência :D) e já se sabe que nestas idades há mais impertinência mas mesmo assim ressalvo o facto de ter uma sorte maravilhosa , sem muito sobressaltos ou preocupações  ...no entanto isto não quer dizer que ela seja perfeita pois não o é de certeza e eu também não.

Nunca lhe dei bofetadas nem tareias nem nada disso mesmo porque a mim também os meus pais não o fizeram .... (apenas um estalo que até hoje não esqueço do meu pai...ihihih  era adolescente...e pumbas...) mas sei que ele ficou magoado com isso pois não era bater ...nunca o fora...mas naquele dia ele sei lá estava mesmo zangado.(ainda hoje relembro e o respeitinho a ele ....ui...ui, bastava abrir-me os olhos e eu encolhia-me logo... ;D ;D

Só sei que há muito menino/a que precisava de uma educação mais apertada, os pais por vezes são muito condescendentes e o menino fez isto ou aquilo e acham gracinha, mas depois é o que se vê...as muitas birras e má educação aos pais, quando crescem fazem o que lhe dá na gana .

viva a palmada na hora certa...

a minha mãe só ameaçava que me dava...mas coitada...ralhava mais que batia....ai..bons tempos... :angel: :angel:


Citação de: sofiagov em 09 fevereiro, 2015, 16:32
viva a palmada na hora certa...

Não tenho filhos, mas partilho desta opinião... ;)

Demorei um pouco a refletir sobre este ponto e acho que ambos pontos de vista (papa e Magda) são aceitáveis em função de cada situação em análise.

Tudo depende, acima de tudo, do equilíbrio dos pais e também das caraterísticas da própria criança ok?

Eu tenho um filho com 17 que sempre foi uma delícia, mesmo adolescente é muito recetivo às regras e tudo mais. A educação dele foi marcada pelo diálogo, pela partilha e ainda hoje funciona assim. Mas também ele é muito recetivo e quando não o é, dou-lhe tempo e ele rapidamente se posiciona com uma atitude compreensiva.

Mas tenho uma "pilantrinha" que vai fazer 2 anos, que me faz ter uma posição muito mais assertiva - não agressiva - para que ela compreenda os limites da sua ação. De vez em quando, claro que tem uma palmada nas fraldas, apesar de me custar fazê-lo, mas ela ainda não possui clara consciência das coisas e ainda não tem  o hábito de refletir. Faz por traquinice. Mas a traquinice pode ter consequências graves, como abrir a cabeça, cortar-se, etc...

Por isso, talvez seja eu que sou muito rígida em termos da educação, pois sou muito pouco tolerante com a falta de educação, não só por parte dos meus filhos, mas de qualquer pessoa (mais nova ou mais velha).

Se a escolha recair em dar uma palmada a um dos meus filhos bem merecida ou "fechar os olhos" e isso fizer dele um adulto que não saiba que a sua bolha individual termina quando começa a dos outros, certamente opto pela primeira.

Acredito também, que se a educação for assente em regras desde pequenos, quando chegarem à fase da adolescência e adulta aquilo que aprenderam já se encontra enraizado dentro deles e os ajudará a vivenciar as coisas da vida de forma diferente.

O meu pai nunca me bateu. A minha mãe bateu-me uma vez, tinha 10 anos e acho que foi muito bem merecido porque acho que passei das marcas (porque eu era mesmo terrível, lol).
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Puca
Uma palmada na hora certa é tão eficiente como um ralhete ou um castigo. A questão em todas estas ferramentas educativas está mais relacionada com a agressividade e/ou violência com que são infligidas, isto sim é "deseducação" não trás nada de proveitoso para a criança além de medo e falta de confiança no adulto.

Se o mau comportamento for incentivado a ser corrigido com a tal palmada, desde que não existe energia de raiva associada não faz mal a ninguém, os sentimentos e falta de controle por parte do adulto no momento é que podem ser o problema. Aliás se houver essa agressividade um ralhete pode ser muito pior do que a palmada, as palavras ferem como facas, só que não sangram, e numa criança podem ser muito traumáticas.

#5
Durante a minha infância levei muita bofetada e muita posta de pescada no focinho. O meu tio arrebentou-me muitas vezes os lábios à chapada. Para sincero isso não ensinou nada aliás só piorou a situação, mas pronto sou um caso a parte.
Como sou novo não tenho essa pessoa experiência de ter filhos mas concordo que uma chapada bem dada na hora não faz mal a ninguém, quanto aqueles pais que gritam e batem nos filhos por tudo e por nada acho uma atitude super incorrecta. Às vezes as crianças abusam e são mal educadas e à que lhes mostrar à atitude correta. À parte da chapada acho todos esses maus comportamentos podem ser evitados com conversas regulares e respeito mútuo entre pais e filhos
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Citação de: cody sweets em 09 fevereiro, 2015, 20:48
Durante a minha infância levei muita bofetada e muita posta de pescada no focinho. O meu tio arrebentou-me muitas vezes os lábios à chapada. Para sincero isso não ensinou nada aliás só piorou a situação, mas pronto sou um caso a parte.
Como sou novo não tenho essa pessoa experiência de ter filhos mas concordo que uma chapada bem dada na hora não faz mal a ninguém, quanto aqueles pais que gritam e batem nos filhos por tudo e por nada acho uma atitude super incorrecta. Às vezes as crianças abusam e são mal educadas e à que lhes mostrar à atitude correta. À parte da chapada acho todos esses maus comportamentos podem ser evitados com conversas regulares e respeito mútuo entre pais e filhos

Isto é excelente Cody. É aqui mesmo que termina o respeito pelos seres. Isto para mim é violência. Nunca conseguiria agredir ninguém dessa forma, nem de transferir as minhas frustrações para os outros. Eu tenho casos de violência terríveis, e perdoem-me isto não é educação é mau-trato mesmo! Violência gratuita! Obviamente que não terá resultados. Porque esta violência não tem um propósito a não ser deixar marcas terríveis e profundas nos seus alvos. Se você o questionar, ele nem saberá dizer porque razão o fazia... porque não há... apenas o libertar dos seus próprios fantasmas interiores... e você era criança!! Como poderia ele esperar que uma criança compreendesse isto? Porque não batia ele numa pessoa da idade dele e com a força dele?

Não conheço o teu tio, mas perdoe-me, ele é certamente um homem frustrado na vida, que apenas se queixa de tudo e de nada, que tem sempre razão e nunca soube o que era o verdadeiro Amor. Acima de tudo, falta-lhe o respeito por ele mesmo!
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Membro nr. 34334

Ele batia-me porque não gostava de mim e porque não fazia o que ele me mandava. Lembro-me de uma vez em especial. Das poucas vezes que não estava fechado no quarto estava na sala e ele mandou-me buscar não sei quê. Eu disse-lhe que não pois o meu irmão estava mais perto e ele virou-se para mim "Aqui quem manda sou eu digo para ires buscar e tu vais aqui não há nãos nem meios nãos"
Eu voltei a responder que não e ele marcou-me a mão na cara.
Enfim...
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Sou a favor da palmada na hora certa, contanto que depois se explique o porquê às crianças. Não é chegar, dar a palmada e pronto. Eles têm de entender o que fizeram de errado. Não tenho filhos, mas tenho um sobrinho de 4 anos que é um pestinha. É amoroso ele e geralmente faz o que lhe pedimos ou mandamos. No entanto, já algumas vezes lhe dei uma palmada e imediatamente a seguir expliquei-lhe porquê e o certo é que não voltou a fazer as mesmas coisas. Outras vezes apenas falo com ele ou ralho. Mais do que a palmada ou ralhetes, explicar o porquê de o termos feito é essencial para que aprendam a distinguir as coisas.

Citação de: fonseca em 09 fevereiro, 2015, 21:45
Sou a favor da palmada na hora certa, contanto que depois se explique o porquê às crianças. Não é chegar, dar a palmada e pronto. Eles têm de entender o que fizeram de errado. Não tenho filhos, mas tenho um sobrinho de 4 anos que é um pestinha. É amoroso ele e geralmente faz o que lhe pedimos ou mandamos. No entanto, já algumas vezes lhe dei uma palmada e imediatamente a seguir expliquei-lhe porquê e o certo é que não voltou a fazer as mesmas coisas. Outras vezes apenas falo com ele ou ralho. Mais do que a palmada ou ralhetes, explicar o porquê de o termos feito é essencial para que aprendam a distinguir as coisas.

Ora nem mais. Isto é muito importante, explicar, não importa a idade o porquê da nossa ação. Se o fizermos não ficará qualquer trama, pois a criança, dentro daquilo que a sua consciência lhe permitir, colocará as coisas no devido lugar. Bem comentado!
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Membro nr. 34334

Citação de: fonseca em 09 fevereiro, 2015, 21:45
Sou a favor da palmada na hora certa, contanto que depois se explique o porquê às crianças. Não é chegar, dar a palmada e pronto. Eles têm de entender o que fizeram de errado. Não tenho filhos, mas tenho um sobrinho de 4 anos que é um pestinha. É amoroso ele e geralmente faz o que lhe pedimos ou mandamos. No entanto, já algumas vezes lhe dei uma palmada e imediatamente a seguir expliquei-lhe porquê e o certo é que não voltou a fazer as mesmas coisas. Outras vezes apenas falo com ele ou ralho. Mais do que a palmada ou ralhetes, explicar o porquê de o termos feito é essencial para que aprendam a distinguir as coisas.


É isso mesmo, é a palmada na hora certa e devidamente justificada! ;)
Bem haja!

Acho que dependendo da forma como a criança é educada desde o seu primeiro dia, muitas vezes não é necessário chegar ao ponto da palmada. No entanto, também reconheço que as crianças têm os seus próprios temperamentos, e que muitas vezes, por mais diálogo que haja, elas só conseguem compreender quando há uma intervenção física, desde que essa intervenção tenha os seus limites no respeito pela criança. Tudo o que vai além disso passa a ser violência gratuita, totalmente inaceitável.
"Onde está Deus?" - perguntei à minha sobrinha de três anos.
"O que é Deus?" - indagou ela. "Deus é Amor." - respondi-lhe.
"Está aqui!" - disse ela, envolvendo-me no abraço mais delicioso do mundo!

Eu sou a favor da palmada na hora certa.

O meu filho com dois anos e meio, já não lhe digo nada, peço a mão dele quando faz as traquinices e já a esconde Lol , mas quando abusa lá vai aquela fralda ficar um pouco mais empapada :) ;D ;D ;D
Depois volto-me para ele triste pelo comportamento dele e volta-se logo para mim aos abraços, :angel: :angel: :angel: culpa papá. :angel: :angel: :angel:

O importante é eles entenderam que erraram e que não é assim ou assado, falando , explicando depois com calma.

Violência por si só, já é mau, para com crianças nem tenho palavras.
A verdade doi, mas liberta

Citação¶ A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe. Provérbios 29:15

CitaçãoNão retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Provérbios 23:13
a minha religião é a verdade...

Sempre fui muito brincalhão e, na escola levei muita reguada. A régua tinha para aí 6 cm de espessura e quando acabava a sessão de reguada ficava com as mãos inchadas, roxas e a ferver. SE não fosse à casa de banho lavá-las com água fria, ficava sem as poder mexer durante imenso tempo. Isso era violência!
Um estalo na hora certa não faz mal a ninguém mas, um estalo por "dá cá aquela palha" - a minha mãe não passava um dia em que não me desse um ou mais - apenas ajuda a deseducar.

#15
Bom dia Oculto!

Antigamente a educação era imposta, baseava-se na coação através da violência. Hoje em dia, baseia-se no laissez-faire (deixai fazer). Creio que são dois extremos e que nem um outro método são métodos assertivos de educação ;)

No meu tempo a professora também dava réguadas... outras tinham umas orelhas de burro de cartolina e quando alguém fazia asneiras ou dizia uma coisa mal, colocavam essas orelhas nas nossas cabeças e íamos para trás da sala, para sentirmos vergonha  :-\

Não tenho qualquer trauma ou tristeza desse tempo, porque nunca fui alvo de nenhum tipo destes métodos, apesar de irrequieta portei-me sempre bem, porque eu sabia que ter uma réguada causava dor e colocar as orelhas de burro seria uma vergonha ;) - Isto durante a primária claro, nomeadamente o 1º e 2º ano do primeiro ciclo.
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