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  • Sincronicidade
    Iniciado por cleopatra
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Sincronicidade:

Sincronicidade é um conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por relação causal e sim por relação de significado. Desta forma, é necessário que consideremos os eventos sincronísticos não a relacionado com o princípio da causalidade, mas por terem um significado igual ou semelhante. A sincronicidade é também referida por Jung de "coincidência significativa".

O termo foi utilizado pela primeira vez em publicações científicas em 1929, porém Jung demorou ainda mais 21 anos para concluir a obra "Sincronicidade: um princípio de conexões acausais", onde o expõe e propõe o início da discussão sobre o assunto. Uma de suas últimas obras foi, segundo o próprio, a de elaboração mais demorada devido à complexidade do tema e da impossibilidade de reprodução dos eventos em ambiente controlado.

Em termos simples, sincronicidade é a experiência de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma maneira que seja significativa para a pessoa (ou pessoas) que vivenciaram essa "coincidência significativa", onde esse significado sugere um padrão subjacente, uma sincronia1 .

A sincronicidade difere da coincidência, pois não implica somente na aleatoriedade das circunstâncias, mas sim num padrão subjacente ou dinâmico que é expresso através de eventos ou relações significativos. Foi este princípio, que Jung sentiu abrangido por seus conceitos de Arquétipo e Inconsciente coletivo, justamente o que uniu o médico psiquiatra Jung ao físico Wolfgang Pauli, dando início às pesquisas interdisciplinares em Física e Psicologia. Ocorre que a sincronicidade se manifesta às vezes atemporalmente e/ou em eventos energéticos acausais, e em ambos os casos são violados princípios associados ao paradigma científico vigente. Segundo Rocha Filho (2007)[vago], inclusive o insight pode ser um fenômeno sincronístico, assim como muitas descobertas científicas que, de acordo com dados históricos, ocorreram quase simultaneamente em diferentes lugares do mundo, sem que os cientistas tivessem qualquer contato. Acredita-se que a sincronicidade é reveladora e necessita de uma compreensão, e essa compreensão poderia surgir espontaneamente, sem nenhum raciocínio lógico. A esse tipo de compreensão instantânea Jung dava o nome de "insight".[carece de fontes]

Fundamentacão

As leis naturais são verdades estatísticas, absolutamente válidas ante magnitudes macrofísicas, mas não microfísicas. Isto implica um princípio de explicação diferente do causal. Cabe a indagação se em termos muito gerais existem não somente uma possibilidade senão uma realidade de acontecimentos acausais. Para isto há de se confrontar com o consolidado pensamento de causalidade circundando tudo, e tratar de separar a causalidade da acausalidade.

Causalidade → Casualidade ← Acausalidade

A acausalidade é esperável quando parece impensável a causalidade. Ante a casualidade só resulta viável a avaliação numérica ou o método estatístico. As agrupações ou séries de casualidades hão de ser consideradas casuais enquanto não se ultrapasse os limites da probabilidade. Pois, caso seja ultrapassado, implica-se um princípio acausal ou "conexão transversal de sentido".

Experimentos científicos de Rhine

A prova decisiva para a existência de vinculações acausais reside nos experimentos científicos de Joseph Banks Rhine efectuados a partir de adivinhação em cartas de zener, ainda que também tenham sido experimentados dados.

Cartas de Zener.
Sendo a média estatística de prováveis 5 acertos sobre 25 cartas, se chegaria a três conclusões seguintes:
1.Superação da probabilidade estatística.
2.A distância não afecta os resultados: não se pode tratar de um fenómeno de força ou energia.
3.O tempo tampouco altera os resultados do experimento.

Faz-se necessário ressaltar que o envolvimento do sujeito experimentador influencia diretamente nos resultados da experiência, e, consequentemente, na ocorrência de eventos sincronísticos. Carl Jung, em sua obra "Sincronicidade, um princípio de conexões acausais", aduz que o "ceticismo e a resistência produzem o contrário, isto é, criam disposições desfavoráveis no sujeito".

Exemplos

Abaixo seguem dois exemplos citados pelo próprio Jung.

"Uma jovem paciente sonhou, em um momento decisivo de seu tratamento, que lhe presenteavam com um escaravelho de ouro. Enquanto ela me contava o sonho, eu estava sentado de costas à janela fechada. De repente, ouvi de trás de mim um ruído como se algo golpeasse suavemente a janela. Dei meia volta e vi que foi um inseto voador que chocava contra ela. Abri-a e o apanhei. Era a analogía mais próxima a um escaravelho de ouro que se pode encontrar em nossas latitudes, a saber, um escarabeido (crisomélido), a Cetonia aurata, que, ao que parece, ao contrário de costumes habituais, se via na necessidade de entrar em uma sala escura precisamente naquele momento. Tenho que dizer que não me havia ocorrido algo semelhante nem antes nem depois disso, e que o sonho daquela paciente segue sendo um caso único em minha experiência."

"Na manhã do dia 1º de abril de 1949 eu transcrevera uma inscrição referente a uma figura que era metade homem, metade peixe. Ao almoço houve peixe. Alguém nos lembrou o costume do "Peixe em Abril" (primeiro de abril). De tarde, uma antiga paciente minha, que eu já não via por vários meses, me mostrou algumas figuras impressionantes de peixe. De noite, alguém me mostrou uma peça de bordado, representando um monstro marinho. Na manhã seguinte, bem cedo, eu vi uma outra antiga paciente, que veio me visitar pela primeira vez depois de dez anos. Na noite anterior ela sonhara com um grande peixe. Alguns meses depois, ao empregar esta série em um trabalho maior, e tendo encerrado justamente a sua redação, eu me dirigi a um local à beira do lago, em frente à minha casa, onde já estivera diversas vezes, naquela mesma manhã. Desta vez encontrei um peixe morto, de mais ou menos um pé (30 cm) de comprimento, sobre a amurada do lago. Como ninguém pôde estar lá, não tenho ideia de como o peixe foi parar ali."2

Modalidades

Carl Jung defende que os fenômenos sincronísticos podem ser agrupados em três categorias:

1. Coincidência de um estado psíquico do observador com um acontecimento objetivo externo e simultâneo, que corresponde ao estado ou conteúdo psíquico (p. ex., o escaravelho), onde não há nenhuma evidência de uma conexão causal entre o estado psíquico e o acontecimento externo e onde, considerando-se a relativização psíquica do espaço e do tempo tal conexão é simplesmente inconcebível.

2. Coincidência de um estado psíquico com um acontecimento exterior correspondente (mais ou menos simultâneo), que tem lugar fora do campo de percepção do observador, ou seja, espacialmente distante, e só se pode verificar posteriormente.

3. Coincidência de um estado psíquico com um acontecimento futuro, portanto, distante no tempo e ainda não presente, e que só pode ser verificado também posteriormente.

Ademais, Jung acrescenta que "nos casos dois e três, os acontecimentos coincidentes ainda não estão presentes no campo de percepção do observador, mas foram antecipados no tempo, na medida em que só podem ser verificados posteriormente. Por este motivo, diz que semelhantes acontecimentos são "sincronísticos", o que não deve ser confundido com"sincrônicos"."

fonte: wikipedia
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

Pergunto-me se serão realmente acontecimentos sincronizados ou será que ficamos mais atentos ao aparecimento destes elementos após havermos sonhado com eles  ou nos deparamos mais vezes  com o aparecimento  dos mesmos.
Mas admito que é curioso...parece que estamos a receber mensagens do futuro...

#2
Felizmente a sincronicidade faz parte do meu dia-a-dia já há alguns bons anos. Começaram de forma natural e mantém-se até hoje...

Não acredito em coincidências!

O meu nick não é um acaso! :)
"Nada é absoluto, tenho um relógio avariado que está certo duas vezes por dia"

"Sejas uma pedra ou um grão de areia, na água ambas se afundam"

Também já tive sincronicidades: momentos em que tenho sorte sem estar à espera.
Certa vez caí ao descer as escadas, dias depois, ganhei um perfume e uma plantinha que ainda tenho (bambu da sorte). Isto hà 2 ou 3 anos atrás.
Acham que isto é sincronicidade?
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

Um tópico interessantíssimo! Venham mais desenvolvimentos sobre este assunto! :D
«Três velas que iluminam qualquer escuridão: a Verdade, a Natureza e o Conhecimento».
/|\ Antiga tríade irlandesa

Tópico muito interessante  ;)
Embora as palavras causalidade, casualidade e acausalidade me tenham trocado um pouco as voltas ao ínicio  :D

A minha vida é afectada por esse fenómeno frequentemente. Sinceramente, acho que há sincronicidade um pouco por todo o lado, constantemente. Só não vê quem não quer.

Isso passa com a ideia de "percepção selectiva"... ::) É conceito mais fácil de entender e resolve essa mestificação. O exemplo do próprio Jung com o escaravelho é uma demostração disso, a atenção que ele estava a dar ao sonho da paciente moldou a maneira como ele apreciou o escaravelho que fazia barulho na janela, dado que também era um escaravelho, muito provavelmente o único escaravelho presente na situação em que ele pudesse projectar a ideia do "escaravelho de ouro" do sonho. É normal, agora a ideia de um cientista fazer um avanço científico com base num insight parece-me mais preocupadora. Como eu disse, isso passa com a ideia de "percepção selectiva".
NÃO!
(só porque diz que tem sempre de haver alguém que diz isso...)

Curiosamente, eu percebi muito melhor a teoria com a referência ao insight. A minha questão é: até perceber as sincronicidades, como fazer? Dar relevância a "tudo"? Como "filtrar" as informações que recebemos para desenvolver essa capacidade?
«Três velas que iluminam qualquer escuridão: a Verdade, a Natureza e o Conhecimento».
/|\ Antiga tríade irlandesa

Citação de: João Luís Aguiar em 16 dezembro, 2014, 00:32
Curiosamente, eu percebi muito melhor a teoria com a referência ao insight. A minha questão é: até perceber as sincronicidades, como fazer? Dar relevância a "tudo"? Como "filtrar" as informações que recebemos para desenvolver essa capacidade?
Receita da uma da manhã: não filtras, prestas atenção - se deres atenção a tudo não vais entender nada, é só ruído ou silêncio.
Não é que essa teoria esteja errada mas a psicologia tem uma ferramenta melhor que é a ideia de "percepção selectiva", procura ver sobre isso, se mantiveres um entendimento com base nessa maneira de ver as coisas (percepção selectiva) vais perceber o mundo de uma maneira diferente do que se pensares como o Jung descrevia a coisa. São maneiras diferentes de pensar mesmo.

Perceber as sincronicidades, percebes quando acontecerem, ou melhor, tem tudo a ver com poesia. O que te vai na cabeça, tudo o que te vai na cabeça, manifesta-se de alguma maneira no que se passa à tua volta (quanto mais se passar mais é provável que consigas perceber). Eu digo poesia porque até conseguires fazer acontecer à tua volta exactamente o que te vai na intesão ainda vai uma caminhada e tanto mas não estou a dizer que não seja possível. A minha questão é, até que ponto queres entrar nessa discussão?
NÃO!
(só porque diz que tem sempre de haver alguém que diz isso...)

"Não existe coincidência, apenas ilusão da coincidência" - Vendetta

Adoro essa frase!! :D
Os teus segredos mantêm-me pacifico, as tuas mentiras mantêm-me seguro, estás satisfeito com a minha ignorância?

sofiagov
Citação de: lly0d em 16 dezembro, 2014, 09:30
"Não existe coincidência, apenas ilusão da coincidência" - Vendetta

Adoro essa frase!! :D
eu também.... :laugh: :laugh:

Há muitos tópicos no forum sobre capicuas e sequências numéricas.
Constantemente vejo 11h11 ou 12h34, 123, etc. Será também sincronicidade?
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

Ao ler este tópico surgiu-me uma dúvida...

Conheci uma mulher espectacular, ao conhecermos-nos melhor surgiram vária ''coincidências''...
Mas será que são mesmo ou será sincronicidade?

Por exemplo:
Os nossos nomes têm 25 letras.
A soma do dia do nosso aniversário dá 25.
Eu faço anos no dia 21 e ela quando teve o filho ficou na cama 21.
Eu nasci em 87 e ela em 78.
Ela sonhou comigo a 23 de junho, quando eu tinha 23 anos, 5 anos antes de nos ''conhecermos''...

Entre outras...

Francamente? Nem uma coisa nem outra...

Não queiram ter a pretensão de que meia dúzia de algarismos, datas ou o que for desse género, tem que ter um significado... ;)

Citação de: Malik_ em 29 novembro, 2015, 15:54
Francamente? Nem uma coisa nem outra...

Não queiram ter a pretensão de que meia dúzia de algarismos, datas ou o que for desse género, tem que ter um significado... ;)

Mas que são coincidências engraçadas, são... 😄