Bem-vindo ao Portugal Paranormal. Por favor, faça o login ou registe-se.
Total de membros
19.432
Total de mensagens
369.481
Total de tópicos
26.919
  • Mitologia Grega - Ártemis e Acteon
    Iniciado por sofiagov
    Lido 1.845 vezes
0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.
sofiagov


vou falar sobre a deusa ÁRTEMIS, vamos ver os aspectos sobre esta divindade e descobrir se realmente a deusa nunca amou.

SURGIMENTO
A deusa Ártemis era filha de Zeus com Leto, irmã gêmea de Apolo, e assim como ele, Ártemis era uma divindade da "Luz", mas ela no caso era da luz noturna, lunar. Ela nasceu na ilha de Delos, um dia antes de seu irmão. Após o nascimento Ártemis pediu ao seu pai uma armadura de caçadora e este encarregou o Deus Hefesto de forja um arco de ouro.
Desde então Ártemis acompanha Apolo em suas expedições, e ela estava presente quando ele matou a serpete Píton. Mais tarde quando Apolo regressou ao templo de Delfos, Ártemis preferiu dirigir-se para a selvagem Arcádia, uma área montanhosa, rica em caça e com numerosas fontes, onde a deusa tomava um banho reparador após cada caçada. Ela estava sempre acompanhada de ninfas que partilhavam dos seus divertimentos e prazeres.

Ártemis mantinha-se virgem e casta, havia decidido que não amaria, e exigia de suas seguidoras que a mesma atitude fosse adoptada, e caso quebrassem o voto, seriam severamente castigada, mesmo que tenha sido de forma involuntária. Isto aconteceu com Calisto, que fora seduzida por ninguém mais ninguém menos que Zeus, e ela sofreu o castigo da deusa. Outra coisa que Ártemis jamais permitira é que sua intimidade fosse invadida, como aconteceu com Actéon, filho do rei Aristeu, que durante uma batalha, acabou se deparando com a deusa completamente nua, banhando-se, Actéon, no entanto, prolongou demais seu deleite e fora visto por Ártemis, que como forma de castigo o transformou imediatamente em um veado, e este foi devorado pelos cães da deusa. *

Ártemis jamais perdoava os mortais, por fato de respeito ou atentado ao seus domínios, castigando severamente os que se atrevessem a invadi-los. Outro exemplo foi com Agamenon, rei dos reis, que não exitou em matar um veado em um bosque consagrada pela deusa. Como forma de punição, a deusa não permitiu que os ventos soprassem, impedindo assim que a frota de Agamenon zarpasse para Troia. Só desfez o feitiço, quando tomou como sacerdotisa a filha de Agamenon, Ifigênia. Mesmo assim após ter piedade dela, pois havia exigido do rei dos reis que sacrificasse sua filha em sinal de adoração.

FIGURA MITOLOGICA E O CULTO
Ártemis assim como acontecia com o seu irmão Apolo, possuía inúmeros atributos. As vezes manifestava qualidades benéficas, dirigia o coro das Musas, proferia oráculos, dava bons conselhos, curava as doenças ou as feridas, protegia as águas termais e as viagens, em terra ou mar, e ainda velava pelos animais domésticos e pelos campos. Por outro lado ela era a deusa da caça, e neste aspecto era cruel, amedrontando suas presas. Divertia-se oprimindo os mortais, liberando sobre eles epidemias ou provocava a morte violenta, recebendo o codinome de Apolussa, a Destruidora.

Para os romanos, Ártemis era Diana, cujo o nome quer dizer Di: que evoca a luz. O a segunda-feira era o seu dia, o dia da lua (em inglês monday e alemão montag). Porém para os romanos Diana seria mais uma deusa-mãe, deusa da natureza, e teria alguns atributos diferenciados de Ártemis.

REPRESENTAÇÃO
Ártemis fora representada na Antiguidade e em vários outros períodos, como sendo uma jovem robusta, com rosto severo (uma espécie de antítese a Afrodite). Usava uma túnica leve, que deixava as pernas livres para correr, e ao seu lado vinham a corça ou um cão. As vezes aparece portando um arco, e outras com um archote. Usa geralmente um crescente lunar como diadema.

Embora pareça contraditória esta personalidade ambígua de Ártemis, na verdade ela está associada á dupla faceta do feminino, que protege e destrói, concebe e mata. Esta imagem da deusa é difundida especialmente na Ásia Menor. Não se sabe exatamente onde e quando surgiu seu culto, pois os autores que estudam o mito divergem quanto a este ponto.

Alguns pesquisadores acreditam que seu nascimento remonta às tribos da Anatólia, exímias caçadoras, consideradas berços das famosas amazonas. Outros crêem que ela descende da divindade Cibele, protetora da Natureza, cultuada na Ásia Menor, também representada como uma Rainha das Feras, rodeada por leões, veados, pássaros e outros exemplares da fauna.

Há estudos que situam Ártemis ao lado de outras potências lunares, tais como Hécate, também associada às esferas infernais, e Selene; as três compunham uma espécie de trindade da Lua. Os italianos a conhecem como Diviana, expressão que pode ser traduzida como Deusa, e pode ser facilmente ligada ao nome Diana.

Na Itália eles comemoravam sua festa no dia 13 de agosto, quando os cães de caça tinham seu momento de glória e os animais ferozes eram deixados à vontade. Este evento foi consagrado pela Igreja como um culto católico que marca a Assunção de Nossa Senhora, transferido para o dia 15 de agosto.

Esta deusa da fertilidade animal tinha várias discípulas, que eram denominadas ursas. Elas reconheciam sua natureza autoritária e repressora. Os animais ferozes que estão sempre junto a ela representam, por outro lado, os impulsos que precisam ser dominados. Sem dúvida ela é o símbolo maior do feminino, de sua liberdade e autonomia.

UM POUCO MAIS
Alguns dizem que ela certa vez se apaixonou por Orion, filho de Poseidon, mas que este fora morto por Ártemis para evitar que quebrasse seus votos. Certa vez após cassarem juntos, Orion havia manifestado seu desejo por ela, e ela imediatamente fez surgir do solo um escorpião que picou o caçador de gigante. Dizem que ela tomou tanto amor pelo escorpião, por tela salvo, que o transformou em constelação. E o mesmo destino sofreu Orion.

Outra versão conta que Apolo desafiou a irmã a acertar a um alvo que se mexia ao longe, no mar, assim ela teria acertado a cabeça de Orion, quando este estava no alto mar.
in espiraistempo e infoescola



*Acteon    filho de Aristeu e de Autônoe


Seu pai, Aristeu, era filho de Apolo com Cirene, filha de Hipseu, amãe, Autônoe, era filha de Cadmo,rei e fundador de Tebas, e Harmonia, filha de Ares e Afrodite; suas irmãs eram Ino, Sêmele e Agave, e seu irmão era Polidoro.

Exímio caçador, fora criado pelo Centauro Quíron. Um dia, estava a caçar na floresta quando deparou com Ártemis nua, acompanhada de Ninfas, banhando-se num lago (ou numa nascente). Famosa por sua castidade, Ártemis ficou indignada, molhou as mãos e aspergiu água no caçador, transformando-o num veado (cervo).

Em outras versões: ele teria oferecido o produto de sua caça ao templo de Ártemis, e teria tentado se casar com ela no seu templo; ou ele teria se gabado de que era um melhor caçador do que a deusa.

Foi então perseguido pelos seus próprios cães de caça que o acabaram por matar.

#1
Sempre tive um fascínio enorme por mitologia greco-romana...E nada me dá mais prazer do que observar uma pintura e ir pesquisar toda a história (mitológica ou não) que há por trás (já que arte também é uma grande paixão minha  :) )

Na faculdade, tive de analisar uma obra O descanso de Diana de Jacob Jordaens



(...) No entanto, o essencial a explorar nesta criação artística é a sua temática, em que a protagonista é Diana, deusa da caça, da lua, da fertilidade e protectora das mulheres. (...)
Diana tem sido um dos temas mais populares no arte. Pintores como Ticiano, Peter Paul Rubens, François Boucher ou Nicholas Poussin fizeram uso do seu mito como um dos temas principais. A maioria das representações de Diana na arte mostrou as histórias da mesma com Actéon ou Callisto, ou representado-a a no banho ou a descansar depois de caça. Diana era, frequentemente, representada com uma túnica curta e botas, segurando um arco e uma aljava, acompanhada de um veado ou de cães de caça; sendo que na obra de Jacob Jordaens, apenas é possível identificar um cão junto a ela e não há qualquer sinal de artifícios de caça. Era, também, sempre representada como dona de uma juventude e beleza inegável.
Por outro lado, Diana, também conhecida pela deusa pura, foi uma das três deusas que jurou nunca casar. Diana é, pois, caracterizada pela sua conexão com a luz, a inacessibilidade, a virgindade e sua preferência por habitar em altas montanhas e bosques sagrados.(...) Em criança, a deusa pediu ao pai (Júpiter) para lhe conceder seis desejos, entre os quais: manter-se sempre virgem, ter um arco e flecha e uma túnica de altura pelo joelho para que pudesse caçar, ter sessenta oceânides e vinte ninfas como servas para olharem pelos seus cães e pelas suas armas enquanto descansava.
Assim, nesta obra é nos apresentada Diana a descansar com as suas companheiras virgens, que também renunciaram ao casamento, após uma caçada bem sucedida, como é possível observar através dos inúmeros animais mortos representados.
Por outro lado, surge Pan acompanhado pelos seus irmãos Agreus e Nomios. Pan é o deus dos selvagens, dos pastores, associado à música, principalmente à flauta de pan. É representado como um sátiro e está, também, muito ligado aos campos, bosques e à fertilidade. É famoso pelos seus poderes sexuais e é muitas vezes representado com um falo (órgão reprodutor masculino como símbolo de fertilidade).
Perante este cenário, sendo os sátiros associados à sexualidade e ao mundo terreno e Diana com as suas ninfas associadas à virgindade e ao mundo celeste, surge automaticamente um ambiente altamente erótico; a ideia da presença de um desejo sexual é inevitável. A união entre os dois mundos (terra e céu) parece ser o mais lógico e apetecível aos olhos do observador: por um lado, a parte feminina que, apesar dos seus desejos e necessidades sexuais, é fiel aos seus votos de castidade; por outro, a parte masculina sedenta por mostrar a sua potência sexual e provocada pela ideia do “fruto proibido” que as ninfas representam.
(...) Parece até existir um género de tentativa de negociar o apetite sexual deles em troca de saciar a gulodice delas com a oferta de frutos encontrados no bosque, estando um dos sátiros já a assediar uma das ninfas, em total descontrolo. É possível, então, concluir que os sentidos que se destacam na obra são: gosto, visão e tacto. Observando as ninfas, os sátiros são imediatamente impelidos a tocar, a saborear.
Sabe-se, também, que foi o deus Pan, precisamente, que forneceu os doze cães de caça a Diana, podendo este descanso simbolizar a primeira caçada após a deusa ter adquirido os cães e talvez a deusa estivesse a ponderar ceder à proposta do Sátiro como agradecimento. (...)