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  • O Absurdismo
    Iniciado por sofiagov
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sofiagov
Navegando por ai....( neste caso pela Web... :laugh:) apareceu uma palavra que me chamou a atenção... lendo o seu significado que diz mais para o filosófico o seguinte:

- Absurdismo :

"Em filosofia, "O Absurdo" se refere ao conflito entre a tendência humana de buscar significado inerente à vida e a inabilidade humana para encontrar algum significado. Nesse contexto "absurdo" não significa "logicamente impossível", mas sim "humanamente impossível". O universo e a mente humana não causam separadamente o Absurdo, Absurdo surge pela natureza contraditória de ambos existindo simultaneamente."


O sentido da vida

De acordo com o absurdismo, por toda a história os humanos tentam encontrar sentido para suas vidas. Tradicionalmente, essa busca resulta em uma das duas conclusões: ou que a vida não tem sentido, ou que a vida contém nela um propósito definido por uma força maior - uma crença em Deus, ou a aderência a alguma religião ou outro conceito abstrato.

Ilusão
Camus percebe que preencher a lacuna com alguma crença ou sentido inventado é um mero "ato de ilusão"; isto é, evitar ou contornar ao invés de reconhecer e abraçar o Absurdo. Para Camus, a ilusão é uma falha fundamental na religião, no existencialismo (existencialismo ateísta entretanto não inclui "ilusão") e em várias outras escolas do pensamento. Se o indivíduo escapa ao Absurdo, então ele não poderá confrontá-lo.

Deus
Mesmo com uma força espiritual para dar significado, outra questão surge: Qual o propósito de Deus? Kierkegaard acreditava que não há propósito de Deus compreensível aos humanos, fazendo da crença em Deus um absurdo por si mesma. Camus, por outro lado, sugere que acreditar em Deus é "negar um dos termos da contradição" entre a humanidade e o universo (portanto não-absurdo), mas é o que ele chama de "suicídio filosófico". Camus (como também Kierkegaard), ainda assim, sugere que enquanto o absurdo não leva à crença em Deus, também não leva à Sua negação. Camus nota, "Eu não disse 'exclui Deus', o que equivale à Sua afirmação."

Suicídio
Para alguns, suicídio é uma solução quando confrontados com a futilidade de viver a vida destituída de qualquer significado, sendo o suicídio apenas um meio de adiantar o resultado final do destino de cada um. Para Albert Camus em O Mito de Sísifo, não é uma solução vantajosa, porque se a vida é verdadeiramente absurda, combate-la é ainda mais absurdo; ao invés disso, nós deveríamos viver, e conciliar o fato de que vivemos numa realidade sem sentido. Suicídio, de acordo com Camus, é simplesmente um ato de evitar o Absurdo, ao invés de viver apesar dele.

Sentido pessoal
Para Camus, é a beleza que as pessoas encontram na vida que a faz valer a pena. As pessoas podem criar sentido para suas vidas, que pode não ser um sentido filosoficamente objetivo (se é que há um), mas ainda assim pode prover algo pelo que lutar. Entretanto, ele insistiu que deve-se sempre manter uma distância irônica entre esse significado inventado e o conhecimento do Absurdo, de forma que o significado inventado não tome o lugar do Absurdo.

Liberdade
A liberdade não pode ser alcançada além do que a absurdidade da existência permite; entretanto, o mais perto de que alguém pode chegar de ser absolutamente livre é pela aceitação do Absurdo. Camus introduziu a ideia da "aceitação sem resignação" como um meio de lidar com o reconhecimento do absurdo, questionando se um homem pode ou não "viver sem apelo", enquanto definindo uma "revolta consciente" contra a evasão da absurdidade do mundo. Em um mundo destituído de significado superior ou justiça após a morte, o ser humano se torna tão absolutamente livre quanto é humanamente possível. É através dessa liberdade que o homem pode atuar ou como místico (através do apelo a alguma força sobrenatural) ou como um herói do absurdo (através da revolta contra tal esperança).

Esperança
A rejeição da esperança, no absurdismo, demonstra a recusa de acreditar em qualquer coisa além do que essa vida absurda pode prover. Doravante, a recusa do herói do absurdo à esperança se torna sua habilidade de viver o presente com paixão. A esperança, como Camus enfatiza, não tem entretanto nada a ver com desespero (significando que os dois termos não são antônimos). O indivíduo pode viver rejeitando completamente a esperança, e, de fato, só pode faze-lo sem esperança. A esperança é vista pelo absurdista como outro método fraudulento de evadir o Absurdo, e não tendo esperança, o indivíduo estará motivado a viver cada momento ao máximo.

Integridade
O absurdista não é guiado por moralidade, mas ao invés disso, pela sua própria integridade. O absurdista é, de fato, amoral (porém não necessariamente imoral). Moralidade implica um firme senso definitivo de certo e errado, enquanto a integridade implica honestidade consigo mesmo e consistência nas motivações subjacentes das ações e decisões do indivíduo.

filósofo e escritor francês Albert Camus
filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard.
in wikipedia


conclusão: complexos pensamentos.....ou complicamos demais...

tópico absurdamente interessante...  ;)
a minha religião é a verdade...

Se estivessemos num fórum presencialmente, penso que isto seria um tema que se poderia dissecar, obtento assim algumas conclusões. É um tema muito interessante e quanto a mim, dos sub-teemas expostos e com o qual quase concordo a 100% é este:


Integridade
O absurdista não é guiado por moralidade, mas ao invés disso, pela sua própria integridade. O absurdista é, de fato, amoral (porém não necessariamente imoral). Moralidade implica um firme senso definitivo de certo e errado, enquanto a integridade implica honestidade consigo mesmo e consistência nas motivações subjacentes das ações e decisões do indivíduo.


Obrigado Sofia, por nos levar a pensar.

sofiagov
ainda bem que gostaram....

:)

Já cá faltava o amigo Kierkegaard  :D
Muito bom tópico e bem resumido

Consciente ou inconscientemente já todos estudámos este assunto na nossa cabeça (espero).
Eu pessoalmente estou sempre a chegar a conclusões diferentes, dependendo do contexto de cada dia e do meu estado de humor.
"There are three things all wise men fear: the sea in storm, a night with no moon, and the anger of a gentle man."

― Patrick Rothfuss, The Wise Man's Fear

Um tema que eu admiro imenso, pessoalmente um dos meus temas filosóficos preferidos desde sempre. Já em pequena (uns 4 anos talvez) já me questionava muitas vezes sobre estes temas... Excelente tópico!  ;)

Super interessante!
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"