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  • A procissão de velas
    Iniciado por TyranusZeng
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Nas aldeias, a criação de gado era um dos trabalhos que ocupava as pessoas. Ao fim da tarde, ordenhavam-se as vacas e o leite era levado para o posto. Como acontecia todos os dias, a minha avó, quando era moça, foi tirar o leite e levou-o ao posto. Porque era Inverno e anoitecia cedo, foi na companhia de um irmão.
Ao sair do posto, começou a chover e os dois tiveram de se abrigar na casa de um parente. Acabaram por jantar e aí esperaram que a chuva parasse. Até que o tempo melhorou um pouco e decidiram voltar para casa, pois era quase meia-noite e tinham ainda uma grande caminhada pela frente.
Deu meia-noite quando eles passaram junto do cemitério. A minha avó ia pelo meio da estrada e de repente sentiu darem-lhe um soco no cântaro que trazia à cabeça. O cântaro voou de tal forma que ela nunca mais o encontrou. Os dois irmãos ficaram tão assustados com aquilo que desataram a correr para casa. Quando, chegaram, disseram à mãe o que tinha acontecido e ela contou-lhes que à meia-noite saía a procissão de velas da igreja para o cemitério e nunca se deveria andar pelo meio da estrada, pois as almas podiam não gostar de ver gente a impedir-lhes o caminho.
Dali em diante, a minha avó nunca mais andou à meia-noite pelo meio da estrada, pois tinha medo que lhe voltasse a acontecer o mesmo. E dá-nos sempre esse conselho.

Fonte Biblio AA. VV., - Literatura Portuguesa de Tradição Oral s/l, Projecto Vercial - Univ. Trás -os-Montes e Alto Douro, 2003 , p.AP19

Contava o meu pai histórias semelhantes, inclusive algumas que com ele se tinham passado.

O meu pai era do norte, e na sua aldeia havia vários caminhos que levavam ao cemitério. Outro dos seus relatos referenciava que quando alguém falecia era costume verem-se luzes em determinado caminho e esse era o caminho que o funeral do falecido havia de levar até ao cemitério. Nunca falhava.
"Que minha porta se abra àqueles que habitam fora da riqueza, da fama e do privilégio. Que os que jamais andaram descalços não encontrem o caminho que chega à minha porta....
Que o lugar onde habito seja como uma floresta. Que haja caminhos e veredas para as cavernas e poços e árvores e flores, animais e pássaros, todos conhecidos e por mim reverenciados com amor." A Bruxa, Rae Beth

Citação de: Bela Tavares em 23 setembro, 2014, 14:24
Contava o meu pai histórias semelhantes, inclusive algumas que com ele se tinham passado.

O meu pai era do norte, e na sua aldeia havia vários caminhos que levavam ao cemitério. Outro dos seus relatos referenciava que quando alguém falecia era costume verem-se luzes em determinado caminho e esse era o caminho que o funeral do falecido havia de levar até ao cemitério. Nunca falhava.

:)
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem