Autismo, um mundo diferente?

Olá pessoal aqui do PP!!!
Crio este tópico porque acho extremamente nojento o facto de as pessoas olharem de lado para as pessoas autistas e com problemas semelhantes. Acho simplesmente que isso é de uma estupidez extrema pois aposto que 70% das pessoas que o faz nem sequer sabe do que se trata o autismo nem o quão difícil viver com isso, tentar compreender um mundo incompreensível. Felizmente ainda há muito boa gente que quer saber, informar-se, ajudar. Depois desta minha opinião/desabafo fica uma breve e geral explicação do que é o Autismo.

Autismo, o que é?

É uma alteração "cerebral" / "comportamental" que afecta a capacidade da pessoa comunicar, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente que a rodeia (A palavra "autismo" foi criada para descrever um sintoma da esquizofrenia, que definiu como sendo uma "fuga da realidade").
Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, algumas apresentam também retardo mental, mutismo ou importantes atrasos no desenvolvimento da linguagem e também problemas de aprendizagem.
Alguns parecem fechados e distantes e outros parecem presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento.
O autismo é mais conhecido como um problema que se manifesta por um alheamento da criança ou adulto acerca do seu mundo exterior encontrando-se centrado em si mesmo ou seja existem perturbações das relações afectivas com o meio. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo.
A maioria das crianças não fala e, quando falam, é comum a ecolalia (repetição de sons ou palavras), inversão pronominal etc...
O comportamento delas é constituído por actos repetitivos e estereotipados; não suportam mudanças de ambiente e preferem um contexto inanimado.
O termo autismo se refere às características de isolamento e auto-concentração das crianças.
O autista possui uma incapacidade inata para estabelecer relações afectivas, bem como para responder aos estímulos do meio.
É universalmente reconhecida a grande dificuldade que os autistas têm em relação à expressão das emoções.
Certos adultos com autismo são capazes de ter sucesso na carreira profissional. Porém, os problemas de comunicação e socialização causam, frequentemente, dificuldades em muitas áreas da vida. Adultos com autismo continuarão a precisar de encorajamento e apoio moral na sua luta para uma vida independente.

Existem diversos mitos  comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela necessariamente está desinteressada nessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo. Pode ser que essa criança simplesmente tenha dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa, muitos cientistas atribuem esta dificuldade à Cegueira Mental, uma compreensão decorrente dos estudos sobre a Teoria da Mente.

Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada ou que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe alguma). Problemas na inteligência geral ou no desenvolvimento de linguagem, em alguns casos, pode realmente estar presente, mas como dito acima nem todos são assim. Às vezes é difícil definir se uma pessoa tem um déficit intelectivo se ela nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente. Na verdade, alguns indivíduos com autismo possuem inteligência acima da média.

Sintomas e características de autistas

-Dificuldade de relacionamento com outras pessoas
-Riso inapropriado
-Pouco ou nenhum contato visual - não olha nos olhos
-Aparente insensibilidade à dor - não responde adequadamente a uma situação de dor
-Preferência pela solidão - busca o isolamento e não procura outras crianças
-Rotação de objetos - brinca de forma inadequada ou bizarra com os mais variados objetos
-Inapropriada fixação em objetos
-Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade - muitos têm problemas de sono ou excesso de passividade
-Ausência de resposta aos métodos normais de ensino - muitos precisam de material adaptado
-Insistência em repetição desnecessária de assuntos, resistência à mudança de rotina
-Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo)
-Procedimento com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares)
-Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal)
-Recusa colo ou afagos - bebês preferem ficar no chão que no colo
-Age como se estivesse surdo - não responde pelo nome
-Dificuldade em expressar necessidades - sem ou limitada linguagem oral e/ou corporal (gestos)
-Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente
-Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos
-Desorganização sensorial - hipo ou hipersensibilidade, por exemplo, auditiva
-Não faz referência social - entra num lugar desconhecido sem antes olhar para o adulto (pai/mãe) para fazer referência antes e saber se é seguro

--> É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas eles variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma, pois o autismo se manifesta de forma única em cada pessoa. Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e são inapropriadas para sua idade.
A ocorrência destes sintomas não é determinista no diagnóstico do autismo. Para tal, se faz necessário acompanhamento com psicólogo, psiquiatra da infância ou neuropediatra.

Tratamentos

O tratamento do autismo vai depender da gravidade do déficit social, de linguagem e comportamental que o indivíduo se encontra. Existem diversas abordagens, algumas muito melhor embasadas cientificamente que outras.
Em crianças pequenas, a prioridade do tratamento normalmente é o desenvolvimento da fala, da interação social/linguagem, educação especial e suporte familiar. Já com adolescentes, o tratamento é voltado para o desenvolvimento de habilidades sociais necessários para uma boa adaptação, desenvolvimento de habilidades profissionais (terapia ocupacional) e terapia para desenvolvimento de uma sexualidade saudável. Com adultos, o foco está no desenvolvimento da autonomia, ensino de regras para uma boa convivência social e manutenção das habilidades aprendidas.

De um modo geral o tratamento tem 4 objetivos:
-Estimular o desenvolvimento social e comunicativo;
-Aprimorar o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas;
-Diminuir comportamentos que interferem com o aprendizado e com o acesso às oportunidades de experiências do quotidiano; e
-Ajudar as famílias a lidarem com o autismo.

Algumas formas de autismo grave exigem acompanhamento pelo resto da vida para evitar situações de risco.
O autismo é um transtorno que nunca desaparece completamente, porém com os cuidados adequados o indivíduo se torna cada vez mais adaptado socialmente. Intervenções apropriadas iniciadas precocemente podem fazer com que alguns indivíduos melhorem de tal forma que os traços autísticos ficam imperceptíveis para aqueles que não conheceram a trajectória desenvolvimental desses indivíduos. O diagnóstico precoce do autismo permite a indicação antecipada de tratamento.

Atualmente decorrem inumeras investigações e estudos para melhor compreensão desta doença e para conseguir encontrar a sua cura.

Desde já agradeço a vossa leitura. Desculpem pelo texto extenso. Se encontrarem algum erro não hesitem a dizê-lo,muito pelo contrário. Com este texto digo que estas pessoas não são diferentes, merecem respeito por todos e ser tratadas como um ser humano normal não como um "limitado".
Obrigado mais uma vez.
Cumprimentos, tudo de bom, cody sweets

Me lembro de um vizinho que era autista. Ele passava o tempo todo balançado a cabeça e batendo palmas, às vezes dava uma gargalhada.

Faleceu por volta dos 40, e seus pais, mudaram-se alguns meses depois.

Deve ser um sofrimento para os pais destas crianças...

Deve ser um sofrimento para os pais destas crianças...

De fato... na maioria dos casos é muito difícil mas, há exceções:

http://youtu.be/KKC3W0awjm0

Um clássico...quando se gosta de alguém as diferenças são indiferentes.

É sempre bom ver pessoas que se interessam por assuntos como este No entanto, também existe ainda muita gente que não compreende, nem quer compreender. Mas com pequenos passos vamos lá... Existe também o mito de que os autistas não são capazes de demonstrar afeto, de amar... Já tive mil provas de que isso não é verdade

Autista também e um ser humano que merece respeito, tem um garotinho atras da minha casa que e autista, as vezes fica jogando algumas coisas pro lado da minha casa, da ultima vez apareceu um celular da mãe dele aqui, quando vejo ele, faço o sinal de legal e ele sorri e faz a mesma coisa 

Acho que as pessoas não têm noção do que o autismo é. E depois julgam sem saber. Acham os autistas não têm sentimentos e essas coisa e isso não é verdade!
Eu quando andava em psiquiatras e psicólogos conheci muitos miudos autistas e conviver com essas pessoas ouvir as histórias dessas pessoas muda-nos a perceção que temos desse mundo.

Acho que neste país devia haver mais cuidados e ensinos especializados para estas pessoas. Os que existem sao bastante limitados

Atualmente já existe o ensino estruturado que tem como objetivo a inclusão de alunos com Perturbações do Espetro do Autismo em escolas. Este tipo de ensino tem inúmeras vantagens quer para a criança autista, quer para as outras crianças. Isto porque ao contactarem com a "diferença" desde muito cedo, estas crianças vão crescer muito mais conscientes e abertas. O que não se via até agora...

Hoje, já existem escolas especializadas no desenvolvimento destas crianças. Conheço o Externato Campo de Flores no Lazarim - Caparica onde desde há uns anos desenvolvem o processo ABA, oriundo dos EUA, com bastante sucesso.

O que é uma pena é nem todos os pais de autistas poderem pagar um colégio.
As escolas normais mal dao resposta aos problemas triviais de hiperactividade... quanto mais autismo. Autistas são pessoas com sentimentos, sentem tal como nós  "espelho" de emoçoes é que não é igual ao nosso.
Não sei se Vêm mas a novela da noite "amor á vida" passa um caso de uma rapariga autista.

As diferenças  tornam-nos pessoas mais ricas! Se fossemos todos verdes com olhos roxos qual era a piada? se todos ouvisse-mos a mesma musica e tivesse-mos a mesma crença não existia o forum porque nao existia a necessidade de partilhar opiniões porque todos tinhamos a mesma.


Ou seja o que quero dizer é nos aqui temos que nos respeitar nas nossas limitaçoes e diferenças, lá fora devia acontecer o mesmo, em relaçao a autismo, trissomia, ou qualquer outro transtorno, o que faz o mundinho giro são exactamente as suas diferenças

Bom dia,
perdoem a generalização, sejam autistas, seja que sindrome for, são pessoas e devem ser tratadas como tal. Não tem que se ter peninha, nem tratá-las como desgraçadinhos, se é que me faço entender. Ninguém está livre de ficar deficiente ou de ter um filho nestas condições, e por vezes em pior estado, não gostariam de ser vistos como tal.
Ignorância minha talvez, à excepção de alguns casos devido a mais complicações ou niveis mais graves, não vejo necessidade de os colocar em colégios. Vejo sim necessidade de mais professores especializados e auxiliares nas escolas, pois requerem mais cuidados é certo.
Se falo com conhecimento de causa? sim. Não são autistas mas têm outro sindrome, alguns mais complicados, completamente dependente de terceiros.
Apoios do Estado? Uma vergonha, mas uma vergonha mesmo.
Alguém falou em hiperactividade?...está na moda, muitos casos (não todos obviamente) resolviam-se com um puxão de orelhas e acompanhamento dos pais e professores, mas dá trabalho, é mais fácil espetar com vários comprimidos à criança, meio zombie e confuso, e declará-lo como hiperactivo, até ficam mais sossegadinhos.
Numa das escolas do meu filho integram estes meninos com síndromes e deficiências, nas actividades e na rotina, claro que dentro das suas limitações, mesmo quando havia espectáculos participavam com os outros meninos, até aos pares, deviam de ver o par a empurrar e girar a cadeira de rodas de alguns, dava gosto ver a cumplicidade e como se divertiam todos. As crianças convivem normalmente uns com os outros, entendem, ajudam e respeitam as limitações uns dos outros, e aprendem uns com os outros, sem qualquer problema. Mais complicados são os adultos. Papás que não queriam os filhos a conviver com as crianças de ensino especial? tinham bom remédio , que fossem para outra escola, onde não as houvesse.
Agora, não façamos floreado, é de certa forma penoso ter uma criança assim, julgo que quem é pai/mãe com filhos autistas ou não, me entenderá, pela falta de apoios, pelas limitações e adaptações que são impostas, mas sobretudo pela preocupação do futuro da criança.
Bom post, é sempre bom lembrarmos de aprender com as diferenças uns dos outros.

o problema de estas crianças frequentarem escolas normais é que as crianças são injustas são crueis  por tudo e por nada!

Eu sei isso muito bem! As crianças de hoje em dia são capazes de tudo para serem achadas fixes

o problema de estas crianças frequentarem escolas normais é que as crianças são injustas são crueis  por tudo e por nada!

Eu sei isso muito bem! As crianças de hoje em dia são capazes de tudo para serem achadas fixes

É verdade que acontece na maioria das vezes, mas nem sempre é assim... quando as crianças são habituadas desde muito cedo a aceitar a diferença, chegam a ser muito protetoras...

Claro que não estou a dizer todas a crianças com corações de ouro mas hoje em dia vivemos numa sociedade muito de "aparências" e os pais querem lá saber de educarem os filhos dão-lhes um telemóvel e 10 euros para ir ao mcdonalds em vez de terem uma conversa decente.