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  • Lendas Lusitanas
    Iniciado por Helena
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O Tardo ou Trevor é uma espécie de duende, um ser mítico do folclore popular português. O tardo também se chama de pesadelo ou tardo moleiro. O tardo importuna as pessoas que estão dormindo e que depois acordam com um grande pesadelo. Ele pode aparecer na figura de um animal e frequentemente aparece na figura de um cão, gato ou cabra. O tardo quando aparece nos caminhos, nos regatos e nas encruzilhadas e tenta deixar as pessoas desorientadas, sem saber qual caminho seguir, e sai mijando nas pernas das pessoas.
Uma criança pode se transformar num tardo, se o padrinho durante o batizado não disser as palavras certas. A transformação ocorrerá  antes da idade da comunhão, aos sete anos. A criança antes de se transformar pendura a roupa na árvore mais alta de uma encruzilhada e transforma-se num animal. Se durante sete anos não lhe quebrarem a maldição, transforma-se em lobisomem.



A Velha da Égua Branca
A velha da égua branca é um ser mítico do folclore de Portugal. A velha da égua branca é uma alma penada que surge no Algarve nas noites de lua cheia. A velha da égua branca traz na cabeça um toucado branco com muitas fitas encarnadas que parecem relâmpagos do inferno e na mão esquerda uma faca. Segundo Teófilo Braga "a velha é evidentemente a personificação da noite". (Aparece nas noites de luar montada n'uma égua branca, fazendo um barulho infernal pelos campos, e soltando os bois que ruminam debaixo das alpenduradas. Todo o barulho é feito com tachos e panelas de arame. — É a velha da égua branca o terror da meia noite em pino)


O Homem do Chapéu de Ferro



O homem do chapéu de ferro é um ser mítico do folclore português. Ele é um ser maléfico das lendas do Algarve. Aparece  à meia-noite, logo que o galo canta, à beira das estradas, por baixo das oliveiras, das figueiras ou junto às fontes. Vagueia até à terça noite algumas vezes acompanhado de um porco preto que grunhe de momento a momento, outras de um grande veado cuja armadura toca o zimbório das torres ou de um galo negro como a noite de trovões. Todos estes animais que acompanham o homem do chapéu de ferro, cada um na noite que lhe foi destinada, são o Diabo que toma diversas formas. Esta entidade mítica tem o poder de afrontar a tempestade, de fazer parar o raio e de arrasar o mundo, caso o galo, o porco ou o veado o inquietem. Também, para se vingar dos homens que odeia, assalta-os, rouba-os e mata-os. Traz um enorme chapéu de ferro enterrado na cabeça. E' uma figura colossal, tem a boca rasgada como a de um monstro, deitando chamas quando se enche de raiva, e a sua cor é a do bronze. Todavia foge quando avista a velha da égua branca.

Rocha dos Namorados


O "Menir da Rocha dos Namorados" também conhecido como "A Rocha do Casar" localiza-se São Pedro do Corval, Reguengos de Monsaraz, Portugal. É um monumento natural, com mais de dois metros, que se assemelha a um cogumelo ou um útero.
Este menir é também conhecido como "Pedra da Fertilidade" pois está associada a um remoto ritual pagão, em que as garotas em idade de contrair matrimónio, vão consultar a rocha como se ela se tratasse de um oráculo, para saberem quanto tempo ainda falta para se casarem. Ainda hoje existem muitas jovens solteiras que consultam esta pedra. De acordo com a tradição, as jovens solteiras devem lá ir na segunda-feira de Páscoa e, devem-se posicionar de costas e com a mão esquerda atiram uma pedra para o cimo do menir. Isto faz com que o topo do menir esteja coberto de pequenas pedras. Se o lançamento for falhado ou a pedra cair no chão significa que a jovem tem que esperar mais um ano.



A Lenda de Santa Maria de Aguiar



A Torre das Águias localiza-se na povoação de Águias,  distrito de Évora, em Portugal.
Na região conta-se uma lenda envolvendo a torre, segundo a qual, à época das lutas dos cristãos contra os mouros, o senhor da torre foi emboscado e morto pelos mouros enquanto caçava. Um escudeiro salvou-se e correu para avisar à senhora, dama muito piedosa, pedindo-lhe que fugisse, uma vez que os inimigos vinham para atacar a torre. A senhora, com devoção, implorou a proteção de Santa Maria de Aguiar. A santa, acudiu milagrosamente, fazendo surgir um cavalo alado junto a uma das janelas superiores, que a transportou para um lugar seguro. O chefe dos mouros, que assistiu ao milagre, converteu-se ao cristianismo. A senhora, ao falecer, legou todos os seus bens ao Convento de Santa Maria de Aguiar


Lenda do Milagre das rosas




Conta a lenda que o rei D. Dinis foi informado sobre as ações de caridade da rainha D. Isabel e das despesas que implicavam para o tesouro real. Um dia, o rei decidiu surpreender a rainha numa das suas habituais caminhadas para distribuir esmolas e pão aos necessitados. Reparou que ela procurava disfarçar o que levava no regaço. D. Dinis perguntou à rainha onde ia e ela respondeu que se dirigia ao mosteiro para ornamentar os altares. Não satisfeito com a resposta, o rei mostrou curiosidade sobre o que ela levava no regaço. Após alguns momentos de atrapalhação, D. Isabel respondeu: "São rosas, meu senhor!". Desconfiado, o rei acusou-a de estar a mentir, uma vez que não era possível haver rosas em janeiro. Obrigou-a, então, a abrir o manto e revelar o que estava lá escondido. A rainha Isabel mostrou, perante os olhos espantados de todos, as belíssimas rosas que guardava no regaço. Por milagre, o pão que levava escondido tinha-se transformado em rosas. O rei ficou sem palavras e acabou por pedir perdão à rainha que prosseguiu com a sua intenção. A notícia do milagre correu a cidade de Coimbra e o povo proclamou santa a rainha Isabel de Portugal.


A Lenda do folar de Páscoa




A lenda do folar da Páscoa é tão antiga que se desconhece a sua data de origem. Reza a lenda que, numa aldeia portuguesa, vivia uma jovem chamada Mariana que tinha como único desejo na vida o de casar cedo. Tanto rezou a Santa Catarina que a sua vontade se realizou e logo lhe surgiram dois pretendentes: um fidalgo rico e um lavrador pobre, ambos jovens e belos. A jovem voltou a pedir ajuda a Santa Catarina para fazer a escolha certa. Enquanto estava concentrada na sua oração, bateu à porta Amaro, o lavrador pobre, a pedir-lhe uma resposta e marcando-lhe como data limite o Domingo de Ramos. Passado pouco tempo, naquele mesmo dia, apareceu o fidalgo a pedir-lhe também uma decisão. Mariana não sabia o que fazer.
Chegado o Domingo de Ramos, uma vizinha foi muito aflita avisar Mariana que o fidalgo e o lavrador se tinham encontrado a caminho da sua casa e que, naquele momento, travavam uma luta de morte. Mariana correu até ao lugar onde os dois se defrontavam e foi então que, depois de pedir ajuda a Santa Catarina, Mariana soltou o nome de Amaro, o lavrador pobre.
Na véspera do Domingo de Páscoa, Mariana andava atormentada, porque lhe tinham dito que o fidalgo apareceria no dia do casamento para matar Amaro. Mariana rezou a Santa Catarina e a imagem da Santa, ao que parece, sorriu-lhe. No dia seguinte, Mariana foi pôr flores no altar da Santa e, quando chegou a casa, verificou que, em cima da mesa, estava um grande bolo com ovos inteiros, rodeado de flores, as mesmas que Mariana tinha posto no altar. Correu para casa de Amaro, mas encontrou-o no caminho e este contou-lhe que também tinha recebido um bolo semelhante. Pensando ter sido ideia do fidalgo, dirigiram-se a sua casa para lhe agradecer, mas este também tinha recebido o mesmo tipo de bolo. Mariana ficou convencida de que tudo tinha sido obra de Santa Catarina.
Inicialmente chamado de folore, o bolo veio, com o tempo, a ficar conhecido como folar e tornou-se numa tradição que celebra a amizade e a reconciliação. Durante as festividades cristãs da Páscoa, o afilhado costumam levar, no Domingo de Ramos, um ramo de violetas à madrinha de batismo e esta, no Domingo de Páscoa, oferece-lhe em retribuição um folar.

A Lenda da Torre da Princesa


A tradição local refere que há muito, quando a povoação de Bragança ainda era uma aldeia da Benquerença, existiu uma bela princesa órfã, que ali vivia com o seu tio, o senhor do castelo. Esta princesa apaixonou-se por um nobre, valoroso e jovem cavaleiro, porém carente de recursos. Por esse motivo, o jovem partiu da aldeia em longa jornada em busca de fortuna, promentendo retornar apenas quando se achasse digno de pedir-lhe a mão. Nesse ínterim, durante anos a fio, a jovem recusou todos os seus pretendentes, até que o seu tio, impaciente, prometeu-a a um amigo, forçando-a ao compromisso. Ao ser apresentada ao candidato do tio, a jovem confessou-lhe que o seu coração pertencia a outro homem, cujo retorno aguardava há anos. A revelação enfureceu o tio, que decidiu aumentar a coerção por meio um estratagema: nessa noite, disfarçou-se como um fantasma e, penetrando por uma das duas portas dos aposentos da princesa, simulando ser o fantasma do jovem ausente, afirmou-lhe com voz lúgubre, que ela estava condenada para sempre à danação, caso não aceitasse casar-se com o novo pretendente. Prestes a obter um juramento por Cristo por parte da princesa, milagrosamente abriu-se a outra porta e, apesar de ser noite, um raio de sol penetrou nos aposentos, desmascarando o tio impostor. Daí em diante, a princesa passou a viver recolhida na torre que hoje leva o seu nome, e as duas portas passaram a ser conhecidas como Porta da Traição e Porta do Sol, respectivamente.

A Lenda do Cavalum



O Cavalum é ser mítico das lendas da cidade do Machico uma cidade situada na Ilha da Madeira. Segundo a lenda este ser tinha a forma de cavalo, asas de morcego e soltava fogo pelas narinas. Dizem que Cavalum é um diabo em forma de cavalo. As Furnas do Cavalum, são umas grandes grutas escavadas na rocha de basalto que o povo diz serem a morada de um monstro.


Segundo a lenda, nos tempos em que o Cavalum andava à solta, foi bater à porta de igreja para falar com Deus. Quando Deus lhe perguntou o motivo, o Cavalum disse-lhe que queria destruir toda a povoação e desafiou-O a impedi-lo. Deus mandou-o embora dizendo que não tinha paciência para tais brincadeiras. Cavalum reuniu o vento e as nuvens e provocou uma grande tempestade sobre a povoação. Do alto do penhasco, o Cavalum relinchava de satisfação perante a aflição dos habitantes. Deus não mexeu um único dedo, pensando que o Cavalum depressa se cansaria da sua brincadeira. A tempestade agravou-se, arrasando casas e campos. O crucifixo da igreja foi pelos ares até ao mar. Irritado com a insistência do Cavalum, Deus resolveu agir. Primeiro, fez com que um barco achasse o crucifixo. Depois, chamou o sol para afastar a tempestade. Como castigo, Deus decidiu prender o Cavalum nas grutas, onde, em dias de tempestade, se ouvem os seus relinchos de ira e protesto.

A Lenda das Arcas de Montemor



Os antigos comentavam que no castelo de Montemor o Velho estão enterradas duas arcas, uma cheia de ouro e a outra cheia de peste. A sua origem remonta ao tempo dos Mouros quando era alcaide naquela cidade um viúvo austero que tinha uma única filha, a quem guardava longe dos olhos de todos como se fosse o maior tesouro do mundo. Um dia, quando a jovem era já uma mulher, um dos seus fiéis cavaleiros apaixonou-se por ela mas o alcaide nem queria ouvir falar de tal possibilidade. Quando o cavaleiro insistiu, o alcaide resolveu prendê-lo e condenou-o à morte. Quando a jovem soube da tragédia em que involuntariamente estava envolvida, ainda tentou interceder mas o pai permaneceu insensível às suas súplicas. A jovem que até então não fazia ideia do grande amor que o cavaleiro lhe dedicava, resolveu visitá-lo em segredo nas masmorras. Este amor devia estar já talhado no livro do destino, pois a jovem logo se apaixonou pelo cavaleiro e ambos fugiram do castelo.
A sua captura foi fácil e quando foram levados perante o irascível alcaide, este ainda ficou mais furioso quando soube que a sua filha tinha casado com o cavaleiro. Então, por vingança, resolveu dar-lhes uma prenda maldita: duas arcas, uma com ouro e a outra com peste. Os jovens que prezavam mais a sua vida e o seu amor que todo o ouro do mundo fugiram do louco alcaide, deixando para trás as duas arcas que nunca ninguém ousou abrir e que ainda hoje estão enterradas nas muralhas do castelo de Montemor o Velho.




É sempre interessante conhecer mais umas lendas da nossa terra. Obrigado

Portugal é mais divertido do que pensei! Excelente tópico! Devemos sempre divulgar o nosso "património oculto".

sofiagov

Quothnor
Obrigado pelo tópico! Sempre adorei lendas.

Por acaso só conhecia a das rosas, mas por outro lado, quem é que não conhece? Ahah.

muito bom e interessante
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem