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  • As Bruxas do Caminho de Melim
    Iniciado por anjinha
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 Havia uma chã muito grande, adiante da Quebrada que ia para Melim, que tinha muita má fama. O povo não se cansava de contar o que por ali se passava.
  Acontece que um dia, mandou uma mãe seus filhos buscar o correio ao lugar de Melim, pois soubera que o marido que estava no Brasil lhe havia escrito. A viagem ainda era longa, cerca de meia hora, e a noite estava a cair.
  - Ó meus filhinhos, vós não ides buscar a carta do vosso pai?
  - Vamos mãe! - responderam prontamente as crianças, desejosos das novidades frescas do pai, e com vontade de obedecer à mãe.
  - Atenção que não vades ali por baixo, por aquela chã. Ide por cima!
  Mas os miúdos, desejosos de cumprir rapidamente o caminho, não deram ouvidos à mãe, e foram pela chã. À ida para Melim, quando ali passaram, ouviram dois estouros, mas nada viram. Quando regressavam e chegaram à chã, viram duas mulheres à sua frente. Estavam as duas a dançar, vestidas de vermelho, ora virando para um lado ora para o outro, etc.
  Os rapazes viram naquilo obra do diabo, e disseram:
  - Mas que ~mulheres da vida~ são estas que estão aqui a dançar? Quem vem lá?
  - Olha a tia Isaura também está aqui a dançar! - a bruxa tinha-se representado numa mulher que conheciam.
  - Ó Quim - disse o mais velho, de nome João -, vamos embora daqui! Se eu soubesse que isto ia acontecer tinha trazido comigo um pau para lhes cair em cima.
  Mas quanto mais eles subiam o caminho, mais elas trepavam atrás deles.
  - Isto são como burros a trepar — disse um dos irmãos, antes de chegar a casa, abafadinhos de tanto fugir e ainda com as risadas das bruxas nos ouvidos.
  Vendo-os neste estado, a mãe bem lhes lembrou do aviso que lhes fizera:
  - Eu não disse para não seguirem o caminho da chã? Eu sei que ali se juntam as bruxas todas das redondezas, porque já as vi ali! E lá contou aos filhos o que vira:
  Era eu ainda novinha e fora lá abaixo ao campo tapar umas poças para no outro dia ir regar. Então ouvi-as falar. Eram seis, e diziam umas para as outras:
  - Bom, agora quanto é que embarcamos para o Brasil?!
  - Eu também quero ir, - respondeu uma delas imediatamente.
  - Vamos lá a ver se o que manda no barco consente, porque eu ando prenhe. Não sei, vamos lá a ver...
  - Amanhã vamos falar com ele! No dia seguinte iam a entrar para o barco e diziam umas para as outras:
  - Se andar, é esta noite...
  Elas eram quase todas casadas e iam para o Brasil para se divertirem... Então o barqueiro - que era o diabo - disse:
  - Entrem todas para irmos embora... - Entraram todas mas o barco não seguia viagem. O diabo bem dizia que o barco não ia, e perguntava se alguma estava grávida. Ao que todas responderam que não! O diabo contava as presentes, mas o barca não se mexia. E só quando, por fim, acrescentou mais um aos que via, o barco parecia que desaparecia, tal era a velocidade:
  - AÍ que morremos aqui todas, - gritou uma mais nova, que não estava habituada àquelas andanças. Chegadas ao Brasil2 foram ao folguedo. Quando voltavam para vir embora, urna delas disse:
  - Agora vamos cada uma buscar o seu ramo.
  - Deus te livre de fazer isso! - Respondeu-lhe o diabo – Não vês que os ramos podem denunciar o que fazemos?
  Mas esta bruxa, nas escondidas, lá pegou num pequeno ramo e, quando encontrou o namorado, ofereceu-lho. No dia seguinte o namorado colocou o ramo ao peito, e foi com ele à missa. As outras bruxas também foram à missa. No fim das cerimónias, ao sair da porta da igreja, foram ter com o namorado da amiga e disseram-lhe:
  - Tira isso daí! Ouvistes? Se não o tirares, não passas de hoje! O pobre do rapaz, virando-se para a noiva, só disse:
  - Então porque é que mo deste? Mas que namorada eu tenho!
  - Dei-to para o guardares, e não para o mostrares a toda a gente.
  A partir daquele dia o jovem não quis saber mais da namorada, por desconfiar daquelas ameaças tão misteriosas.

  (in Lendas do Vale do Minho)

http://www.nortept.com/lendas.aspx?concelho=Valenca
: Vejo nos seus olhos seu jeito de amar, vejo no seu jeito o prazer de te amar!!!
Esquecer você seria: perder a minha identidade, mudar a minha personalidade, apagar a melhor parte da minha vida... Tudo isso porque te amo!


esse texto tem aí uma gíria popular muito estranha, e é daqueles contos mesmo populares pelo tipo de enredo.

Mas é original e é tradicional e tem que se respeitar e procurar a sua ancestralidade ;)