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  • Vida bloqueada
    Iniciado por blue_rose
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O ano de 2012 foi o pior que passei na minha vida. No entanto, já desde uns anos que sinto que a minha vida está como que bloqueada. Todas as portas se fecham e eu tenho que dar uma volta muito maior do que qualquer pessoa para conseguir alguma coisa. Já acreditei e quis acreditar que se as coisas não aconteceram é porque não tinham de acontecer. Mas acho que era mais para conforto próprio...é mais fácil "pôr as culpas" no destino. A verdade é que principalmente no amor e na amizade as coisas só pioram e são as que me fazem mais falta. Diariamente sinto um peso em cima de mim e uma sensação de que isto já não é só obra do acaso. Bem, a verdade, é que sinto que me lançaram qualquer coisa pra cima...um feitiço, bruxedo, mau olhado... Ou será que estou paranóica?

Gostava de tirar estas dúvidas... existe alguma forma de saber se estamos sob algum feitiço ou mau olhado? Existe alguma forma de atrair aquilo que queremos para a nossa vida?

Ligeia
Bom dia Blue_rose  :)

Espero que não leves a mal o que a seguir vou dizer, é apenas com intuito "analítico" ou "racional" que o faço.
Se olhares bem à tua volta repararás que, desde cerca de 2008/2009 (pelo menos) existe um sentimento latente de insegurança e receio em muitos de nós, o que muitas vezes se traduz em conflitos relacionais e emotividade à flor da pele (menos tolerância para com o próximo, mais egoísmo, desconfiança, interesse material, etc); era o prenúncio da famosa "crise". Este ano de 2012 ficará para a história como o ano em que o país revelou a sua incapacidade de autonomia e independência económicas - mas não vou aqui falar de austeridade nem troikas, antes do resultado que esta pressão encapotada exerce no nosso espírito e modo de estar. Quando nos temos que preocupar em assegurar as necessidades básicas da pirâmide, tudo o resto facilmente desmorona - é uma das muitas lições que já deveríamos ter aprendido enquanto estado social e cidadãos. Adiante  ;D
Quando o contexto que nos rodeia é desfavorável, negro e incerto é evidente que bloqueamos, a nossa vida não anda para a frente, os medos (conscientes e inconscientes) influem no modo como vemos e agimos com os outros (e vice-versa). Se o que sentes é feitiço? É, e dos mais poderosos. Chama-se "opressão" (não com o significado estritamente político, antes pessoal) e recai sobre nós insidiosamente através do desânimo gradual, entorpecendo a vontade e a alma. Quanto mais significado atribuirmos às portas que se fecham, às relações que se vão, pior ficaremos pois criamos uma "moldura mental" em que apenas nos focamos no negativo - e o que começa por ser um ou outro episódio de vida menos feliz rapidamente se torna numa rotina de infelicidade, sem que sejamos capazes de identificar e valorar devidamente o que de positivo temos/nos acontece. A "culpa" primariamente é externa (os outros, as circunstâncias alheias) e é uma questão de tempo até nos vermos como o "motor causal" de tudo o que nos acontece ou deixa de acontecer - e é precisamente aqui que está a chave da equação, cuja resolução frequentemente erramos.

Tal como tu te sentes e estás existem milhares de pessoas, basta que atentes nos rostos ausentes que por ti passam nas ruas. Aposto que este ano será um dos piores de sempre na vida de muitos, pelas razões óbvias que acima aludi; os feitiços e o mau olhado que nos rogaram (e rogam) são de um nível obscurantíssimo, com efeitos para lá de perniciosos e desesperantes, que andaram a ser "apurados" ao longo de muitos anos, através de muitas mãos sem vocação...

Como atrair aquilo que queres para a tua vida? Lutando mesmo quando já todos baixaram os braços, mesmo quando as forças te suplicam para que desistas, tendo a firme certeza de que o que queres é o que efectivamente precisas, reavaliando prioridades e reconhecendo aquilo que verdadeiramente importa. A adversidade só se combate pela perseverança - é um cliché bem verdadeiro  ;)
Além disso tens que alterar a tua percepção das coisas: por mais dificuldades, portas fechadas e caminhos cortados que se te apresentem, "dá a volta" e encara como provações necessárias para que cresças e te fortaleças enquanto pessoa e ser humano. E presta mais atenção e dedicação ao que de bom te acontece (nem que seja muito pouco); o que é positivo anula o negativo: não acontece de um dia para o outro, sofre oscilações (avanços/recuos), exige muito de nós, testa-nos ao limite dos limites - mas se assim não fosse jamais lhe daríamos a importância que damos, jamais quereríamos tanto ser felizes. Reflecte no que se tem passado na tua vida, não estagnes na ausência de respostas aos "porquês", antes tenta perceber o que é que poderás modificar em ti para que o que te rodeia não te "bata" tanto. É fácil falar? É. Mas se não tentarmos vamos sentir sempre o peso de uma existência sobrevivente e não vivente (muito menos vivida).

Para terminar este longo nada que escrevi, te quero dizer que 2012 tinha tudo para ser um dos anos mais negros que já experienciei: "perdi-me", perdi familiares próximos, amizades de longa data "evaporaram-se", o contexto profissional alterou-se radicalmente, abdiquei de muitas pessoas (e coisas - mas essas foram as que mais me custaram a ganhar e as que menos me custaram a perder - ironia do destino!) e, cereja no topo do bolo, eis que é diagnosticada uma doençazita velhaca que me queria rotular um prazo de validade (queria, mas sou muito teimosa e a dita cuja não tarda estará a léguas). Mas, precisamente no meio deste negrume todo, é que luz fulgurantemente a única coisa boa que me aconteceu, qual farol que me guia através de todas as dificuldades, que me dá alento e me faz enfrentar tudo e mais alguma coisa. Foi uma só, mas foi (e está a ser) de tal modo extraordinária que seria completamente tola em prender-me ao muito que de mau tem acontecido; ao invés, sei que dá sentido a tudo e é o que me move. Cabe-te a ti descobrir qual é o "farol" que iluminará o teu caminho. Para mim foi quase uma década de tormentas que culminaram no tsunami deste ano - passaria tudo de novo, de bom grado, por mais insano que pareça. Quando menos esperava eis que aprendi a lição óbvia de que a vida é grandiosamente simples no cumprimento dos seus desígnios (nós é que, para variar, acabamos por complicar tudo  ;D). Por isso, antes de te tornares permeável a dúvidas acerca do porquê de a tua vida estagnar, procura dentro de ti a resposta, olha em redor e reflecte, reinventa-te no pensar e agir, mune-te da coragem necessária para enfrentares o contexto. Quando deres por ti não há feitiço que te prenda nem mau olhado que te agarre  :)

Desculpa o testamento!  ;D

Citação de: Ligeia em 18 dezembro, 2012, 12:45
Bom dia Blue_rose  :)

Espero que não leves a mal o que a seguir vou dizer, é apenas com intuito "analítico" ou "racional" que o faço.
Se olhares bem à tua volta repararás que, desde cerca de 2008/2009 (pelo menos) existe um sentimento latente de insegurança e receio em muitos de nós, o que muitas vezes se traduz em conflitos relacionais e emotividade à flor da pele (menos tolerância para com o próximo, mais egoísmo, desconfiança, interesse material, etc); era o prenúncio da famosa "crise". Este ano de 2012 ficará para a história como o ano em que o país revelou a sua incapacidade de autonomia e independência económicas - mas não vou aqui falar de austeridade nem troikas, antes do resultado que esta pressão encapotada exerce no nosso espírito e modo de estar. Quando nos temos que preocupar em assegurar as necessidades básicas da pirâmide, tudo o resto facilmente desmorona - é uma das muitas lições que já deveríamos ter aprendido enquanto estado social e cidadãos. Adiante  ;D
Quando o contexto que nos rodeia é desfavorável, negro e incerto é evidente que bloqueamos, a nossa vida não anda para a frente, os medos (conscientes e inconscientes) influem no modo como vemos e agimos com os outros (e vice-versa). Se o que sentes é feitiço? É, e dos mais poderosos. Chama-se "opressão" (não com o significado estritamente político, antes pessoal) e recai sobre nós insidiosamente através do desânimo gradual, entorpecendo a vontade e a alma. Quanto mais significado atribuirmos às portas que se fecham, às relações que se vão, pior ficaremos pois criamos uma "moldura mental" em que apenas nos focamos no negativo - e o que começa por ser um ou outro episódio de vida menos feliz rapidamente se torna numa rotina de infelicidade, sem que sejamos capazes de identificar e valorar devidamente o que de positivo temos/nos acontece. A "culpa" primariamente é externa (os outros, as circunstâncias alheias) e é uma questão de tempo até nos vermos como o "motor causal" de tudo o que nos acontece ou deixa de acontecer - e é precisamente aqui que está a chave da equação, cuja resolução frequentemente erramos.

Tal como tu te sentes e estás existem milhares de pessoas, basta que atentes nos rostos ausentes que por ti passam nas ruas. Aposto que este ano será um dos piores de sempre na vida de muitos, pelas razões óbvias que acima aludi; os feitiços e o mau olhado que nos rogaram (e rogam) são de um nível obscurantíssimo, com efeitos para lá de perniciosos e desesperantes, que andaram a ser "apurados" ao longo de muitos anos, através de muitas mãos sem vocação...

Como atrair aquilo que queres para a tua vida? Lutando mesmo quando já todos baixaram os braços, mesmo quando as forças te suplicam para que desistas, tendo a firme certeza de que o que queres é o que efectivamente precisas, reavaliando prioridades e reconhecendo aquilo que verdadeiramente importa. A adversidade só se combate pela perseverança - é um cliché bem verdadeiro  ;)
Além disso tens que alterar a tua percepção das coisas: por mais dificuldades, portas fechadas e caminhos cortados que se te apresentem, "dá a volta" e encara como provações necessárias para que cresças e te fortaleças enquanto pessoa e ser humano. E presta mais atenção e dedicação ao que de bom te acontece (nem que seja muito pouco); o que é positivo anula o negativo: não acontece de um dia para o outro, sofre oscilações (avanços/recuos), exige muito de nós, testa-nos ao limite dos limites - mas se assim não fosse jamais lhe daríamos a importância que damos, jamais quereríamos tanto ser felizes. Reflecte no que se tem passado na tua vida, não estagnes na ausência de respostas aos "porquês", antes tenta perceber o que é que poderás modificar em ti para que o que te rodeia não te "bata" tanto. É fácil falar? É. Mas se não tentarmos vamos sentir sempre o peso de uma existência sobrevivente e não vivente (muito menos vivida).

Para terminar este longo nada que escrevi, te quero dizer que 2012 tinha tudo para ser um dos anos mais negros que já experienciei: "perdi-me", perdi familiares próximos, amizades de longa data "evaporaram-se", o contexto profissional alterou-se radicalmente, abdiquei de muitas pessoas (e coisas - mas essas foram as que mais me custaram a ganhar e as que menos me custaram a perder - ironia do destino!) e, cereja no topo do bolo, eis que é diagnosticada uma doençazita velhaca que me queria rotular um prazo de validade (queria, mas sou muito teimosa e a dita cuja não tarda estará a léguas). Mas, precisamente no meio deste negrume todo, é que luz fulgurantemente a única coisa boa que me aconteceu, qual farol que me guia através de todas as dificuldades, que me dá alento e me faz enfrentar tudo e mais alguma coisa. Foi uma só, mas foi (e está a ser) de tal modo extraordinária que seria completamente tola em prender-me ao muito que de mau tem acontecido; ao invés, sei que dá sentido a tudo e é o que me move. Cabe-te a ti descobrir qual é o "farol" que iluminará o teu caminho. Para mim foi quase uma década de tormentas que culminaram no tsunami deste ano - passaria tudo de novo, de bom grado, por mais insano que pareça. Quando menos esperava eis que aprendi a lição óbvia de que a vida é grandiosamente simples no cumprimento dos seus desígnios (nós é que, para variar, acabamos por complicar tudo  ;D). Por isso, antes de te tornares permeável a dúvidas acerca do porquê de a tua vida estagnar, procura dentro de ti a resposta, olha em redor e reflecte, reinventa-te no pensar e agir, mune-te da coragem necessária para enfrentares o contexto. Quando deres por ti não há feitiço que te prenda nem mau olhado que te agarre  :)

Desculpa o testamento!  ;D

Muito obrigada de verdade por este "testamento", como lhe chama... De fato, tudo o que diz faz muito mais sentido do que a crença em algo obscuro. Eu sei que cada um de nós é o protagonista da sua própria história e a peça fundamental para o desenlace da história. Mas às vezes sinto necessidade de procurar respostas e justificações em algo fora de mim.. talvez para justificar a minha incapacidade de mudança e insatisfação. Tenho 25 anos, ainda estudo pelo que as questões profissionais não me afetam no momento. O que me afeta são as relações e como, por exemplo, a nivel amoroso as coisas correm sempre mal, faça eu o que fizer, comecei a estranhar. Alias, os meus relacionamentos chegam aos 6 meses e acabam, todos, o que é uma coincidencia estranha. Depois do primeiro, todos os outros correram muito mal... a minha crença de que tudo era normal começou a esmorecer. Mas agradeço-lhe por dar força novamente ao meu lado racional, que sempre falou mais alto nestas coisas do "paranormal" e que me ajuda a ter mais força e crença em mim mesma e no meu próprio poder =)

Ligeia
Eu é que agradeço a paciência em leres o que escrevi  :)
O procurarmos fora de nós justificações para o que falha é normal (pelo menos numa larga maioria das pessoas); e quando o desânimo se instala afastamos ainda mais a hipótese de termos algum papel na frustração que nos imobiliza, recorrendo frequentemente à procura de explicações menos ortodoxas. Tens 25 anos? Aproveita-os, estás numa década em que o mundo se estende à tua frente e nenhum horizonte é longínquo demais  ;)
Quanto aos relacionamentos de carácter mais amoroso ou afectivo dá tempo ao tempo e não te esqueças que, actualmente, as pessoas são bem mais intransigentes, impacientes e egoístas do que eram há meia dúzia de anos atrás. Um relacionamento estável e gratificante pressupõe compromisso, cedências, pontos comuns e respeito: a pessoa que connosco está é um complemento ao nosso eu, não um objecto de propriedade romântica e sempre concordante. Outra coisa importante é relembrar que, quando uma relação falha, não se pode atribuir exclusiva responsabilidade a um dos elementos da relação: a relação é a dois, as falhas residem em ambos (senão estaríamos a falar de relações entre pessoa e objecto e não entre pessoa e pessoa).

Confia em ti, analisa-te, aproveita o momento para uma reflexão e redefinição daquilo que te possa estar a "prender". O caminho poderá ser longo, sinuoso até, mas quão melhor te conheceres mais capacidade terás de "prever" aquilo que te acontece. Fico feliz por ter despertado novamente um lado mais racional e também de fé em ti mesma. Boa caminhada!  ;)

Ceinwyn

Ligeia ;)

Estou sem palavras após ler o teu «testamento/resposta» :-X...

Acho que este tópico deveria ser mantido em destaque como um dos principais do fórum nesta matéria...para que todos aqueles que aqui buscam ajuda terem o prazer de ler tal resposta...

Em suma...Adorei!! ;)

blue_rose.. um excelente 2013 para ti!!!