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  • Ciência explica aparições de fantasmas
    Iniciado por anokidas
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Citação de: Mephisto em 10 janeiro, 2013, 15:46
Repara que, a pessoa quando tem uma suposta mediunidade e começa a ver coisas, logo vai alimentar a crença no meio, ao invés de tentar procurar perceber junto de um médico psiquiatra, ou qualquer coisa no campo do conhecimento cientifico, se pode ser algo relacionado com o cérebro. Eu não acredito que, uma pessoa com dois dedos de testa, com ou sem formação superior (um psiquiatra por exemplo que a tem) analisando um paciente com verdadeira mediunidade, não tenha curiosidade de saber como é que aquilo é possível, estudar o caso profundamente, tentar compreender se, efectivamente, independentemente de ser ou não plausível cientificamente, em que zonas cerebrais aquilo ocorre juntamente com um neurologista. Se é que alguma zona dele é activada nesse processo.

Não. Vão logo a correr para o médium, e depois, entregam-se à crendice e vão em todas as cantigas e mais algumas. Uns superam e desligam-se, outros têm desfechos muito tristes, um dos quais testemunhei com os meus olhos. Então não era mais fácil/lógico tentar perceber a dinâmica do processo? Não! Ou porque têm medo de ser chamados de malucos (como se não o fossemos todos logo à nascença), ou porque têm medo de perder o dom (outra muito gira), como se fossem os eleitos Deus (quando eles é que passam a vida a sofrer) etc.


É verdade que a primeira coisa que se deve fazer nos casos de suposta mediunidade é procurar um psiquiatra. Há casos em que as visões não passam de meras alucinações e são melhor tratadas com antipsicóticos do que com qualquer tipo de "terapia espiritual".

Quando o problema não pode ser resolvido com uma terapia farmacológica (antidepressivos, ansioliticos e antipsicóticos) então aí sim, deve-se considerar uma terapia alternativa... o grande problema, na minha persptiva, é que a maior parte dos mediuns a quem as pessoas recorrem são pessoas altamente ignorantes e muitas vezes acabam ainda por aumentar os problemas dos seus "pacientes".

Eu já tive a oportunidade de conhecer alguns mediuns que têm os seus "consultórios" e fiquei espantado com a sua falta de conhecimentos: nem os conceitos próprios da espiritualidade dominavam.

Por esta razão é que é importante que se façam estudos sérios sobre temas paranormais... importa, acima de tudo, que quando alguém aconselha uma terapia alternativa para um determinado problema, o faça com base em critérios sérios e não servindo-se de conceitos mitológicos que não fazem mais do que confundir a mente das pessoas.
Principal interesse: Parapsicologia Ciêntifica.

Blog: http://neodualista.blogspot.pt

Mephisto
#46
Só mais um apontamento  :laugh: Antes que venham aí os filósofos desancar-me. Eu sei que aquilo que digo em relação à mente dava um arraial com os racionalistas puros. Eu não tenho outra forma de exprimir o que desde já assumo como erro de lógica (talvez). Se encontrar uma forma mais objectiva de exprimir isso (volto cá para dar uns retoques na ideia geral :laugh:). É que depois de tanto procurar ao longo dos anos, a questão que eu tenho é: Como reconheceria-mos nós a realidade caso fossemos desprovidos de mente? Vê-la-íamos da mesma forma? Fisicamente sim, uma vez que materialmente ela é (à partida) igual para todos os animais. Pegando nisto: Porque é que a mediunidade é então uma realidade se só o médium a vê, sente, escuta? Onde é que se opera essa percepção?  ;)

Agora se me permites, uma vez que o assumiste: Como descobriste que tens mediunidade? Pergunta estúpida eu sei. Doutra forma: O que fez com que ela despertasse? Foi espontâneo? Respondes se quiseres claro. Mas estamos todos na casa certa  :)

Citação de: Caty7 em 10 janeiro, 2013, 15:59
A Mente no seu todo factual, perceptivo e abrangente é apenas uma ferramenta da complexidade maior ( holística ) do Ser.

Portanto, a mente por definição:

"mente
(latim mens, mentis, inteligência, alma)
s. f.
1. Parte do ser humano que lhe permite a actividade reflexiva, cognitiva e afectiva. = ENTENDIMENTO, ESPÍRITO, INTELECTO, PENSAMENTO
2. Armazenamento de experiências vividas. = MEMÓRIA, LEMBRANÇA
3. Disposição de espírito.
4. Aquilo que se pretende fazer. = INTENÇÃO, INTUITO, PENSAMENTO, PROPÓSITO, TENÇÃO
5. Maneira de compreender ou imaginar o mundo. = IMAGINAÇÃO," in Priberam


é tudo aquilo que te permite compreender o mundo e desconstruir a tendência holística do Ser, com lugar no cérebro. A filosofia é algo de extraordinariamente belo! A neurologia também  ;)

Sugiro-te a leitura de António Damásio (se ainda não o fizeste) para melhor compreenderes aquilo que eu não tenho capacidade de explicar.  :)

Totalmente de acordo Danny  ;)

Citação de: cleopatra em 09 dezembro, 2012, 13:27
felizmente não tenho tempo nem paciência para me dedicar a fantasmas

Como és feliz! ;D Falta-me tempo para dar conta dos daqui e dos de lá ;)


Após ter sentido o gosto de voar, você há de andar para sempre na terra com os olhos voltados para o céu, pois esteve lá, e, para lá, sempre há de desejar voltar.
                                        Leonardo da Vinci

#48
Citação de: Mephisto em 10 janeiro, 2013, 16:13
Exacto. Coisa que o primeiro sem a segunda nos igualaria aos restantes animais. Só isso  ;)

Em relevo, uma afirmação muito verdadeira, que contraposta à que está em cima, é tudo aquilo que a doutrina não fez. Evoluir.  ;)

Outra coisa, uma vez que a tirada do Seth vem de um post meu. Não viste em lado algum eu dizer que era uma perturbação psiquiátrica, crendice ou histeria. Verdadeira mediunidade. Só para que não haja mal entendidos. Quanto ao que toca ao Seth ele responderá por si mas tenho a certeza que não é também a visão dele.

Já li António Damásio. O "Sentimento de Si "é extraordinário e ficamos a conhecer em pormenor o funcionamento e estrutura do Self..;)


Citação de: Salomé em 10 janeiro, 2013, 16:19
Ora muito bem Caty7

Será que me podes esclarecer uma minha dúvida já ancestral?  Não percebo lá muito bem (ou nada, melhor dizendo), a formação de bocejos e arrotos.

Como é?, É sempre, só algumas vezes, em ocasiões especiais?

E porquê? 

Grata, pela atenção

Olá Salomé.
A produção de arrotos e bocejos, está intimamente ligada com a formação do ectoplasma.
Há várias correntes de pensamento sobre isto. Umas dizem que tal só ocorre na presença de Espíritos com energias mais densas ou mais negativas.
Outras, referem que o fenómeno ocorremesmo quando estão presentes Entidades Benéficas e que esse mal estar seria provocado por algo parecido a uma incompatibilidade energética em que de alguma forma o Médium teria a sua componente energética também ela densa o que se iria revelar aquando da manifestação mediúnica.
Este é um dos fenómenos que eu pessoalmente tive "sede de conhecer "na tentativa de compreender como se produz e porquê...desta vez não por mera curiosidade metafísica mas porque experimentei na pele( e tive que me habituar e processar ) o mal estar que advém de alguns sintomas mediúnicos.
Não podendo pela regras do Fórum inserir links, sugiro-te que pesquizes no google " bocejos e arrotos- aprendizado espirita wordpress.
Abraço

Mephisto
#49
Citação de: Caty7 em 10 janeiro, 2013, 17:20
Já li António Damásio. O "Sentimento de Si "é extraordinário e ficamos a conhecer em pormenor o funcionamento e estrutura do Self..;)

O Erro de Descartes, Ao encontro de Espinosa (actualmente), O Livro da Consciência (de seguida). Não é fascinante a neurologia e o principio de plasticidade do cérebro?  :) Já viste como a mente, produto do cérebro, é tão fascinante e tão frágil? Podemos viver sem uma perna ou duas, sem braços, mas nunca sem essa obra-prima da natureza! Sem cérebro não há mente, deixa de haver realidade. A realidade só existe enquanto essa obra-prima vive. A tua realidade.  ;) É desconcertante. E toda esta estrutura do intelecto depende inteiramente da estrutura física neural. :laugh:

Então há ou não razões, para procurar neste campo o principio da mediunidade? O principio físico  ;)

Citação de: Mephisto em 10 janeiro, 2013, 17:33
O Erro de Descartes, Ao encontro de Espinosa (actualmente), O Livro da Consciência (de seguida). Não é fascinante a neurologia e o principio de plasticidade do cérebro?  :) Já viste como a mente, produto do cérebro, é tão fascinante e tão frágil? Podemos viver sem uma perna ou duas, sem braços, mas nunca sem essa obra-prima da natureza! Sem cérebro não há mente, deixa de haver realidade. A realidade só existe enquanto essa obra-prima vive. A tua realidade.  ;) É desconcertante. E toda esta estrutura do intelecto depende inteiramente da estrutura física neuronal. :laugh:

Então há ou não razões, para procurar neste campo o principio da mediunidade? O principio físico  ;)

Claro que sim..Esta interacção começou precisamente comigo a dizer-te que entendo muito bem o que dizes..;)
A questão é que a Neurologia a Ciência e a Metafísica, evoluindo duma forma" cósmica " mesmo assim ainda não têm resposta para tudo..;)
E claro que sim...a Mediunidade tem um componente neuronal, cardiovascular e outras..;)

O cérebro continua a ser um mistério e uma maquina fascinante e poderosa, também li as obras de António Damásio e adorei.

A prova viva de como é poderoso e ao mesmo tempo perigoso, é o exemplo que já aqui dei noutro tópico à cerca da gravidez histérica. Esta doença consiste em quando a mulher deseja muito engravidar e não consegue e tornasse numa obsessão.
O cérebro passa a enviar sinais ao organismo e começa uma gravidez falsa, isto é, o sistema hormonal altera-se e a barriga cresce. Este exemplo diz tudo.

É caso para dizer que é preciso ter cuidado com o que pensamos.
"Don't become a monster in order to defeat a monster" - Bono Vox U2

Citação de: Mephisto em 10 janeiro, 2013, 17:33
Já viste como a mente, produto do cérebro, é tão fascinante e tão frágil? Podemos viver sem uma perna ou duas, sem braços, mas nunca sem essa obra-prima da natureza! Sem cérebro não há mente, deixa de haver realidade. A realidade só existe enquanto essa obra-prima vive. A tua realidade.  ;) É desconcertante. E toda esta estrutura do intelecto depende inteiramente da estrutura física neuronal. :laugh:

Não duvido que o cérebro está envolvido na produção da mente (a consciência tal qual a conhecemos no dia a dia), mas duvido que o cerebro seja o produtor da consciência. Vê por exemplo alguns casos de hidrocefalia, uma doença em que tecido cerebral é praticamente todo substituido por liquido cerebroespinal. Há um caso, em que um homem com apenas 1 milimetro de tecido cerebral por baixo do crânio (o normal é ter 4,5cm) tem um QI de 126. Como é que isto é possivel? Por muito que invoquemos a plasticidade cerebral, torna-se complicado perceber como é que alguém com tão pouco cérebro pode ser tão normal.

Há outros casos de crianças que devido a determinadas doenças, como por exemplo a epilepsia, um dos hemisférios do cérebro tem que ser removido. Acontece que após a remoção não se notam nenhumas diferenças nem ao nivel cognitivo, nem ao nivel da memória. Como explicar isto?

Agora o meu argumento favorito: Se o cérebro produz a consciência, então cada neurónio tem que ter, pelo menos, uma certa forma de proto-consciência. Porém os neurónios são feitos de proteinas, então cada proteina tem que ter também uma certa forma de proto-consciência (reduzida). Pelo mesmo argumento, chegamos ao ponto de ter que afirmar que até os átomos têm, eles também, que ter uma proto-consciência (ainda mais reduzida), o que parece muito improvável!

Para finalizar, há também os casos de experiências de quase-morte relatadas no momento em que o cérebro está a ser medido por eletroencefalogramas. O mais curioso é que as experiências ocorrem quando esses aparelhos não registam nenhuma atividade cortical (pode existir, eventualmente, atividade sub-cortical... o que mesmo assim torna dificil de explicar como é que estas experiências são tão ricas em conteudo).
Principal interesse: Parapsicologia Ciêntifica.

Blog: http://neodualista.blogspot.pt

anokidas
#53
Citação de: Danny_Almeida em 11 janeiro, 2013, 00:52
Não duvido que o cérebro está envolvido na produção da mente (a consciência tal qual a conhecemos no dia a dia), mas duvido que o cerebro seja o produtor da consciência. Vê por exemplo alguns casos de hidrocefalia, uma doença em que tecido cerebral é praticamente todo substituido por liquido cerebroespinal. Há um caso, em que um homem com apenas 1 milimetro de tecido cerebral por baixo do crânio (o normal é ter 4,5cm) tem um QI de 126. Como é que isto é possivel? Por muito que invoquemos a plasticidade cerebral, torna-se complicado perceber como é que alguém com tão pouco cérebro pode ser tão normal.

Há outros casos de crianças que devido a determinadas doenças, como por exemplo a epilepsia, um dos hemisférios do cérebro tem que ser removido. Acontece que após a remoção não se notam nenhumas diferenças nem ao nivel cognitivo, nem ao nivel da memória. Como explicar isto?

Agora o meu argumento favorito: Se o cérebro produz a consciência, então cada neurónio tem que ter, pelo menos, uma certa forma de proto-consciência. Porém os neurónios são feitos de proteinas, então cada proteina tem que ter também uma certa forma de proto-consciência (reduzida). Pelo mesmo argumento, chegamos ao ponto de ter que afirmar que até os átomos têm, eles também, que ter uma proto-consciência (ainda mais reduzida), o que parece muito improvável!

Para finalizar, há também os casos de experiências de quase-morte relatadas no momento em que o cérebro está a ser medido por eletroencefalogramas. O mais curioso é que as experiências ocorrem quando esses aparelhos não registam nenhuma atividade cortical (pode existir, eventualmente, atividade sub-cortical... o que mesmo assim torna dificil de explicar como é que estas experiências são tão ricas em conteudo).
Quer dizer que existe consciência fora do cérebro e que o resultado da carga energética de todos os neurónios do cérebro não são o que se chama de consciência. Será que podemos controlar a epilepsia uma vez que a consciência vive fora do cérebro?

Citação de: Mephisto em 10 janeiro, 2013, 12:42

Recordas-te de algo chamado ectoplasma? Esse mesmo que desapareceu com a evolução das máquinas fotográficas.  ;)

Querido Mephisto, não entendo por que dizes que o ectoplasma desapareceu. Sabes que me falta conhecimento e teoria então não me encurrales, apenas quero te expor um pouco do que me tem acontecido: falar ao celular com algumas pessoas é quase impossível, pois há interferência de vozes de espíritos; sinto toques no meu corpo e já tive minha coberta retirada de sobre mim; meu companheiro também já sentiu toques; no último sábado tive meu corpo completamente mudado de posição na cama (está descrito na poesia Sinfonia Dourada) - O Diretor do CE onde estou em tratamento me disse que estes fatos só são possíveis devido ao fato de eu possuir mediunidade de efeitos físicos mediante a qual os espíritos se utilizam do ectoplasma para realizarem seus intentos, como plasmarem a voz numa gravação de evp ou se intrometerem numa conversa de celular. Pelo que sei, o ectoplasma está longe de desaparecer. Mas como bem sabes, pouco sei ;)

Desculpa voltar a este assunto, mas estou sem tempo para acompanhar o tópico em tempo hábil.
Após ter sentido o gosto de voar, você há de andar para sempre na terra com os olhos voltados para o céu, pois esteve lá, e, para lá, sempre há de desejar voltar.
                                        Leonardo da Vinci

#55
Citação de: anokidas em 11 janeiro, 2013, 02:29
Será que podemos controlar a epilepsia uma vez que a consciência vive fora do cérebro?

Definitivamente anokidas!
A epilepsia tem uma origem fisica (disparo continuo e incontrolado dos neurónios em determinada zona) e como tal pode ser controlada fisicamente através da remoção da(s) parte(s) do cérebro afetada(s). Por outras palavras: a consciência não é responsável pela epilepsia, uma vez que esta depende de causas puramente fisicas (genéticas se quiseres).
Principal interesse: Parapsicologia Ciêntifica.

Blog: http://neodualista.blogspot.pt

Mephisto
#56
Citação de: Danny_Almeida em 11 janeiro, 2013, 00:52
Não duvido que o cérebro está envolvido na produção da mente (a consciência tal qual a conhecemos no dia a dia), mas duvido que o cerebro seja o produtor da consciência.

O cérebro mais que produtor de consciência é o seu arquitecto. Nenhum ser humano nasce consciente de si. Pelo menos eu não me lembro do meu nascimento nem de ser o que sou hoje, nem de uma parte da minha vida até aos 4 anos, sensivelmente. Daqui por diante tenho recordações desse tempo que a minha própria mãe fica estupidificada. A criança nasce com funções cerebrais biologicamente programadas (presumo eu) que lhe asseguram a sua sobrevivência. (estamos a falar de recém nascido e não de construção de memória) Tem fome-chora, faz cócó-chora, mija-se-chora., aleija-se-chora, e, se ninguém cuidar dele, continua a chorar até perder as forças, ou morrer. Não é à toa que o chorar é das primeiras reacções mal sai do ventre. Tão simples quanto isto. Não é auto-suficiente.

Então, podemos dizer que a criança, terá uma capacidade intrínseca (biologicamente programada) de existir, visto reagir aos estímulos -puxando já para uma visão global do estimulo- mas, inconsciente. Também aqui começa a construir uma memória inconsciente. O adágio «quem não chora não mama» representa esta ideia da melhor forma. O erro de descartes que António Damásio tão brilhantemente sustentou advém disso. Qualquer pessoa existe independentemente de o pensar, há uma pré-determinação biológica para a existência do animal que virá a transformar-se em ser humano ou vice-versa, independentemente deste o pensar no que concerne a existir, ao passo que o último nunca existe sem o primeiro. Uma pessoa em coma vegetativo é a prova fulcral de que há possibilidade de existir sem consciência.

A consciência de que falas constrói-se durante o crescimento, através da aprendizagem e da interacção com o meio. Está em permanente evolução com ela. Isso sim é um casamento cigano para a vida. Impõem-te a noiva e tens de viver com ela, quer queiras quer não.
Tu não distingues o bem do mal quando nasces, tampouco durante o teu crescimento inicial. Aprendes com bases nos conhecimentos humanos adquiridos ao longo de milénios de existência. Logo à partida com as palmadas dos pais. Não sabes o que fizeste de mal mas já sabes que não deves fazer. Entretanto aprendes a avaliar isso, a racionalizar. A história da evolução da humanidade prova-to. A consciência nasce da aprendizagem. Não vem do céu. É permanentemente evolutiva, porque nasce de outras. Depois vem a inteligência e a liberdade de pensar e o livre-arbítrio, ou seja, tudo aquilo que faz de nós seres humanos, conscientes.  ;)

Citação de: Danny_Almeida em 11 janeiro, 2013, 00:52
Vê por exemplo alguns casos de hidrocefalia, uma doença em que tecido cerebral é praticamente todo substituido por liquido cerebroespinal. Há um caso, em que um homem com apenas 1 milimetro de tecido cerebral por baixo do crânio (o normal é ter 4,5cm) tem um QI de 126. Como é que isto é possivel? Por muito que invoquemos a plasticidade cerebral, torna-se complicado perceber como é que alguém com tão pouco cérebro pode ser tão normal.

Hidrocefalia não é liquidificação do cérebro.  ;) Quem te disse isso enganou-te. Mas deixo essa porta aos experts. Eu já esclareci essa dúvida e garanto-te que, alguém com 1 mm de tecido cerebral debaixo do crânio, seria tudo menos gente.

Citação de: Danny_Almeida em 11 janeiro, 2013, 00:52
Há outros casos de crianças que devido a determinadas doenças, como por exemplo a epilepsia, um dos hemisférios do cérebro tem que ser removido. Acontece que após a remoção não se notam nenhumas diferenças nem ao nivel cognitivo, nem ao nivel da memória. Como explicar isto?

Simples. É mentira.

"As crises epilépticas são produzidas por uma actividade anormal no cérebro. A remoção cirúrgica de áreas cerebrais que provocam crises tem sido uma forma de tratamento aceita há mais de 50 anos. Entretanto, por causa das novas técnicas cirúrgicas e novos modos de identificar as áreas que serão removidas, um maior número de cirurgias têm sido feitas nos últimos anos, com taxas de sucesso cada vez maiores.

A cirurgia pode ser realizada tanto em crianças quanto em adultos. Não é, no entanto, um tratamento indicado para todos os portadores de epilepsia ou para aqueles com bom controle de crises através de medicação.

Para decidir se um adulto ou uma criança será beneficiado com a cirurgia, os médicos desejam saber:

O problema é realmente epilepsia?

É um tipo de crise pode ser ajudado por uma operação?

Nós fizemos todos os esforços para controlar as crises com medicamentos, dieta ou outro tratamento?

Essa condição pode melhorar sem a cirurgia?

Pode ficar pior sem a cirurgia?

Os benefícios são maiores que os riscos?

A cirurgia pode ser feita com segurança nas áreas cerebrais afectadas?

Existem questões muito individuais com diferentes respostas para cada pessoa, baseadas na história médica do paciente ou sua família. Extensos exames físicos, registos médicos e uma grande bateria de testes pré-operatórios podem ser necessários.

Tipos de Cirurgias

Toda cirurgia de epilepsia manipula o cérebro. Entretanto, diferente tipos de operações podem ser feitas. Em geral, elas estão dentro de dois grupos:

1- Remoção da área cerebral que está produzindo as crises;

2- Interrupção do caminho do nervo, ao longo do qual os impulsos que originam as crises se espalham.

Ressecções corticais

As crises que se iniciam em uma ou mais áreas do cérebro são conhecidas como crises parciais simples ou complexas. As crises podem ter diferentes formas, dependendo do local onde são originadas no cérebro.

O cérebro é dividido em áreas chamadas lobos. Existem os lobos temporal, frontal, parietal e occipital. Existem dois lobos de cada, um de cada lado do cérebro. Uma cirurgia que remove toda ou parte dessas áreas é chamada de lobectomia.

Este tipo de cirurgia pode ser feita quando uma pessoa tem crises que começam sempre no mesmo lobo. É possível parar as crises removendo a área que as produz, caso isto possa ser feito com segurança, sem danificar funções vitais.

A lobectomia remove uma área pequena do cérebro. Entretanto, em poucos casos, uma criança pode ter doenças cerebrais graves somente de um lado do cérebro, que produz crises incontroláveis e paralisias no lado oposto do corpo.

Quando isto acontece, uma operação mais extensa deve ser considerada. Ela é chamada hemisferectomia. Ela remove todo ou quase todo o hemisfério cerebral.

É impossível que um adulto possa funcionar somente com metade do cérebro mas em crianças uma metade pode substituir a outra que foi removida. Porém, haverá fraqueza e perda de alguns movimentos do lado oposto do corpo. Haverá também uma perda da visão periférica.

Calosotomia

Outro tipo de cirurgia para epilepsia é chamada de calosotomia. A calosotomia não retira tecidos cerebrais. Em vez disso,ela interrompe o espraiamento das crises, cortando as fibras nervosas que conectam um lado do cérebro ao outro. Esta ponte nervosa é chamada de corpo caloso. As crises que podem responder a este tipo de cirurgia são as generalizadas tônico-clônicas, as crises com queda e as mioclonias. Estas crises afetam ambos os lados do cérebro ao mesmo tempo e não existe uma área que possa ser removida para pará-las.

As crises geralmente não param inteiramente. É provável que algum tipo de atividade crítica permaneça em um ou no outro lado do cérebro, mas as crises são geralmente menos graves que as crises prévias. Além disto, parece haver um ganho na função intelectual devido à uma melhora da atenção.

Transecção subpial múltipla

Algumas crises são originadas a partir de regiões do cérebro que são responsáveis por funções importantes, como o movimento ou a linguagem. A remoção dessas áreas levaria, por exemplo à paralisia ou à perda da função da linguagem. Uma técnica cirúrgica chamada transecção subpial múltipla (TSM) pode ser realizada nessas situações. Isso implica em fazer pequenas incisões no cérebro nas regiões que interferem com o espalhamento dos impulsos que provocam as crises. Esta técnica pode ser usada sozinha ou juntamente com a lobectomia.

Conclusões

A operação

Uma cirurgia de epilepsia bem sucedida depende de uma seleção cuidadosa de pacientes, habilidade médica e principalmente de uma equipe cirúrgica muito bem treinada. A operação pode levar várias horas para ser realizada. Os cirurgiões primeiro localizam e depois removem a área identificada nos pré-testes como a origem das crises; cuidadosamente separam as fibras nervosas entre as duas metades do cérebro se uma calosotomia está sendo realizada ou fazem as incisões requeridas pela TSM.

Os registros eletroencefalográficos durante a cirurgia ajudam os médicos a mapear a exata área cerebral a ser removida. O cérebro pode ser estimulado com leves impulsos elétricos durante a cirurgia para identificar as áreas que controlam a fala, movimentos e sensações. Às vezes, toda a operação é feita com o paciente acordado, sob anestesia local. Isto é possível pois o tecido nervoso não é sensível à dor.

Recuperação

Após a operação, o paciente permanece uma semana no hospital e então vai para casa e continua sua recuperação. Após aproximadamente três a cinco semanas ele pode voltar às suas atividades normais. Os médicos recomendam que os pacientes operados continuem com a medicação antiepiléptica por aproximadamente 1 ano após a operação. Algumas pessoas podem ter que continuar a tomar a medicação indefinidamente para obter o controle das crises.

Planejamentos futuros

Uma boa comunicação entre o paciente e o médico é importante em todo o tratamento da epilepsia, mas especialmente quando a cirurgia está sendo considerada. Embora a cirurgia de epilepsia seja hoje mais comum, mais bem sucedida e segura que antes, ainda é uma cirurgia grande. O paciente e a família devem formar um quadro realista dos benefícios, riscos e probabilidades de cura.

Pode haver alguns efeitos físicos pós-operatórios. Às vezes ocorrem mudanças emocionais (muitas vezes positivas). As pessoas podem sentir-se desapontadas se suas crises não cessam completamente ou se têm que continuar a tomar a medicação, ao menos por um tempo, depois da cirurgia.

Quando as crises param completamente ou acontecem raramente, há um sentimento de alívio e comemoração. Mas às vezes, as pessoas também sentem-se deprimidas. Pode ser difícil corresponder às novas expectativas que outros possam ter ou ajustar-se à nova forma de viver sem crises após tanto tempo convivendo com as mesmas.

Na maioria dos casos essas reações são temporárias. Assim como outros resultados que decorrem da cirurgia de epilepsia, eles podem ser melhor cuidados se tanto a família quanto o paciente souberem o que esperar do procedimento e dialogarem abertamente com a equipe multidisciplinar (neurologistas, cirurgiões, enfermeiras e psicólogas) antes que a cirurgia seja feita."

Fonte: © Clínica Neurológica Dr. Arthur Cukiert

Posto isto, no que toca a crianças, possivelmente, terás aí o principio da plasticidade em todo a força num cérebro em desenvolvimento. Os experts que se manifestem.

Citação de: Danny_Almeida em 11 janeiro, 2013, 00:52
Para finalizar, há também os casos de experiências de quase-morte relatadas no momento em que o cérebro está a ser medido por eletroencefalogramas. O mais curioso é que as experiências ocorrem quando esses aparelhos não registam nenhuma atividade cortical (pode existir, eventualmente, atividade sub-cortical... o que mesmo assim torna dificil de explicar como é que estas experiências são tão ricas em conteudo).

Onde é que esses relatos estão? Uma vez que são bastante raros e ainda mais no preciso momento de um exame desses.  :) Só para ver, não é estar a duvidar de ti.  ;)


Citação de: Mephisto em 11 janeiro, 2013, 12:25
Hidrocefalia não é liquidificação do cérebro.   Quem te disse isso enganou-te. Mas deixo essa porta aos experts. Eu já esclareci essa dúvida e garanto-te que, alguém com 1 mm de tecido cerebral debaixo do crânio, seria tudo menos gente.

Então aqui vai uma foto de um senhor francês com essa doença. É uma pessoa absolutamente normal (trabalha, tem familia...) com um QI de 75 (não tem uma grande inteligência  :laugh: , mas não é considerado deficiente mental):


Citação de: Mephisto em 11 janeiro, 2013, 12:25
É impossível que um adulto possa funcionar somente com metade do cérebro mas em crianças uma metade pode substituir a outra que foi removida. Porém, haverá fraqueza e perda de alguns movimentos do lado oposto do corpo. Haverá também uma perda da visão periférica.

Tudo funções mecanicas da responsabilidade do cérebro... mas então e a cognição? e a memória?  também não seria suposto serem afetadas?


Citação de: Mephisto em 11 janeiro, 2013, 12:25
Onde é que esses relatos estão? Uma vez que são bastante raros e ainda mais no preciso momento de um exame desses.   Só para ver, não é estar a duvidar de ti. 

Vê o caso de Pam Reynolds  ;)
Principal interesse: Parapsicologia Ciêntifica.

Blog: http://neodualista.blogspot.pt

Zen
Esta intervenção não é própriamente um contributo para o assunto do tópico, só para dizer que estou a gostar de ler todas as intervenções colocadas neste tópico, continuem  ;)

Pode ser que também ainda participe!





Mephisto
#59
Citação de: Danny_Almeida em 11 janeiro, 2013, 12:53
Então aqui vai uma foto de um senhor francês com essa doença. É uma pessoa absolutamente normal (trabalha, tem familia...) com um QI de 75 (não tem uma grande inteligência  :laugh: , mas não é considerado deficiente mental):


75 já não são 126  :laugh:. QI é um valor de referência mais que ultrapassado.  ;) Mas independentemente disso, serve também de referência (o caso) para se perceber como se constrói um mito.  ;) Danny, quando li a tua mensagem ainda estava meio ensonado. Tinha uma vaga ideia do que era a hidrocefalia mas, como de manhã sou um veiculo movido a cafeína e a dose matinal recomendada ainda não tinha sido atingida, estava com dificuldades de raciocínio.  :laugh:
Fui pesquisar o que era a hidrocefalia. Depois de ler um artigo gigante já com dois cafés lá percebi a dinâmica da coisa, porque impossivel já eu sabia que era (viver com 1 mm de cérebro). Como sou um gajo teimoso e chato, quando tenho uma na cabeça, vai logo de chatear o médico para tentar perceber de onde podia vir essa ideia. Não podia. É impossível (nos termos que expuseste), simplesmente. Dito por um médico.

Vejamos a descrição para quem como eu andou à toa:

"Hidrocefalia é, de forma genérica, a acumulação de líquido cefalorraquidiano (LCR) no interior da cavidade craniana (nos ventrículos ou no espaço subaracnóideo), que por sua vez, faz aumentar a pressão intracraniana sobre o cérebro, podendo vir a causar lesões no tecido cerebral e aumento e inchaço do crânio.
É um problema de saúde que, na maior parte das vezes, está associado ao aparecimento de Spina Bifida. O líquido cefalorraquidiano passa, no cérebro, de um ventrículo para o seguinte (existem, ao todo, quatro) através de canais relativamente estreitos, circulando depois na superfície do cérebro e sendo, finalmente, absorvido pela sistema sanguíneo. Existe ainda uma parte do líquido que circula ao longo da medula espinhal.
Ora, a acumulação já referida de LCR no interior da cavidade craniana dá-se quando, por qualquer razão, existe uma obstrução à drenagem do líquido para o sistema sanguíneo. Essa obstrução pode estar relacionada, como já se disse, com o aparecimento de Spina Bifida mas pode, efectivamente, ocorrer por outras razões.
A hidrocefalia pode resultar de excesso de produção de LCR (situação normalmente rara, diga-se) ou quando é impedida a circulação ou absorção desse líquido. Quando o líquido cefalorraquidiano é constantemente produzido mas, de facto, está impedido de circular, acumula-se e causa um aumento, por vezes muito grande, da pressão no interior do cérebro. Os ventrículos incham e o tecido cerebral pode vir a sofrer lesões.

Sinais e sintomas:

Quem sofre de Hidrocefalia pode vir a sofrer problemas de aprendizagem, normalmente associados a problemas de concentração, de raciocínio lógico ou de memória de curto prazo, problemas de coordenação, de organização, dificuldades de localização espaço-temporal, de motivação, puberdade precoce ou dificuldades na visão. No entanto, não é certo que tais situações tenham, necessariamente, de ocorrer na pessoa com Hidrocefalia.
Outros problemas que podem ocorrer são:
Crescimento rápido e exagerado do Crânio.
Fontanela anterior dilatada
Irritabilidade
Ataques epiléticos
Nas crianças mais velhas e em adultos, os sintomas incluem:
Dor de cabeça
Dificuldade para caminhar
Perda das habilidades física
Mudança de personalidade
Diminuição da capacidade mental
Em qualquer idade, os sintomas podem incluir:
Vômitos
Letargia" In (my beloved) Wikipédia

Posto isto, se esse senhor apresenta as condições que referes, deve-se, única e exclusivamente, ao facto do cérebro ter desenvolvido o suficiente para ele manter essas actividades, limitadamente, mas mantendo, e não por um milagre da natureza.

Citação de: Danny_Almeida em 11 janeiro, 2013, 12:53
Tudo funções mecanicas da responsabilidade do cérebro... mas então e a cognição? e a memória?  também não seria suposto serem afetadas?

Referente a isto, a resposta é peremptoriamente negativa. Caso a intervenção cirúrgica tivesse de remover tecidos ou partes afectas ao sistema cognitivo, ou da memória, simplesmente não se faziam. Nenhum médico arriscaria criar um zombie ou uma pessoa diferente daquela que vai operar. Mas há sempre o risco. Porque achas que existem tumores cerebrais inoperáveis? Simplesmente porque, se for removido, o paciente deixa de ser uma pessoa para passar a figurar na prateleira dos vegetais.  ;)