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  • Ser hóspede no nosso próprio corpo (3 irmãos com a mesma experiência)
    Iniciado por autumnrain
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Desde há algum tempo que estou para publicar a minha experiência (que é semelhante à dos meus 2 irmãos), mas como não se enquadra em nenhuma categoria, experimento colocá-la aqui, pode ser que entretanto mais alguém tenha tido este tipo de experiência.

Para terem uma ideia geral, a nossa família (mãe e irmãos) sempre esteve ligada a algum tipo de situação paranormal (ouvir passos, sentir respiração perto de nós, ouvir móveis a moverem-se, ver vultos - ao ponto de ser necessário a intervenção de uma médium na altura).
A minha mãe teve experiência fora do corpo quando era adolescente e desde a nossa adolescência que eu e os meus irmãos temos tido, com alguma frequência, uma sensação estranha em que somos desconhecidos ao nosso próprio corpo.
Não sei bem como explicar, mas a sensação é que o corpo não nos pertence, mas também não se chega a saber quem somos (em espírito), ou seja não reconhecemos quem é a pessoa que vemos ao espelho. Normalmente não deixamos chegar muito longe mas parece que entramos numa "zona desconhecida" e o primeiro "sintoma" é sentir um género de tonturas ao início. A 1ª reacção é procurar desesperadamente vozes que o corpo conhece (irmãos, mãe, amigos) para podermos voltar a nós. Parece que é uma luta de identidades entre a alma e o corpo....
Isto acontecia (e ainda acontece), estando acordados. Não é uma experiência fora do corpo, mas dentro do corpo.

Posso relatar uma situação recente (e recorrente), em que estou a falar com o meu marido, e de repente não o "conheço", e penso para mim "Tudo bem, é suposto seres meu marido", mas na realidade sinto que estou a olhá-lo pelos olhos de outra pessoa, agora que sou mais velha consigo controlar melhor e não entrar em pânico.

Mais alguém teve experiência semelhante??




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Já ouvi falar de situações em que espíritos tomam conta do corpo de outrem. Mas não é frequente haver a percepção da dualidade. Quer dizer, quem te "habita" momentaneamente tem percepção de que para além "dele/a" há outra pessoa que és tu, com uma vida própria.

Eu confesso que não sei nada de nada, apenas me limito a pensar mediante o que leio.

Abraço

Templa
Templa - Membro nº 708

Olá Templa,

Pois realmente é muito estranho, porque nessas alturas, tenho perfeita noção que estou no corpo errado, mas não chego a identificar quem está cá dentro.
Vai na volta é uma doença mental :S, mas também já pesquisei e não vi nenhuma que tivesse estes "sintomas".

Muito estranho realmente... Faz-me lembrar um livro que li há uns tempos, da Stephenie Meyers chamado "The Host"...

Olá ShellyTantrum,

Também já li esse livro, e até gostei bastante :).
Nessa história ambas as entidades estão em conflito e conscientes da invasão, se bem me lembro.
No meu caso e dos meus irmãos, perdemos a nossa própria entidade, e não conhecemos o suposto " invasor".
Mas como já me acontece desde que me lembro, e até aos dias de hoje ( vou fazer 30 anos), já não me faz tanta confusão, acho é estranho nunca ter lido ou ouvido relatos de situações semelhantes.

Citação de: autumnrain em 20 setembro, 2012, 11:26
Olá ShellyTantrum,

Também já li esse livro, e até gostei bastante :).
Nessa história ambas as entidades estão em conflito e conscientes da invasão, se bem me lembro.
No meu caso e dos meus irmãos, perdemos a nossa própria entidade, e não conhecemos o suposto " invasor".
Mas como já me acontece desde que me lembro, e até aos dias de hoje ( vou fazer 30 anos), já não me faz tanta confusão, acho é estranho nunca ter lido ou ouvido relatos de situações semelhantes.

Sim, é isso.
Realmente nunca ouvi nada parecido...
Pode ser que alguém aqui te consiga ajudar, há aqui pessoas com muita sabedoria, com certeza algum deles pode saber do que se trata.
Realmente, 30 anos é muito tempo, e uma vez que acontece também com os teus irmãos, talvez seja uma coisa hereditária. Como mencionaste que a tua mãe tem uma certa sensibilidade ... Poderá ser algo de vidas passadas que vos atormenta?

Ligeia
Citação de: autumnrain em 19 setembro, 2012, 23:01
(...)
Não sei bem como explicar, mas a sensação é que o corpo não nos pertence, mas também não se chega a saber quem somos (em espírito), ou seja não reconhecemos quem é a pessoa que vemos ao espelho. Normalmente não deixamos chegar muito longe mas parece que entramos numa "zona desconhecida" e o primeiro "sintoma" é sentir um género de tonturas ao início. (...) Parece que é uma luta de identidades entre a alma e o corpo....
Isto acontecia (e ainda acontece), estando acordados. Não é uma experiência fora do corpo, mas dentro do corpo.
(...)

Por acaso também gostaria bastante de ver avançadas aqui possíveis explicações para tal acontecer (será alguma forma de despersonalização?). Esperemos que, nos nossos mais de 15000 inscritos, exista alguém com experiências semelhantes e que possam avançar com algumas hipóteses - é que agora fiquei para lá de curiosa...  ;)

Eu também fiquei curiosa.
Mas deve ser bastante angustiante uma situação dessas!
Nem consigo imaginar.
tenho pena em não poder ajudar mais, mas infelizmente não sei mesmo nada sobre isso ... :(

Citação de: ShellyTantrum em 20 setembro, 2012, 11:51
Sim, é isso.
Realmente nunca ouvi nada parecido...
Pode ser que alguém aqui te consiga ajudar, há aqui pessoas com muita sabedoria, com certeza algum deles pode saber do que se trata.
Realmente, 30 anos é muito tempo, e uma vez que acontece também com os teus irmãos, talvez seja uma coisa hereditária. Como mencionaste que a tua mãe tem uma certa sensibilidade ... Poderá ser algo de vidas passadas que vos atormenta?


Pois realmente não tenho explicação, porque se houvesse reconhecimento era mais fácil.
Já fui mais crente em vidas passadas e reencarnação, agora sou um pouco céptica, mas realmente nunca se sabe.
Entretanto hoje a minha irmã também se vai registar para relatar o seu lado nesta e outras situações.


Citação de: Ligeia em 20 setembro, 2012, 11:54
Por acaso também gostaria bastante de ver avançadas aqui possíveis explicações para tal acontecer (será alguma forma de despersonalização?). Esperemos que, nos nossos mais de 15000 inscritos, exista alguém com experiências semelhantes e que possam avançar com algumas hipóteses - é que agora fiquei para lá de curiosa...  ;)


Olá Ligeia,

Também tenho essa esperança hehehehe, quando éramos mais novos, lá íamos contando aos amigos, mas nunca conhecemos ninguém que passasse pelo mesmo, e até pensavam que éramos meio maluquitos :S.


Citação de: ShellyTantrum em 20 setembro, 2012, 11:55
Eu também fiquei curiosa.
Mas deve ser bastante angustiante uma situação dessas!
Nem consigo imaginar.
tenho pena em não poder ajudar mais, mas infelizmente não sei mesmo nada sobre isso ... :(

A fase da angústia já passou há algum tempo, pelo menos para mim, agora quando acontece ( não é constantemente, é bastante esporádico) já é do género: pronto, lá vem isto outra vez...espero um bocadinho que já passa.




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Mephisto
Bom dia autumnrain, ontem li e reli o teu relato, passei horas a matutar nele, andei num impasse total se havia ou não de transcrever o que vais ler à frente. Esperei pela opinião de um membro que já está dada. Eu, concordo inteiramente com essa possibilidade desde o primeiro minuto. Não conheço no campo da espiritualidade, nada semelhante ao que relatas. Nos casos de incorporação comum, o médium nunca consegue manifestar-se através da entidade; é a entidade que se manifesta através do médium.

Nos casos de possessão violenta, o possuído tem noção que algo está errado pouco antes da manifestação, mas perde o total controlo e memória das ocorrências. Peço-te que leias com mente aberta, ninguém está a fazer diagnósticos, mas temos de ser pragmáticos relativamente ao que relatas, de acordo com a sintomatologia descrita, quanto ao quadro psicológico que se segue. São traços gerais extraídos da Wikipédia que, caso estejas realmente interessada em perceber o teu problema, deverás aprofundar através de literatura especializada na área e, sobretudo, tentares perceber com um profissional a viabilidade desta hipótese.

«««
Despersonalização:

Nas áreas da psiquiatria e da psicologia, a despersonalização é entendida como uma desordem dissociativa, caracterizada por experiências de sentimentos de irrealidade, de ruptura com a personalidade, processos amnésicos e apatia. Pode ser um sintoma de outras desordens como transtorno bipolar, transtorno de personalidade borderline, depressão, esquizofrenia, stress pós-traumático e ataques de pânico. A despersonalização pode ainda surgir com o consumo de drogas, como Cannabis ou Ecstasy; mas há outras causas: esta pode desenvolver-se devido a uma exposição prolongada a stress, mudanças repentinas no contexto pessoal, laboral ou social, entre outros factores. A despersonalização encontra-se intimamente relacionada com a ansiedade. Enquanto desordem isolada, é desencadeada pela vivência de uma situação traumática, como maus tratos (de natureza física ou psicológica), acidentes, desastres. Esta pode ainda despoletar-se no indivíduo se este atravessar um conflito interno insuportável: a mente passa por um processo inconsciente de dissociação - separa (dissocia) conhecimento, informações ou sentimentos incompatíveis ou inaceitáveis oriundos do pensamento (realidade) consciente.

Sintomas:

De acordo com a última edição da DSM-IV, a despersonalização surge como uma desordem dissociativa: As características essenciais do Transtorno de Despersonalização consistem de episódios persistentes ou recorrentes de despersonalização, caracterizados por um sentimento de distanciamento ou estranhamento de si próprio (Critério A). O indivíduo pode sentir-se como um autômato ou como se estivesse em um sonho ou em um filme. Pode haver uma sensação de ser um observador externo dos próprios processos mentais, do próprio corpo ou de partes do próprio corpo. Vários tipos de anestesia sensorial, falta de resposta afetiva e uma sensação de não ter o controle das próprias ações, incluindo a fala, frequentemente estão presentes. O indivíduo com Transtorno de Despersonalização mantém um teste de realidade intacto (por ex., consciência de que isto é apenas uma sensação e de não ser realmente um autômato) (Critério B). A despersonalização é uma experiência comum, devendo-se fazer este diagnóstico apenas se os sintomas forem suficientemente severos para causar sofrimento acentuado ou prejuízo no funcionamento (Critério C). Uma vez que a despersonalização é uma característica comumente associada a muitos outros transtornos mentais, um diagnóstico separado de Transtorno de Despersonalização não é feito se a experiência ocorre exclusivamente durante o curso de outro transtorno mental (por ex., Esquizofrenia, Transtorno de Pânico, Transtorno de Estresse Agudo ou outro Transtorno Dissociativo). Além disso, a perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica geral (Critério D).
Uma característica importante da despersonalização é que a pessoa tem total noção de que os seus sintomas não são normais e de que algo está errado consigo. O indivíduo pode perceber uma alteração insólita no tamanho ou forma dos objetos (macropsia ou micropsia), pode apresentar fotossensibilidade (sentir-se ofuscado e incomodado por luz) e as pessoas podem parecer estranhas ou mecânicas. Outras características associadas incluem sintomas de ansiedade, sintomas depressivos e uma perturbação do sentido de tempo. A pessoa sente-se desapegada dos seus amigos e familiares, começa a sentir o mundo de uma forma diferente e irreal, bem como um grande vazio no seu íntimo, como se a sua personalidade se lhe tivesse sido "roubada" (daí o nome de despersonalização, da ruptura da personalidade), o que a leva a isolar-se. Num período inicial, desorganizado da doença, instauram-se, por vezes, sintomas depressivos perante a grande mudança que se operou na forma da pessoa percepcionar o mundo, os outros e a si própria. Em conjunto com sintomas depressivos, muitas vezes, o paciente fica obcecado em busca de uma causa para todos estes sintomas. Muitas vezes, são os pacientes que realizam o seu próprio diagnóstico. Isto é natural, visto o pouco conhecimento que os clínicos têm sobre esta patologia, bem como a dificuldade que os indivíduos possuem em explicar os seus sintomas. A forma como uma pessoa percepciona e sente a realidade, o seu "eu" e a relação com os outros é algo tão subtil e vago que, por vezes, apenas metáforas e analogias podem explicar estes sintomas.

Fisiopatologia da despersonalização:

Alguns estudos têm apontado para uma hiperactivação da região interna do córtex pré-frontal e de uma hipoactivação do sistema límbico, nomeadamente das amígdalas. Enquanto que a primeira estrutura é responsável pelo controlo das emoções, inibindo a segunda, quando activada, o sistema límbico é fundamental para as emoções e na coordenação destas com as percepções. Quando o quadro descrito se observa, verifica-se uma inibição emocional que leva aos estados de apatia sentidos pelos pacientes. De facto, o sentimento de irrealidade pode ser explicado pela falta de cor emocional que as percepções dos pacientes revelam. Deste modo, recebem-se impulsos de natureza visual, auditiva, entre outros, mas, no seu processamento, não se activa o sistema límbico, fundamental para lhes conferir significância afectiva. Deste modo, tudo surge igual e sem emoções interligadas para os despersonalizados. Pode-se, então explicar o seu distanciamento à realidade, visto que não lhe providencia sentimentos. De certa forma, é a ausência de emoções que altera as percepções físicas.
Os pacientes conseguem indicar a significância ou a emoção que normalmente teriam em relação a certa pessoa ou a certo objecto, contudo não conseguem senti-los, devido à inibição observada. Esta discordância entre o que se espera sentir e o que se sente provoca grande sofrimento nas pessoas despersonalizadas. Ao contrário de outras patologias, as pessoas têm plena noção do que deveriam sentir e do que não sentem.

Factores agravantes:

Consumo de drogas (se estas podem despoletar esta patologia, parece óbvio que o seu consumo poderá agravá-la);
Cafeína - Ao aumentar a ansiedade, agrava os sintomas dissociativos.
Nicotina
Multidões e locais com muitos estímulos, por exemplo a rua (parece que numa pessoa com despersonalização, os seus sintomas se agravam quando tem de processar muitos estímulos, o que não significa que deva evitar contactos sociais, pelo contrário.)
Insónias;
Dormir demais (parece que os ciclos de sono estão bastante relacionados com a síndrome de despersonalização. Poderá parecer paradoxal, mas existe uma menor sensação de despersonalização durante o sono, talvez devido a um adormecimento do córtex pré-frontal);
Lembrar-se de sua condição de despersonalizado;
Demasiada introspecção;
Isolamento;
Situações de Stress.

Factores atenuantes:

Exercício físico (o intenso parece agravar os sintomas);
Dor/estimulação física - beliscar-se, etc - (não incluir automutilação que pode aliviar inicialmente, para logo depois agravar severamente o estado despersonalizado);
Relações sociais;
Olhar-se no espelho (convence a pessoa de que ela existe).
Lavar o rosto (sentir a água pode ajudar a você se convencer de que está mesmo lá).
O próprio sexo, o contato com outra pessoa (corpo a corpo), ajuda no esquecimento da despersonalização.

Terapêutica:

Não existe qualquer terapia que se tenha revelado significativa no tratamento da despersonalização, mostrando-se uma desordem bastante resistente a tratamentos. Muitos clínicos parecem apostar na utilização de SSRI ou na psicoterapia, sendo que os maiores resultados se têm obtido com a última opção. Contudo, as respostas aos tratamentos parecem variar bastante de paciente para paciente.
A sensação de despersonalização desaparece, frequentemente, com o tratamento. Este só se justifica se a situação persistir, reaparecer ou causar sofrimento. Demonstraram-se eficazes a psicoterapia psicodinâmica, a terapia comportamental e a hipnose, mas não existe um tipo único de tratamento que seja eficaz para todas as pessoas com uma perturbação de despersonalização. Os tranquilizantes e os antidepressivos podem ajudar algumas pessoas. A despersonalização associa-se, frequentemente, a outras perturbações mentais que necessitarão de ser tratadas ou é desencadeada por elas. Deve ter-se em conta qualquer tipo de stress relacionado com o início (instalação) da perturbação de despersonalização. De um modo geral, consegue-se algum grau de alívio. A recuperação completa é possível para muitas pessoas, especialmente para aquelas cujos sintomas ocorrem em ligação com qualquer stress identificado durante o tratamento. Um grande número de pessoas com uma perturbação de despersonalização não responde bem ao tratamento, embora possa melhorar gradual e espontaneamente.»»»

Fonte: Wikipédia

Gostava de ter uma resposta diferente para ti. Procura todas as hipóteses e não descartes de modo algum esta.
Cumprimentos

Olá Mephisto, ainda sou nova no Fórum e peço desculpa se dupliquei posts, pensei que podia responder aos membros com quotes, mas em relação aos erros ortográficos, fiquei admirada, porque por norma escrevo de maneira bastante correcta, (apenas ignoro o novo Acordo Ortográfico :P), e uso sempre o vosso verificador ortográfico antes de publicar.

Achei bastante interessante o artigo que publicaste, principalmente esta parte: "Pode haver uma sensação de ser um observador externo dos próprios processos mentais, do próprio corpo ou de partes do próprio corpo", mas em relação aos restantes sintomas não me identifico, nem os meus irmãos.
Poderá ser uma versão "light" deste Transtorno, mas o que estranho é afectar 3 irmãos, todos com idades diferentes.



Mephisto
Eu pelo contrário não vejo estranheza nenhuma dado estarem inseridos no mesmo meio ambiente. Não te assustes com os estudos médicos pois eles são uns fatalistas de primeira ordem, embora tenham algo muito positivo na área de investigação; vão até à mais ínfima possibilidade. Sério! Agarra num Simposium e verás que é sentença de morte para toda a gente  :laugh:.

Se leres atentamente o teu próprio relato, tens um elemento comum a todos os membros da família passível de ser a causa/factor de um stress prolongado. Bom. Isto não é sitio para se discutir esse tipo de assunto e mantenho a recomendação de te sentares em frente a um profissional, sem medos, e explicares tin tin por tin tin o que sentes.
Se te deixa mais descansada, pensa no seguinte. Existem actores, cuja exigência do papel a representar os dissocia totalmente, durante uma larga temporada, deles próprios. Pesquisa pelo caso do "Dr. House" a titulo de exemplo, pois esteve a modos de dar em maluco. Assumem a personalidade do personagem de tal maneira que provocam, inadvertidamente, o transtorno de despersonalização.

Por isso dizemos corriqueiramente que os actores são todos doidos  :laugh:. Nada que uma terapia simples não resolva. Pensa nisso. Não custa nada, ninguém te vai internar nem drogar em comprimidos. Aliás se forem logo à lei de comprimidos, desconfia.  ;) Pede sempre segundas e terceiras opiniões porque eles estudam todos o mesmo mas nem todos pensam da mesma maneira.  ;)

Estive a pensar no artigo que o Mephisto publicou, e até na conversa que tive com a minha irmã ontem, onde dizíamos que o início desta situação provavelmente teria começado quando o nosso pai saiu de casa, e realmente tal evento pode ter desencadeado um transtorno que nenhum de nós se apercebeu, eu sinceramente nunca pensei que a situação (divórcio) me tivesse afectado, tinha 6 anos na altura e sinceramente nem tenho memórias desse tempo.

Felizmente nem tudo tem uma explicação paranormal/espiritual, portanto se os Administradores do Fórum pretenderem apagar este tópico, acho correcto, até porque o mais certo é não se tratar de nada do campo paranormal.
No entanto terei todo o gosto em continuar a participar no Fórum :) .

Mephisto
A menos que seja um desejo teu, o tópico manter-se-à, pois não existem motivos para o eliminar. Caso contrário e dada a natureza do pedido, terás de fazê-lo à Nita ou Iceburn pois nós, é só quando há "barraca" que podemos apagar à vontade  :D.
Nem tudo tem de ser paranormal e este fórum serve para isso mesmo, partilhar opiniões. Esperemos que continues connosco. Participa  ;)

Se acharem que não estorva por mim pode se manter :D.
Pode ser que hajam pessoas com as mesmas dúvidas e que encontrem aqui algum tipo de resposta.

Mas com certeza que participarei no Fórum.

Obrigada!

Eis um caso interessante a vários níveis, os entendidos que se pronunciem.

A despersonalização (e, se é na realidade este o caso) acontece muito frequentemente, como disse o Mephisto nas artes dramáticas (cinema ou teatro) e na literatura.

Temos o exemplo de Fernando Pessoa, que inclusive teorizou sobre o seu próprio caso, e citando o próprio:
"É extraordinariamente bem-feita a sua observação sobre a ausência em mim do que possa legitimamente chamar-se uma evolução qualquer. Há poemas meio escritos aos vinte anos, que são iguais em valia - tanto quanto posso apreciar - aos que escrevo hoje. Não escrevo melhor do que então, salvo quanto ao conhecimento da língua portuguesa - caso cultural e não poético. Escrevo diferentemente. Talvez a solução esteja no seguinte. O que sou essencialmente por trás das máscaras involuntárias do poeta, do raciocinador e do que mais haja - é dramaturgo. O fenómeno da minha despersonalização instintiva (...) conduz necessariamente a essa definição. Sendo assim, não evoluo: VIAJO. (...) Vou mudando de personalidade, vou (aqui é que pode haver evolução) enriquecendo-me na capacidade de criar personalidades novas, novos tipos de fingir que compreendo o mundo, ou, antes, de fingir que se pode compreendê-lo. Por isso dei essa marcha em mim como comparável, não a uma evolução, mas a uma viagem: não subi de um andar para outro; segui, em planície, de um para outro lugar. Perdi, é certo, algumas simplezas e ingenuidades, que havia nos poemas de adolescência; isso, porém, não é evolução, mas envelhecimento.

Fonte: Carta a Casais Monteiro datada de 20-1-1935, in Obras em Prosa, vol.V, Círculo de Leitores, Lisboa, p.330
"Somos seres espirituais com corpo físico, e não seres humanos que buscam a condição espiritual." (Sara Marriott).

Sandrareginabr
Já estive às voltas com psiquiatras por causa das EFCs e quase me convenceram que eu sofria de despersonalização, entre outras coisas, e junto, no pacoto, a tal da "desrealização" vale à pena dar uma olhadinha, já que o caso em questão não é semelhante à nada que já vivenciei.

Despersonalização / DesrealizaçãoA desrealização é a alteração da sensação a respeito de si próprio, enquanto a despersonalização é a alteração da sensação de realidade do mundo exterior sendo preservada a sensação a respeito de si mesmo. Contudo ambas podem acontecer simultaneamente. A classificação norte-americana não distingue mais a desrealização da despersonalização, encarando-as como o mesmo problema.
Contrariamente ao que o nome pode sugerir, a despersonalização não trata de um distúrbio de perda da personalidade: este problema inclusive não tem nenhuma relação com qualquer aspecto da personalidade normal ou patológica.
O aspecto central da despersonalização é a sensação de estar desligado do mundo como se, na verdade, estivesse sonhando. O indivíduo que experimenta a despersonalização tem a impressão de estar num mundo fictício, irreal mas a convicção da realidade não se altera. A desrealização é uma sensação e não uma alteração do pensamento como acontece nas psicoses onde o indivíduo não diferencia realidade da "fantasia". Na despersonalização o indivíduo tem preservado o senso de realidade apesar de ter uma sensação de que o que está vendo não é real. É comum a sensação de ser o observador de si próprio e até sentir o "movimento" de saída de dentro do próprio corpo de onde se observa a si mesmo de um lugar de fora do próprio corpo.
A ocorrência eventual das sensações de despersonalização ou desrealização é comum. Algumas estatísticas falam que aproximadamente 70% da população em geral já experimentou alguma vez esses sintomas, não podendo se constituir num transtorno enquanto ocorrência esporádica. Porém se acontece continuamente ou com freqüência proporcionando significativo sofrimento, passa a ser considerado um transtorno. A severidade pode chegar a um nível de intensidade tal que o paciente deseja morrer a continuar vivendo.
O diagnóstico desse transtorno dissociativo só pode ser feito se outros transtornos foram descartados como as síndromes psicóticas, estados de depressão ou ansiedade, especialmente o pânico. Nessas situações as despersonalizações e desrealizações são comuns constituindo-se num sintoma e não num transtorno à parte.
Não há tratamento eficaz conhecido para esses sintomas isoladamente.
Fonte: psicosite , Transtornos Dissociativos

Considero-me uma pessoa bastante lógica, e quando li o artigo do Mephisto, fez-se luz, apesar de só me identificar com um sintoma (o critério A, sentimos que estamos a olhar pelos olhos de outra pessoa), mais nenhum critério coincide com o que sentimos, nem os factores agravantes, por norma isto acontece ou quando estamos sozinhos, ou com uma pessoa, nunca aconteceu em situações estressantes, nem no meio de multidões etc.
Mas como para mim as coisas têm de fazer um certo sentido, acho que de facto pode ter ocorrido uma perda de entidade com a perda do nosso pai (ele saiu de casa e não voltou), daí ter afectado os 3 irmãos.
E também explica o ter vindo a diminuir tanto de intensidade como de periodicidade, acredito que com o passar dos anos, nós próprios vamos voltando ao nosso eu.