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  • O computador na fenomenologia ectoplásmica
    Iniciado por Anitacleo
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Um gravador de alta precisão, normalmente, durante o transcurso de uma sessão de efeitos físicos, registra uma série de ruídos de todas as naturezas: podemos ter o fundo musical perene, as vozes das pessoas presentes, os sons provocados pelo movimento das mesmas pessoas – geralmente as irrequietas -, até mesmo o respirar mais sôfrego de alguns, que representam a gama acústica geral provocada pelos encarnados, típica e real.

Além desses sons, sai junto, na gravação, uma outra série de fenómenos sonoros, alguns perfeitamente identificados, como o caso dos tiptológicos, sibilos e registros estranhos de algo semelhante ao que deva produzir um bólido entrando na camada gasosa do planeta, guardadas as devidas proporções.

O que estou relatando pode ser verificado por qualquer outra pessoa, daí a importância da pesquisa pra aferir resultados.

Nunca tivemos (o nosso grupo de trabalhos) voz direta, de sorte que será esse um hiato nas experiências.

Contudo, há que ressaltar o destaque para outros ruídos que passam despercebidos a nossos ouvidos durante a reunião; estes também entram no gravador.

Há um outro som típico, comumente verificado, que parece mais um assobio, só que constante, sem o arfar da respiração e sem interrupções normais e comuns a um assobiador humano; este apito é muito tênue e, para que o ouçamos, todos têm que se calar e não fazer ruído nenhum.

Até aí, um leigo poderia usar como argumento o fato de que também esses sons poderiam ser involuntários e provocados pelos presentes. É quando entra a operação do computador:

Há uma diferença gráfica enorme entre os ruídos "humanos" e os espirituais; enquanto que o registro dos barulhos feitos por nós apresenta reverberações, superposição de ondas acústicas (típicas do ruído impuro), os produzidos pelas entidades, mesmo aqueles que não são apercebidos durante a sessão pelos ouvidos humanos, têm uma escala harmônica perfeita, limpa e pura.

O arfar respiratório de uma pessoa, ou mesmo seu assobio, apresenta a inconstância de onda, isto é, o som não é um harmônico puro, como se, simultaneamente ao som, fosse acrescentado outro tipo de vibração que interfere na dita pureza. Até mesmo os sons musicais de instrumentos sofrem do mesmo mal: no caso do violão, aparece a fricção da dedilhação na corda; numa flauta, o sopro não entra no tubo com o rigor e a precisão de posições. Tudo isso é perfeitamente caracterizado quando se lança a gravação num sistema computadorizado para sua análise gráfica.

E por que será que os sons provocados pelas entidades espirituais conseguem ser puros? Essa a primeira indagação.

O contestador, evidentemente, de saída não admitiria que chamássemos a esses sons de "espirituais". O que seriam, então, eles? Por que essa diferença entre seus registros?

Na pesquisa mediúnica há uma série enorme de ocorrências que precisam ser analisadas com mais acuro e só nós, espíritas, é que o faremos, porquanto, quem não milita no meio doutrinário, parte para Transcomunicações e coisas dessa natureza, conquanto que não tresande a Espiritismo.

Não sou contra, em absoluto, a qualquer tipo de pesquisa, afinal, a verdade é uma só e o importante é que ela surja nos quatro cantos do mundo – apesar dele ser redondo.

O que causa restrição é o fato de que, se somos espíritas, temos que partir do pressuposto que o fenômeno é o mediúnico como Kardec estudou, até que provem o contrário, se provarem.

Nada de sofisticações nem pruridos de descomprometimento doutrinário; ou então, não devemos dizer que somos espíritas.

O certo é partirmos das premissas devidamente estabelecidas: os desencarnados podem se comunicar conosco, através de médium, quiçá de aparelhos, usando dois recursos fundamentais: os sistemas sensoriais do próprio médium como na psicografia, na psicofonia, na intuição, nas radiações energéticas (passes mediúnicos), etc., ou servir-se do ectoplasma abundante entre os seres biológicos animais ou vegetais, manipulado através de um médium catalisador específico que tenha tal capacidade. Estes são os ditos fenômenos de efeitos físicos (ou ectoplásmicos).

Estamos coerentes com a posição do Espiritismo.

A partir desse fundamento, instalemos nossa aparelhagem e comecemos os registros das ocorrências com os recursos que a eletrônica moderna nos dá. Não cabe nos preocuparmos com isenções doutrinárias.

Os resultados que obtivermos, obviamente, serão os mesmos que qualquer outro experimentador irá verificar; coisa tácita. Pelo menos, com aparelhos ninguém mistifica nem inventa.

Outro fato importante: não darmos guarida às divagações daqueles que teimam em negar a fenomenologia em causa. Contra registros de aparelhos não há sofismas nem contestações.

O que não podemos é ficar de braços cruzados à espera de que estranhos nos ditem a conduta a ser seguida.

No caso, por exemplo, da análise dos sons, o que temos que fazer é aumentar nossa imaginação para criarmos novas observações e idealizarmos meios de leitura do que tenha sido detectado, para que possamos obter resultados satisfatórios.

Confesso que, quando a turma do InLab, aqui de Niterói, apresentou seus resultados, para mim, foi uma surpresa, porquanto, eu mesmo, não teria tido a idéia de jogar a gravação num computador para sua leitura gráfica. Pois é com idéias renovadoras que iremos gradativamente desvendando os mistérios acerca da fenomenologia paranormal e, mais especificamente, das ocorrências espiríticas, também ditas mediúnicas, parapsíquicas ou metanímicas. Não importa o sinônimo, o que devemos querer é a verdade.

Fica esse primeiro resultado para que outros pesquisadores o confirmem.


Fonte:IMBASSAHY, CARLOS DE BRITO, O computador na fenomenologia ectoplásmica, REVISTA INTERNACIONAL DO ESPIRITISMO, Ano LXVII, nº 10, Matão-SP, Casa Editora O Clarim, 1992, pp 307-308
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