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  • Possessão e exorcismo
    Iniciado por HoneyBrun
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#15
Citação de: Sandrareginabr em 18 outubro, 2012, 03:42
Fialves, concordo contigo em quase tudo, penso apenas que não existe um termo meritório para termos a proteção de Deus. Deus é soberano sobre tudo e tudo o que temos, temos por graça e favor. Quando Jó foi tentado por Satanás o foi com a permissão de Deus. E ele era justo. Não creio que ter fé livre o homem de alguma coisa, o sol nasce sobre justos e injustos. O que estou querendo dizer é que "santidade humana" não é requisito para nada, e sim estar nas mãos de Deus.
todos os seres são na sua essência energia e como tal todos sem excepção são oriundos da mesma luz :)
todos merecem uma chance basta quererem de verdade juntar-se à luz para evoluir como "almas" e regressar para mais uma jornada(vida)...nem tudo o que vemos sentimos e ouvimos tem como origem o demónico aliás temos que ter em mente uma coisa os Demónios(seres negros e nefastos) tal como os Anjos(seres de luz pura de amor) não cruzam a barreira dimensional quando querem mas sim quando são chamados e/ou ordenados (no caso de demónios é mais que claro esse aspecto) daí a esmagadora maioria dos seres energéticos que contactam a gente são de seres humanos (bons ou maus).
existem diferenças seja na cor da aura tal como na própria energia que emanam sendo que quando nos querem bem sentimos uma paz enorme e uma energia quente como se do colo de alguém amado se tratasse mas aquando de outras entidades por muito que se tentem fazer passar por outras pessoas não escondem a frieza da sua própria energia sente-se a densidade o peso da sua mesma energia.
amigos Fialves e sandra eu não estou de modo algum a criticar até porque estamos a falar do mesmo assunto mas usando termos e palavras diferentes :)
the question is not do you believe but why don't you believe!

fialves
#16
Mas quanto mais procurarmos viver na Lei de Deus mais Ele nos protege. A busca da santidade é importante, sim.

No que diz respeito aos problemas espirituais, a experiência demonstra que as pessoas mais afastadas de Deus estão mais sujeitas a possessões, bruxarias e outras perturbações. Embora as mesmas também possam acontecer a pessoas com fé e que vivam na lei de Deus, se isso for uma provação necessária à sua evolução espiritual. Em todo o caso, quem tem fé e faz o Bem tem muito mais defesas contra essas coisas, porque tem Deus do seu lado.

A tradição bíblica vai, de resto, ao encontro deste facto.

Veja o salmo 92:

«Basta que você olhe com seus próprios olhos,
para ver o salário dos injustos,
porque você fez de Deus o seu refúgio
e tomou o Altíssimo como defensor.
A desgraça jamais o atingirá,
e praga nenhuma vai chegar à sua tenda,
pois ele ordenou aos seus anjos
que guardem você em seus caminhos.
Eles o levarão nas mãos,
para que seu pé não tropece numa pedra.
Você caminhará sobre cobras e víboras,
e pisará leões e dragões.
"Eu o livrarei, porque a mim se apegou.
Eu o protegerei, pois conhece o meu nome.
Ele me invocará, e eu responderei.
Na angústia estarei com ele.
Eu o livrarei e glorificarei.
Vou saciá-los de longos dias
e lhe farei ver a minha salvação."

Citação de: Sandrareginabr em 18 outubro, 2012, 03:42
Fialves, concordo contigo em quase tudo, penso apenas que não existe um termo meritório para termos a proteção de Deus. Deus é soberano sobre tudo e tudo o que temos, temos por graça e favor. Quando Jó foi tentado por Satanás o foi com a permissão de Deus. E ele era justo. Não creio que ter fé livre o homem de alguma coisa, o sol nasce sobre justos e injustos. O que estou querendo dizer é que "santidade humana" não é requisito para nada, e sim estar nas mãos de Deus.

Citação de: fialves em 22 outubro, 2012, 22:54
Mas quanto mais procurarmos viver na Lei de Deus mais Ele nos protege. A busca da santidade é importante, sim.

No que diz respeito aos problemas espirituais, a experiência demonstra que as pessoas mais afastadas de Deus estão mais sujeitas a possessões, bruxarias e outras perturbações. Embora as mesmas também possam acontecer a pessoas com fé e que vivam na lei de Deus, se isso for uma provação necessária à sua evolução espiritual. Em todo o caso, quem tem fé e faz o Bem tem muito mais defesas contra essas coisas, porque tem Deus do seu lado.

A tradição bíblica vai, de resto, ao encontro deste facto.

Veja o salmo 92:

«Basta que você olhe com seus próprios olhos,
para ver o salário dos injustos,
porque você fez de Deus o seu refúgio
e tomou o Altíssimo como defensor.
A desgraça jamais o atingirá,
e praga nenhuma vai chegar à sua tenda,
pois ele ordenou aos seus anjos
que guardem você em seus caminhos.
Eles o levarão nas mãos,
para que seu pé não tropece numa pedra.
Você caminhará sobre cobras e víboras,
e pisará leões e dragões.
"Eu o livrarei, porque a mim se apegou.
Eu o protegerei, pois conhece o meu nome.
Ele me invocará, e eu responderei.
Na angústia estarei com ele.
Eu o livrarei e glorificarei.
Vou saciá-los de longos dias
e lhe farei ver a minha salvação."

amigo claro entendo a tua explicação e nunca por nunca irei criticar a tua fé acho que ser sem fé seja ela o que for é um ser sem luz e só por isso fico tremendamente feliz por ti irmão  :)...mas a meu ver o facto de estar afastado ou próximo de Deus nada tem a ver, pois todos nós somos provenientes da sua luz maravilhosa, e nesse caso como explicas o caso de Aneliese Michel?que era muito devota católica praticante oriunda de uma família extremamente católica e no entanto passou o que passou??
o que dizes então do santo Padre Pio??
só para nomear alguns...essas almas vieram com esse mesmo propósito ou seja aceitaram antes de encarnar o que iam sofrer para dois propósitos, um foi para evoluir e crescer a um nível superior como ser de luz e outro para sensibilizar a humanidade a que estes tipos de energias existem e que a luz de Deus se sobrepõe a tudo :)
Deus ou a Luz da Fonte de Tudo está sempre conosco faz parte de nós e nós parte Dele e todos os seres provenientes da luz merecem o seu amor infinito tal como os dois universos e isso é maravilhoso meu irmão :)
the question is not do you believe but why don't you believe!

fialves
Kiva,

Acho que estamos a dizer mais ou menos o mesmo.

se reparares, escrevi isto no meu comentário anterior: "Embora as mesmas também possam acontecer a pessoas com fé e que vivam na lei de Deus, se isso for uma provação necessária à sua evolução espiritual. Em todo o caso, quem tem fé e faz o Bem tem muito mais defesas contra essas coisas, porque tem Deus do seu lado."

Ou seja, é claro que este tipo de coisas podem acontecer a pessoas com fé em Deus e que façam o Bem, pelas razões que enunciei (no caso de Anne Lise, diria também que serviu para que as pessoas se consciencializassem que o Mal é real). Ou seja, ninguém está livre de dizer que isso não poderá acontecer consigo. Basta que Deus o permita.

Mas geralmente quem tem fé e leva uma vida na Lei de Deus está mais protegido contra estas coisas. A esmagadora maioria dos casos de possessão e obcessão que estão documentados aconteceram com pessoas que viviam afastadas de Deus e da Igreja. E isto não é "ouvir dizer", ou senso comum, mas sim registos compilados ao longo de séculos, de forma profissional por exorcistas altamente treinados.

Quanto ao amor infinito de Deus, tens toda a razão. E repara que Deus não rejeitou ninguém: os demónios condenaram-se a si próprios ao rejeitá-Lo. E os homens que rejeitam Deus também se condenam a si próprios.


abraço

Citação de: Kiva84 em 23 outubro, 2012, 01:08
amigo claro entendo a tua explicação e nunca por nunca irei criticar a tua fé acho que ser sem fé seja ela o que for é um ser sem luz e só por isso fico tremendamente feliz por ti irmão  :)...mas a meu ver o facto de estar afastado ou próximo de Deus nada tem a ver, pois todos nós somos provenientes da sua luz maravilhosa, e nesse caso como explicas o caso de Aneliese Michel?que era muito devota católica praticante oriunda de uma família extremamente católica e no entanto passou o que passou??
o que dizes então do santo Padre Pio??
só para nomear alguns...essas almas vieram com esse mesmo propósito ou seja aceitaram antes de encarnar o que iam sofrer para dois propósitos, um foi para evoluir e crescer a um nível superior como ser de luz e outro para sensibilizar a humanidade a que estes tipos de energias existem e que a luz de Deus se sobrepõe a tudo :)
Deus ou a Luz da Fonte de Tudo está sempre conosco faz parte de nós e nós parte Dele e todos os seres provenientes da luz merecem o seu amor infinito tal como os dois universos e isso é maravilhoso meu irmão :)

Sandrareginabr
Será que chegamos a um entendimento? Santidade não significa proteção contra alguma coisa. É um caminho no qual ando simplesmente porque adoro a Deus e não espero nada em troca, porque com Deus não se barganha, Ele é soberano sobre Tudo e Tudo se submete a Ele, quer nesta Terra ou em qualquer dimensão, mas isso não é conforme minha vontade e sim a dEle.

fialves
#20
Olá Sandra,

Quando digo que a busca da santidade é a melhor defesa contra os males espirituais não é porque considere que se trata de uma relação de troca com Deus, do género "eu porto-me bem, por isso Deus defende-me". Nada disso. O que quero dizer é que se procurarmos viver na lei de Deus estamos automaticamente mais protegidos, porque Deus assiste aqueles que O buscam com fé sincera e intenção pura. Uma pessoa que faça o Bem de forma "contrariada", apenas para ir para o paraíso e para ter algo em troca de Deus, não tem fé genuína e é muito pouco evoluída do ponto de vista espiritual.


Além disso:

1. Quanto temos fé e fazemos o Bem, atraímos a simpatia e a protecção de entidades espirituais do Bem (como católico, prefiro chamar-lhes anjos) que nos protegem do mal. Deus não nega auxílio a quem O teme, frequentemente através do nosso Anjo da Guarda. Até porque qualquer episódio de possessão, bruxaria ou obcessão só acontece se Deus o permitir. E frequentemente Deus não o permite, porque essa pessoa está sob a Sua protecção. Por exemplo, não conheço um único caso de um padre católico que tenha sofrido possessão (o que não quer dizer que não haja, mas sim que será muito raro). E porque é que os padres-exorcistas, que enfrentam o Mal olhos nos olhos, são como que invulneráveis do ponto de vista espiritual? E porque é que algumas pessoas são vulneráveis a bruxarias e feitiços e outras não? Outro exemplo, muito interessante e que está documentado por vários exorcistas ao longo dos séculos: porque é que, geralmente, basta que a pessoa 'possuída' comece a ter sessões de exorcismo para que deixe de conseguir suicidar-se, mesmo tentando? (o suicídio da pessoa afectada, que é um dos pecados mais graves que uma pessoa pode cometer, é geralmente o objectivo da possessão diabólica ou da obcessão espiritual)

2. Quando temos fé e fazemos o Bem, somos menos vulneráveis às influências das entidades espirituais do Mal, ou dos espíritos imperfeitos que nos querem ver longe de Deus e felizes. Nomeadamente, estamos menos vulneráveis a tentações, pensamentos depressivos, sentimentos suicidas, etc. Os próprios espíritos imperfeitos não gostam de estar junto de pessoas que praticam o Bem e que têm fé em Deus. Preferem estar na companhia de pessoas com gostos e tendências semelhantes às deles, até porque frequentemente essa é a única forma que têm para satisfazer os gostos carnais que tinham na sua vida terrena (droga, sexo, gula, álcool, violência, etc).

3. No entanto, é verdade que por vezes pessoas santas são afectadas por este tipo de problemas espirituais. Mas esses casos são raros. E quando acontecem é porque Deus o permitiu de forma excepcional, geralmente para sua evolução espirutual (como forma de provação) ou como forma de consciencializar as pessoas para o problema do Mal. Foi o caso do Padre Pio e de Anne Liese, entre outros.

Por isso concordo parcialmente consigo: é verdade que ninguém pode dizer que está imune a problemas espirituais, porque os desígnios de Deus são insondáveis e é a Sua vontade que rege o Universo e não a nossa. Porém, a experiência demonstra que uma vida de fé, oração e de acordo com a Lei de Deus -- humildade, castidade, amor ao próximo, perdão aos inimigos, generosidade -- reduz de forma significativa o risco de sofrer esse tipo de problemas, porque nos colocamos sob a protecção de Deus.
abraço


Citação de: Sandrareginabr em 23 outubro, 2012, 12:37
Será que chegamos a um entendimento? Santidade não significa proteção contra alguma coisa. É um caminho no qual ando simplesmente porque adoro a Deus e não espero nada em troca, porque com Deus não se barganha, Ele é soberano sobre Tudo e Tudo se submete a Ele, quer nesta Terra ou em qualquer dimensão, mas isso não é conforme minha vontade e sim a dEle.

Sandrareginabr
Fialves, vivi os primeiros 20 anos da minha como católica ultra-super-hiper-praticante e os últimos 20 como evangélica, e está sendo muito difícil, para mim, continuar aceitando que há 10 mandamentos a seguir e olha que na minha igreja ainda há usos e costumes, não toques nisto nem naquilo e muito menos coma tal coisa...é o tal "pacote" da santidade... Tenho aprendido que a Lei de Deus se resume em Amá-lo e ao próximo como a si mesmo e o que expulsa demônios é a fé em nome de Jesus.

Sei que o sol nasce sobre justos e injustos, que a chuva cai sobre justos e injustos, não entendo porque Deus enviaria Seus anjos para o "santo" e o "pecador" não.

Mas só falo do que penso, não do que sei, prefiro pensar em Deus a pensar no Demônio, mas não retiro o que disse: santidade é um caminho consequente da fé. Apenas isso.

fialves
#22
Segundo o próprio Jesus disse, os 10 mandamentos podem ser resumidos em dois: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Quem ama o próximo como a si mesmo não comete adultério. Não cobiça a mulher ou o marido de outra pessoa. Não mata. Não rouba. Respeita o pai e a mãe...

A santidade é a busca da perfeição moral. É a busca de Deus. Não tem a ver com não comer algo, ou não tocar em algo. Tem a ver com procurar ser humilde, modesto, casto, sincero, verdadeiro, generoso, caridoso e misericordioso. Não colocar o dinheiro, o sexo, o prazer, os vícios ou a própria família acima de Deus, que deve ser amado acima de todas as coisas. E amar o próximo como a nós mesmos, exactamente na mesma medida, incluindo aos inimigos, a quem devemos também perdoar sem exigir nada em troca, pois seremos julgados na medida em que julgamos os outros. Isso é santidade. E é difícil, realmente muito difícil de atingir.

E claro que Deus ajuda aqueles que O amam e vivem de acordo com a Sua lei. Que espécie de pai seria Deus se abandonasse aqueles que lhe pedem ajuda? "Pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá." (Lucas 11, 9-10)

O problema é que muitas vezes não somos capazes de ver o que é melhor para nós, da mesma forma que Deus, que é omnisciente, consegue. Por exemplo, não entendemos a dor física e a morte do corpo. Mas para Deus a morte é apenas uma transição para uma existência melhor. Uma pessoa que acredita em Deus e que faz o Bem não deve ter medo da morte física. Mas deve ter medo da verdadeira morte, que é a 'morte espiritual' (em sentido figurado, porque o espírito não morre). Isto é, a 'morte' que vem da rejeição de Deus.

Quanto ao caso concreto dos problemas espirituais, reiteiro o que disse acima: é raro que uma pessoa que tenha fé e viva de acordo com a Lei de Deus tenha esse tipo de problemas. E quando isso acontece é porque Deus permitiu isso para provação e evolução espiritual da pessoa em causa, ou para beneficío das restantes, para que abram os olhos. Quem tem fé e faz o Bem tem menos hipóteses de ser 'atacado', pura e simplesmente porque Deus não o permite, na maioria das vezes.

Prova disso é que a maioria dos casos de possessão que estão documentados dizem respeito a pessoas que não tinham fé ou que eram indiferentes. O mesmo se aplica nos casos de doenças provocadas por bruxarias. Muitas vezes isso acontece porque Deus o permite para que essas pessoas recuperem a sua fé. Vi isso acontecer várias vezes: pessoas que não tinham fé recuperaram-na depois de se verem confrontados com problemas de saúde causados por bruxarias. E daí em diante não voltaram a ser afectadas.

abraços



Citação de: Sandrareginabr em 23 outubro, 2012, 23:28
Fialves, vivi os primeiros 20 anos da minha como católica ultra-super-hiper-praticante e os últimos 20 como evangélica, e está sendo muito difícil, para mim, continuar aceitando que há 10 mandamentos a seguir e olha que na minha igreja ainda há usos e costumes, não toques nisto nem naquilo e muito menos coma tal coisa...é o tal "pacote" da santidade... Tenho aprendido que a Lei de Deus se resume em Amá-lo e ao próximo como a si mesmo e o que expulsa demônios é a fé em nome de Jesus.

Sei que o sol nasce sobre justos e injustos, que a chuva cai sobre justos e injustos, não entendo porque Deus enviaria Seus



Citação de: Sandrareginabr em 23 outubro, 2012, 23:28
Fialves, vivi os primeiros 20 anos da minha como católica ultra-super-hiper-praticante e os últimos 20 como evangélica, e está sendo muito difícil, para mim, continuar aceitando que há 10 mandamentos a seguir e olha que na minha igreja ainda há usos e costumes, não toques nisto nem naquilo e muito menos coma tal coisa...é o tal "pacote" da santidade... Tenho aprendido que a Lei de Deus se resume em Amá-lo e ao próximo como a si mesmo e o que expulsa demônios é a fé em nome de Jesus.

Sei que o sol nasce sobre justos e injustos, que a chuva cai sobre justos e injustos, não entendo porque Deus enviaria Seus anjos para o "santo" e o "pecador" não.

Mas só falo do que penso, não do que sei, prefiro pensar em Deus a pensar no Demônio, mas não retiro o que disse: santidade é um caminho consequente da fé. Apenas isso.

Sandrareginabr
Um texto do meu amado Pastor:

MORADA DE DEMÔNIOS

Jesus falou pouco a respeito da possessão demoníaca explicita. Sim! Ele falou pouco sobre o assunto. Todavia, expulsou a todos os demônios que, como tais, se manifestaram diante Dele. Entretanto, Ele tratou bastante do assunto das possessões sutis, que são as piores, pois, em geral, podem ser mais "culturas espirituais" que demônios que se "manifestem" como tais, muito pelo contrário. Não são, necessariamente o demônio, mas são demoníacos!

Nos textos que seguem Jesus abordou o tema da possessão demoníaca em dois níveis: um existencial e outro generacional.

Primeiro Leia o texto generacional:

Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos procurando repouso, porém não encontra. Por isso diz: Voltarei para minha casa donde saí. E, tendo voltado, a encontra vazia, varrida e ornamentada.
Então vai, e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim também acontecerá a esta geração perversa.

Aqui a ênfase recai sobre "esta geração perversa...!"

Agora, Leia o mesmo texto em Lucas e veja a conclusão existencial:

Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa donde sai. E, tento voltado, a encontra varrida e ornamentada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o primeiro.

Se você me pergunta se creio que há diferença entre as duas coisas, minha resposta é sim e não. Sim, apenas porque se um indivíduo está possesso, isto não significa que todos estão possessos de sua possessão. E também porque como veremos mais adiante neste livro, toda possessão individual é também projeção das possessões coletivas e vice versa.

Em ambos os textos tudo é igual. O espírito imundo sai de um homem. Procura lugar de pouso e não encontra. Então diz: "Voltarei para a minha casa de onde saí." E o faz trazendo consigo novos inquilinos e, assim, o segundo estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro.

A diferença está apenas no "aplicativo" de Mateus: "Assim também acontecerá a esta geração perversa".

Desse modo, a única diferença entre uma possessão individual e uma coletiva é que no primeiro caso o homem perde o controle de si e, por vezes, perde sua consciência individual. Já no segundo caso, a consciência dos indivíduos fica suficientemente cônscia de si, mas não discerne o poder de conexão invisível e que, escondido no coletivo, age como um sentir unânime e, em geral, mobiliza a "maioria" com alguma causa de vida ou morte, sendo que o efeito nunca é vida, é sempre morte!

Jesus não faz muitas alusões explicitas àquela geração. No entanto, Ele fala em abundância sobre quem ela era, mas não usa muitas vezes a palavra geração.

Afinal, não precisa estar escrito para estar dito!

Assim é que Jesus compara aquela geração a meninos que sofrem de um mal-humor crônico e contínuo, além de ser indefinido. Era raiva da vida e da liberdade de ser dos outros. E tanto fazia qual fosse a "expressão de ser" do outro em observação. Eles odiavam a quebra dos padrões de "normalidade" conforme o fizeram tanto Jesus quanto João Batista. Ambas, eram, em si mesmas, existências anti-téticas em relação a sua geração, embora, os dois, fossem também diametralmente diferentes em seus comportamentos em relação um ao outro.

A segunda referência significativa àquela geração acontece num sanduíche de fariseus e escribas da Lei tentando provocá-Lo. Ele vinha de expulsar um demônio à vista da mesma assembléia de religiosos. Foi objeto da mais terrível interpretação no seu ato: "Este não expele os demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios".

À esses, Jesus diz o seguinte:

1. Satanás não cometia burrices daquele tipo. Portanto, sugere que a presença de Satanás não estava na divisão causada por Jesus em seu "reino", mas, ao contrário, estava estabelecida na monoliticidade do corpo de pensamento daquela geração, agora, sim, dividido pela presença anti-tética de Jesus. Eles eram os demônios atingidos!

2. Se o argumento deles fosse válido, então, antes de julgarem a procedência do poder que emanava de Jesus, eles teriam que explicar a fonte do poder utilizado pelos seus próprios filhos, que também "expulsavam demônios". Em não o fazendo, estavam reconhecendo o poder de Belzebu como a força operativa também entre eles.

3. Se não podiam "responder" sem se acusar, então, que admitissem que em Jesus o poder manifesto era o do Reino de Deus que estava, em Jesus, no meio deles.

4. Nesse caso, diz Jesus, o que estava acontecendo era um saque divino nos cativeiros de Satanás, pois sua "casa" havia sido invadida por Alguém que lhe era superior, com poder, inclusive, de "amarrá-lo e saquear-lhe os bens".

5. Desse ponto em diante Ele trás a "espada" e divide a assembléia dizendo-lhes que qualquer declaração que saísse de suas bocas com aquele tipo de conteúdo e que não correspondesse a verdade de seus corações—sendo, apenas, portanto, uma utilização "política" do tema espiritual, carregando uma "calúnia" contra Jesus e uma "blasfêmia" contra o Espírito de Deus que Nele agia—seria considerado um pecado sem perdão! Ou seja: se conscientemente eles sabiam que Jesus era enviado de Deus, mas, em razão da des-construção institucional que Jesus trouxera com Sua mera presença entre eles, haviam optado pelo caminho da negação da Graça que em Jesus os visitava; então, pela fria opção pela manutenção do poder que julgavam possuir, eles se colocavam cometendo a pior blasfêmia: negar que a mão de Deus seja a mão soberana em ação, preferindo caluniar o agente da Graça, cometer um blasfêmia contra o Espírito, mas não perderem seu poder temporal que, em Jesus, eles viam ameaçado. Essa era a "possessão" que os possuía.

6. Na seqüência Jesus adverte sobre as "palavras" como sendo o resultado da escolha existencial do homem, do que ele tira ou não de seus baús do coração: se busca seus valores nos cofres da verdade ou nos sombrios e secretos ambientes de sua perversidade interior. E conclui de modo a vaticinar um terrível juízo sobre toda palavra frívola dita pelos homens em relação a Deus e ao próximo.

Ora, é neste ponto da "batalha" que os adversários chegam, cinicamente, com uma "pérola tirada do mau tesouro" de suas almas:

"Mestre, queremos ver de tua parte um sinal"—pediram eles!

Ele, porém, lhes respondeu:

"Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas".

O que segue é Jesus afirmando que tanto os Ninivitas dos dias de Jonas quanto os Etíopes dos dias de Salomão e da rainha de Sabá, eram seres infinitamente mais abertos à Deus que os arrogantes filhos da Teologia Moral de Causa e Efeito, os mesmos que agora queriam "tenta-Lo", pedindo-lhe uma demonstração visível de um efeito confirmador da causalidade divina de Jesus. Enfim, outro pedido semelhante ao feito por Satanás no Pináculo do Templo.

Ora, é nessa "viagem" que entra o tema da "geração" que se tornara Casa de Espíritos Maus, conforme o relato de Mateus acerca da "possessão" generacional.

Se você for verificar a mesma passagem do Evangelho em Lucas, você verá que o contexto antecedente é exatamente o mesmo. Em Lucas, todavia, a seqüência do contexto imediato—ou seja: o que vem depois—, fala de maneira ainda mais clara dos "espíritos" que haviam se instalado no inconsciente coletivo daquela geração, formando uma rede de pensamentos e sentimentos contrários à Graça de Deus e sua revelação em Jesus.

As denuncias que Jesus faz àquela geração são as seguintes:

1. Os pagãos sempre haviam sido mais abertos à revelação do que eles. E a própria resposta dos "gentios" que encontraram com Jesus nas narrativas dos evangelhos demonstram isto.

2. Não adiantava que seus adversários dissessem que eles eram o Povo da Luz, pois, esta, quando habita alguém, aparece sempre. Além disso, a "luz" de um ser não vem "de fora", nem de seus supostos encontros-de-hora-marcada com a luz. A verdadeira Luz nasce nos ambientes interiores e gera uma nova maneira de enxergar a vida. Aqui Ele associa a luz do ser ao modo como a pessoa "interpreta" a vida, a Deus e ao próximo. E mais: Ele diz que a luz do ser vem também dele não negociar com suas sombras, escondendo-as, pois, nesse caso, o que deveria ser a fonte de luz—o interior e seus bons pensamentos e interpretações da vida—, passa a ser o gerador das trevas no interior humano.
Agora, no mesmo contexto imediato—ou seja: "Ao falar Jesus estas palavras"—, um fariseu o convidou para ir comer em sua casa; então, Jesus, entrando, tomou lugar à mesa.

O problema é que Jesus entrou, sentou e comeu!

Que problema!

Ele não havia lavado as mãos antes de comer!

O fariseu não agüenta a transgressão cerimonial cometida por Jesus. Afinal, Jesus era o mesmo que eles, coletivamente, haviam acusado de ser instrumento de Satanás.

Agora, preste atenção como toda a conversa que se segue— que começa numa casa, à volta da mesa, com serviço de lavagem cerimonial disponível, com copos, pratos e mobílias –-, se transforma na analogia perfeita da "casa vazia, varrida e ornamentada", pois, o tema volta nos lábios de Jesus.

"O Senhor, porém, lhes disse: Vós, fariseus, limpais o exterior do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade".
Para mim fica impossível não associar a analogia da "casa vazia, varrida e ornamentada" com "limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade".

O resto da fala de Jesus continua a denunciar a mesma conexão entre ambas as "imagens" de possessão:

1. Exterior limpo, interior habitado por rapina e perversidade.

2. Quem fez o exterior é o mesmo que fez o interior de todas as coisas. E, para Ele, é o amor solidário aquilo que torna o mundo puro para os puros.

3. As exterioridades do culto à mobília e aos ornamentos exteriores do ser eram o deus deles. Por essa razão eles davam devocionalmente a Deus apenas aquilo que contribuía para a propaganda de como sua "casa estava varrida e ornamentada", enquanto negligenciavam as verdade do interior, que são aquelas que "enchem a casa" daquilo que é bom. E a prova desse culto à "casa varrida e ornamentada" aparecia até mesmo nas obviedades de seus códigos de valores e importâncias: todos ligados a imagem e às suas pretensas distinções entre os homens.

Naquela assembléia reunida na casa do fariseu não havia apenas religiosos zelosos das exterioridades da Lei, como os fariseus, havia ali também alguns teólogos, ou seja: interpretes da Lei. E, é deles que agora vem a confissão de que as palavras de Jesus os "ofendiam" também. Passaram um recibo autenticado no Cartório da Culpa.

E o que Jesus diz à esses teólogos, os "interpretes da Lei"?

1. "Ai de vós também, interpretes da Lei! porque sobrecarregais os homens com fardos superiores às suas forças, mas vós mesmos, nem com o dedo os tocais"—afirmando que a "mobília" da casa varrida e ornamentada era patrocinada por eles, ao "construírem" uma teologia para estivadores, sem a misericórdia de perceber que aquela tarefa que eles impunham sobre os outros era mais que desumana, e, além disso, dava a eles o poder satânico de, em nome de Deus, oprimirem o próximo com aquilo que eles mesmos não agüentavam bancar nem nos ambientes de seus próprios corações.

2. "Aí de vós! porque edificais os túmulos dos profetas que os vossos pais assassinaram. Assim sois testemunhas e aprovais com cumplicidade as obras dos vossos pais; porque eles mataram e vós lhes edificais os túmulos"—asseverando que a atitude politicamente mais "correta e leve" dos teólogos não escondia da face de Jesus a verdade. Sua "diplomacia" também era perversa. Eles eram apenas mais educados em suas atitudes. Mas no seu interior havia a mesma "rapina e perversidade" de seus colegas fariseus. Desse modo, Jesus denuncia as etiquetas da religião e seus representantes, que matam os portadores da Palavra, mas sempre, após a História se impor sobre os interesses então imediatos—seus filhos, filhos da mesma escola e alunos da mesma teologia—, erguiam agora os túmulos dos profetas, fazendo "reformas históricas", mas que não os colocavam no caminho da obediência à Palavra de Deus falada pelos profetas no dia de Hoje! Assim, eles achavam que construir tumbas em honras dos profetas os diferenciava de seus pais, os assassinos de ontem. A questão, todavia, é que Deus é Deus de vivos e não de mortos. E Sua real expectativa não é que os profetas sejam ou fossem honrados, mas ouvidos!

4. Jesus conclui dizendo que eles não se diferenciavam em nada de seus pais. Afinal, eles estavam tendo a chance histórica de experimentar o verdadeiro arrependimento—ou não era Jesus que eles agora rejeitavam?—, mas nem mesmo isto eles enxergavam, fazendo-se, assim, mais cegos e homicidas que os seus pais.

5. A questão é que aquela não era uma situação "estanque" ou sequer "departamentalizável". Eles eram parte da mesma geração. Havia uma conexão simbiótica entre eles—fosse no passado, fosse no presente! Portanto, havia uma possessão crescente e cumulativa no processo histórico-religioso. E mais: Aquela geração teria que responder por si mesma e pelo passado, do qual eles faziam um mero replay no presente.

6. O pior para Jesus era que os "interpretes da Lei" diziam possuir a "chave da ciência" interpretativa. Ora, Jesus diz que era baseado nesse auto-engano—ou, quem sabe: engano deliberado!—, que eles nem entravam na Graça e nem deixavam os que a desejavam poderem entrar com as próprias pernas pela Porta. E que pior denuncia pode haver para qualquer tipo de clero?! A separação humana entre Leigos e clérigos, em qualquer que seja o nível ou em qualquer que seja a nomenclatura, é um acinte ao puro e simples Evangelho de Jesus!

O que se segue a isto é a declaração explicita de que tanto os letristas-escribas, quanto os escrachadamente legalistas-fariseus, bem como os educadamente Moralistas-interpretes da Lei, agora o "argüíam com veemência" procurando confundi-Lo com muitos assuntos, "com o intuito de tirar de suas palavras motivos para o acusar".

Para Jesus toda discussão sobre a Palavra acaba em confrontos satânicos. Por isto, mesmo havendo uma multidão interessada no debate, Ele vira e fala apenas com os Seus discípulos, e lhes diz o seguinte:

1. "Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia"—e, assim, Ele lhes diz que os fariseus, à semelhança do fermento, eram os mestres do inchaço da Lei. Eles eram hipócritas, pois, aumentavam o peso das coisas que eles sabiam que homem algum poderia carregar. Seu fermento era apenas a capacidade de "aumentar" as Escrituras sem discernir sequer os conteúdos da Palavra.

2. "Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido"—revela agora a certeza de Jesus não só sobre o Juízo Final, mas sobre a impossibilidade dos homens se esconderem para sempre! Portanto, diz Ele aos seus discípulos: "Não sucumbam à religião das aparências. O que é, é!" E mais: ele retoma ao tema da casa na continuidade do mesmo assunto: os bochichos do interior da casa ainda seriam gritados da varanda.

3. O que segue é a advertência de Jesus aos discípulos quanto a não se impressionarem com aquelas Potestades Religiosas e nem Políticas. Elas não deveriam ser temidas. Seu poder de fazer mal não passava do corpo. E mais: até para exercerem tal poder, tinham que ter— à semelhança de Satanás em relação à Jó—, uma permissão divina. Tudo estava sobre controle. O perigo não vinha deles, mas do coração e de suas produções.
Quanto ao poder de oprimir que os Senhores do Saber possuíam, Jesus diz que não era para se preocupar. Eles contavam com a perversidade satânica para interpretar a existência. Os discípulos, no entanto, carregavam a promessa de estarem habitados pelo Espírito da Verdade, que lhes ensinaria como não se sujeitarem aos trabalhos forçados daqueles donos de pesadas mobílias e que moravam numa casa vazia, varrida e ornamentada!

A seqüência do texto continua mostrando o significado de ser uma casa vazia, varrida e ornamentada. Isto pode vir da tentação de se aceitar a função de "juiz e repartidor" entre os homens. Ou mesmo poderia ser o produto da superficialidade de uma existência possessa de "avareza". Ora, esse espírito também trás como sua marca distintiva a percepção de valores apenas no mundo das imagens e das seguranças visíveis, enchendo ceLeiros, mas deixando a casa espiritual vazia de Deus.

Na seqüência, Ele passa a inocular em Seus discípulos alguns anticorpos que pudessem dar a eles a consciência acerca do enganoso vírus do fermento dos religiosos, filhos da Teologia Moral de Causa e Efeito.

Jesus prossegue com a temática das relações de causa e efeito presentes no pensamento de Seus contemporâneos.

É significativo que logo adiante Jesus expulse um demônio numa sinagoga. Ora, ali está o quadro pintado de uma casa vazia, varrida e ornamentada, mas onde o diabo mantinha "filhos de Abraão em cativeiro".

E qual é a reclamação do gerente da Casa Vazia—a sinagoga? Seu argumento tem a ver com a bagunça que a libertação causou à ordem das coisas na casa bem arrumada, e que fora construída para não ser o lugar da vida, sendo tão somente um showroom de religiosidade. Nesse lugar ninguém quer saber se você está melhor, mas apenas se está tudo em ordem!

À mim vem agora uma pergunta: o que teria instigado os espíritos da casa vazia, varrida e ornamentada a agirem de modo sete vezes pior?

No contexto anterior, em Lucas, Jesus envia setenta discípulos para pregarem o evangelho da Graça, a Palavra do Reino, o Evangelho da Salvação.

Ao retornarem, os discípulos vieram felizes com os resultados: "Até os demônios se nos submetem pelo teu nome"—disseram eles!

Jesus, no entanto, lhes respondeu que Ele mesmo vira Satanás ser atingido em cheio pelo resultado daquela missão, caindo do céu como um relâmpago. E mais: que a alegria dos discípulos deveria sempre ser a alegria de ser e não a de poder, e também jamais deveria se basear no sentimento de prevalência sobre as forças do mal no "outro"—afinal, raramente se encontra um humilde e sadio exorcista ambulante—, mas sim, com o fato de que, pela Graça de Deus, e, em Cristo, seus nomes estavam escritos no Livro da Vida, onde tudo o que de fato Deus chama de ser-história-do-ser está lá registrado para o nosso bem.

O ódio de Satanás vinha do fato que aquela Casa Vazia, Varrida e Ornamentada pelas Leis, pelos cerimonialismos, pelo comportamentalismo exterior, pelas morais homicidas, pelos dias tão santos que neles nem o bem cabia, pelos Concílios da Verdade, pelos aparatos das piedades exteriorizadas, e, sobretudo, pela capacidade de "jeitosamente" desviarem a atenção dos homens dos ambientes do coração para as nulidades das exterioridades da religião e seus infindáveis rudimentos.

Agora, todavia, para horror dos "demônios", chegara "o mais valente" e com Ele vinha o poder de "amarrar" aquelas forças, a fim de poder encher a casa não com mobília e ornamentos das aparências da piedade exterior, mas com Vida!

Para Jesus, mais vazios que os "vazios" que eram habitados "circunstancialmente" por demônios, eram os que propositalmente "construíam" casas religiosas que nada mais eram que lugar de morada de demônios, tornando a casa cada vez mais mal assombrada! De fato, o que eles chamavam de "mobília ornamental", Jesus chamava de "rapina e perversidade".

E aqui voltamos ao nosso tema:

A Teologia Moral de Causa e Efeito é a gestora satânica da Casa Vazia, Varrida e Ornamentada!

E sabe por quê?

Ora, Jesus estava falando dos mestres e seus melhores exegetas, os interpretes da Lei; dos melhores executivos devocionais que a tradição judaico-cristã já teve, os fariseus; dos mais bem sucedidos políticos da religião, os sacerdotes; e dos depositários mais fiéis da Revelação Escrita, os escribas. Todavia, eles eram sepulcros pintados de branco por fora a fim de esconder a podridão que crescia dentro deles.

Quanto mais Moral é o consciente humano, mais adoecidamente tarado, lascivo e perverso o seu inconsciente será!

Eles tinham a casa, o Templo; e possuíam o poder de fazer sua gestão; o poder era oriundo dos cargos que ocupavam na manutenção do sistema; e esses cargos eram mais elevados à medida que alguém se "avantajava" nas praticas das regulamentações legais, exteriormente, é claro!
Todavia, eles só tinham copos, pratos, talheres, lavatórios, mesa, comida e a certeza de belos ornamentos para a decoração. Afinal, o "lixo" dos outros eles cobriam com pedras. E os seus próprios, eles ocultavam no coração.

Faltava-lhes tudo!

Faltava-lhes vida e a real Presença do Deus da Graça em seus corações!
Eles haviam sido tragados. Estavam escravizados pelo pecado de sua quase incurável arrogância. E se tornaram tão vazios de amor a Deus e à vida, que nem sentiam que no seu zelo, eles se tornavam freqüentes transgressores da Lei e dos Profetas. Ora, eles estavam vazios em seu próprio ser, pois, esvaziaram de tal modo a sua própria casa-ser, que eram agora capazes de planejar até mesmo a morte de Jesus— depois vieram a consumá-la, como também tinham consentido com a execução do último profeta, João, o Batista!— e isto enquanto faziam vista grossa ao comercio nojento e asqueroso no qual o "mercado religioso" se tornara. E pior: criando uma religião de causa e efeito que permitia ao filho desonrar aos pais desde que a causa-desculpa gerasse o efeito-contribuitivo para os cofres da Religião.

Tudo isto feito pelo poder, pelo lucro e pela auto-exaltação, piedosamente admitidas como expressão do zelo pelas coisas de Deus. Esses seres se tornaram tão mortalmente vazios que Jesus os chama de "sepulturas invisíveis".

Todavia, em matéria de exterioridades, de mobílias morais e religiosas, eles eram os melhores e mais devotos religiosos que o Ocidente já teve notícia!
Jesus, entretanto, viria a chama-los de "filhos do diabo".

Aquela geração tinha a "mobília", mas a casa estava vazia de Deus, varrida pela Moral da Lei e ornamentada pelo cerimonialismo sacerdotal. Mas era apenas isto!

Conclusão: os demônios voltaram e foram habitar o inconsciente da maioria, criando assim, uma "consciência" moralmente rígida, e quanto mais rígida se tornava, tanto mais os demônios lhes atordoavam o "interior da casa".

Estavam literalmente fadados a serem os reis do exemplo, para fora; enquanto, do lado de dentro, viam-se tendo que existir como cativos, sobrevivendo mortalmente entre vôos de aves de rapina e besta perversas, des-cumprindo assim, interiormente, as Leis que impunham "aos outros" do lado de fora, que nada mais eram que as Leis da animalidade predatória, escondidas sob os signos da Moral e da religião. Ora, exatamente conforme os padrões das Leis de causa e efeito da natureza caída!

Fonte:caiofabio.net/conteudos artigo:Morada de Demônios

fialves
#24
Não concordo com o Pastor. Fariseus há em todo o lado, não só nas igrejas. Também há fariseus entre os que criticam as igrejas. Criticar a religião organizada pode ser uma desculpa para não cumprir regras e fazer o que bem se entende. Há pessoas que não se comprometem com nenhum código de valores, mas que passam a vida a criticar o comportamento dos outros. Não são assim tão diferentes dos fariseus que, nas igrejas, se acham santos e julgam os outros.

Jesus criticava, de facto, os fariseus, por serem hipócritas. Mas Jesus é ainda mais exigente, do ponto de vista moral, do que os fariseus no que toca às condições para "entrar no Reino dos Céus". Por exemplo, quando disse ao jovem rico para O seguir, mas que antes deveria vender os bens e distribuí-los pelos pobres, porque "mais facilmente passará um camelo pelo buraco de uma agulha do que um rico entrará no Reino dos Céus".

E quando perdoou à mulher adúltera, criticando os que a queriam apedrejar, também disse: "vai e não tornes a pecar". Portanto, Jesus reconhecia a existência de regras morais que não deviam ser quebradas, embora não aceitasse que as pessoas fossem julgadas e condenadas pelos seus semelhantes, porque só Deus tem poder para julgar.

A mensagem de Cristo não é fácil, ao contrário da dos fariseus, para quem bastava cumprir regras como lavar as mãos antes de comer e descansar ao Sábado para garantir um lugarzinho no céu. A Boa Nova de Cristo é muito, mas mesmo muito, exigente do ponto de vista moral. Por muita fé que se tenha, é preciso viver de acordo com a mensagem cristã e com os mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Estes dois mandamentos resumem os 10 mandamentos revelados por Moisés: quem ama o próximo não mata, não rouba, não engana, não cobiça a mulher ou o marido alheio, não comete adultério, não tem inveja do próximo... não usa as outras pessoas como objectos para ter prazer sexual. Não mente e não trai. É humilde, modesto, casto, sincero e generoso. Acho que já me estou a repetir, lol

abraços





Citação de: Sandrareginabr em 24 outubro, 2012, 00:31
Um texto do meu amado Pastor:

MORADA DE DEMÔNIOS

Jesus falou pouco a respeito da possessão demoníaca explicita. Sim! Ele falou pouco sobre o assunto. Todavia, expulsou a todos os demônios que, como tais, se manifestaram diante Dele. Entretanto, Ele tratou bastante do assunto das possessões sutis, que são as piores, pois, em geral, podem ser mais "culturas espirituais" que demônios que se "manifestem" como tais, muito pelo contrário. Não são, necessariamente o demônio, mas são demoníacos!

Nos textos que seguem Jesus abordou o tema da possessão demoníaca em dois níveis: um existencial e outro generacional.

Primeiro Leia o texto generacional:

Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos procurando repouso, porém não encontra. Por isso diz: Voltarei para minha casa donde saí. E, tendo voltado, a encontra vazia, varrida e ornamentada.
Então vai, e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim também acontecerá a esta geração perversa.

Aqui a ênfase recai sobre "esta geração perversa...!"

Agora, Leia o mesmo texto em Lucas e veja a conclusão existencial:

Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa donde sai. E, tento voltado, a encontra varrida e ornamentada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o primeiro.

Se você me pergunta se creio que há diferença entre as duas coisas, minha resposta é sim e não. Sim, apenas porque se um indivíduo está possesso, isto não significa que todos estão possessos de sua possessão. E também porque como veremos mais adiante neste livro, toda possessão individual é também projeção das possessões coletivas e vice versa.

Em ambos os textos tudo é igual. O espírito imundo sai de um homem. Procura lugar de pouso e não encontra. Então diz: "Voltarei para a minha casa de onde saí." E o faz trazendo consigo novos inquilinos e, assim, o segundo estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro.

A diferença está apenas no "aplicativo" de Mateus: "Assim também acontecerá a esta geração perversa".

Desse modo, a única diferença entre uma possessão individual e uma coletiva é que no primeiro caso o homem perde o controle de si e, por vezes, perde sua consciência individual. Já no segundo caso, a consciência dos indivíduos fica suficientemente cônscia de si, mas não discerne o poder de conexão invisível e que, escondido no coletivo, age como um sentir unânime e, em geral, mobiliza a "maioria" com alguma causa de vida ou morte, sendo que o efeito nunca é vida, é sempre morte!

Jesus não faz muitas alusões explicitas àquela geração. No entanto, Ele fala em abundância sobre quem ela era, mas não usa muitas vezes a palavra geração.

Afinal, não precisa estar escrito para estar dito!

Assim é que Jesus compara aquela geração a meninos que sofrem de um mal-humor crônico e contínuo, além de ser indefinido. Era raiva da vida e da liberdade de ser dos outros. E tanto fazia qual fosse a "expressão de ser" do outro em observação. Eles odiavam a quebra dos padrões de "normalidade" conforme o fizeram tanto Jesus quanto João Batista. Ambas, eram, em si mesmas, existências anti-téticas em relação a sua geração, embora, os dois, fossem também diametralmente diferentes em seus comportamentos em relação um ao outro.

A segunda referência significativa àquela geração acontece num sanduíche de fariseus e escribas da Lei tentando provocá-Lo. Ele vinha de expulsar um demônio à vista da mesma assembléia de religiosos. Foi objeto da mais terrível interpretação no seu ato: "Este não expele os demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios".

À esses, Jesus diz o seguinte:

1. Satanás não cometia burrices daquele tipo. Portanto, sugere que a presença de Satanás não estava na divisão causada por Jesus em seu "reino", mas, ao contrário, estava estabelecida na monoliticidade do corpo de pensamento daquela geração, agora, sim, dividido pela presença anti-tética de Jesus. Eles eram os demônios atingidos!

2. Se o argumento deles fosse válido, então, antes de julgarem a procedência do poder que emanava de Jesus, eles teriam que explicar a fonte do poder utilizado pelos seus próprios filhos, que também "expulsavam demônios". Em não o fazendo, estavam reconhecendo o poder de Belzebu como a força operativa também entre eles.

3. Se não podiam "responder" sem se acusar, então, que admitissem que em Jesus o poder manifesto era o do Reino de Deus que estava, em Jesus, no meio deles.

4. Nesse caso, diz Jesus, o que estava acontecendo era um saque divino nos cativeiros de Satanás, pois sua "casa" havia sido invadida por Alguém que lhe era superior, com poder, inclusive, de "amarrá-lo e saquear-lhe os bens".

5. Desse ponto em diante Ele trás a "espada" e divide a assembléia dizendo-lhes que qualquer declaração que saísse de suas bocas com aquele tipo de conteúdo e que não correspondesse a verdade de seus corações—sendo, apenas, portanto, uma utilização "política" do tema espiritual, carregando uma "calúnia" contra Jesus e uma "blasfêmia" contra o Espírito de Deus que Nele agia—seria considerado um pecado sem perdão! Ou seja: se conscientemente eles sabiam que Jesus era enviado de Deus, mas, em razão da des-construção institucional que Jesus trouxera com Sua mera presença entre eles, haviam optado pelo caminho da negação da Graça que em Jesus os visitava; então, pela fria opção pela manutenção do poder que julgavam possuir, eles se colocavam cometendo a pior blasfêmia: negar que a mão de Deus seja a mão soberana em ação, preferindo caluniar o agente da Graça, cometer um blasfêmia contra o Espírito, mas não perderem seu poder temporal que, em Jesus, eles viam ameaçado. Essa era a "possessão" que os possuía.

6. Na seqüência Jesus adverte sobre as "palavras" como sendo o resultado da escolha existencial do homem, do que ele tira ou não de seus baús do coração: se busca seus valores nos cofres da verdade ou nos sombrios e secretos ambientes de sua perversidade interior. E conclui de modo a vaticinar um terrível juízo sobre toda palavra frívola dita pelos homens em relação a Deus e ao próximo.

Ora, é neste ponto da "batalha" que os adversários chegam, cinicamente, com uma "pérola tirada do mau tesouro" de suas almas:

"Mestre, queremos ver de tua parte um sinal"—pediram eles!

Ele, porém, lhes respondeu:

"Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas".

O que segue é Jesus afirmando que tanto os Ninivitas dos dias de Jonas quanto os Etíopes dos dias de Salomão e da rainha de Sabá, eram seres infinitamente mais abertos à Deus que os arrogantes filhos da Teologia Moral de Causa e Efeito, os mesmos que agora queriam "tenta-Lo", pedindo-lhe uma demonstração visível de um efeito confirmador da causalidade divina de Jesus. Enfim, outro pedido semelhante ao feito por Satanás no Pináculo do Templo.

Ora, é nessa "viagem" que entra o tema da "geração" que se tornara Casa de Espíritos Maus, conforme o relato de Mateus acerca da "possessão" generacional.

Se você for verificar a mesma passagem do Evangelho em Lucas, você verá que o contexto antecedente é exatamente o mesmo. Em Lucas, todavia, a seqüência do contexto imediato—ou seja: o que vem depois—, fala de maneira ainda mais clara dos "espíritos" que haviam se instalado no inconsciente coletivo daquela geração, formando uma rede de pensamentos e sentimentos contrários à Graça de Deus e sua revelação em Jesus.

As denuncias que Jesus faz àquela geração são as seguintes:

1. Os pagãos sempre haviam sido mais abertos à revelação do que eles. E a própria resposta dos "gentios" que encontraram com Jesus nas narrativas dos evangelhos demonstram isto.

2. Não adiantava que seus adversários dissessem que eles eram o Povo da Luz, pois, esta, quando habita alguém, aparece sempre. Além disso, a "luz" de um ser não vem "de fora", nem de seus supostos encontros-de-hora-marcada com a luz. A verdadeira Luz nasce nos ambientes interiores e gera uma nova maneira de enxergar a vida. Aqui Ele associa a luz do ser ao modo como a pessoa "interpreta" a vida, a Deus e ao próximo. E mais: Ele diz que a luz do ser vem também dele não negociar com suas sombras, escondendo-as, pois, nesse caso, o que deveria ser a fonte de luz—o interior e seus bons pensamentos e interpretações da vida—, passa a ser o gerador das trevas no interior humano.
Agora, no mesmo contexto imediato—ou seja: "Ao falar Jesus estas palavras"—, um fariseu o convidou para ir comer em sua casa; então, Jesus, entrando, tomou lugar à mesa.

O problema é que Jesus entrou, sentou e comeu!

Que problema!

Ele não havia lavado as mãos antes de comer!

O fariseu não agüenta a transgressão cerimonial cometida por Jesus. Afinal, Jesus era o mesmo que eles, coletivamente, haviam acusado de ser instrumento de Satanás.

Agora, preste atenção como toda a conversa que se segue— que começa numa casa, à volta da mesa, com serviço de lavagem cerimonial disponível, com copos, pratos e mobílias –-, se transforma na analogia perfeita da "casa vazia, varrida e ornamentada", pois, o tema volta nos lábios de Jesus.

"O Senhor, porém, lhes disse: Vós, fariseus, limpais o exterior do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade".
Para mim fica impossível não associar a analogia da "casa vazia, varrida e ornamentada" com "limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade".

O resto da fala de Jesus continua a denunciar a mesma conexão entre ambas as "imagens" de possessão:

1. Exterior limpo, interior habitado por rapina e perversidade.

2. Quem fez o exterior é o mesmo que fez o interior de todas as coisas. E, para Ele, é o amor solidário aquilo que torna o mundo puro para os puros.

3. As exterioridades do culto à mobília e aos ornamentos exteriores do ser eram o deus deles. Por essa razão eles davam devocionalmente a Deus apenas aquilo que contribuía para a propaganda de como sua "casa estava varrida e ornamentada", enquanto negligenciavam as verdade do interior, que são aquelas que "enchem a casa" daquilo que é bom. E a prova desse culto à "casa varrida e ornamentada" aparecia até mesmo nas obviedades de seus códigos de valores e importâncias: todos ligados a imagem e às suas pretensas distinções entre os homens.

Naquela assembléia reunida na casa do fariseu não havia apenas religiosos zelosos das exterioridades da Lei, como os fariseus, havia ali também alguns teólogos, ou seja: interpretes da Lei. E, é deles que agora vem a confissão de que as palavras de Jesus os "ofendiam" também. Passaram um recibo autenticado no Cartório da Culpa.

E o que Jesus diz à esses teólogos, os "interpretes da Lei"?

1. "Ai de vós também, interpretes da Lei! porque sobrecarregais os homens com fardos superiores às suas forças, mas vós mesmos, nem com o dedo os tocais"—afirmando que a "mobília" da casa varrida e ornamentada era patrocinada por eles, ao "construírem" uma teologia para estivadores, sem a misericórdia de perceber que aquela tarefa que eles impunham sobre os outros era mais que desumana, e, além disso, dava a eles o poder satânico de, em nome de Deus, oprimirem o próximo com aquilo que eles mesmos não agüentavam bancar nem nos ambientes de seus próprios corações.

2. "Aí de vós! porque edificais os túmulos dos profetas que os vossos pais assassinaram. Assim sois testemunhas e aprovais com cumplicidade as obras dos vossos pais; porque eles mataram e vós lhes edificais os túmulos"—asseverando que a atitude politicamente mais "correta e leve" dos teólogos não escondia da face de Jesus a verdade. Sua "diplomacia" também era perversa. Eles eram apenas mais educados em suas atitudes. Mas no seu interior havia a mesma "rapina e perversidade" de seus colegas fariseus. Desse modo, Jesus denuncia as etiquetas da religião e seus representantes, que matam os portadores da Palavra, mas sempre, após a História se impor sobre os interesses então imediatos—seus filhos, filhos da mesma escola e alunos da mesma teologia—, erguiam agora os túmulos dos profetas, fazendo "reformas históricas", mas que não os colocavam no caminho da obediência à Palavra de Deus falada pelos profetas no dia de Hoje! Assim, eles achavam que construir tumbas em honras dos profetas os diferenciava de seus pais, os assassinos de ontem. A questão, todavia, é que Deus é Deus de vivos e não de mortos. E Sua real expectativa não é que os profetas sejam ou fossem honrados, mas ouvidos!

4. Jesus conclui dizendo que eles não se diferenciavam em nada de seus pais. Afinal, eles estavam tendo a chance histórica de experimentar o verdadeiro arrependimento—ou não era Jesus que eles agora rejeitavam?—, mas nem mesmo isto eles enxergavam, fazendo-se, assim, mais cegos e homicidas que os seus pais.

5. A questão é que aquela não era uma situação "estanque" ou sequer "departamentalizável". Eles eram parte da mesma geração. Havia uma conexão simbiótica entre eles—fosse no passado, fosse no presente! Portanto, havia uma possessão crescente e cumulativa no processo histórico-religioso. E mais: Aquela geração teria que responder por si mesma e pelo passado, do qual eles faziam um mero replay no presente.

6. O pior para Jesus era que os "interpretes da Lei" diziam possuir a "chave da ciência" interpretativa. Ora, Jesus diz que era baseado nesse auto-engano—ou, quem sabe: engano deliberado!—, que eles nem entravam na Graça e nem deixavam os que a desejavam poderem entrar com as próprias pernas pela Porta. E que pior denuncia pode haver para qualquer tipo de clero?! A separação humana entre Leigos e clérigos, em qualquer que seja o nível ou em qualquer que seja a nomenclatura, é um acinte ao puro e simples Evangelho de Jesus!

O que se segue a isto é a declaração explicita de que tanto os letristas-escribas, quanto os escrachadamente legalistas-fariseus, bem como os educadamente Moralistas-interpretes da Lei, agora o "argüíam com veemência" procurando confundi-Lo com muitos assuntos, "com o intuito de tirar de suas palavras motivos para o acusar".

Para Jesus toda discussão sobre a Palavra acaba em confrontos satânicos. Por isto, mesmo havendo uma multidão interessada no debate, Ele vira e fala apenas com os Seus discípulos, e lhes diz o seguinte:

1. "Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia"—e, assim, Ele lhes diz que os fariseus, à semelhança do fermento, eram os mestres do inchaço da Lei. Eles eram hipócritas, pois, aumentavam o peso das coisas que eles sabiam que homem algum poderia carregar. Seu fermento era apenas a capacidade de "aumentar" as Escrituras sem discernir sequer os conteúdos da Palavra.

2. "Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido"—revela agora a certeza de Jesus não só sobre o Juízo Final, mas sobre a impossibilidade dos homens se esconderem para sempre! Portanto, diz Ele aos seus discípulos: "Não sucumbam à religião das aparências. O que é, é!" E mais: ele retoma ao tema da casa na continuidade do mesmo assunto: os bochichos do interior da casa ainda seriam gritados da varanda.

3. O que segue é a advertência de Jesus aos discípulos quanto a não se impressionarem com aquelas Potestades Religiosas e nem Políticas. Elas não deveriam ser temidas. Seu poder de fazer mal não passava do corpo. E mais: até para exercerem tal poder, tinham que ter— à semelhança de Satanás em relação à Jó—, uma permissão divina. Tudo estava sobre controle. O perigo não vinha deles, mas do coração e de suas produções.
Quanto ao poder de oprimir que os Senhores do Saber possuíam, Jesus diz que não era para se preocupar. Eles contavam com a perversidade satânica para interpretar a existência. Os discípulos, no entanto, carregavam a promessa de estarem habitados pelo Espírito da Verdade, que lhes ensinaria como não se sujeitarem aos trabalhos forçados daqueles donos de pesadas mobílias e que moravam numa casa vazia, varrida e ornamentada!

A seqüência do texto continua mostrando o significado de ser uma casa vazia, varrida e ornamentada. Isto pode vir da tentação de se aceitar a função de "juiz e repartidor" entre os homens. Ou mesmo poderia ser o produto da superficialidade de uma existência possessa de "avareza". Ora, esse espírito também trás como sua marca distintiva a percepção de valores apenas no mundo das imagens e das seguranças visíveis, enchendo ceLeiros, mas deixando a casa espiritual vazia de Deus.

Na seqüência, Ele passa a inocular em Seus discípulos alguns anticorpos que pudessem dar a eles a consciência acerca do enganoso vírus do fermento dos religiosos, filhos da Teologia Moral de Causa e Efeito.

Jesus prossegue com a temática das relações de causa e efeito presentes no pensamento de Seus contemporâneos.

É significativo que logo adiante Jesus expulse um demônio numa sinagoga. Ora, ali está o quadro pintado de uma casa vazia, varrida e ornamentada, mas onde o diabo mantinha "filhos de Abraão em cativeiro".

E qual é a reclamação do gerente da Casa Vazia—a sinagoga? Seu argumento tem a ver com a bagunça que a libertação causou à ordem das coisas na casa bem arrumada, e que fora construída para não ser o lugar da vida, sendo tão somente um showroom de religiosidade. Nesse lugar ninguém quer saber se você está melhor, mas apenas se está tudo em ordem!

À mim vem agora uma pergunta: o que teria instigado os espíritos da casa vazia, varrida e ornamentada a agirem de modo sete vezes pior?

No contexto anterior, em Lucas, Jesus envia setenta discípulos para pregarem o evangelho da Graça, a Palavra do Reino, o Evangelho da Salvação.

Ao retornarem, os discípulos vieram felizes com os resultados: "Até os demônios se nos submetem pelo teu nome"—disseram eles!

Jesus, no entanto, lhes respondeu que Ele mesmo vira Satanás ser atingido em cheio pelo resultado daquela missão, caindo do céu como um relâmpago. E mais: que a alegria dos discípulos deveria sempre ser a alegria de ser e não a de poder, e também jamais deveria se basear no sentimento de prevalência sobre as forças do mal no "outro"—afinal, raramente se encontra um humilde e sadio exorcista ambulante—, mas sim, com o fato de que, pela Graça de Deus, e, em Cristo, seus nomes estavam escritos no Livro da Vida, onde tudo o que de fato Deus chama de ser-história-do-ser está lá registrado para o nosso bem.

O ódio de Satanás vinha do fato que aquela Casa Vazia, Varrida e Ornamentada pelas Leis, pelos cerimonialismos, pelo comportamentalismo exterior, pelas morais homicidas, pelos dias tão santos que neles nem o bem cabia, pelos Concílios da Verdade, pelos aparatos das piedades exteriorizadas, e, sobretudo, pela capacidade de "jeitosamente" desviarem a atenção dos homens dos ambientes do coração para as nulidades das exterioridades da religião e seus infindáveis rudimentos.

Agora, todavia, para horror dos "demônios", chegara "o mais valente" e com Ele vinha o poder de "amarrar" aquelas forças, a fim de poder encher a casa não com mobília e ornamentos das aparências da piedade exterior, mas com Vida!

Para Jesus, mais vazios que os "vazios" que eram habitados "circunstancialmente" por demônios, eram os que propositalmente "construíam" casas religiosas que nada mais eram que lugar de morada de demônios, tornando a casa cada vez mais mal assombrada! De fato, o que eles chamavam de "mobília ornamental", Jesus chamava de "rapina e perversidade".

E aqui voltamos ao nosso tema:

A Teologia Moral de Causa e Efeito é a gestora satânica da Casa Vazia, Varrida e Ornamentada!

E sabe por quê?

Ora, Jesus estava falando dos mestres e seus melhores exegetas, os interpretes da Lei; dos melhores executivos devocionais que a tradição judaico-cristã já teve, os fariseus; dos mais bem sucedidos políticos da religião, os sacerdotes; e dos depositários mais fiéis da Revelação Escrita, os escribas. Todavia, eles eram sepulcros pintados de branco por fora a fim de esconder a podridão que crescia dentro deles.

Quanto mais Moral é o consciente humano, mais adoecidamente tarado, lascivo e perverso o seu inconsciente será!

Eles tinham a casa, o Templo; e possuíam o poder de fazer sua gestão; o poder era oriundo dos cargos que ocupavam na manutenção do sistema; e esses cargos eram mais elevados à medida que alguém se "avantajava" nas praticas das regulamentações legais, exteriormente, é claro!
Todavia, eles só tinham copos, pratos, talheres, lavatórios, mesa, comida e a certeza de belos ornamentos para a decoração. Afinal, o "lixo" dos outros eles cobriam com pedras. E os seus próprios, eles ocultavam no coração.

Faltava-lhes tudo!

Faltava-lhes vida e a real Presença do Deus da Graça em seus corações!
Eles haviam sido tragados. Estavam escravizados pelo pecado de sua quase incurável arrogância. E se tornaram tão vazios de amor a Deus e à vida, que nem sentiam que no seu zelo, eles se tornavam freqüentes transgressores da Lei e dos Profetas. Ora, eles estavam vazios em seu próprio ser, pois, esvaziaram de tal modo a sua própria casa-ser, que eram agora capazes de planejar até mesmo a morte de Jesus— depois vieram a consumá-la, como também tinham consentido com a execução do último profeta, João, o Batista!— e isto enquanto faziam vista grossa ao comercio nojento e asqueroso no qual o "mercado religioso" se tornara. E pior: criando uma religião de causa e efeito que permitia ao filho desonrar aos pais desde que a causa-desculpa gerasse o efeito-contribuitivo para os cofres da Religião.

Tudo isto feito pelo poder, pelo lucro e pela auto-exaltação, piedosamente admitidas como expressão do zelo pelas coisas de Deus. Esses seres se tornaram tão mortalmente vazios que Jesus os chama de "sepulturas invisíveis".

Todavia, em matéria de exterioridades, de mobílias morais e religiosas, eles eram os melhores e mais devotos religiosos que o Ocidente já teve notícia!
Jesus, entretanto, viria a chama-los de "filhos do diabo".

Aquela geração tinha a "mobília", mas a casa estava vazia de Deus, varrida pela Moral da Lei e ornamentada pelo cerimonialismo sacerdotal. Mas era apenas isto!

Conclusão: os demônios voltaram e foram habitar o inconsciente da maioria, criando assim, uma "consciência" moralmente rígida, e quanto mais rígida se tornava, tanto mais os demônios lhes atordoavam o "interior da casa".

Estavam literalmente fadados a serem os reis do exemplo, para fora; enquanto, do lado de dentro, viam-se tendo que existir como cativos, sobrevivendo mortalmente entre vôos de aves de rapina e besta perversas, des-cumprindo assim, interiormente, as Leis que impunham "aos outros" do lado de fora, que nada mais eram que as Leis da animalidade predatória, escondidas sob os signos da Moral e da religião. Ora, exatamente conforme os padrões das Leis de causa e efeito da natureza caída!

Fonte:caiofabio.net/conteudos artigo:Morada de Demônios

Sandrareginabr
Fialves, estamos ambos a nos repetir e temo que me compreendas mal. A Igreja da qual faço parte não prega a liberalidade e a dissolução como forma de vida, ao contrário, temos aprendido justamente que santidade é caminho resultante da fé, se amo a Deus e ao próximo como a mim mesmo, consequentemente terei uma vida como a que descreveste tão bem. É tão difícil entender o que falo? Muitas pessoas se frustram no caminho da santidade porque vão pelo sentido inverso, na exterioridade, quando a mesma brota no interior, quando resulta dos dois mandamentos que resumem a Lei. Não julgamos a religião de ninguém pois sabemos que só podemos julgar a nós mesmos e Deus julga a todos. Desde o início quis dizer que nossas vidas estão nas mãos de Deus que é soberano sobre tudo, assim como era soberano na vida de Anne Liese. Já fui católica, te compreendo.

fialves
Pelo contrário, a ti percebi-te bem e concordo contigo no essencial, ao teu pastor é que não percebi, confesso:)


Citação de: Sandrareginabr em 24 outubro, 2012, 19:37
Fialves, estamos ambos a nos repetir e temo que me compreendas mal. A Igreja da qual faço parte não prega a liberalidade e a dissolução como forma de vida, ao contrário, temos aprendido justamente que santidade é caminho resultante da fé, se amo a Deus e ao próximo como a mim mesmo, consequentemente terei uma vida como a que descreveste tão bem. É tão difícil entender o que falo? Muitas pessoas se frustram no caminho da santidade porque vão pelo sentido inverso, na exterioridade, quando a mesma brota no interior, quando resulta dos dois mandamentos que resumem a Lei. Não julgamos a religião de ninguém pois sabemos que só podemos julgar a nós mesmos e Deus julga a todos. Desde o início quis dizer que nossas vidas estão nas mãos de Deus que é soberano sobre tudo, assim como era soberano na vida de Anne Liese. Já fui católica, te compreendo.

Sandrareginabr
Citação de: fialves em 24 outubro, 2012, 21:28
Pelo contrário, a ti percebi-te bem e concordo contigo no essencial, ao teu pastor é que não percebi, confesso:)


Entendemo-nos então, não é minha intenção criar um off-topic aqui ;)

Citação de: Kiva84 em 17 outubro, 2012, 18:59
eu concordo contigo amigo Paraphenomenal :) pessoalmente eu não me sinto bem em igrejas sobretudo cheias de gente fico muito fraco e sinto uma revolta enorme dentro de mim (mas é uma revolta minha e não imposta por outra energia) mas quando esta mesma está vazia já me sinto normal e tenho um grande amigo meu que é padre com quem falo todos os dias :)...pra mim não precisas de recitar a "biblia" e ires a uma igreja e frequentares a missa todos os domingos sobretudo quando 6 em 10 pessoas vai lá porque parece bem e não porque querem ir para estares protegido pela luz.
O principal é sentires-te protegido seja por DEUS, seja pela Luz :) aceitarmos a nossa luz é meio caminho para termos toda a protecção :)

Eu não ando no forúm há uns tempos e agora vi isto...mas eu por acaso disse que ia à Missa todos os Domingos ou que recitava a Bíblia?
Por que é por eu ser católica as pessoas assumem imediatamente que sou uma beata ou algo assim?
Eu também prefiro ir a uma Igreja vazia e rezar para mim sem ostentação. Visto que muita gente que vai a Missas na minha zona são uma cambada de betos hipócritas.
Jesus diz para orarmos em segredo ao Pai. E qual é o problema de usar orações que contém em si séculos de repetição o que as torna poderosas na luta contra o Mal?
É melhor rezar a uma "Luz" abstracta qualquer? Sim porque Lúcifer quer dizer portador da Luz...é a esse que vocês rezam?