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  • Ficheiro mitológico sobre Set (Antigo Egipto).
    Iniciado por Mephisto
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Mephisto


<<O Antigo Egipto é uma das maiores mitologias de todos os tempos. Em moldes próprios de escalas incomparáveis, a civilização do Antigo Egipto deu provas ao mundo de uma existência grandiosamente frutífera. As suas terras, os seus climas, as cidades e arquitecturas fabulosas, os seus segredos, as virtudes e as necrópoles, persistem em fascinar o Homem que nasceu e que vive tantos anos após, facto deveras alusivo ao âmago que uma mitologia representa...


O Antigo Egipto era atestado de crenças aguerridas e imortais, com partes destas sobre a areia do deserto e com partes debaixo da mesma. A tonalidade brilhante da areia, pertence reverencia do do Nilo, evocava uma majestosa vivência do povo que iniciou processos de vida num mundo de mistérios frescos. Os antigos egípcios lançaram sementes criativas e originais aos regos do quotidiano do Homem, esses antigos que como povo foram poderosos e hierarquizados, como seres individuais foram precursores de causas imortais e como politeístas foram artistas de uma imensa imaginação. Os habitantes do Antigo Egipto veneravam e seguiam diversos deuses, uma grande quantidade deles, todavia alguns habitantes entraram numa consciência de maior veneração a um tipo ou nome de deus, sem nunca deixar de respeitar todos os outros, mas procurando uma fidelidade mais aprofundada com um dos planos.


As escolhas eram feitas mediante uma curiosa harmonia com o seu próprio livre arbítrio, o que não impediu que esquecessem tradições ou culturas vitais. Em pormenor, um seguidor de um dos deuses fazia escolhas conscientes sobre as suas prioridades e sob os seus interesses. O Antigo Egipto foi um local grandioso, rico, que se expandiu exponencialmente sob cintas imperiosas, e que posou para a fotografia como um fértil império do Antigo Mundo. O clima, a riqueza dos recursos naturais e toda uma beleza pura ofereceram as vantagens e os seus recreios à evolução do Homem naqueles tempos. O Antigo Egipto, no seu íntimo de sucesso, totalizou mais de três milénios de existência. Essa existência divide-se, por entre laços finos, unidades de prosperidade, poder e com acontecimentos marcantes, numa forma relativa em alguns pares de dinastias, linhagens, monarquias, impérios...


Os antigos egípcios coroaram-se com luxo em noções de dinastias, as quais tendo sido equilibradamente prósperas e/ou complexas, procedendo em bom compasso os seus nomeados reis de forma natural, sem especulação. Uma mão grande de egiptólogos pretendeu quebrar o Antigo Egipto perante as ditas noções das dinastias, portando a ideia de um  fluxo homogéneo na cronologia. Por outro lado, variadas análises à história total do Antigo Egipto propõem uma divisão realmente discriminada, com aspectos de fundamentação sobre as proveniências e qualidades dos faraós. Essa divisão, estudo à memorável sociedade do Antigo Egipto em massa, expõe-se em trinta dinastias e é a Manetho, um sacerdote greco-egípcio, que a mesmaé atribuída. A sua personalidade, que viveu na era de Ptolemy I, dissipou muitas manchas na interpretação da linhagem dos imperadores do Antigo Egipto. Porém, mesmo a sua interpretação contém alguns nomes de faraós em dinastias confusas onde estes se encontram envolvidos.


A Mitologia é como que uma história de deuses e heróis excepcionais da Antiguidade, com ocorrência em culturas greco-romanas ou em outros povos, onde encaixa o estudo dos mitos na sua natureza prática em factos irracionais e factos mais lúcidos. A Mitologia, no âmbito de decomposição, compreende datas e frases destinadas a pilares de espaço-tempo na temática do Antigo Egipto usualmente aproximadas, ao invés de peles com literais conhecimentos. Em muitos casos, não se conhece pormenorizadamente quanto tempo um faraó governou ou respirou e há fontes, textos e narradores que tendem a contrariar, negar, ou ainda, diferenciar posições. As deturpações de registos de tempo e medidas de calendarização ajudam ao avermelhar das noções e a que exemplos do Antigo Egipto sejam analisados num modo relativo, nunca íntegro, num meridiano mental de pequena especulação.


A construção de monumentos e a criação de artefactos e as sequências de eventos foram de maior importância na fase da Humanidade em questão, por isso é que insufla nos estudiosos e curiosos esta aproximação de teorias, visualizando as idades de cada dimensão. Existe nas secretárias mundiais uma extensa lista de património antigo que acolhe os mais importantes monumentos e sítios arqueológicos do Antigo Egipto, lista essa que acarreta diversidade de funções, localizações e conclusões. Locais como Giza, Abu Rawash, Memphis e Valley of the Kings,  figuram na lista dos monumentos e locais de crucial especialidade do Antigo Egipto, aos quais se retirada a importância unilateral que carregam, mostram-se ao mundo com qualidades e propósitos muito distintos entre si.
Entender a antiga civilização egípcia é entender ainda que a mesma floresceu em quotidianos de trabalho, responsabilidades, cultos, sabedorias, experiências e engenhos dissemelhantes. Uma população que viu os olhos do Mundo fortemente atraídos à sua língua, às suas leis gramaticais e às suas funcionalidades inteligentes a partir dos papiros. O Antigo Egipto glorifica-se, mas não só, em mitologias, visto que o seu povo reuniu passagens lendárias, tratando-se uma delas da imortalidade... fenómeno com o qual as próprias mitologias se honram e de que equitativamente sofrem.
Numa miscelânea de compostos, de temperamentos e deuses, o Antigo Egipto cresceu em mensagem e corpo. Não houve um dia em que a força e a curiosidade não comandassem o navio da população e essa força e curiosidade eram fluidos dos seus deuses. No meio de planos diversos, um dos deuses afirmou-se como uma lâmina afiada e pronta a incendiar canas de normalidade ou rebanhos de mediocridade, lâmina essa que cortava a partir do seu canto embrenhado e azedo. Esse deus, pungente, era Set, personagem vil e altruísta pelos fortes, que agiu em conformidade de si mesmo para dar uma história digna de ser contada no quentinho das atenções do Homem.


Na mitologia egípcia, Set (igualmente escrito nas formas Suetekh, Setesh, Seteh, Seth) é um antigo deus receado, originalmente o deus de um dos principais pólos que constituem o Egipto, o deserto. Set fora popular inicialmente no Delta Oriental, mais concretamente em Pelusium, e nesse local concederam-lhe a fama do deus da iniciação. Set teve também Tanis como seu local de culto, no Delta Norte do Egipto (o Baixo Egipto), em que era considerado deus e senhor. Set foi representado no muro da fama como um animal extravagante de grandes orelhas e com o cabelo vermelho, o qual faz lembrar um cão, um burro, um cavalo...


Set, irmão de Osiris, ficou associado às ideias de caos, infertilidade, deserto e tempestade. Set  ficou na auréola da oposição da fertilidade de Osiris, porque este último representava um Egipto, uma vida, fértil. Set engodou Osiris, a determinada altura, a uma inusitada armadilha, na qual o assassinou e o deitou a marés mais distantes do Nilo, corpo que apesar do estudado exercício viria a ser descoberto.Set e o deus Horus lutavam pela soberania maior do Antigo Egipto, um chefe do Norte e outro do Sul e à medida que Set ganhava terreno, os adeptos de Horus alvitravam o irmão de Osiris como um terrível adversário que merecia ser derrotado com exactidão. Horus viu-se a vingar mortes e ódios, quando jurou governar plenamente o Antigo Egipto para escorraçar para sempre Set das areias. Num conselho de deuses, no qual Ra era o governador, criou-se renitentemente decisão de expulsar Set, por ser de dia para dia um adversário mais tenazmente inteligente. No final do conselho e numa astúcia de deusa, Isis levou Set a condenar-se em palavras e opiniões em relação a poderes em volta de Horus e ela própria. Foi nessa situação de sedução que Set se travou na visão de se afastar de domínio, do cargo, da luz do trono do Antigo Egipto.
Contudo, em tempos, Set também foi um lutador da luz, da comunidade límpida, quando sob divisa do sol de Ra. Continuadamente, auxiliando os seus benfeitores e/ou benfeitor de outros, lutou repetidamente com um monstro semelhante a um réptil desagradável, Apep, durante as viagens por submundos do Antigo Egipto, mundo que o acolheria como seu imperador/nativo.


Set reunia forças imensas do Egipto, forças da discórdia, e foi em dinastias como a décima nona e vigésima, que alguns faraós o incorporaram na sua razão de viver, como, por exemplo, Seti.
O deus Set era filho de Nut e, num momento da História, tornou-se a identificação do caos essencial, já que havia a necessidade de existir a dualidade com o vector da ordem. Set tal-qual foi conhecido através dos tempos, através de lutas, palavras, demonstrações, que travou e usou, teve esta honra, que foi a de ter sido adoptado como a personificação do próprio deus dos antigos Hyksos. Set é igualmente conhecido como uma das mais velhas formas do arquétipo de Prince of Darkness, numa simbologia da mitologia da consciência temerária e individualista.
A sua supremacia e a sua graça remontam a épocas anteriores às intituladas dinásticas do Antigo Egipto. Fala-se de imagens do deus Set datadas antes de 3200, 3800 antes da denominada "Era Comum" (EC) . No Antigo Egipto, Set intercalou as suas veias fendentes em períodos de imensa glória e em períodos de total rejeição. Nos tais períodos antecedentes às catalogadas dinastias, nos tempos de todo arcaicos no planeta, Set era uma divindade essencialmente positiva; edificando-se, visto como uma extensão da existência, uma metáfora da abstracção das normas para subir/avançar mais. Portanto, Set fora visto como um deus da expansão dos limites e fronteiras e das mudanças radicais do ser, da criatura.


A máxima da imortalidade no Antigo Egipto tinha que ver com a adoração original de Set como uma divindade estrelar, por isso é que muitos locais foram identificados como de culto a Set, servindo estes de prova para a real etapa ascendente que a figura deste teve nos ambientes do deserto mitológico. Já referida a verdade de que existiram momentos de fraca celebração do nome de Set e, exceptuando a adoração feita à ideia da imortalidade, um desses momentos foi aquando do surgimento da comum adoração solar, que aconteceu um pouco antes da primeira dúzia de dinastias. A grande pirâmide de Giza é de facto um dos últimos monumentos primitivos ligados ao êxito de adoração da filosofia esotérica da vida após a morte de e em Set, mas também é ligado ao título de monumento solar e o qual era corpóreo inerente à grandeza da existência no Antigo Egipto. A grande pirâmide estava relacionada intimamente com Set, devido à coluna de ar especial no interior servir para que o "Akh" do faraó (basicamente, a noção da eficácia de vida, a obra, o sumário das acções numa essência qualitativa) voasse perfeitamente para a estrela Alpha Draconis, que é a estrela de Set na constelação da Ursa Maior.


No início da XXII dinastia, o Antigo Egipto encarou um dilatado declínio e Set tornou-se uma divindade tremendamente impopular. O culto a Set cessou na quase totalidade dos lugares, excepto em alguns oásis a ele associados e na cidade de Tebas, cidade em que o seu culto se deparou de alguma forma naufragado no culto de Montu, senhor egípcio da guerra de Tebas. Este subterfúgio levou a que os aspectos negativos de isolamento e destruição fossem enfatizados em bola em Set.
O Antigo Egipto viveu etapas únicas, assistiu a diferentes correntes de água e ainda condescendeu decorações na Natureza pela mão do Homem. Na mitologia egípcia, um passado que requer segundas análises a pontos comuns faz existir versões continuadas, diferentes e com novas partes dentro duma mesma história. O deserto era já abismal e os adoradores de Set viam a morte de Osiris como um ingénuo afogamento. Apesar de outrora Set ter sido agregado, submisso, a um simples simbolismo da união entre as partes do Antigo Egipto, o deus do Baixo Egipto guardava-se na função essencial de expandir os limites da existência e da renovação de energia caótica ao centro do Universo. Para os antigos adoradores de Set, ele era a escuridão implacável que unificava a luz egípcia e apelavam a que o assassinato de Osiris não era mais do que inerente destruição das restrições da sociedade e da aquiescência da mudança e cultivo próprios em confronto com os rasgos que levam à estagnação.


Os Hyksos, estrangeiros que invadiram e governaram o Antigo Egipto durante o segundo período intermédio (aproximadamente, da dinastia XII à XVII, 1785 a 1580 antes da Era Comum), identificaram-se deveras com Set. Este povo firmou-se com grandes cavaleiros, lutadores e adeptos de magia e foi sob este povo que as figuras do cavalo, do cão agressivo ou do asno ganharam um peso verosímil na identificação de Set.
Set simbolizou a corrente máxima de um pensamento forte e nas dinastias XIX e XX viu chegar à linha dos faraós uma família de sacerdotes de Tanis, obviamente anexados ao culto de Set. Ao longo de tempos de expansão de fronteiras de diverso cariz, Set era extraordinariamente virtuoso, como pôde ser visto através dos nomes de faraós como Seti (que significa um homem de Set) e Setnakt (que significa que Set é poderoso).
Intercalando teias e detalhes, na mitologia do Antigo Egipto conta-se a história da metamorfose de Set num colono que viajava languidamente para uma estrela, para representar o indivíduo que, através de trabalho árduo, através de habilidades mágicas e através do uso da resistência ao/do mundo, torna-se superior, além-fronteiras, divino... Set era contado como uma particularidade da projecção psíquica, o qual com os poderes de vontade reflectia o dogma que procurava acabar com as desilusões da vida, assim como reflectia a natureza veneradora da consciência religiosa e a fonte interior de responsabilidade suprema em todas as coisas.


Set representou o colossal deserto do Antigo Egipto, associado às gazelas, burros e a outras criaturas que vivem na borda do deserto. Ao mesmo tempo representou a exactidão da dimensão de um ser estéril, seco, comummente associado ao lado homossexual e uma das maiores curiosidades em volta de Set é a de que a comida favorita dele era a longa e firme alface egípcia, da qual jorraria uma substância leitosa quando muito esfregada.
No globo da arte, um plano representativo do Antigo Egipto, Set foi quase sempre representado como uma criação anómala, misteriosa e desconhecida, de focinho curvado e com orelhas quadradas, que tanto era mostrado como uma besta, como um ser humano com a estranha cabeça de animal. Uma informação muito proliferada quanto às representações de Set é a de que antes de 3000 antes da EC existiram bestas mistas e demais criaturas arcaicas com que se tentou associar a imagem de Set, para se fixar origens e comparações.
Outro acontecimento na mitologia do conflito pela coroa do Antigo Egipto explana-se no cerne de Horus ter sido representado como aquele lutador acérrimo contra a facção de Set. Num dos combates, a representação artística prevê Horus a arrancar os testículos a Set, mostrando isto que Set admitiu-se na mitologia egípcia como vítima de completa infertilidade. Ao passo que Horus sentiu parte de um dos seus olhos cortada, relacionando isto a que, originalmente, continha a hipérbole ancestral de que os seus olhos eram o sol e a lua, ou seja, Horus ficou na arte do Antigo Egipto encarregue de explicar o porquê da lua ser menos brilhante do que o sol.
Entre demais casos do foro natural e corporal até, Horus viria a provar a sua natureza de herdeiro maioritário do Antigo Egipto à arte que ficaria para os tempos vindouros. Todavia, mesmo com o papel de herdeiro de Ra na terra, Horus não pôde ignorar o facto de que Set assumia o papel de herói principal de Ra, quando este embarcava nas viagens ao submundo. Horus era o líder do Antigo Egipto de Ra e Set era o guarda-costas de Ra no mundo que pertencia a Set.


Realmente, o legado da arte do Antigo Egipto mostra-nos Set representado na proa do navio da noite de Ra, quando enfrentava Apep nas suas múltiplas metamorfoses e qualidades, mas, surpreendentemente, em algumas representações do final de um período categórico, Set assomava-se com cabeça de um falcão (animal representativo de Horus), factor que então o humilhava numa aparência externa do seu inimigo. Esta assimilação também leva à mão presente de Osiris neste capítulo, pois este sempre instituiu por proximidade o submundo às mãos do deus dos mortos, Anubis, e assim conseguiu deixar na herança artística do Antigo Egipto Set como submisso ao heroísmo de Horus, contrariando assim a sua fogosa individualidade.
Sublinhando Set como a coqueluche da maldade no Antigo Egipto que albergava ainda características xenófobas,  ficou situado entre umas das criações que os egípcios mais temiam, os crocodilos e os hipopótamos. Set parece ter sido entregue muitas vezes à personificação em outros deuses poderosos de outros impérios rijos; exemplo de Baal, cônjuge de Astaroth ; exemplo de Teshub, deus do firmamento e o viciado em tempestades; exemplo ainda dos Antigos Gregos que ligaram Set com Typhon, porque viam ambos imbuídos em forças destruidoras, imensas, no fundo, entidades que nutriam ódio a deuses principais.


Ao longo dos tempos, entre perspectivas de disformes temperamentos, Set ficou na arte lembrado, nas paredes de sabedoria, como o líder do submundo, o combatente por Ra, o senhor da parte Norte do Antigo Egipto, o estranho mamífero, o deus bravo dos Hyksos, o arquétipo de outros opositores como os antigos opressores persas, os Antigos Gregos ofensivos e as deidades negras. Finalmente, os Romanos foram os que mais celebraram as derrotas de Set, mas mesmo no pico do júbilo não impediram que Set fosse ainda assim considerado dono e senhor de si e das forças do antigo deserto, nem impediram que fosse edificado a ele um templo final, o de Mut al-Kharab.
Há alterações nas coordenadas da História, desacertos, lançamentos de posições físicas de par em par. A Mitologia não foi censurada, mas sim ingerida. O Antigo Egipto estancou-se em zonas de tempo e espaço muito distantes, mas as suas criações, crenças e aspectos, chegaram aos tempos de hoje com algum mérito e agora o deserto apresenta tons de uma outra moda.


É evidente que as religiões ou filosofias mais centradas na consciência e no desenvolvimento intelectual foram, ao longo dos tempos, mais exigentes do que as restantes que se acondicionam nas linhas mais fáceis de pensamento ou em abundantes estímulos em correntes e/ou acções sem aparente responsabilidade. O tipo de elitismo que está em questão, a exigente inteligência para as razões da consciência, existiu na antiga sociedade do Egipto, por exemplo, e não se dispersou com o avanço das datas, porque hoje em dia ainda se encontra vivo em moldes, mesmo que incompreendidos ou admirados.
Set procura sobretudo honrar e preservar a consciência, porque simboliza a tentativa de compreender o que faz com que cada um dos humanos seja individualmente único, ao mesmo tempo que se fomenta esse dom para que cada humano se torne mais forte em todas as suas facetas. Este é um processo para a criação de uma essência individual e poderosa que existe acima e além da vida animal. Este é, nestes parâmetros, o verdadeiro veículo para a imortalidade pessoal.
A individualidade, a intensidade e as metas pessoais, cabem apenas a cada indivíduo, independentemente dos graus ou resultados. O culto a Set nos dias de hoje, em determinadas instituições, sobrevém na teoria passada à prática, com sabedoria consciente, ao invés de emoção ou impulso. No actual mundo fútil, Set é o parâmetro da ausência de metas ignorantes, é a ponte de um senso de disciplina capaz para alcançar invulnerabilidade na vida. No culto a Set, também se acolhe a habilidade de reconhecer, iniciar e completar grandes missões. O legado de Set existe em grande parte na área da magia negra, assim apelidada por ser o contrato com a inteira responsabilidade pelas acções, opções e prestações, que quem a pratica assina. A religião actual de volta de Set utiliza um longo espectro cultural e conceptual de ferramentas mágicas, não somente as egípcias, e não se coíbe de encontrar novas abordagens e técnicas. Existem alguns tipos de magia dentro da magia de Set, para cada fim pretendido, mas basicamente todos representam determinadas mudanças individuais ideais, no sentido relativo em que aquele que as pratica pode experimentar um nível superior de si mesmo, a sua divindade. Set não se fixa em rotinas ou massas, por isso é que os seus adoradores cooperam apenas uns com os outros, ao invés de se juntarem em programas e grupos, os quais muito desperdiçariam a autenticidade de cada um dos seguidores de Set.


Os cultos e as instituições esotéricas são mantidas por hierarquias de qualidade, de resultados, por isso um seguidor de Set dentro de um grupo legal tem que apresentar trabalho, mérito e consciência criadora, se deseja ascender a patamares superiores de estudo. A qualquer seguidor de Set são apresentadas as linhas do sistema, cabendo a cada qual mostrar a disciplina, a aprendizagem, a excelência e a dignidade redondas. Visto que Set é tido como a referência máxima no Universo para um seguidor deste, resume-se que o culto é feito com todo o respeito e encaixando na atitude toda uma devota vontade em fazer evoluir o nome do antigo deus. Set é celebrado por meio dos ensinamentos que este deixou, os quais existindo acondicionados em livros ou pergaminhos, lidos e cantados pelos adoradores da sua essência. O conhecimento de Set é mutável, tal como o Universo, logo é normal existir várias formas de um só escrito. Set é adorado em formas mágicas,  filosóficas, ritualistas, diversos tipos de estimulação artística ou consciente, mas muitas vezes as tonalidades que perturbam olhos ignorantes são tomadas como um veículo para claramente separar o trigo do joio, a nata da prata, como se necessárias apenas a preencher um lado de gozo metafórico na personalidade de Set face ao mundano e não tidas como regulamento da existência. Set é escolhido num lado muito profundo, na maturidade e na área própria do poder, de um intelecto, já que é visto como a matriz que imortaliza a consciência que age sob a habilidade total.


Os seguidores de Set vêem o mundo como uma galeria enorme de procura por bodes expiatórios para que respondam pela infelicidade que este sente por si próprio, logo são as responsabilidades e prudências por manter intocáveis os assuntos de foro singular e de maior importância progressista, que fazem com que o culto a Set respire calmamente em tronos e altares afastados da sociedade barulhenta, das pessoas de língua aguçada e mente estática nos dias de hoje. E o submundo continua, inteligente, pouco iluminado... >>

Autor: Mosath
Titulo: Ficheiro mitológico sobre Set
Fonte: Infernus -Orgão Oficial de Expressão da Associação Portuguesa de Satanismo nº12 - Equinócio de Primavera - Era VII págs 36 a 41

"Nada é absoluto, tenho um relógio avariado que está certo duas vezes por dia"

"Sejas uma pedra ou um grão de areia, na água ambas se afundam"

chacalnegro
Deixa ver, este é de hoje? >:D ;D É sim senhor! Fora de brincadeiras, este está um bocadinho pela rama apesar de expressar de uma forma vívida como se entende o culto a Seth. Peço-te uma coisa, tenta fazer parágrafos com espaços entre linhas. Assim torna-se de difícil leitura.

Mephisto
#3
Citação de: chacalnegro em 26 junho, 2012, 21:48
Deixa ver, este é de hoje? >:D ;D É sim senhor! Fora de brincadeiras, este está um bocadinho pela rama apesar de expressar de uma forma vívida como se entende o culto a Seth. Peço-te uma coisa, tenta fazer parágrafos com espaços entre linhas. Assim torna-se de difícil leitura.

Sim senhor Moderador Chacal. Espera aí que já te atendo  8)
Edita tu isso que eu já tive um trabalho dos diabos para fazer o copy-paste. Isso é editado numa revista... Ou seja: Colunas  :P Já li isso umas quatro vezes enquanto trabalhava a coisa. Já boto Seth pelos olhos  :-[
Dá-lhe  >:D

Modificação última hora a pedido do chefe: Está melhor assim "Sô Dotor?"  >:D

chacalnegro
#4
Obrigado por andares a mexer no texto quando eu estava a fazer os parágrafos. Tu realmente... ;D ;D
Dôtôr é o cacete. Não sou médico.

Mephisto
#5
Citação de: chacalnegro em 26 junho, 2012, 21:59
Obrigado por andares a mexer no texto quando eu estava a fazer os parágrafos. Tu realmente... ;D ;D

Eles já estavam feitos pelo autor. Não estavam era separados. Agora mete isso novamente em condições se faz favor.  >:D

Ultima hora: Não mexas mais, está bom assim  8)  ;D

chacalnegro
Não lhe toco mais. A César o que é de César. O tópico foste tu que o abriste, portanto...

Mephisto
Citação de: chacalnegro em 26 junho, 2012, 22:03
Não lhe toco mais. A César o que é de César. O tópico foste tu que o abriste, portanto...

Portanto, tu como és amigo, colaboras com o trabalho que tive  ;). Olha o off-topic  >:D

chacalnegro
Citação de: Mephisto em 26 junho, 2012, 22:05
Portanto, tu como és amigo, colaboras com o trabalho que tive  ;). Olha o off-topic  >:D

Tem razão, senhor moderador. Acabou-se aqui o off-topic. ;D

Mephisto
#9
Citação de: Stalker em 27 junho, 2012, 00:23
Mephisto, valeu o esforço.

Mephisto, tenho uma pergunta para ti relativamente ao teu artigo:
Se Seth era infértil como é que deu surgimento à sua linhagem? (Como é o caso de Sobek, filho de Seth).

E onde está documentado, oficialmente, a descendência dele uma vez que falamos de Mitologia?
Creio que o texto do Mosath é sobremaneira imparcial, explorando precisamente os "vazios históricos" que permitem a especulação em torno do personagem.
Este, representa a minha resposta literal -entre linhas- à questão que me colocaste acerca do Asetianismo. O texto não foi escolhido por acaso. Aborda precisamente sem demais delongas as raízes e o culto dentro daquilo que é possível afirmar peremptoriamente.  ;)

chacalnegro
Citação de: Stalker em 27 junho, 2012, 10:35
O Asetianismo é uma Cultura que surgiu no Antigo Egipto, que defende a Lealdade, Honra e Valores. Aset nome em Egípcio e Isis em Grego é a mãe dos Asetianos. Os Asetianos são os filhos de Isis e o Asetianismo é a cronologia de todo o conhecimento e sabedoria dos Asetianos até aos dias de hoje. Aset = Isis e Ka = Energia, portanto, Aset Ka = Energia de Isís. Um Asetianista é um estudante que está apaixonado pela cultura Asetiana, tal como eu estou.

O Deus Seth, e numa coisa concordamos, Seth é muito Poderoso, e tal como Aset deixou uma Linhagem, Seth também deixou, tal como os outros Deuses deixaram. Estás a basear o teu conhecimento numa única fonte, vinda ainda por cima do "Satanismo", que não têm qualquer conhecimento puro sobre as origens reais de Seth, eles misturam tudo e colocam coisas a mais nos seus textos. Eu não estou a criticar o teu artigo, só fiz uma observação naquilo que copiaste para aqui. Basta uma pesquisa mais a fundo e percebemos a ligação de Sobek e Seth, os hieróglifos tratam deste trabalho, ou não fosse a mitologia baseada nos hieróglifos e nas várias interpretações. Documentos tal como os papiros são fundamentais para perceber as Famílias do Antigo Egipto, vou até mais longe.. basta observarmos o Templo Kom Ombo...

Seja como for, aconselho sempre um estudo em Egiptologia do que propriamente um estudo vindo de uma organização com fins lucrativos como é o caso do Satanismo ou ToS (Templo de Seth).


Stalker, o Asetianismo como cultura é um fenómeno contemporâneo (atenção que não estou a atacar os valores da ordem, nem os seus fundamentos éticos). Uma prova disso é a filogénese do nome da deusa que será 'Ist e não Aset. No Antigo Egipto não existem hieroglifos com um valor fonético muito claro e a vogais breves estão de todo ausentes, à semelhança do que acontece com com os alfabetos semita, mais recentes. Na verdade o que se lê do nome da deusa em escrita hieroglífica é somente: 'st . Partindo do princípio que o desdobramento fonético completo mais antigo seja na versão grega, que é Isis, a forma mais verosímil e correcta será 'Ist e não Aset. Isto parece um pormenor de somenos importância mas prova que a cultura asetiana é uma refundação, tal como o kemetismo, esse sim, perfeitamente datado do último quartel do séc. XX e com origem numa pessoa em concreto.

Se falarmos do culto a Ísis, no Antigo Egipto, estamos, de facto, a falar de algo bastante forte e com raízes pré-históricas muito antigas. A sua importância é tal que foi "exportado" ao longo da bacia do Mediterrâneo, ao ponto de ter chegado a Portugal. Em Lisboa há várias lápides dedicadas a Ísis e no santuário rupestre de Panóias (Vila Real), era uma das divindades a quem se prestava culto.
Sabe-se hoje que boa parte das imagens de basalto da Virgem com o Menino, em várias igrejas medievais europeias, não são mais do que antigas estátuas egípcias de Ísis com Hórus-menino, transformadas. Isto prova que Ísis não é mais do que um arquétipo ancestral da Grande Mãe, a Senhora dos homens, Mãe do Salvador, Eurínome, Magna Mater, Niadaba, Anann, Sarasvati, Cibele, Tiamat, Ishtar, Iansã e tantos outros nomes.


chacalnegro
#11
Citação de: Stalker em 27 junho, 2012, 12:19
Olá, chacalnegro.
Podes entrar em mais detalhes, confesso que desconheço essa parte do "'st" relativamente a Ísis. Se possivel, gostaria de ver algumas fontes, em toda a minha pesquisa nunca encontrei uma informação deste género, daí me apanhares de surpresa agora. Também desconhecia o pormenor de Lisboa, o teu post foi muito informativo. Obrigado.

Boas, Stalker, as lápides de Lisboa encontram-se numa fachada de um prédio, na Rua das Pedras Negras. Não tenho a certeza se haverá mais em Portugal, para além de Panoias, De qualquer modo, podes encontrar toda essa informação no catálogo da exposição que está patente no Museu Nacional de Arqueologia, dedicada às religiões da Lusitânia. Tens também "As religiões da Lusitânia", de Leite de Vasconcelos. Relativamente à etimologia de Ísis, se puderes aguardar pelo fim-de-semana agradeço, porque tenho de consultar os manuais que tenho em casa e aí já te posso acrescentar mais alguma coisa.

Notícia de última hora: também há uma lápide, do séc. II, dedicada por uma sacerdotisa de Ísis e dedicada a esta deusa, em Braga. Também éstá registado o culto a Ísis em Sevilha, Guadix e Antequera, na Andaluzia. ;)

Mephisto
#12
Stalker, Stalker...
Deverias ter-me "estudado" um pouco antes de entrar por essa via de diálogo de sentido único. Disse-te que o texto não tinha sido escolhido à toa e tropeçaste exactamente nesse pequeno declive que te deixei nas minhas palavras. Desculpa dizer-te isto, desta forma e aqui, mas há muito tempo -dentro da minha falta de tempo- que tinha isto em mente. O meu silêncio inicial, quando me abordaste, não foi falta de respeito para contigo, pelo contrário.  ;) Adiante.

Stalker, o Mosath (autor do texto) é colaborador activo -presentemente responsável pela edição- da revista devidamente citada abaixo do seu artigo. Além dos inúmeros artigos publicados ao longo destes anos, os quais, com grande prazer tenho acompanhado, é uma pessoa que denota um grande cuidado na imparcialidade, que aplica a cada uma das suas frases que compõem os artigos que subscreve.  

Não há em parte alguma deste texto, presunção por forma a denegrir a imagem de Set. Tal como o titulo indica (Ficheiro mitológico sobre Set), propunha-se um apanhado geral das raízes mitológicas do personagem, a sua força dentro da cultura a que se refere, o significado do seu culto e a razão que leva tantos seguidores ainda hoje a prestar esse culto. Creio que interpretado no contexto em que foi elaborado, está bem conseguido. Entretanto esclareça-se que uma simples revista não dispõe de um número de páginas equivalente a uma enciclopédia. Até aqui estamos de acordo, penso eu.

Stalker, estás no direito -eu agradeço- de criticar todo e qualquer post publicado. O tópico foi aberto em função da ausência de informação concreta (no fórum) acerca deste personagem que tanto fascínio desperta, nas mentes de quem se encontra com ele nas páginas de um qualquer livro sobre o tema. Uma vez que, sabia que irias intervir à luz desse teu deslumbramento pela cultura Asetiana, decidi revisitar a revista em causa, pois pelas razões que já te expliquei acima, condicionavam à partida a possibilidade de especular demasiado sobre o assunto.

Agora nós  ;)

Citação de: Stalker em 27 junho, 2012, 10:35
Estás a basear o teu conhecimento numa única fonte, vinda ainda por cima do "Satanismo", que não têm qualquer conhecimento puro sobre as origens reais de Seth, eles misturam tudo e colocam coisas a mais nos seus textos.

Isto merecia uma resposta à altura mas não merece o tempo. Stalker, tal como eu não opino acerca do teu Aset Ka por ausência de bases concretas à sustentação dos meus argumentos, assim como estou pouco interessado em fazê-lo, deverias da mesma forma munir-te do silêncio antes de falares de algo que não compreendes, está visto.

Citação de: Stalker em 27 junho, 2012, 10:35
Basta uma pesquisa mais a fundo e percebemos a ligação de Sobek e Seth, os hieróglifos tratam deste trabalho, ou não fosse a mitologia baseada nos hieróglifos e nas várias interpretações.

Tal como a sublinhado, não é preciso adiantar mais Latim.

Citação de: Stalker em 27 junho, 2012, 10:35
Seja como for, aconselho sempre um estudo em Egiptologia do que propriamente um estudo vindo de uma organização com fins lucrativos como é o caso do Satanismo ou ToS (Templo de Seth).

Quanto ao ToS não sei, no que ao Satanismo diz respeito, informa-te, pois estás a fazer uma enorme confusão -com certeza-, isto para não alargarmos muito o discurso pois dito de uma pragmática maneira satanista ia soar muito mal.

Posto isto, estendendo-te a mão para te tirar do declive onde tropeçaste, permite-me levantar-te dizendo-te o seguinte:

Para quem "crítica" tanto o homem religioso, a religião monoteísta, o catolicismo, convenhamos que estás a caminhar a passos largos em direcção ao mais elementar erro do ser humano quando ofuscado pelo deslumbramento da posse da razão que ninguém tem. A presunção cega para defesa dos nossos ideais.  ;)

Com isto, sugiro-te então a leitura da revista em causa que encontrarás no site oficial da organização em Portugal. São 24 números onde poderás tomar conhecimento do que é o satanismo enquanto filosofia de vida tal como deleitares-te em puros momentos de orgia intelectual. Lá pelo meio, encontrarás uma critica fundamentada ao que foi necessário o satanismo ser antes de se tornar o que é, presentemente. Tudo o que é constituído por homens tem defeito sendo que, é bonito quando se consegue reconhecer isso abertamente, sem tabus.  
A propósito... são gratuitas, não estão escondidas nas paredes secretas de uma ordem como tal, não precisas pedir licença para consultar ;)

Boa leitura. Abraço  ;)

O chacalnegro tem razão relativamente à etimologia da palavra, mas é importante ter em atenção que 'st refere-se simplesmente à forma como a palavra para o nome de Isis era representada em hieróglifos, que como é conhecido não incluem vogais sendo como tal impossíveis de serem vocalizados sem conhecimento adicional, conhecimento esse que está em grande parte perdido. Ha estudiosos que acreditam que essa ausência de fonética no legado Egípcio é também uma forma de protecção, numa sociedade altamente ligada à magia, ao oculto e ao poder da palavra, garantindo assim o secretismo de vários mantras e palavras tidas como de poder nas crenças antigas. Tendo isso em mente, é bem possível que o 'st hieroglífico para Isis fosse na realidade pronunciado como Aset no tempo do império antigo. Claro, é impossível provar isso, mas é sem dúvida uma possibilidade a ter em aberto e uma razão que explicaria o uso da palavra Aset por ordens como a Aset Ka. Aqui descordo da opinião do chacalnegro, pois não vejo o Asetianismo como um fenómeno contemporâneo, pelo menos enquanto cultura que acredito ser algo realmente milenar. Enquanto fenómeno esotérico e influência ocultista consigo compreender a sua contemporaneidade, mas enquanto legado histórico e cultural a nível de espiritualidade penso ser algo realmente muito mais antigo, não devendo ser associado a fenómenos modernos como por exemplo o Satanismo ou mesmo a tradição Luciferina.
Relativamente ao Kemetismo que foi referido como tendo a sua origem no século XX, penso a referência ser para o Kemetismo Ortodoxo recriado por Tamara Siuda, com alguma influência do renascimento Kemético do século anterior. Isso é verdade mas não creio ter qualquer relação genética com o desenvolvimento da cultura e tradição Asetianas.

Relativamente à adaptação de Isis e Horus na mitologia cristã o chacalnegro está absolutamente correcto, conforme está reflectido não só no dogma regente mas mais concretamente em diversas peças de arte religiosa utilizadas nas igrejas primitivas. Ha muita influência da mitologia Egípcia nas religiões que se desenvolveram durante os séculos seguintes...

Mephisto
#14
Citação de: Stalker em 27 junho, 2012, 13:28
Mephisto: Confesso que não esperava uma resposta assim tão agressiva, (...) Fiz-te uma pergunta simples, e decidiste fundamentar-te apenas no texto ignorando a minha pergunta direta, fugindo à minha questão e colocando um Ataque à minha pessoa. Acho que fizeste bem.

Stalker, estás a interpretar-me através das palavras não tendo possibilidade, dessa forma, de verificar a minha linguagem corporal. Estava a falar na boa contigo. Esta via de comunicação produz esse mal-entendido, quase sistematicamente. Neste campo recolho a culpa a mim pela forma que tenho de me expressar através da escrita.
As minhas pesquisas não permitiram ligar Sobek a Seth além do "é dito seu filho". Como não sou historiador, nem tampouco isto pretendia ser uma aula de egiptologia, entrego a quem sabe essas minhas dúvidas (sempre o Chacalnegro), porque ele fala com conhecimento de causa, permitindo-me atalhar em larga escala essas pesquisas.  ;) Pelos vistos teremos mais alguém a quem consultar (Laraklum) o que é óptimo.
Não leves tão a peito algo que não existe, neste caso, o nosso mal entendido. Quanto à força com que interiorizaste as minhas palavras repara, que foste tu quem abriu essa porta. Porém nem isso está em causa nem acrescenta nada de construtivo ao tema. Cada um é como cada qual e o meu respeito pela tua pessoa mantém-se o mesmo, positivamente.
Quanto a factos históricos, os meus conhecimentos são muitíssimo limitados pelo que deixo essas abordagens a quem de direito.  ;)

P.S: Neste tópico não consultei o Chacalnegro pelo que, a minha posição é inteiramente baseada na recolha da minha pesquisa, quando lançaste a questão.

chacalnegro
#15
Citação de: LaraKlum em 27 junho, 2012, 12:55
O chacalnegro tem razão relativamente à etimologia da palavra, mas é importante ter em atenção que 'st refere-se simplesmente à forma como a palavra para o nome de Isis era representada em hieróglifos, que como é conhecido não incluem vogais sendo como tal impossíveis de serem vocalizados sem conhecimento adicional, conhecimento esse que está em grande parte perdido. Ha estudiosos que acreditam que essa ausência de fonética no legado Egípcio é também uma forma de protecção, numa sociedade altamente ligada à magia, ao oculto e ao poder da palavra, garantindo assim o secretismo de vários mantras e palavras tidas como de poder nas crenças antigas. Tendo isso em mente, é bem possível que o 'st hieroglífico para Isis fosse na realidade pronunciado como Aset no tempo do império antigo. Claro, é impossível provar isso, mas é sem dúvida uma possibilidade a ter em aberto e uma razão que explicaria o uso da palavra Aset por ordens como a Aset Ka.

Como tal, temos de nos cingir às fontes mais antigas onde a palavra aparece vocalizada, que são gregas do periodo ptolomaico. Não é impossível que no Império Antigo se pronunciasse Aset, mas nada nos garante que não se pronunciava Asut, Usat, Usut, Isat, Asit e todas as combinações de vogais possíveis. Relativamente à ausência deliberada de fonemas nos nomes próprios, tens razão. O nome era (e é) algo que revelava a verdadeira essência do seu portador, logo, tornava-o vulnerável a ataques de magia e malefícios vários. Saber e pronunciar correctamente o nome de alguém era sinónimo de poder comandar esse alguém. Isso é bastante notório no judaísmo em que o nome de Deus não pode ser pronunciado por estarem propositadamente omissas as vogais. Isso seria equivalente a conhecer a verdadeira natureza de Deus.
No entanto, tal como na escrita fonética egípcia, os alfabetos semitas, de que o ugarítico e mais tarde o fenício são os mais antigos, as vogais breves não são grafadas. Coisa que permanecerá no hebraico, no árabe e no siríaco. Creio que se trata mais de uma imposição prática (com vista a reduzir o número de fonemas) do que mágica, até porque não é só verificável nos nomes próprios, mas igualmente nos comuns.

Citação de: LaraKlum em 27 junho, 2012, 12:55
Aqui descordo da opinião do chacalnegro, pois não vejo o Asetianismo como um fenómeno contemporâneo, pelo menos enquanto cultura que acredito ser algo realmente milenar. Enquanto fenómeno esotérico e influência ocultista consigo compreender a sua contemporaneidade, mas enquanto legado histórico e cultural a nível de espiritualidade penso ser algo realmente muito mais antigo, não devendo ser associado a fenómenos modernos como por exemplo o Satanismo ou mesmo a tradição Luciferina.
Relativamente ao Kemetismo que foi referido como tendo a sua origem no século XX, penso a referência ser para o Kemetismo Ortodoxo recriado por Tamara Siuda, com alguma influência do renascimento Kemético do século anterior. Isso é verdade mas não creio ter qualquer relação genética com o desenvolvimento da cultura e tradição Asetianas.


O Asetianismo é um fenómeno contemporâneo, senão teríamos referências anteriores. Não vale a pena usar o argumento da perseguição e de ser uma ordem oculta que se escondeu ao longo de milénios. 1º Os relatos dos perseguidores são o melhor para conhecer os perseguidos porque dissecam-nos e identificam-nos para que se possa conhecer os seus "erros". Isto é bastante visível nos detractores do Cristianismo primitivo. É graças a relatos como os de Clemente de Alexandria, que hoje conhecemos os Valentinianos, ferozmente perseguidos no séc. III.
2º Se se trata de uma ordem que prima pelo ocultismo, quer de crença, quer da própria existência física, não teria necessidade de publicar uma "bíblia" nem um manifesto assim tão recentemente. Ou se teria essa necessidade, sendo algo milenar, tê-lo-ia feito há muito.

Volto a dizer, a presença de Ísis será sempre muito forte enquanto arquétipo da Deusa Mãe, mesmo que metamorfoseada. No entanto o arquétipo é esse mesmo, a Grande Deusa, adorada na Pré-História, na figuras das várias "vénus" paleolíticas e hoje na figura da Virgem Maria. Mas, mais uma vez, não estou a pôr em causa os fundamentos de crença e ética do Asetianismo, ou a sua validade enquanto caminho espiritual.

Deixo ainda uma achega relativamente ao culto de Ísis. O cristianismo copta (egípcio) absorveu boa parte da liturgia do Antigo Egipto, para além da língua. Curiosamente, até há alguns 100 anos, as celebrações incluíam o canto e a dança à porta das igrejas, utilizando um instrumento musical herdeiro directo do culto a Ísis o sistro. Hoje isso já não é possível ver na igreja egípcia, mas continua vivo e pungente nas celebrações da igreja copta etíope.

Já agora, muito bom comentário o teu Laraklum. :)

Ligeia
Perdoem a intromissão, mas não resisti ao "apelo":

Citação de: chacalnegro em 27 junho, 2012, 12:35
(...)
Notícia de última hora: também há uma lápide, do séc. II, dedicada por uma sacerdotisa de Ísis e dedicada a esta deusa, em Braga. Também éstá registado o culto a Ísis em Sevilha, Guadix e Antequera, na Andaluzia. ;)

Existe, nas traseiras da Sé de Braga e Átrio do Episcopado, uma escultura em pedra dedicada a Ísis - a escultura de Nossa Senhora do Leite, sita na mesma rua:

«Rua de Nossa Senhora do Leite
Saindo do Largo Dom João Peculiar, para a traseira da ábside Sé, penetramos na rua de Nossa Senhora do Leite, antigamente denominada como rua das Oussias. Aqui teremos que nos de demorar um bom bocado. Há por aqui coisas que merecem a nossa atenção. Assim, logo à entrada deparamos com uma torre ameada, que serviu de sacristia à Capela Gótica de Nossa Senhora da Glória e, possivelmente, segundo alguns cronistas, deve ter sido uma das primeiras, senão a primeira Câmara Eclesiástica, e onde o Dr. Alberto Feio veio a descobrir, por entre camadas seculares de pó, pergaminhos de grande interesse para a história de Braga e da sua Igreja e, segundo informações que reputamos de fidedignas, o "LIBER FIDEI", um cartulário medieval que, graças ao incansável labor do insigne estudioso e investigador Prof. Doutor Avelino de Jesus Costa, foi publicado em três volumes.
Seguindo esta rua vamos deparar, nas traseiras da Capela de Nossa Senhora da Glória, (onde se encontra a maravilha do gótico, o túmulo do Arcebispo Dom Gonçalo), com as três janelas ogivais onde se sobressaem os lindos vitrais desta capela.
Um pouco abaixo, antes do soco, uma inscrição latina chama a nossa atenção. Trata-se de um documento epigráfico, estudado por vários epigrafistas e arqueólogos, de entre os quais vamos dar a interpretação de grande mestre que foi J. Leite de Vasconcelos :
"LUCRÉCIA FIDA, SACERDOTIZA PERPÉTUA DE ROMA E DE AUGUSTO DO CONVENTO BRACARA-AUGUSTANO DÁ (ou dedica ) ESTE MONUMENTO Á AUGUSTA ISIS".» - Luís Costa, Diário Anacrónico

Na Igreja do Salvador de Unhão (em Felgueiras) existe também uma Nossa Senhora do Leite dedicada a Ísis (da qual não encontro, de momento, nenhum texto associativo):

Prossigam, Senhores Doutores, prossigam... ;)






chacalnegro
#17
Citação de: Stalker em 29 junho, 2012, 22:59
Já reli esse tópico várias vezes, devo admitir que o grau de conhecimento aqui é muito bom. Aprendi muito com vocês. Obrigado.

chacalnegro: O tipo de provas que procuras não sei até que ponto ficarias satisfeito ou esclarecido. Já tentaste procurar saber a opinião de algum professor teu sobre o tema? Por exemplo: As Piramides de Gizé é uma Arte Asetiana e como sabemos do Antigo Egipto até aos dias de hoje vão muitos anos. a Aset Ka só apartir de 2007 é que foi "conhecida" pelo mundo devido aos livros publicados e website, mas, dentro do mundo oculto a Ordem é muito respeitada com o seu devido valor. É sempre dificil mostrar dados de uma forma "pública". Como pudeste ver, sou um estudante e tento aprender ao máximo possivel sobre os detalhes do Antigo Egipto, e, foste uma grande ajuda neste momento porque pude aprender mais contigo e com a Lara sobre o Asetianismo.

Obrigado novamente.

Stalker, as provas que procurava encontrei-as esta semana.
Todos aprendemos aqui e é um privilégio poder trocar opiniões com todos vocês. :)

Se abordasse um professor meu e falasse de pirâmides e Asetianismo, no mínimo ria-se na minha cara. As pirâmides não podem ser uma obra asetiana, porque o asetianismo conforme aquilo que nos é revelado pelo próprio movimento (que não é tão oculto assim) não existia no Antigo Egipto. As pirâmides evoluem a partir de uma coisa que pouco tem que ver com elas, excepto na base quadrada. Nem todas foram geometricamente perfeitas e evoluem, numa primeira fase, a partir das mastabas (que têm esse nome devido à forma de banco) que alguém (Imhotep) se lembra de empilhar em degraus. A primeira pirâmide, é portanto uma falsa pirâmide, resultante de 6 níveis de mastabas. Serviu de monumento funerário ao faraó Djozer. Depois há uma série de tentativas falhadas de construir pirâmides, sendo que duas delas pertencem ao faraó Snefru (pai de Khufu): uma foi construída com um ângulo errado e a certa altura lembraram-se de continuar a construção com um ângulo diferente dando uma pirâmide quebrada; outra, o ângulo ficou demasiado aberto, e a pirâmide ficou com um ar "acachapado". Nenhuma destas pirâmides de Snefru (que podem ser vistas em Dashur) foi usada como túmulo, porque ambas têm problemas estruturais graves e o faraó achou melhor não se fazer sepultar aí. Isto tudo para dizer que as pirâmides, por mais espectaculares que pareçam, não surgem do nada como se viessem de uma revelação. Desenvolvem-se e aperfeiçoam-se ao longo de 300 anos.





Pirâmides falhadas de Snefru