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  • O Livro de Urântia
    Iniciado por Salomé
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Bem.. para dar continuidade a este dialogo preciso encotrar o trecho do Livro de Urântia que me levou a essa conclusão, assim tudo ficaria mais claro.

Mas como li o livro de Urântia a anos atras, não me lembro mais quais foram exatamente os trechos responsávels por essa minha conclusão.

Então fica apenas a minha opinião, de que é falso, uma opinião pessoal, sendo "minha" opinião, não preciso apresentar provas, afinal não quero convencer ninguém a nada.

E digo mais, leiam, e tirem suas próprias conclusões.
O universo é tão grande, que tudo que possa imaginar, deve existi

Citação de: Xevious em 18 maio, 2012, 12:50
Eu costumo acreditar em tudo que leio.
Mas também sou bastante crítico.
Comparo oq é dito com oq é plenamente sabido.
E quando me deparo com uma inconsistência nos dizeres da leitura, considero todo o texto como falso.

Afinal pode-se compor textos com elementos verdadeiros misturados com falsos.
Os verdadeiros são expostos para se dar credibilidade nas alegações dos textos, aí os outros que não se sabe se são verdadeiros ou falsos, se concluí que seriam verdadeiros, já que estão juntos com os verdadeiros.

Mas neste caso, li, e encontrei inconsistências, e portanto concluo que é fictício.

Agora, os detalhes dos elementos encontrei para considera-lo falso, eu não me lembro..

Encontraremos tantas inconsistencias no Livro de Urantia, como encontraremos em qualquer livro religioso, de qualquer seita ou religião. E eu não acredito em tudo o que leio. Simplesmente o que leio, serve para alimentar a minha cultura.
Ler, é uma forma de me cultivar, abrir a mente e evoluir em todos os aspectos
"Somos seres espirituais com corpo físico, e não seres humanos que buscam a condição espiritual." (Sara Marriott).

Inominado
#17
Relativamente às inconsistências dos livros religiosos/filosóficos gostava de dar uma achega acerca do caso particular da Bíblia.

As inconsistências da Bíblia devem-se na sua maioria não à doutrina propriamente dita que foi trazida por Jesus, mas sim aos religiosos da Igreja Católica Apostólica Romana que no sentido aumentarem e perpetuarem o seu poder terreno, adulteraram o conteúdo doutrinário de acordo com os seus interesses.

Um caso paradigmático é o facto de Jesus ser Deus para a ICAR. Isto é uma barbaridade descomunal que vai contra a forma como Jesus se dirigia a Deus, sempre na terceira pessoa, utilizando frequentemente o termo "Pai". Contudo, os líderes religiosos aquando da cristianização do Império Romano necessitaram de eleger um deus físico para os romanos adorarem e então escolheu-se Jesus como Deus no Primeiro Concílio Nisseia. Os Romanos estavam habituados a deuses antropomórficos e que, de certa forma, representavam as virtudes e os defeitos do homem. Para ser mais fácil a sua conversão não lhes podiam dar um Deus constituído por uma inteligência superior e criadora, diferente de tudo aquilo que professavam até ali, a rotura não podia ser completa e total com o passado, precisavam de algo mais concreto, real e pálpavel para adorarem. Logo, Jesus foi nomeado Deus.

Para sustentarem esta barbaridade de Jesus ser Deus, criaram-se outras barbaridades como a virgindade de Maria que é algo que vai contra os princípios biológicos que qualquer criança hoje em dia aprende no ensino básico.

Inominado, estou completamente de acordo contigo.

Mas atenção inconsistencias na Bíblia tem e muitas, por exemplo o Génesis não poderá ser interpretado à letra, alias, qualquer livro religioso, para mim, não poderá ser "lido" como uma verdade suprema, mas sim como parábolas que evocam realidades fantásticas e que muitas vezes (quase sempre) possuem uma razão moral.

O mesmo se passa com o Livro de Urantia (deve-se dizer que Urantia é o nosso planeta, a Terra  :D ), é uma visão diferente da nossa realidade: uma parábola, e como tal não poderá ser nunca interpretado ou melhor dizendo, compreendido como a verdade última, como se fosse a epifania do século XX, pois ainda por cima os autores do livro afirmam que são seres celestiais (ET's?) vindos de vários universos para nos revelarem o que é Deus,  o Grande Universo, a História da Terra e do Homem e da vida de Jesus.

Das duas, uma: ou acreditamos que foram os ET's que formaram o todo e o tudo, ou não! E isto é complicado, está para além de tudo o que nós, humanos sempre aprendemos.



"Somos seres espirituais com corpo físico, e não seres humanos que buscam a condição espiritual." (Sara Marriott).

Citação de: Salomé em 18 maio, 2012, 19:51
Das duas, uma: ou acreditamos que foram os ET's que formaram o todo e o tudo, ou não! E isto é complicado, está para além de tudo o que nós, humanos sempre aprendemos.
Eu já acho que podemos levar a sério certa linha de pensamento.
E também outra, mesmo que discordantes.

Desde que elas não discordem sobre algo que já esta comprovado de fato, que neste caso, eu pelo menos concluo que inverídica.

Vou dar um exemplo.

Supomos que certa teoria fale que viemos dos macacos, por uma evolução natural.
Outra fale que somos uma mistura aritificial de macacos com uma espécie alienígena.

Ora, nenhuma das duas podemos contestar completamente.

Mas se uma terceira teoria fale que viemos dos golfinhos..
Esta se contrapôem às outras duas, e até aí não haveria problemas, mas emfim, as diferenças entre nós e golfinhos levam a conclusão de que é uma teoria inválida, portanto esta seria descartada.

Sobre o genesis por exemplo, alguns creem que foi exatamente assim como escrito que aconteceu.
Mas outros mais sensatos acreditam que oq foi escrito em genesis é uma linguagem metafórica, portanto a realidade pode ser deduzida segundo os conhecimentos de cada época.

Oque quero dizer, é que podemos levar várias teorias a sério, enquanto elas "orbitam" por assuntos que não podemos comprovar nem discordar.
O Livro de Urântia, é na sua grande mairia assim, trata de assuntos que não podemos confrontar, porque são assuntos que só são tratados alí, sem nunca termos acesso a alguma outra fonte de informação similar para confrontar ou discordar, mas .. como disse antes, existe também trechos que podem ser plenamente discordados, e como ele é alegado como sendo uma "Canalização" não poderia haver pontos discordantes.

As canalizações, a princípio não seriam obras realmente de quem escreve, mas de espíritos ou oq for, que tenha fornecido o conteúdo dos textos a alguém que serve apenas de meio físico para a escrita.

Vamos supor que seja um espírito, para facilitar.

Um espirito vem e fala um monte de coisa que não podemos nem discordar nem contestar, mas ... derrepente fala algo que temos plena certeza que não é verdade, qual conclusão que se tem?

Só se teria duas alternativas.

Ou o "espírito" na verdade não é espírito mas sim um engodo.
Ou ele "errou", ou seja ele tem suas próprias conclusões a respeito da realidade e no caso errou nas suas conclusões.
O universo é tão grande, que tudo que possa imaginar, deve existi

Citação de: Xevious em 18 maio, 2012, 20:28
Ou o "espírito" na verdade não é espírito mas sim um engodo.
Ou ele "errou", ou seja ele tem suas próprias conclusões a respeito da realidade e no caso errou nas suas conclusões.

Poisé! E neste caso só poderiamos concluir que o espirito seria estupido  ;D

Estou perfeitmente de acordo contigo. Mas só lendo o livro é que o poderemos discutir, certo? E é para isso que o leio, até para o contestar, leio.
Como poderei contestar a maior parte das parvoíces da New Age se não as conhecer? E para as conhecer tenho que as ler! Nunca poderei estar de acordo (ou não) com qualquer filosofia, sem muito bem a examinar de forma criteriosa.
"Somos seres espirituais com corpo físico, e não seres humanos que buscam a condição espiritual." (Sara Marriott).

Citação de: Salomé em 18 maio, 2012, 22:14
Mas só lendo o livro é que o poderemos discutir, certo? E é para isso que o leio, até para o contestar, leio.
Aí.. é uma faca de dois gumes.

Primeiro pq concordo contigo, só lendo pode ter opiniões reais.

E assim como alguns sábios(mas nem todos), eu acho que temos que ter nossas próprias experiências e conclusões, é bem melhor doq simplesmente seguir os dogmas propostos por outros.

Mas também sei, que quando lemos algo, somos influenciados pela leitura, e se sei que algo que se propoem a ser real, não é, eu prefiro não ser influenciado por algo falso.
O universo é tão grande, que tudo que possa imaginar, deve existi

chacalnegro
#22
Citação de: Inominado em 18 maio, 2012, 19:05
Relativamente às inconsistências dos livros religiosos/filosóficos gostava de dar uma achega acerca do caso particular da Bíblia.

As inconsistências da Bíblia devem-se na sua maioria não à doutrina propriamente dita que foi trazida por Jesus, mas sim aos religiosos da Igreja Católica Apostólica Romana que no sentido aumentarem e perpetuarem o seu poder terreno, adulteraram o conteúdo doutrinário de acordo com os seus interesses.

Um caso paradigmático é o facto de Jesus ser Deus para a ICAR. Isto é uma barbaridade descomunal que vai contra a forma como Jesus se dirigia a Deus, sempre na terceira pessoa, utilizando frequentemente o termo "Pai". Contudo, os líderes religiosos aquando da cristianização do Império Romano necessitaram de eleger um deus físico para os romanos adorarem e então escolheu-se Jesus como Deus no Primeiro Concílio Nisseia. Os Romanos estavam habituados a deuses antropomórficos e que, de certa forma, representavam as virtudes e os defeitos do homem. Para ser mais fácil a sua conversão não lhes podiam dar um Deus constituído por uma inteligência superior e criadora, diferente de tudo aquilo que professavam até ali, a rotura não podia ser completa e total com o passado, precisavam de algo mais concreto, real e pálpavel para adorarem. Logo, Jesus foi nomeado Deus.

Para sustentarem esta barbaridade de Jesus ser Deus, criaram-se outras barbaridades como a virgindade de Maria que é algo que vai contra os princípios biológicos que qualquer criança hoje em dia aprende no ensino básico.
Tens toda a razão no que toca à formação da divindade de Jesus, a qual urge por assimilação dos mito de Osíris, Orfeu e outros da bacia do Mediterrâneo. Não nos esqueçamos que passou parte da sua vida no Egipto, provavelmente em Alexandria, principal foco de conhecimento da Antiguidade. É possível alguma influência platónica existente nos seus ensinamentos tenha essa origem.  
No entanto, quando a divindade de Jesus começou a ser doutrina, ainda não existia Igreja Católica. Tanto assim é que, só quando chegamos ao concílio de Niceia, em 325,  a ortodoxia trinitarista é definida e temos aquilo que poderemos chamar uma igreja proto-católica (de rito uniforme).
A escolha dos Evangelhos pela Igreja não se deveu a um reforço da divindade de Jesus, mas ao estilo de narrativa mais "histórica" e menos mística. Se fosse de outra forma, há numerosos outros textos (apócrifos) com uma divinização de Jesus muito mais marcada, que teriam sido absorvidos pelo cânon. Mas não, foram escolhidos.
Ainda a propósito da divindade de Jesus convém ainda referir que a igrejas orientais fazem algo que a católica nunca se atreveu: negam completamente o aspecto humano da essência de Jesus, ou seja, têm uma doutrina monofisita. Esta igrejas, a que hoje chamamos "ortodoxas" (eslavas, gregas, coptas, sírias etc) e que partilhavam o espaço geográfico do Império Bizantino, separaram-se da Igreja Católica durante o cisma do séc. XI.
Portanto, a Igreja Católica só promoveu algo que circulava, pelo menos 200 anos antes do seu aparecimento, pelas comunidades cristãs primitivas, como essa mesma coisa continua viva no Cristianismo protestante.