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  • A alma das coisas - Por uns copos!!!
    Iniciado por Templa
    Lido 2.012 vezes
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Sou uma daquelas pessoas que julga terem os objectos uma espécie de "alma" que deve estar sempre em sintonia com o corpo, como todo o ser vivo deve estar, isto é, sem doenças.

E daí faço muitas associações de ideias. Além de que vou mais longe. As coisas "utilizam-nos", servem-se de nós como nós nos servimos delas e ai de nós que não as respeitemos e tratemos! Mais tarde ou mais cedo, viram-se contra nós e são capaz de nos destruir.

Comecei a pensar assim a partir do momento em que, numa família próxima da minha, se passou uma enorme tragédia, que passo a contar.  para tentar ilustrar o que quis dizer:

A casa dessa família, composta de um casal e de duas filhas,  é  e sempre foi uma amalgama,  em que as coisas são tratadas de qualquer maneira, sem lei, nem ordem, nem nada.

O marido, em tempos, explorava um bar e, anualmente, na festa da vila, montava uma tasquinha de comes e bebes.

Em determinado ano, como não tivesse copos suficientes para servir as bebidas, alguém lhe emprestou uns quantos para esse fim...

Passada a festa e a feira, os copos, em vez de regressaram à casa do dono, andaram aos trancos barrancos tempos sem fim  numa casa que não era deles, e sabe-se lá o que terá acontecido a alguns. Provavelmente, ter-se-ão partido,  indo direitinhos para o lixo.

Até que o dono começou a lançar "umas bocas" sobre os copos, sobre o desleixo e sei lá que mais.

Num meio pequeno, tudo se espalha rapidamente.

Um dia a boca chegou ao casal, talvez acrescentada com tantos pontos negativos quantos os pensamentos malévolos das pessoas por quem passou, uma vez que era   genericamente conhecido o comportamento desleixado do casal, já que as filhas há muito  tinham abandonado a casa paterna.

Os dois, em vez de se armarem da humildade devida pela falta e reporem a situação,  pedindo desculpa,  ficaram ofendidos  e irados,  e foi nesse estado de revolta que o marido foi comprar os copos para restituir uma coisa nova ao dono,  sempre com esta expressão na boca:

- Por uns copos?!  >:(

E lá vai depois o homem com uma caixa de copos novos na carrinha, colocados ao lado do condutor,  para os entregar,   na vez dos velhos,  como devia de imediato feito, insistindo "por uns copos"!!!!, >:(  subvertendo completamente a razão das coisas.

Eis que, de repente, numa estrada íngreme, numa curva,  o homem, que conduziu sempre  irado,   perde o controlo da carrinha,  caindo ela e ele por uma ribanceira abaixo.

Hoje está tetraplégico, dependendo de toda a gente....

Uma coisa que podia ter sido tão simples,  se as pessoas fossem responsáveis, acabou por redondar numa tragédia sem tamanho. E é claro que o dono dos copos lamentou amargamente o facto de ter comentado o assunto e de tudo aquilo ter tido semelhante desfecho, embora, objectivamente, a razões estivesse do seu lado.

E o que é de lamentar é que as pessoas, hoje em dia,  continuam a ter o mesmo comportamento perante as coisas, o mesmo desleixo, o mesmo abandono, o mesmo tratar levianamente, quer dizer, não aprenderam com aquela enorme tragédia qualquer lição.

E é por isso que eu digo que as coisas também exigem ser bem tratadas, sob pena de se revoltarem contra as pessoas....
E não, não revi nenhum dos filmes da Bethy Boop, em que as chaleiras assobiavam e os pratos batiam uns nos outros na cozinha. Simplesmente,  intui no mais fundo de mim esta verdade, de onde hoje a tirei para vos  ocupar a molécula.
Mas isso também é a minha alma de escritora que, depois de tantos azares ao longo de um ano e sem escrever nada durante esse tempo todo, deve estar com imensas saudades de o fazer. E, hoje, vocês foram  as minhas vitimas.

Abraço e felicidades

Templa
Templa - Membro nº 708

Olá Templa
Para uma escrita, com a particularidade de sem grandes pormenores dar-nos a perspectiva do que se quer transmitir, não me importo de ser uma "vitima"...  ;D

Continua ... ;)
Causa Debet Praecedere Effectum -  ( Não há efeito sem causa )

De Nihilo Nihil - ( Nada vem do nada )

Citação de: Seth em 29 janeiro, 2012, 15:15
Olá Templa
Para uma escrita, com a particularidade de sem grandes pormenores dar-nos a perspectiva do que se quer transmitir, não me importo de ser uma "vitima"...  ;D

Continua ... ;)

Tenho de organizar o meu  tempo!!!

Obrigada, vítima nº 1.  Já vou ao teu post!!!! ;D
Templa - Membro nº 708

chacalnegro
#3
 Gostei ;) É um pensamento interessante com escrita muito clara.

Olá!

Sobre o conteudo do texto:é verdade os objectos têm alma mesmo!

A nossa relação com o mundo baseia-se na dictomia Sujeito-Objecto.

O Sujeito,isto é, o Eu possui a extrutura ,o APRIORI do objecto. Por sua vez o Objecto possui a extrutura EMPIRICA que o Eu procura.

A esta dinamica,a esta ponte, Piaget chamou-lhe Construtivismo.

Quando me(sujeito) lanço na procura de algo sei Ápriori que caracteristicas esse algo(objecto) deve ter.Na minha demanda muitos objectos projectam sobre mim suas caracteristicas Empiricas,porém só uma é compativel com o Apriori do sujeito.

Apriorismo e Empirismo fundem Sujeito e Objecto num  unico principio de SENTIDO.
Entre nós e os objectos se establecem relaçoes de Sentido em que o que acontece a um acontece ao outro num drama comum de cumplicidade.
...E não sabendo que era impossivel foi lá...e fez

Citação de: mysterium coniunctionis em 29 janeiro, 2012, 19:51
Olá!

Sobre o conteudo do texto:é verdade os objectos têm alma mesmo!

A nossa relação com o mundo baseia-se na dictomia Sujeito-Objecto.

O Sujeito,isto é, o Eu possui a extrutura ,o APRIORI do objecto. Por sua vez o Objecto possui a extrutura EMPIRICA que o Eu procura.

A esta dinamica,a esta ponte, Piaget chamou-lhe Construtivismo.

Quando me(sujeito) lanço na procura de algo sei Ápriori que caracteristicas esse algo(objecto) deve ter.Na minha demanda muitos objectos projectam sobre mim suas caracteristicas Empiricas,porém só uma é compativel com o Apriori do sujeito.

Apriorismo e Empirismo fundem Sujeito e Objecto num  unico principio de SENTIDO.
Entre nós e os objectos se establecem relaçoes de Sentido em que o que acontece a um acontece ao outro num drama comum de cumplicidade.


Psicologia??? Onde é que isso já vai??? Mas pronto, ficou alguma coisa...

Obrigada pelos comentários

Abraços

Templa
Templa - Membro nº 708