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  • Lembrança de vida passada
    Iniciado por aonja
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Olá,
tenho visitado o forum mas nunca deixei cá mensagem. Hoje venho pedir opiniões sobre algo que se passa comigo.

Desde pequena sempre fui muito intuitiva. Visitas inesperadas, algumas premonições e sonhos muito estranhos.

Há uma pessoa na minha vida da qual não me consigo desligar. Mesmo quando o facto de manter a ligação me faça sofrer bastante. O ano passado tive um sonho muito estranho. Geralmente consigo identificar o que é sonho normal do que poderá ser algo mais. Este sonho era um desses.

Sonhei que juntamente com outras pessoas entrávamos nas ruínas de um castelo. Lá dentro porém o castelo ganhou vida. Encheu-se de cor, de luz, de tapeçarias. Um castelo habitado.
Nesse castelo entrámos num quarto. Tinha roupas, tapeçarias, uma cama, um berço. Pelo estilo de decoração posso talvez considerá-lo entre o fim da era medieval e inicio do renascimento (em Portugal, claro, que andava sempre um pouco atrasado).
Nesse quarto ele pediu-me para olhar em volta e perceber a nossa ligação. E vi a criança. Uma menina pequena que vi como um fantasma. A nossa filha. A filha que morreu por minha culpa, segundo ele.

A verdade é que isso não me saiu da cabeça nos meses seguintes. Senti que era a ligação que me faltava. A explicação do laço que nos une e que faz com que nos martirizemos um ao outro sem fim.

Comecei à procura do local. Pesquisei imensas fotos de castelos na internet até encontrar alguma que me fizesse lembrar o sonho.
No Verão fui até Sintra. Costumo ir para Sintra relaxar e passear. Visitei Monserrate pela primeira vez. Nas ruinas da capela, nos jardins, tive uma visão. A dada altura olhei para baixo e vi o veludo do meu vestido vermelho. Senti-lhe o peso, o calor e a textura. As ruinas ganharam cor e por breves segundos eu pertenci ali.

Pensei que seria uma ligação. Talvez o castelo fosse em sintra. Talvez nem fosse um castelo. O vestido que vi combina com a época da decoração do "quarto". Podia ser mais uma ligação.
Deitei mãos à obra e pesquisei a história de Monserrate e os seus personagens. Seguimos pistas que não davam em nada.

Voltei à pesquisa dos castelos. E numa foto fez-se luz. Um castelo bem pertinho de casa. Fazia todo o sentido visto que ele está tão ligado ao castelo.
A decisão de lá ir foi tomada num instante. Foi só arranjar tempinho na agenda. Até lá voltaram os sonhos. Sonhos onde eu andava feita louca à procura de castelos e ele se ria e me perguntava como é que eu ainda não tinha percebido.

Foi assim que fui parar ao Convento de Cristo e ao Castelo de Tomar. Infelizmente a parte do castelo que queria ver está fechada para restauro. A minha intenção seria entrar e tentar ver se "sentia" alguma coisa.
Desanimada acabámos por entrar no convento. Já não ia lá há muitos anos. E foi espantoso. Em certos corredores senti aquela criança a correr. A minha filha... Noutros páteos tinha a vontade enorme de me sentar no chão e brincar com ela e com as bonecas. Fui à procura de respostas por ele, pela ligação que tenho com ele e encontrei-a a ela. E apaixonei-me por essa criança que não habita a minha vida da actualidade. Ouvi nos corredores o seu riso e a maneira como me chamava para brincar às escondidas. Senti um amor imenso por aquela criança que só eu via.
Os jardins, as muralhas, os terrenos. Todos me deram a sensação de pertença. Que fiz aquele caminho inúmeras vezes e que me sentia... em casa (não imaginam o quanto procurei na minha vida um sitio onde me sentisse em casa).

Voltei à genealogia. Voltei às datas e à história para pesquisar mais. Não consigo encontrar uma relação certa entre monserrate e tomar. Isto dá-me cabo da cabeça, confesso.

Já tentei acender velas e meditar, mas com o stress do dia a dia torna-se complicado. Alguém tem sugestões para que consiga descobrir mais sobre esta vida passada? Preciso de a localizar mais precisamente no tempo. Quero saber a causa da morte da criança. Quero deixar de pensar que fui culpada da morte de uma criança. E porque quero esclarecer o presente o qual não é possível sem resolver o passado.
Aceitam-se sugestões!

(e já agora peço desculpa pelo testamento)

Ao ler quase me transportaste para o que viste e sentiste :) relataste muito bem e de uma maneira muito bonita.
Quase que te digo para fazeres uma regressão ao passado,mas não te sei dizer com quem, nem como,nem os preços.Penso que haja psicólogos que fazem. :)

chacalnegro
Consegues desenhar o castelo ou algum pormenor que aches relevante? É que o Castelo de Tomar era habitado sobretudo por homens, uma vez que era a sede dos Templários e depois da Ordem de Cristo. Não é impossível, mas é algo improvável que habitassem aí mulheres. Tenta fazer isso, desenha o castelo e o quarto com todos os pormenores que te lembrares. A forma de uma janela por exemplo pode ser um indicador da época em que isso se pode ter passado.

O teu relato e sem duvida fascinante. Acho que efectivamente uma regressão poderia ajudar-te muito. Existem bons tópicos ca no forum que falam sobre regressão e alguns até tem contactos. Para alem de poderes "ver" quem era essa criança tambem podes perceber qual e a natureza da tua ligação com ele...
Já alguma vez pensaste se numa outra vida ele não seria essa mesma criança?

Os sentimentos de culpa são sentimentos muitos fortes que criam carma entre as almas. Não acho impossível ele ter sido essa criança nessa vida que visualizas e ter ocorrido alguma situação entre vós que originou carma nesta vida actual. O perdão e sempre a única saída, e isso tem de ocorrer parte a parte. Assim sendo acho muito importante que tentem ambos perceber o que causa esse atrito entre vós para que possam resolver esse carma.

1 beijinho.
To the well-organized mind, death is but the next great adventure.
Albus Dumbledore

#4
Olá...

passaram alguns meses desde que escrevi aqui o que se passava comigo, que vos contei a minha aventura em busca de uma vida passada.
Muitas coisas aconteceram entretanto. E como tiveram a paciência de me ler agora queria dizer-vos como vão as coisas.

Voltei ao convento várias vezes. Pela primeira vez descobria um sitio onde me sentia em casa. Eu que sempre procurei a "casa" onde me sentisse bem. Continuo a ouvi-la pelos corredores, continuo a sentir o amor por aquela criança. Em Março tive uma nova visão da criança a brincar com o pai. Era linda a minha filha... pequena, morenita, com os olhos iguais ao pai. Cabelo comprido e liso.
Nas minhas visitas ao convento sinto sempre algo novo. Senti a gravidez dela aos 3/4 meses. Senti o peso de uma gravidez de 8 meses. Encontrei locais onde me sinto protegida. Escadarias onde inconscientemente ajusto o vestido ao descer...

Pesquisei bastante sobre a história do castelo e do convento. Não era descabido mulheres no sentido em que alguns cavaleiros templários eram casados. E foquei-me num determinado local. A ligação entre o castelo e o convento foi mandada construir pelo infante D. Henrique. Chama-se o paço henriquino, ou paço do infante, e foi mandado construir para albergar cavaleiros e não só. Era lá que eu me via. Mas fechado ao público nunca tinha tido hipótese de lá entrar. Uns amigos enviaram-me fotografias das escavações desse paço e uma montagem virtual de como ele era. Só de olhar aquelas paredes eu percebi que era mesmo ali. Que ali fui feliz. E vi-me à janela a espreitar, à espera de o ver quando chegasse.

Esta semana tive a oportunidade de lá entrar. Cada pedra, cada parede, cada escadaria soam-me familiares. Sinto que lá sou feliz, que pertenço lá. Mas mais importante... que fui amada. Eu e a minha pequenina fomos amadas. E que eu não tive culpa na morte dela.
Neste momento só me falta descobrir porque morreu a criança. E penso que estará para breve.

Mexer nesta história tem mudado o meu dia a dia. Posso dizer-vos que alguns medos que tinha foram esclarecidos. Esclarecidas foram também algumas relações. Nomeadamente com a pessoa que foi meu marido. Há medida que vou trabalhando o assunto ele próprio fica diferente, mais "aberto", mais humano.

Obrigada pelas propostas que deixaram e que não foram esquecidas... apenas quero estar u pouco mais preparada. Achei simplesmente que deviam saber como estão a correr as coisas.

Olá,

O teu testemunho e arrepiante e está muito bem escrito.
Porque não experimentas fazer uma regressão? Talvez te ajudasse...
Acredito que te sintas mesmo em "casa" nesse local e sem duvida que à medida que fores descobrindo mais aspectos dessa tua "vida" acabarás por chegar a raiz do problema. Isso irá certamente ajudar-te a encontrar a paz que precisas em relação a essa criança. O teu amor por ela ainda se manifesta nesta vida... talvez um dia a encontres mesmo e de uma forma ou de outra vais sentir a "ligação".
Boa sorte para a tua jornada e não deixes de nos actualizar...
Devo ainda acrescentar que admiro a tua coragem para partilhares algo tão intimo e acima de tudo para enfrentares o passado.

1 beijinho!
"Listen: this world is the lunatic's sphere,
Don't always agree it's real,
Even with my feet upon it
And the postman knowing my door...
My address is somewhere else."

Devo confessar que normalmente nao me interesso por "testamentos" mas este valeu bem a pena ler.
Sem duvida impressionante e bem descrito...só espero que nao te sintas culpada por uma morte que nao causaste.
Off: Blackstar, consegui encontrar ;)
Não me trates por VOCÊ!!!
Respeito mais tratando-te por TU do que tu a tratares-me por VOCÊ!

bruxinha_13
Em primeiro lugar confesso que não costumo ler grandes testamentos, pelo simples facto de não gostar de ler pelo pc...adiante, à medida que lia a tua história ficava mais entusiasmada com o que lia e até me arrepiei com o que li. Se isto é verídico que encontres as respostas às tuas perguntas, se pelo contrário é inventado, então dou-te os meus parabéns porque tens uma grande imaginação sem duvida

Olá aonja.

Caso estejas interessada em fazer uma auto-regressão, há CDs do Brian Weiss. O autor é extremamente sério e
considero que o estudo e meditação em torno das informações de todos os livros dele, ajudam bastante a compreender
respostas para as questões de cada um. Há CDs à venda para fazer auto-regressão que não é mais que uma meditação
orientada. A qualquer momento podes abrir os olhos, dado que não se está num estado de transe profundo, e a pessoa
avança ao seu ritmo. Não é tão eficiente como uma regressão dirigida por outra pessoa, mas é muito construtivo.

Fica bem!


Aconselho-te a ouvires os cds de meditação no youtube do dr.Brian Weiss,ha um de relaxamento profundo e se fizeres varias vezes vais decerto conseguir algo que te responda as tuas perguntas.Eu ja fiz varias vezes e e muito bom,ha muitos anos sem querer e ao ouvir uma cassete de relaxamento fiz uma regressão em que me vi numa situação muito embaraçosa,se assim se pode chamar,e ha dias,ao fazer o dito relaxamento que te aconselhei, consegui retomar o fio a meada.A pessoa esta consciente e pode sair  da meditação sempre que quiser,experimenta,mal não faz e eu senti-me muito bem.Muita luz.

Olá,

antes de mais quero agradecer a todos os que me enviaram mensagens e responderam ao meu tópico com sugestões. Já passaram quase dois anos desde que escrevi aqui este tópico e iniciei esta discussão. Muita coisa aconteceu pelo caminho. E pela vossa ajuda e simpatia achei que vos devia contar como correm as coisas.

Aquele convento é sem dúvida a minha casa. É para lá que corro quando não estou bem, é lá que me reencontro, que apaziguo as minhas marés revoltas. Aquela criança, a minha pequenina, continua lá. Corre atrás de mim, dá-me a mão. Torna-se estranha a minha vivência dentro do local visto não conseguir parar de sorrir, ajeitar saias, esticar a mão. Por vezes acho incrível como é que as pessoas que me rodeiam não a ouvem, não a vêem.
Este "caminho" que tenho percorrido tem ajudado em muitas situações do dia a dia. Trouxe novas explicações e novos horizontes. Estou mais "liberta". Consegui perceber algumas ligações com outras pessoas. Por exemplo, o caso de uma senhora a quem me liguei automaticamente e em quem confio de olhos fechados, embora nos conheçamos há pouco tempo. Ela, na outra vida, ajudou-me a tomar conta da menina, uma espécie de ama.
A minha relação com o pai da menina melhora a olhos vistos. Deixámos, finalmente, de nos magoar um ao outro quase propositadamente. O facto de perceber que ele nos amou naquela vida ajudou bastante. Ainda temos um caminho a percorrer mas a estrada parece mais fácil agora.

Obrigada a todos. Ainda não é um ponto final, mas esse de certeza não tardará.

Há muita coisa ainda por explicar. O principal é como é que ela morreu. Já percebemos que não tivemos culpa. Uma doença é o mais provável.

#12
Olá Aonja

Muito bonita esta tua historia e agradável por conseguires perceber o que te andava a atormentar.
Por curiosidade, como é que conseguiste chegar a essas conclusões, do pai, da criança ser tua filha e da tal senhora que agora apareceu na tua vida?
Foi através da terapia de regressão?
Desculpa se não percebi bem, mas acho que não li que fizeste essa terapia. Se não fizeste podes fazer e ir mais longe, talvez saber mesmo do que morreu a menina, os vossos nomes da altura, outras pessoas que fossem ligadas aquela vida...
fantástico.
De qualquer forma tens bem presente ainda essa outra vida.
Patrícia

Sem duvida uma bela historia
Se vale a pena viver..e se a morte faz parte da vida...então...
morrer também vale a pena...

Fiquei contente por receber noticias tuas, saber que encontraste respostas e ver que elas te fizeram melhorar.

Acredito que o que conseguiste foi fruto da escuta que fizeste ao teu interior... ;D
Não me trates por VOCÊ!!!
Respeito mais tratando-te por TU do que tu a tratares-me por VOCÊ!