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  • Naquela manhã
    Iniciado por Vitka
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 Um dia como qualquer outro na sua simples vida... Acordou com o seu humor matinal a atropelou tudo o que estava no seu caminho. Amaldiçoou o relógio cinquenta vezes porque achava que os relógios não deviam ter nem as 5:00h nem as 6:00h nem as 7:00h da manhã e acordar tão cedo devia ser proibido! Arranjou-se e vestiu-se, e já sem resmungar tomou o pequeno-almoço á pressa para sair. Iria conhecer um local novo, local para o qual se tinha voluntariado á um par de meses, e por fim era chamada. Queria ser mais activa na forma como ajudava os outros!
Chegou pouco tempo depois ao seu destino, o local era próximo, uma pequena viagem de 10 minutos. Apresentou-se na recepção como combinado, onde foi muito bem recebida e depois de algumas formalidades, começou a visita pelo espaço. A vibração daquele local era um misto de vitórias e derrotas... viu brinquedos muito arrumadinhos, viu caras com traços fortes que passavam apressadamente por ela e sorriam cordialmente, e pelos corredores vazios continuava a pensar... mas onde estão eles? Eu nem os ouço! A sua guia andava apressadamente enquanto falava das rotinas, das pausas para descanso do pessoal, e ela tentava absorver o máximo de informação possível enquanto olhava para todo o lado á procura... Chegou por fim a um corredor que dava acesso a duas porta..."- Toc, toc, toc, podemos entrar?" Perguntou a guia depois de bater na porta da esquerda. Lá de dentro, uma única voz respondeu num tom caloroso "-sim, já estávamos á vossa espera!". Abriu-se então a porta daquela que seria a sala onde passaria a estar a partir desse dia, grande parte dos seus dias, durante os seguintes seis meses da sua vida. Lá dentro seis crianças e duas mulheres. A primeira coisa a mente lhe disse, foi " - Consegues ver o parvinha que foste desde que acordas-te até abrires esta porta?" e nesse momento jurou nunca mais se queixar do que quer que fosse na sua vida! E logo ali á porta, antes seque de ter entrado, aprendeu uma grande lição de vida que iria guardar para sempre...
Parou então de falar consigo própria e apresentou-se dizendo o seu nome, onde morava e a sua idade. As mulheres que já se encontrava na sala fizeram exactamente o mesmo, passando então palavra as crianças... foi assim que ficou a conhecer cinco destas crianças, e passados apenas uns dias, estas tornaram-se nos raios de Sol que aqueciam e brilhavam por entre as nuvens carregadas de chuva naquelas manhãs de Inverno frio... Apenas uma criança não falou, a apresentação foi feita por uma outra criança que estava orgulhosamente em pé a seu lado que disse então o nome e a idade daquele menino que estava sentado imóvel a ver o mundo como um preso numa masmorra alta e trancada a cadeado que nunca tivera chave... contudo quando se aproximou para lhe dar um beijo na testa ele esboçou um sorriso e disse "- és linda" numa vozinha arrastada, e corou! E ela, no alto do meu metro de setenta e cinco de altura, sentiu-se nesse momento a criatura mais pequena do mundo, todo o seu ser mudou, tudo o que sabia, o que queria e pensava mudou com apenas duas palavras.... E tudo isto apenas numa manhã. Naquela manhã...


Muito bom, gostei! ;D

Beijinho

Obrigado Gawen, acho que foste a primeira pessoa de sempre a le-lo! :)

Beijinho

Que honra! :D eheh
Fico à espera de mais ;)

Beijinho

 :) Isto são "rasgos" raros!!  ;) fico muito "envaidecida" por teres gostado ;)

Estou emocionada.. linda escrita.. bjnhs

Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem