Bem-vindo ao Portugal Paranormal. Por favor, faça o login ou registe-se.
Total de membros
19.508
Total de mensagens
369.625
Total de tópicos
26.967
  • Edifício Palmeiras - Porto
    Iniciado por Predatorpt
    Lido 13.240 vezes
0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.
Predatorpt
Este local deve ser conhecido especialmente pelo pessoal mais velho daqui do fórum, que seja aqui do Porto. Trata-se do "Edifício Palmeiras", na Rua Nossa Senhora de Fátima (no cruzamento com Oliveira Monteiro), à Rotunda da Boavista:



Link do Google Maps: http://maps.google.com/maps?q=Rua+da+Nossa+Senhora+de+F%C3%A1tima,+Porto,+Portugal&hl=en&ie=UTF8&ll=41.159955,-8.624336&spn=0.00057,0.001206&sll=37.0625,-95.677068&sspn=39.235538,79.013672&vpsrc=6&t=h&z=20&layer=c&cbll=41.159955,-8.624336&panoid=RM_0yfw0vHSW3rvUrerIEg&cbp=12,205.28,,0,0

Este prédio chegou a ser notícia cá no Porto (saiu no Jornal de Notícias e tudo) em 1995/1996. Havia relatos de ruídos estranhos, vozes, portas que se abriam e fechavam etc. E isto em todos os andares do prédio, de tal maneira que havia até várias empresas que se tinham ido embora do mesmo, procurando novas instalações.

Falava-se tanto disso que em 1996 decidi ir investigar o prédio em questão, acompanhado por um grande amigo meu, que também tinha algum interesse no assunto. Munidos dos nossos cartões da Faculdade (que eram daqueles grandes, em papel, com carimbos e ar "oficial") inventamos uma cover story para se alguém nos questionasse - estávamos a fazer um trabalho para o jornal da faculdade, cof,cof.

Entramos sem problemas, mas do átrio para os andares só se podia ir por uma porta (que estava fechada) e o elevador. Enquanto decidíamos se íamos usar o elevador ou não (e depois de apanharmos um susto, que irei contar no final), apareceu o porteiro do prédio. E pronto...lá lhe contamos a história do "trabalho" e posso dizer que correu tudo às mil maravilhas!

O homem - infelizmente não me lembro do nome dele - era já de uma certa idade e nitidamente não tinha nada que fazer. Sendo assim, levou-os a fazer uma visita guiada e contou-nos muita coisa do que supostamente se tinha passado.

Para começar, o prédio era (e é) velho - construído (e mal) nos anos 70, tinha sido remodelado várias vezes, mas tinha um péssimo ar-condicionado o que fazia com que as pessoas abrissem as janelas exteriores do prédio para entrar ar. Isso fazia com que fosse normal portas baterem, haverem correntes de ar, etc. Além do mais, inúmeras empresas que se tinham ido embora tinham deixado janelas e portas abertas, fazendo com que essa ventania se espalhasse por vários andares. Acreditem que visitamos um escritório (se bem me lembro era da Renault e tinha sido recentemente fechado) que estava vazio e fechado, mas que tinha uma corrente de ar incrível, vinda do outro lado do prédio.

A construção era péssima mesmo e para além de provocar correntes de ar, também tinha uma péssima insonorização, o que explicava muita das "vozes"

Outro problema que afectava o prédio era o elevador - o da entrada principal tinha a mania de andar a subir e a descer sozinho, mas isso devia ser problema de manutenção (facto que acredito cada vez mais - o do meu bloco também anda assim e está constantemente a ser arranjado). No entanto, havia imensas pessoas que ainda apanhavam sustos quando de repente o elevador aparecia sem que ninguém o tivesse chamado.

Mas finalmente descobrimos o que tinha provocado a reportagem do "Jornal de Notícias". E a explicação era a mais mundana de todas. Num dos andares funcionava a redacção do jornal "Público". O jornal na altura ainda tinha poucos anos de existência e já rivalizava com o "Notícias" em termos de vendas. O porteiro apresentou-nos a alguns jornalistas e estes, perante as nossas perguntas, desataram a rir.

O artigo do "Notícias" até tinha sido fotocopiado e estava colado numa divisória para todos verem. Basicamente, algum repórter engraçadinho nesse jornal tinha decidido pegar numa série de boatos e rumores e escrever a notícia, dando conta de "assombrações" no edifício do jornal rival. Todas as pessoas com quem falamos conheciam as histórias mas nunca ninguém tinha presenciado ou ouvido algo sequer. Era só boatos e rumores. Nos 5 anos em que tinham estado lá, nenhum deles tinha nada a relatar.

Agradecemos a simpatia deles e descemos até à entrada, onde ficamos mais uns minutos à conversa com o porteiro. E ele ai contou-nos uma história interessante. Muitos dos boatos que existiam (e ainda existem) estão relacionados com a palmeira que ali existe e que dá mais ou menos nome ao edifício. Digo que "dá mais ou menos" visto que ele se chama "Palmeiras" mas só tem uma. Acontece que o nome não vem da palmeira em si mas sim de um quinta que existia na rua Oliveira Monteiro (ele pelo menos tinha a impressão quer era nessa rua).

Nessa quinta, essa sim chamada "Quinta das Palmeiras", viveriam duas irmãs (que davam o nome à quinta) muito ricas e de uma certa idade que acabaram por se apaixonar pelo mesmo homem. Numa crise de ciúmes, uma das irmãs teria matado o pretendente e a irmã, acabando por se suicidar de seguida. Desde aí a quinta teria ficado abandonada e assombrada pelo fantasma da suicida. Com o passar do tempo, a quinta teria sido destruída para dar lugar a novos edifícios, não havendo dela nenhum vestígio.

Algumas pessoas diziam que a palmeira teria vindo do terreno da velha quinta outros diziam que o edifício é que teria sido construído nesse local. Mas o senhora achava estranha essa última versão, pois sempre lhe tinham dito que a quinta era mais para a frente, na Rua Oliveira Monteiro - local onde realmente existiram inúmeras quintas e onde ainda hoje há inúmeras zonas verdes, como se pode ver no Google Earth. Mas estava explicada a razão do nome do edifício. O único senão é que nunca consegui arranjar confirmação sobre a existência ou não dessa quinta e das respectivas donas :\

E pronto. Foi essa a investigação que fizemos na altura. O único susto que apanhamos foi ao entrar no edifício, e numa altura em que estávamos a conversar na entrada, alguém saiu da porta de acesso ao andares e deixou-a bater. Nós não vimos a pessoa, e demos grande salto com o bater da porta. Depois estivemos a raciocinar e vimos que o elevador estava em uso - a pessoa teria saído da porta e entrado directamente para o elevador. Mas esta parte da história tem um moral -se vão para uma investigação com ideias feitas e à espera de ouvirem/sentirem/verem qualquer coisa, ao mínimo acontecimento correm o risco de tirar conclusões precipitadas. Calma acima de tudo ;)

Pessoalmente, e depois de ter passado umas horas lá, não acredito que o edifício esteja assombrado. Se alguém tiver mais informações, novas histórias...contem que estou muito interessado!

Tive um amigo que  trabalhou no Público e que me contava estas mesmas histórias... E ainda me falou de uma cerrta casa, na avenida da boavista, que já foi, incluisivamente, uma galeria de arte e que presentemente também se encontra fechada, supostamente por a casa ser assombrada... Quando lá passares, dá uma olhadela. É fácil reconhecer a casa, que em tempos, foi cor de rosa, se não estou em erro...
Templa - Membro nº 708

Predatorpt
Ainda te lembras de algumas dessas histórias sobre o Palmeiras? Conta aí, senão pareço um maluquinho, lol. Estava a ver que era o único a lembrar-me disso  ;)

Na Avenida da Boavista só me lembro de umas histórias sobre o edifício onde estava a Escola de Jornalismo, mais para o lado do Parque da Cidade. Era para esses lados?

Citação de: Predatorpt em 23 agosto, 2011, 19:24
Ainda te lembras de algumas dessas histórias sobre o Palmeiras? Conta aí, senão pareço um maluquinho, lol. Estava a ver que era o único a lembrar-me disso  ;)

Na Avenida da Boavista só me lembro de umas histórias sobre o edifício onde estava a Escola de Jornalismo, mais para o lado do Parque da Cidade. Era para esses lados?

Era numa esquina, salvo erro onde há aqele monumebto aos empresários, ou na outra a seguir...
Templa - Membro nº 708

Predatorpt
Citação de: Templa em 23 agosto, 2011, 19:34
Eram exactamente as  tuas, os elevadores a abrirem, as duas irmãs apaixonadas pelo mesmo homem, enterrado aos pès da palmeira ;D :laugh:

Por acaso esse pormenor das irmãs enterradas lá...não me contaram assim. O porteiro disse que elas estavam enterradas na quinta.

Quanto ao edifício da Boavista...não estou a ver. A ver se dou lá um salto.

Mas obrigado por teres postado!

Conheço bem a fachada desse edificio, vivia lá perto, mas nao conhecia história nenhuma em volta dele...
Se não estou a cair em erro na rua ao lado tem a Quinta Amarela, será que te estas a referir a essa quinta?!

Predatorpt
Citação de: filipucca em 24 agosto, 2011, 03:53
Conheço bem a fachada desse edificio, vivia lá perto, mas nao conhecia história nenhuma em volta dele...
Se não estou a cair em erro na rua ao lado tem a Quinta Amarela, será que te estas a referir a essa quinta?!

Pelo que o porteiro nos disse na altura, a quinta tinha sido demolida e era noutra rua - na Oliveira Monteiro, mas mais para a frente, não tão perto do cruzamento onde fica agora o edifício.

Cá para mim isso foi uma história contada pelo porteiro :D

Quer dizer, penso que não faz muito sentido os espiritos das irmas e do apaixonado andarem nesse prédio se a quinta era mais para a frente  :-X

Predatorpt
Citação de: filipucca em 24 agosto, 2011, 17:02...Quer dizer, penso que não faz muito sentido os espiritos das irmas e do apaixonado andarem nesse prédio se a quinta era mais para a frente  :-X

Exacto, a nossa conclusão foi mesmo essa. Aquele edifício nunca foi assombrado a não ser na reportagem do "Jornal de Notícias". Havia montes de histórias e boatos na zona em geral (sobretudo na Rua de Oliveira Monteiro) e começaram a associar ao prédio por ter lá uma palmeira e por ter os "problemas" que tinha (decorrentes sobretudo de má construção).

#9
Seria porreiro se alguem encontrasse o tal artigo do Notícias e colocasse aqui  ;D

Predatorpt
Citação de: Marlene em 30 agosto, 2011, 17:22
Seria porreiro se alguem encontrasse o tal artigo do Notícias e colocasse aqui  ;D

Eu ainda ando a ver se encontro o recorte que tinha. Infelizmente com as mudanças de casa e arrumações não sei da pasta onde estavam esses artigos :\ Em último caso vou ao Notícias e rezo para que eles tenham uma base de dados que dê para fazer buscas temáticas nos artigos antigos.

tuga9890
Até há pouco tempo passava todos os dias por esta rua e pelo prédio e nunca tinha ouvido nada sobre isto, mas é interessante. Não sei se tem alguma coisa a ver, mas a rua toda tem uma certa mística, talvez por ter tantas casas e prédios antigos, muitos deles abandonados. O prédio que está do outro lado da rua, mesmo em frente ao edifício das palmeiras onde funciona o museu Marta Ortigão Sampaio também tem uma arquitectura muito própria e um certo ambiente de abandono que chamam a atenção e, mais à frente, quase a chegar à avenida, perto dos correios, há outro edifício que também parece abandonado que tem uma estátua de um trabalhador que, pela foice e pelo martelo, assumo que tenha funcionado lá qualquer coisa relacionada com o comunismo e também desperta alguma curiosidade. Com a escolha de prédios que têm ar de estar assombrados nesta rua este até passa despercebido. Enfim, é uma daquelas ruas no Porto que tem um ambiente muito próprio, por isso é curioso saber que existem estes rumores e histórias associados a ela, pena que já não more nesta zona.  ;D

Pedratorpt, moro muito perto desse prédio e não é verdade que é dos anos setenta, mas sim dos anos oitentas e..
Não ouvi nunca falar de coisas esquisitas referentes a este prédio. Quanto à bonito casarão que aí existia ainda o relembro, e aí sim, tenho uma vaguissima ideia d contarem coisas dessa casa... no entanto não me lembro jamais delas...



Um abraço,

Ainda me lembro desse artigo do JN, assim como a história do túnel do comboio, que passa por baixo do colégio dos órfãos ou salesianos, esses artigos vinham na revista do JN, possivelmente ainda a tenho, teria de procurar.
Sobre a casa cor de rosa na av. da Boavista, de facto foi ou ainda é escola de jornalismo, e fica na esquina mais abaixo do novo edifício da Vodafone, mas nunca ouvi nada sobre essa casa, e moro bem perto, se souberem, avisem.