Bem-vindo ao Portugal Paranormal. Por favor, faça o login ou registe-se.
Total de membros
19.508
Total de mensagens
369.623
Total de tópicos
26.966
  • [Outro] 12 crenças populares face à ciência
    Iniciado por DiogoM
    Lido 1.871 vezes
0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.
DiogoM
1- Vermelho no Poente, no outro dia bom tempo ou Vermelho sobre o mar, calor de rachar

Como muitos ditados, este comporta uma parte de verdade científica. Mas que mecanismo fará com que a chuva ou o bom tempo dependam da cor do céu?
A luz do Sol é composta pelas diferentes cores do arco-íris, do azul ao laranja, passando pelo verde e pelo amarelo. Ao longo de todo o percurso do Sol, a nossa atmosfera pode mudar de coloração.
Cada cor possui um comprimento de onda exacto, explica Jêrome Lecou, da previsão meteorológica da Météo France. Assim, quando o Sol não chega a estar a mais de 5º acima do horizonte, a intensidade da luz vermelha é de 66% e a da luz azul é de 2%.
Mas isto só é verdade se nada vier perturbar a difusão das luzes; porque o ar contém vapor de água, e quanto mais rica for a atmosfera em humidade, mais esta vai «difundir» as ondas de cores em todas as direcções.
Consequência: quando chove ou há nevoeiro, o céu torna-se branco acinzentado. A difusão da luz encarnada é, ela própria, tanto mais perceptível quanto mais seco está o ar. Ver um céu encarnado ao pôr do Sol, prova bem que a massa de ar está límpida e seca, o que é bom augúrio para o dia seguinte.
Mas as condições atmosféricas podem mudar e trazer nuvens, diz o meteorologista, pondo algumas reservas.
Feitas as contas, este ditado é uma afirmação de... optimistas. Se tirar o fato de banho do armário, pense também em fazer figas!

2- O gato cai sempre sobre as quatro patas

Percepcionando desde muito cedo a sensação de vazio, o gatinho desenvolve, desde o seu 40.º dia de vida, o reflexo de reviravolta. Esta automatização vai permitir-lhe reencontrar o seu equilíbrio no ar.
Anne Claire Chapuis-Gagnon, veterinária e autora de «Comportamento do Gato: biologia e clínica» (Editions du Point Vetérinaire, 2003) observa: «Os membros anteriores viram-se para poder conseguir apoio no ar. As ancas seguem o movimento do tórax. Por fim, o gato arqueia a coluna vertebral dando-lhe a forma de um pára-quedas para amortecer ao máximo o choque.
Para que esta mecânica felina funcione, o gato deve cair de pelo menos 1,50 m de altura, sem o que não terá tempo de endireitar o seu corpo. Mais ainda, para se levantar pelo seu próprio pé, será necessário que ele tenha começado bem a sua queda: se o gato cair com a coluna vertebral na vertical, as consequências podem ser trágicas.
O salto do anjo não se faz sem risco: 90% dos «gatos paraquedistas» sobrevivem com relativamente poucas lesões, mas numa relação um pouco superior a um em três gatos, a hospitalização torna-se necessária.
Anne-Claire Chapuis-Gagnon diz: «É durante o Verão que nos aparecem mais gatos vítimas de queda. Os pássaros e os insectos que passam à frente das janelas são uma grande tentação para o gato que tenta caçá-los.

3- A primeira impressão é sempre a melhor

O futuro de uma relação depende dos primeiros instantes do encontro? «Sim, é verdade», asseguram os dois investigadores americanos em comunicação, Mike Sunnafrank e Artemio Ramirez.
Em 2004, eles avaliaram o comportamento de oitenta e dois casais de estudantes que não se conheciam e que dividiram em três grupos.
Os pares do primeiro grupo tinham três minutos para se apresentarem, os do segundo grupo tinham cinco minutos e os do terceiro grupo tinham dez minutos. Cada uma das cobaias contou a seguir a impressão com que tinha ficado do seu alter ego e como previa a continuação do encontro.
Nove semanas mais tarde, os investigadores fizeram o balanço dos laços efectivamente estreitados.
Mike Sunnafrank explica: «Na sua esmagadora maioria, os laços tinham-se desenvolvido de acordo com o que os estudantes haviam pressentido. E a duração da conversa inicial não tinha tido qualquer influência no rumo que tomaram as relações.»
A opinião formada sobre alguém em três minutos revela-se, portanto, bem fundada na maior parte das vezes. Deverá deduzir-se que os estudantes testados tinham dotes de vidente?
Mike Sunnafrank diz: «Não é por a primeira impressão deles ter estado certa que as coisas se desenrolaram como eles tinham previsto. É antes porque essa impressão influenciou o comportamento deles. Logo que entrevemos, por exemplo, uma amizade, ficamos mais predispostos a fazer o que for necessário para que ela aconteça.

4- O ar é mais puro na montanha

Que horror! Já nem os cumes escapam à poluição.
Denis Savane, do Departamento da Qualidade do Ar no INERIS (Instituto Nacional do Ambiente Industrial e Seus Riscos), do Canadá, explica: «A montanha é varrida por movimentos térmicos: as brisas das montanhas. No Verão, as vertentes das montanhas agem como bombas de sucção e o ar quente sobe. Assim, se determinado vale estiver poluído, é ar poluído que é puxado. No Inverno, os fenómenos de inversão térmica conduzem ao bloqueio dos poluentes no fundo dos vales. Mais ainda, há um tipo de poluição estagnada que pode elevar-se especificamente no Verão: a poluição do ozono. O ozono forma-se através da acção do Sol sobre as tintas, solventes, cola, benzina... (compostos orgânicos voláteis) e os gases dos escapes (óxidos de azoto).
Caso estes últimos sejam mais numerosos do que os compostos orgânicos voláteis, o ozono diminui. Ora isto nunca acontece na montanha.
Consequência: em altitude, mesmo longe das zonas de emissão, o ozono continua presente.
Então, porque é que eu tenho a impressão de que estou a respirar tão bem? Porque o ar é mais seco, a pressão atmosférica é menor, e o oxigénio é mais raro. Como o organismo produz mais glóbulos vermelhos, respiramos mais fundo e mais depressa.
E esse ar é mais saudável do que o das cidades? É, porque graças à circulação do ar os poluentes não se acumulam. É menos poluente portanto, mas mesmo assim atenção à presença do ozono no período estival.

5- Uma testa alta é sinal de inteligência

A ideia era simpática para os calvos e outros desprovidos de qualquer pelo. Aliás no seu «Dicionário das Ideias Aceites» (Dictionaire des idées reçues), Gustave Flaubert tinha associado a calvice à «concepção de grandes pensamentos». Mas tenham paciência: não existe qualquer relação entre o desenvolvimento da região frontal do crânio e a inteligência.
Pierre Roubertoux, professor jubilado de Genética e Neurologia e investigador do CNRS em Marselha, explica: «Todos os estudos que tentaram estabelecer essa relação fracassaram.» Da mesma maneira, sabemos que o rendimento intelectual não está ligado ao tamanho do cérebro.
Na caixa craniana humana afadigam-se cemmil milhões de neurónios. Em comparação, a drosófila conta apenas com algumas centenas de milhar, e o verme «Caenorhabditis elegans» com apenas trezentos e oito.
«E no entanto, este pequeno verme é capaz de grandes proezas», sublinha Pierre Roubertou. «Consegue aprender a escolher caminhos que evitem substâncias amargas ou um choque eléctrico, conforme vire à direita ou à esquerda.»
A inteligência não tem, portanto, nada a ver com o «pacote» de neurónios que constitui o nosso cérebro. É antes a riqueza de ligações que se estabelecem entre eles que aumenta as capacidades intelectuais.
O encéfalo de Einstein confirma que o tamanho do órgão não altera nada: conservado em formol, foi objecto de aturados estudos. De que se concluiu que até é mais pequeno do que a média.

6- O raio cai-nos do Céu

Será verdade que o céu nos cai mesmo em cima da cabeça, como temia o chefe da aldeia de Astérix? Não. Ao contrário: os raios que vimos partem do solo.
A base de um cumulo-nimbus, a nuvem onde nascem os relâmpagos, está carregada de electricidade negativa em 90% da sua superfície. O nosso solo é positivo.
Quando a nuvem se aproxima, escapam-se dela em direcção à terra descargas invisíveis chamadas «tracejantes descendentes», negativos. Então, das árvores, dos telhados e de outros objectos sobrelevados libertam-se pequenos «tracejantes ascendentes», também invisíveis, mas positivos. Quando um descendente atinge um ascendente, cria-se uma ponte condutora, uma espécie de auto-estrada para descarga eléctrica, impelindo as cargas do solo de encontro à nuvem. Um movimento que vai, portanto, de baixo para cima!
Christian Bouquegneau, autor de Doit-on craindre la foudre?(Devemos temer os relâmpagos?)(EDP Sciences, colecção «Bulles de Sciences», Junho 2006, explica: «Em três ou quatro etapas sucessivas (que nos parece uma só cintilação) as cargas eléctricas positivas saídas do solo, deslocam-se pelo canal criado pelas tracejantes e neutralizam progressivamente a carga da nuvem.»
É o «arco de retrocesso» ou o relâmpago propriamente dito, uma corrente intensa que p ode atingir centenas de milhar de amperes. Muitos relâmpagos formam-se mesmo no interior da nuvem (ou entre duas nuvens vizinhas). Mas o raio que tememos, esse tem mesmo a cabeça nas nuvens e os pés na terra!

7- Ter um apetite de passarinho

Imaginem uma pessoa de 60 kg a ingerir todos os dias 20 kg de alimentos. Impossível, não é? Mas perfeitamente natural para os nosso amigos passarinhos. O melharuco, o pintarroxo e outros, absorvem diariamente 25% a 30% do seu peso em alimentos!
Patrick Mur, ornitólogo responsável pela Liga de Protecção aos Pássaros de Ile-de France, explica: «A temperatura interna dos passarinhos é de 44º. No Inverno, estes animaizinhos frágeis têm de alimentar-se constantemente para evitar qualquer perda de calor.»
Como a sua relação superfície/peso é muito grande, as aves perdem muito calor através da pele apesar de terem penas.
A resistência das grandes espécies aos climas frios é maior, mas, mesmo assim, um corvo-marinho come cerca de 300 g de peixe por dia, ou seja 15% do seu peso.
De onde vem então esta ideia errada de que os passarinhos comem pouco? Do pinguim-imperador, que durante o choco pode não ingerir qualquer alimento durante várias semanas? Talvez, mas o animal é espertalhão! Em 2003, um estudou do Centro de Ecologia e Psicologia Energéticas (CEPE) de Estrasburgo, mostrou que ele armazenava peixes no estômago, para se alimentar a si e à sua cria. O pinguim-imperador consegue interromper o mecanismo da digestão graças a um componente anti-bacteriano do fitoplancton. Esta molécula desperta grande interesse na indústria agro-alimentar, nomeadamente no que diz respeito à conservação dos alimentos.

8- Teimoso como um burro

Mas o que é que deu ao animal? A meio caminho o burro estaca e recusa-se mesmo a avançar. Será teimosia? Não, é prudência. Perante uma situação desconhecida, analisa a situação que se lhe apresenta, ao contrário do cavalo, que partirá num galope desenfreado sem uma hesitação. Dotado de sentidos muito apurados, o burro sente o perigo muito antes do homem. O seu comportamento traduz atenção e circunspecção. Ele fareja, tateia com o casco e avalia a segurança do percurso.
Jacques Cloteau, autor de «Randonner avec un âne» (Passear com um burro) (Edições «Vieux caryon», Fev.2003), observa: «Se uma ponte lhe parece pouca segura, o burro não avança. Preferirá atravessar a ribeira, mesmo com água pelo pescoço. A má reputação vem-lhe do facto de que logo que o burro pára, o nosso primeiro reflexo é fazê-lo avançar custe o que custar. Devemos, ao contrário, incutir-lhe confiança. É um animal muito sensível.
Entre os burros não há dominadores nem dominados, e cada indivíduo é pouco dependente do grupo. Os próprios grupos fazem-se e desfazem-se ao sabor dos humores. É aquilo a que Jacques Clouteau chama uma «asno-arquia»...
A unidade é contudo mantida por um curioso fenómeno de mimetismo: basta que um deles coma, se deite ou se rebole no chão para que os outros façam o mesmo.
Jacques Clouteau diz: «O burro é um insubmisso. É muito independente, um pouco como os gatos. È preciso deixá-lo viver a vida ao seu ritmo».

9- As ostras são afrodisíacas

É verdade que Casanova intitulou um dos seus jogos eróticos favoritos «o beijo da ostra» (ele deixava escorregar lascivamente a ostra da sua boca para a boca da sua parceira)! É verdade que quando Afrodite, a deusa do amor, deu à luz Eros, ela emergiu do oceano em cima de ostras!
Mas será isto suficiente para explicar a lisongeira reputação de estimuladoras da libido de que beneficia o nosso molusco?
Existe a seu respeito um rumor tão tenaz como abusivo: a ostra favoreceria a fertilidade masculina devido à sua riqueza em zinco (22 mg por cada 100 g, quando a dose aconselhada é apenas 11 mg por dia).
O Dr. Jean-Michel Lecerf, director do laboratório de nutrição do Instituto Pasteur de Lille, esclarece: «A produção de testosterona num indivíduo não aumentará por ele comer ostras, mesmo que em grande quantidade.» Em contrapartida, as pessoas que sofrem de carência de zinco podem ser afectadas por hipogonadismo, isto é, uma diminuição da produção de hormonas sexuais. Talvez venha daí o equívoco!
Além da forma da concha e da textura evocativas do sexo feminino, a ostra dita «oleosa» é igualmente rica em glicogénio.
«Trata-se de um simbolismo poderoso, pois o glicogénio é o líquido da reprodução animal», explica o Dr. Lecerf.
Então, a ostra é afrodisíaca ou não? Sim, mas só pelo seu enorme poder de sugestão.

10- Ter memória de elefante

Terá a lenda nascido do enorme crânio e do pesado cérebro (4,5 kgs.)? Não, os elefantes têm mesmo uma óptima memória! Durante anos, os paquidermes domesticados da Índia recordarão os gestos ensinados pelos seus donos. E os seus congéneres que vivem em liberdade não têm nada a invejar ao melhor dos GPS.
Pierre Pfeffer, especialista em elefantes e director honorário de investigação no CNRS explica: «Têm uma memória topográfica extraordinária, lembram-se dos pontos de água e mesmos das zonas de caça que devem evitar para sobreviver.
São as velhas fêmeas que comandam. As «anciãs» são a memória da manada, uma sociedade matriarcal por excelência. Só elas sabem distinguir um bramido familiar de um não familiar e têm um conhecimento profundo do seu meio ambiente.
Transmitidas de geração em geração, estas informações são preciosas: as mais velhas sucedem umas às outras no comando do grupo e conservam a recordação dos lugares ricos em alimentos.
«Numa manada de elefantes, há um século de memórias», diz Pierre Pfeffer.
Mas, se há um mito a desfazer, é o do cemitério dos elefantes. Não é verdade que tenham sítios para ir morrer.
Pierre Pfeffer explica: «Quando atingem os sessenta anos, os seus molares estão demasiado gastos para mastigar os vegetais coreáceos. Dirigem-se então para as zonas pantanosas onde os alimentos são mais tenros.»
E é isso que explica a presença de vários esqueletos na mesma área.

11- O dormir é meio sustento

Não! Este velho adágio não significa que dormir possa substituir uma refeição. Revela mais um uso de outrora que prevalecia nas estalagens: quem quisesse um quarto deveria comer antes. O viajante era acolhido com um grito de «Quem dorme janta». Ironicamente, a ciência afirma que quem não dorme o suficiente, engorda.
A Dr.ª Françoise Delormas, directora da Associação Nacional para a Promoção do Conhecimento do Sono (Prosom) diz-nos: «Em 1992 a investigadora Élisabeth Locard, médica de saúde pública em Lyon, aventou a hipótese de uma ligação entre falta de sono e obesidade na criança.» Mais recentemente, vários estudos anglo-saxónicos efectuados junto de adultos obesos demonstraram que quanto maior é o peso menos são as horas de sono.
Em 2004, as investigações levadas a cabo pelo «Wisconsin Sleep Cohort Study» (Estudo do Grupo de Sono de Wisconsin) concluíram que praticar menos de cinco horas de sono pode-se traduzir por uma produção acrescida de glucose, hormona que estimula o apetite, e uma diminuição da leptina, hormona que o inibe.
No mesmo ano, a equipa do Dr. James Gangwisch, da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, punha em evidência que as pessoas que dormiam quatro horas ou menos por noite têm um risco 73% mais elevado de se tornarem obesas, em comparação com as que fazem um sono de 7 a 9 horas.
Morfeu estaria muito na moda.

12- Bocejamos porque estamos cansados

Apesar de sabermos que um bom bocejador faz bocejar outros sete, o mecanismo do bocejo continua tão misterioso que os cientistas se referem muitas vezes a ele no condicional.
Mas há algumas certezas: ao contrário do que se diz, bocejar não tem por objectivo oxigenar o nosso cérebro fatigado. Os trabalhos do psicólogo Robert Provine, da Universidade de Maryland, nos EUA, demonstraram que as concentrações de dióxido de carbono e de oxigénio no sangue antes, durante e depois do bocejo não variam.
É certo que bocejamos quando estamos cansados. E assim nos pomos em estado de alerta.
«O papel do bocejo é voltar a estimular a vigilância do nosso cérebro, para que ele entenda que chegou a altura de passar de um estado a outro», sublinha o Dr. Olivier Walusinski, membro da Sociedade Francesa para a Investigação do Sono (Société Française de Recherche sur le Sommeil) (criador do site baillement e especialista do «bocejo».)
Este estímulo da vigilância não é apenas válida em caso de fadiga. É também observado durante as transições entre períodos de actividade e de repouso (à noite, no momento de adormecer), de sono e de despertar (de manhã, ao levantar), de fome e de saciedade (quando saímos da mesa), de aborrecimento e de concentração.
O bocejo – que nasce nas estruturas arcaicas do cérebro – é comum a todos os vertebrados. Curiosamente, só é «contagioso» nos grandes símios e no homem. No homem, para o qual – atenção ao maxilar inferior - é a causa mais comum de luxação do maxilar.

fonte: selecções

tá muito fixe o tópico,muito interessante ;)

Também acho, esta muitos interessante! :)
demorou um pouco a ler aquilo tudo mas gostei
nómada