[Outro] Manifestação contra Homeopatia

Primeiro, uma pequena objecção: eu estou a falar especificamente de homeopatia, tu estás a falar de naturopatia. Como não conheço esta variedade dei uma olhadela na wikipédia, a impressão com que fiquei é de um grupo mal definido com pouco mais em comum do que "natural é bom" - podem usar homeopatia, mas também podem não usar, dependendo da variedade especifica de que estás a falar. É provável que eu tenha objecções à tua variedade de naturopatia, mas primeiro ias ter que a definir... um pouco off-topic.

Portanto, estudos clínicos não são prova porque as farmacêuticas são malévolas e perseguem os pobres homeopatas (apesar de as farmacêuticas fazerem milhões a vender produtos homeopatas). Os vários casos também não são prova, isso admito porque constituem evidência anedótica, tal como as tuas experiências com os remédios o são. Que alguns médicos e afins acreditam nisto já eu sabia, afinal uma farmacêutica e um enfermeiro defenderam os homeopáticos aqui (embora eu goste que a farmacêutica-Marlene- tenha admitido tratar doenças graves com isto era abusar da sorte).

Então só tenho uma questão para ti: Consegues imaginar algum argumento ou prova que pudesse fazer-te duvidar da eficácia da homeopatia? Á excepção de Jesus aparecer-te num mar de luz e dizer-te, claro.

Repara que eu não estou a defender cegamente a homeopatia ou os outros tipos de medicina, assim como tu tens feito com o "metodo científico" que tens defendido na maioria das mensagens que deixaste neste forum. Agora acho o preconceito contra as medicinas alternativas, completos disparates. Por muito que te custe a admitir, ambas são medicina e não apenas a convencional praticada no ocidente. Tanto uma como a outra tem que ter os seus praticantes inscritos numa Ordem de Médicos. Deves estar a confundir médicos com curandeiros, é o que me quer parecer. Vais me dizer que os numerosos casos de negligência médica se devem só às técnicas alternativas?
Ah, além do mais não sigo nenhuma religião, logo as palavras que me dissesse seriam discutiveis, assim como as tuas.

Repito a pergunta: Consegues imaginar algum argumento ou prova que pudesse fazer-te duvidar da eficácia da homeopatia?
Caso não seja claro acrescento: Qual seria?

Agradecia que respondesses.

os mesmos argumentos ou provas que me levem a duvidar de qualquer outro tipo de medicina ou práticas médicas. Também estamos esclarecidos que se o "método científico" fosse a solução para todo o Conhecimento, nem eu nem tu estava - mos neste forúm.
Cada um é livre de acreditar no que quer, não é assim?

E que argumentos seriam esses? Podes dizer?

Exemplo: se fósseis de coelhos fossem encontrados em estratos geológicos do Jurássico eu teria de rever a minha posição sobre a teoria da evolução.
Se estudos independentes dessem resultados positivos acima do nível placebo, e estes fossem replicados por outros laboratórios, eu reveria a minha posição sobre a homeopatia.

Agora tu:
Se ____________ eu reveria a minha posição sobre a homeopatia.

Vá fica lá com as tuas teorias que eu cá fico com as minhas. 

Ma..Mas todos os heréticos têm que ser sacrificados no altar da Ciência!! Ya! Ya! Método Científico fghtan!!  

Estou a ver que não vou ter resposta. Realmente, não defendeste a homeopatia como se fosse algo 100% certo, mas também recusaste todos os dados que iam contra a tua opinião (resultou comigo e conheço pessoas que confiam conta, não resultou com outros e estudos independentes não contam).

Daí a minha pergunta, afinal mesmo que assumas que existe algo que possa mudar a tua opinião, mas não consegues dizer o quê, significa que não há nada que realmente o possa fazer, independemente de a homeopatia ser verdade ou não. (Outra hipótese é que consegues imaginar algo que faria mudar-te de ideias, mas não me dizes porque não me queres dar mais conversa ou porque temes que eu possa usar isso para provar a minha posição. Sinceramente prefiro que seja uma destas).

Se estiveres enganada podes entregar a tua saúde a alguém incapaz de te ajudar, em alguns casos isso pode trazer a morte. Se eu estiver enganado uso uma medicina mais agressiva, mas que resulta na maioria dos casos, e ignoro uma medicina que tem vários charlatães não acreditados entre alguns que pertencem a uma ou outra ordem com pouco peso legal.

Do meu ponto de vista estás a correr um grande risco por pouco ganho, logo acho que é o meu dever avisar-te.

Vejo que estás farta desta conversa, logo como palavras de despedida:

Sim, temos o direito de acreditar em tudo o que quisermos, mas algumas crenças podem ter consequências nefastas, escolhe com cuidado, qualquer que seja o teu modo de ver o mundo.

Obrigado pelo debate

  Podemos discutir este tema por mensagens privadas aqui no forum porque assim num tópico, torna-se um bocado chato para outros utilizadores.  é uma sugestão minha apenas!

Sou Maria Arlete, licenciada pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto em 27 de Julho de 1949.
Não me foram ensinadas quaisquer indicações sobre a Homeopatia e foi passado, cerca de 30 anos, que pela primeira vez ouvi falar em tal.
Informei-me, estudei, visitei Laboratórios sobre a preparação destes medicamentos quer na França, Alemanha, Bélgica e Suíça. Hoje creio que me sinto em condições de fazer uma abordagem sobre tal. Também visitei o Hospital de Homeopatia de Londres.
   No passado sábado ouvi pela rádio que se prepara uma manifestação na Praça do Príncipe Real contra remédios homeopáticos.
   Infelizmente iria estar ausente de Lisboa, nesse dia, mas tentei indagar do que se iria tratar. Não me foi possível, pois exceptuando as Farmácias que fechavam às 13 horas, todos os estabelecimentos a quem poderia dirigir-me estavam encerrados. Nesse fim-de-semana ausentei-me de Lisboa, e apenas regressei ontem 2ª feira. A internet deu-me as indicações que eu procurava, e cheguei ao fim da leitura, de cerca de 8 páginas de papel A4. Fiquei admirada e indignada com o que acabava de ler.
   Vou tentar esclarecer o assunto, porque escolhi a profissão de Farmacêutica para poder auxiliar os meus semelhantes, e lhes dar e poder evitar, quanto possível, os sofrimentos que os molestavam.
   Principiarei por esclarecer alguns dos nomes lá mencionados pois creio que não estão bem identificados.
Overdose – significa " acima da dose " isto é, qualquer substância ingerida que ultrapasse um determinado valor considerado, nessa altura, superior ao que pode ser inofensivo para o organismo, originará uma intoxicação que poderá ser fatal para o indivíduo. Overdose em Homeopatia é irrisório. Para se tomarem medicamentos homeopáticos em Overdose será impossível pois o nosso estômago não consegue ingerir uma tal quantidade de líquido ! Com os grânulos, lactose, será quase impossível chegar a tal dose.
A técnica de fabrico e ingestão dos medicamentos é autorizada pelo Infarmed.
Expansão da notícia – mais de 25 países e Antárctica, (nesta, em que Povoação?)
Composição dos Produtos Homeopáticos – a Senhora Catarina Pereira, membro da organização portuguesa, "assegura que são apenas basicamente água e açúcar e que as pessoas que tomavam os remédios homeopáticos pensavam tratar-se de produtos naturais ou ervanária". Esclarecerei que a base é qualquer produto de origem animal, vegetal ou mineral, medicamentos, pó da casa, ou qualquer substância após ter sido diluída com água alcoolizada (para evitar problemas de proliferação de micro-organismos prejudiciais à saúde) e ter havido agitação enérgica, rítmica e na vertical, para lhes garantir e conferir a categoria de medicamentos. 
Infarmed – admitiu que sejam medicamentos após preparação em Laboratório ou em Farmácia. Realmente não era considerado medicamento todos aqueles produtos dos quais não se poderia medir as quantidades de substâncias que faziam parte da composição.
2008 – Em Outubro passaram a considera-los medicamentos. Todos os países do Mundo admitiam tal ! Não posso esclarecer, porque não sei, porque mudou de atitude. Apenas posso esclarecer que em todo Mundo, Portugal era o único País que possuía designação diferente considerando que os produtos nestas condições eram considerados produtos farmacêuticos homeopáticos e não medicamentos.
Michael Marshall – coordenador da campanha internacional diz que "já se gastou demasiado tempo e dinheiro em remédios homeopáticos. Não há nada que sugira que os produtos funcionem, etc".
Número de Avogadro – cientista sueco que estabeleceu este princípio e que é aceite mundialmente.
Os medicamentos homeopáticos atuam muito bem tendo-se ultrapassado o Número de Avogadro. Eles não actuam pela quantidade de substância que contêm, neste caso não existem moléculas, mas energia desencadeada pela agitação que se lhes imprime aquando da sua preparação. Sabemos que todas as reacções químicas dependem apenas das trocas entre os electrões da última orbital. Se não existem átomos não se podem efectuar reacções químicas pois não há moléculas, nem iões, nem electrões. Há energia que influencia o nosso sistema imunitário, que é o único que nos defende.
Campanha 10:23 – A Homeopatia funciona e bem. A resposta ao que afirmam diferentes interlocutores não o vou responder, apenas elucidarei que:
Placebo – quer dizer que o medicamento actua por auto sugestão, não pela eficácia do que ingerem.
Devo esclarecer que qualquer medicamento tem efeito de placebo: aspirina, etc, etc, etc, e que tal valor atinge cerca de 40%. Em qualquer medicamento tal como os homeopáticos.
Antibióticos – significam: anti (contra), bio (vida). Infelizmente tem-se abusado   em circunstâncias por vezes inadequadas, em especial nas crianças.
O efeito destes medicamentos também actua no nosso organismo, pois somos seres vivos. As nossas células não são indiferentes a este efeito; não esqueçamos que têm tido uma acção espantosa e salvo milhões de vidas. Quando o mal atinge de tal forma o paciente só eles poderão ser eficientes, por enquanto. Não se dá um antibiótico para tratar doenças simples. Actuam destruindo o nosso sistema imunitário que realmente é o responsável por tudo o que tenta penetrar no nosso organismo.
Pomada de Hirodoide –  é uma excelente pomada. Não se extraí da sanguessuga. A sua preparação faz-se quimicamente, como acontece com a maior parte dos medicamentos de origem animal ou vegetal, pois fica mais económico.
Para poder responder a algumas perguntas, postas em questão, devo elucidar ao Sr SaganDragon que o medicamento homeopático se for bem indicado tem uma acção inevitavelmente benéfica. Se o não for, claro que não terá actuação mas também pode estar certo que não lhe fará mal. O remédio indicado é da responsabilidade do médico e não do farmacêutico. Se o remédio é mal indicado é evidente que não terá uma acção positiva.
Remédios naturais e de ervanária – quero esclarecer que não é verdadeiro o que vulgarmente se diz: "se é natural não faz mal". O Sr. Professor Doutor Luís Prista, ilustre Professor da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto fez várias intervenções sobre este assunto. Há cerca de trinta e tal anos falou sobre os chás medicinais. Ingerido por muitos e muitos pacientes, deu-nos a conhecer a quantidade de pessoas que adoeceram por abusarem deles e até de alguns casos de falecimento.

Para terminar quero esclarecer que não vou aqui argumentar sobre doenças porque essa tem uma profissão específica, a de médico. Farmacêuticos tratam de remédios que têm a finalidade de evitarem doenças, tratá-las e aliviar os pacientes das suas dores e indisposições.
Andei a estudar 5 anos na Faculdade. Não detectei um único medicamento que fosse inofensivo embora pudesse ser óptimo para resolver problemas de saúde.
Creio que a única coisa que posso afirmar é que a investigação científica algo nos esclarece.
Investigação científica – são milhares já, os artigos que versam tal assunto.
Devo dizer que há uma, que creio que é barata e está ao
alcance de todos e que vou expôr: Nas plantas não há efeito de placebo, que
no início tentei definir.
Ensaio:
1-   Colocam-se leguminosas numa bacia e deixamos germinar; quando atingem cerca de 15 cm de altura, regam-se todas com uma solução de sulfato de cobre. Todas morrem.
2-   Numa outra bacia colocam-se mais outras e regam-se também com sulfato de cobre. Seguidamente com água. Todas morrem.
3-   Num outro recipiente colocam-se mais outras, também com a altura de 15 cm. Regam-se com sulfato de cobre e seguidamente são regadas com sulfato de cobre; desta vez em diluição 9 CH.
Todas se salvem.
Creio que esta é uma prova cabal para demonstrar que o produto que as matou se torna inofensivo se a planta for imediatamente regada com o mesmo produto mas em diluição homeopática.

Estou pronta a prestar qualquer esclarecimento sobre o que escrevo. Vou-me dirigir ao local que me deu a informação: internet. Não indico o meu telefone porque durante a semana trabalho e o fim de semana é dedicado à família.
Escrevam e podem estar certos que lhes responderei.

Maria Arlette
E-mail: mariaarlette.homeopatia@iol.pt