Coisa normal

Um dia destes, estando eu a caminhar à beira da praia, aconteceu-me o seguinte:

Durante um ou dois minutos abstraí-me completamente de tudo. Nesse meio tempo, cheguei ao final do meu percurso e inverti a marcha. Todavia, não me lembro de o ter feito...

Quando acordei do meu transe, estava completamente desorientada. O meu cérebro recordava-se apenas de ter o mar do lado esquerdo quando, afinal, agora o mar estava do lado direito.

Levei uns segundos a orientar-me e a aperceber-me  da situação.

Raramente me acontece uma separação assim tão absoluta entre o corpo e a mente, e,  com base nisto, acho verosímeis as viagens astrais e as bilocações que muitas pessoas relatam, nomeadamente as de Santo António e do Padre Pio ( Não foi o meu caso, acreditem)...

Mas lembro-me onde estive naquele tempo de ausência: estava a fazer uma coisa que eu desejo muito que aconteça.

Templa

Pois, o que provavelmente aconteceu foi que te abstraíste e simplesmente continuaste a andar, e, deixa-me adivinhar, não era a primeira vez que fazias esse percurso pois não?

Pois, o que provavelmente aconteceu foi que te abstraíste e simplesmente continuaste a andar, e, deixa-me adivinhar, não era a primeira vez que fazias esse percurso pois não?

Claro!

E sim, conhecia o percurso de cor e salteado. O que não é vulgar é eu abstrair-me assim tão intensamente das coisas.

estiveste ausente de ti,tipo tiraste umas mini-férias de ti própria,quem me dera   

estiveste ausente de ti,tipo tiraste umas mini-férias de ti própria,quem me dera   

Umas férias de um ou dois minutos?

Oh Templa!!!! Estavas onde com essa cabecinha???
Era assim tão bom??? Eu aposto que sim  

Isso é um simples caso de o cérebro estar tão habituado a um percurso, que te consegues "deslocar" para o pensamento e deixas o corpo guiar-se em automático.
A sensação é um bocado esquisita, especialmente quando nos tentamos orientar, mas da histórias engraçadas.

Isto acontece com frequência quando percorremos diariamente o mesmo percurso. Algumas vezes já me encontrei  quase a chegar a casa, sem sequer me lembrar de ter feito parte do percurso. Uma vez, há uns anos, cheguei à porta de casa sem sequer me lembrar de ter atravessado a ponte sobre o Tejo. A ausência foi tão grande que quando saí do carro, revistei-o a pente fino para ver se existiam marcas de algum acidente e depois estive a ouvir as notícias para saber se algo de estranho se tinha passado. Foi a maior ausência que tive e nunca me consegui lembrar de como fiz o percurso. Sei também (dado a hora em que saí e a hora em que cheguei) que devo ter conduzido como um louco pois o tempo que mediou o percurso foi estremamente curto.

Isso tambem costuma me acontecer...principalmente quando venho para o trabalho, quando "acordo" até penso como conduzi o carro até aqui? Fico mesmo longe mas o engraçado é que não me recordo onde...

Oh Templa!!!! Estavas onde com essa cabecinha???
Era assim tão bom??? Eu aposto que sim  

Se era! E o curioso era que não se tratava de uma coisa egoista. Estava a partilhar algo bom com terceiros!!! E não, nada de maldade nessa cabecinha!!!


E sim, Clau, eu desta vez lembro-me do que estava a fazer na minha "ausência". E Tinha à minha roda sete ou oito pessoas felizes


Beijo

Isso é um simples caso de o cérebro estar tão habituado a um percurso, que te consegues "deslocar" para o pensamento e deixas o corpo guiar-se em automático.
A sensação é um bocado esquisita, especialmente quando nos tentamos orientar, mas da histórias engraçadas.

É mesmo. A sensação, quando "acordei", é que foi estranha, com o mar ao contrário.  Também, acho que se tivesse caminhado sempre, sem inverter a marcha, não me teria apercebido de que, pura e simplesmente, não tinha estado ali durante um ou dois minutos.

"Isto acontece com frequência quando percorremos diariamente o mesmo percurso. Algumas vezes já me encontrei  quase a chegar a casa, sem sequer me lembrar de ter feito parte do percurso. Uma vez, há uns anos, cheguei à porta de casa sem sequer me lembrar de ter atravessado a ponte sobre o Tejo. A ausência foi tão grande que quando saí do carro, revistei-o a pente fino para ver se existiam marcas de algum acidente e depois estive a ouvir as notícias para saber se algo de estranho se tinha passado. Foi a maior ausência que tive e nunca me consegui lembrar de como fiz o percurso. Sei também (dado a hora em que saí e a hora em que cheguei) que devo ter conduzido como um louco pois o tempo que mediou o percurso foi estremamente curto."

Caro oculto, se tivesse havido um acidente, isso seria com certeza uma razão mais do que má para despertar completamente do transe.