Bem-vindo ao Portugal Paranormal. Por favor, faça o login ou registe-se.
Total de membros
19.509
Total de mensagens
369.625
Total de tópicos
26.967
  • Verdade ou mentira quanto aos 5 lugares mais assustadores do Mundo??
    Iniciado por evilwicca
    Lido 27.430 vezes
0 Membros e 2 Visitantes estão a ver este tópico.
Então porque não existem fotos da mesma?  ???
Supostamente deve ser um local de grande atracção turistica,pela sua grande importancia biblica.
Mas apenas encontro imagens e desenhos.Mas nada de fotos  ???
Believe to see...

Penso que qualquer coisa bate mal aqui... Essa torre é um mito. Que supostamente existiu no Iraque... ???
Acho que o nosso amigo deve estar a fazer confusão  :)
Per Aspera Ad Astra

Citação de: 9999needles em 13 agosto, 2009, 19:41
o que me mete mais medo é a torre de babel, d+ame arrepios, um amigo meu foi lá, e nunca mais o vi

Então pronto.  ;D
Believe to see...

#18
l ;D ;D ;D

Citação de: Zühl em 18 agosto, 2009, 19:25
Então pronto.  ;D

para quem quiser  saber mais...
link removido



Hiperligação removida. Consultar por favor as Regras Gerais do Fórum, alíneas 2 e 3. Obrigado.


"Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam connosco."  François La Rochefoucauld

#19
Mais sobre as irmãs Fox

Em 11 de dezembro de 1847 o pai, membro da Igreja Metodista, a mãe, e duas das filhas mais novas da família Fox, Margareth e Katherine, mudaram-se para uma casa em Hydesville, em Nova Iorque. A casa de madeira já seria tida como mal-assombrada, devido aos estranhos barulhos ouvidos e mesmo algumas aparições. Os inquilinos anteriores, a família Weekman, teriam se retirado da propriedade justamente por causa dos incômodos.

Pouco tempo depois que os Fox se estabeleceram os barulhos passaram a perturbá-los também até que em 31 de março de 1848 a filha Katherine pediu que o "demônio" causador dos barulhos repetisse as batidas que ela mesma produzira. Com a resposta inaugurava-se oficialmente o espiritualismo moderno, com o estabelecimento do "telégrafo espiritual", através do qual perguntas verbais e mesmo mentais dos vivos podiam ser respondidas por uma série de pancadas em código por parte dos mortos.

Logo se descobriria que o "demônio" era na verdade o espírito do mascate "Charles B. Rosna", que havia sido assassinado e enterrado no porão da casa anos antes. Apesar da revelação, buscas por toda a residência falharam em encontrar o corpo, embora cabelo e dentes tenham sido encontrados. Infelizmente, naquela época não revelavam muito. Mais relevante foi outro testemunho, de uma ex-moradora da casa e empregada doméstica, Lucretia Pulver, que confirmaria a história em grande extensão e detalhe identificando os assassinos como seus antigos patrões, o casal Bell.

Os fenômenos de comunicação com espíritos atraíram multidões e ficou claro que Margareth e Katherine Fox eram "médiuns", através das quais era possível se comunicar com o além. Outros médiuns não tardariam em surgir, e até mesmo a irmã mais velha das garotas, Ann Leah, se revelaria uma também, particularmente dotada.

Uma série de investigações públicas por nada menos que três comitês diferentes tentaram desmascarar as Margareth e Katherine. Apesar de submetê-las a grande angústia, não obtiveram sucesso em suas intenções. As irmãs ultrapassaram tais provações, e então se dedicaram a turnês mediúnicas extensas, fazendo disso seu meio de vida. Margareth chegou a se converter ao catolicismo em 1858 e abandonar tais atividades, mas anos depois, em dificuldades financeiras, voltou à carreira de "médium profissional". Katherine nunca abandonou a carreira mediúnica, à qual a irmã mais velha, Ann Leah, também aderira.

A vida das irmãs não foi muito feliz, e seu fim ilustrou tal. Em 1888, quarenta anos após os incidentes em Hydesville, conflitos entre Margareth, Katherine e Leah culminariam em uma série de escândalos públicos. Os filhos de Katherine Fox foram retirados de sua tutela por causa de seu alcoolismo, vício que também já afligia Margareth – ambas acusadas por Leah, a irmã mais velha.

Pouco depois, Margareth publicaria a confissão que tantos esperavam. Tudo não teria passado de truques simples elaborados por ela e Katherine, e o espiritualismo moderno estaria baseado em um evento fraudulento. O detalhe importante é que a confissão também acusava Leah como cúmplice nas fraudes e exploradora das somas de dinheiro amealhadas pelas irmãs mais novas.

Já Katherine não apenas não contestou a confissão de Margareth, como divulgou também sua confissão de mesmo teor. As batidas espirituais, não passariam de estalos dos dedos dos pés, entre muitos outros truques simples.

Contudo, apenas mais um ano depois Margareth voltaria atrás e publicaria uma retratação sobre sua confissão. Na confissão da confissão, explicava que a confissão de fraude teria sido feita apenas em troca de dinheiro, promovida por membros de religiões rivais e devido aos conflitos com Ann Leah. Katherine por sua vez nunca se retratou de sua confissão. De toda forma, o dano já estava feito. Em 1890 Ann Leah faleceria, seguida por Katherine em 1892 e Margareth em 1893. As três morreram como "médiuns".

Em 1904, uma grande reviravolta, quando uma parede da adega da antiga casa de Hydesville ruiu e seria encontrado um esqueleto humano junto de uma caixa de mascate. A notícia, publicada no Boston Journal, passou a ser vista como comprovação das alegações originais das irmãs Fox.

"Rochester, NY, 22 Nov 1904: O esqueleto de um homem que se supõe ter causado pancadas primeiramente ouvidas pelas irmãs Fox em 1848 foi encontrado nas paredes da casa ocupada por elas, e as exime da única sombra de dúvida relativa à sua sinceridade na descoberta da comunicação de espíritos".

Quando tudo parecia nebuloso e infame, ainda nos ecos do escândalo, a história voltava a seu começo e o velho mascate assassinado voltava à tona.

Ou pelo menos, é a lenda das irmãs Fox.

continuação...

O Contexto
"Milhares de pessoas que são calorosos defensores da filosofia espiritual reconhecem que sua atenção foi inicialmente atraída ao tema por seu interesse no magnetismo", escreveu Emma Hardinge Britten, em "Modern American spiritualism" (1870). A autora não se refere ao eletromagnetismo que conhecemos e acende nossas lâmpadas, mas ao chamado "magnetismo animal". Inventado por Franz Anton Mesmer, o "magnetismo animal" é lembrado hoje apenas em resquícios como o verbo "mesmerizar", relacionado talvez a seu único efeito real, a hipnose. Muito apropriadamente, pois em 1870 tal "magnetismo animal" já havia sido constatado há quase um século como inexistente.

É no contexto do "magnetismo animal" que surge o espiritualismo das irmãs Fox. Andrew Jackson Davis já se valia de tal magnetismo inexistente para seus contatos com espíritos anos antes, e os relatos das sessões mantidas pelas irmãs também envolviam inicialmente a "magnetização".

As irmãs não foram assim as primeiras a alegar contatos com espíritos, e como se deve notar, não seriam nem mesmo as primeiras a manter supostos contatos com o além em sua casa de madeira em Hydesville. Igualmente, os "Poltergeist", fantasmas barulhentos, já haviam feito suas batidas décadas antes na Europa. Os feitos e métodos das irmãs se conformavam plenamente aos moldes do mesmerismo a ponto de a rigor não manter qualquer diferença com este.

Exceto uma diferença, claro, que faria toda a diferença. Britten escreveria que "as características concretas e científicas do movimento espiritualista na América têm sua origem na primeira tentativa de telegrafia [espiritual]", referindo-se ao caso. Isto é, a inauguração do espiritualismo moderno com o caso das irmãs Fox se centra na novidade da "telegrafia espiritual".

A novidade, todavia, é apenas o adjetivo "espiritual". "A primeira linha [elétrica de telégrafo] construída nos Estados Unidos foi colocada em operação em 1844, entre Washington e Baltimore. Em 1848 linhas foram construídas em toda direção", escreveu Holton sobre a história do telégrafo. Lembre-se que a "telegrafia espiritual" das irmãs foi inventada em 1848. Se o ponto aqui não está claro, pode-se sublinhar um detalhe: a gigante agência de notícias "Associated Press" foi fundada no mesmo ano, 1848, graças ao telégrafo! O telégrafo de Morse, claro, o que funciona de fato.

Enquanto hoje a Associated Press conta com milhares de veículos de notícias, a própria "telegrafia espiritual" sairia de moda, mesmo sob o nome mais respeitável de "tiptologia", e o movimento espiritualista que anunciava uma "nova era" falhou em sua própria profecia.

"'Babilônia caiu' – 'o mistério, mãe de todas as abominações', foi massacrado, e o anjo da verdade e juízo soou a trombeta da vitória na grande expansão do Espiritualismo moderno", anunciou Britten no fim do século XIX, quando o movimento ganhava força. Hoje, mais de um século depois, não ouvimos as trombetas.

Codinome Rosna
Ler as fontes de mais de um século sobre o espiritualismo requer diversos grãos de sal. Devemos acreditar na alegação de que a senhora Fox ficou com os cabelos brancos em apenas uma semana devido aos acontecimentos em Hydesville? Tal é sugerido por Nandor Fodor em 1934 ("An Encyclopaedia of Psychic Science"). Por outro lado, fontes céticas costumam ser demasiadamente sucintas, centrando-se nas confissões de 1888, proferidas entre grandes escândalos e desentendimentos.

Deixando os escândalos (e as confissões) de lado, o elemento central na gênese do caso das irmãs Fox seria sua alegação e posterior confirmação de que existia o corpo de um mascate enterrado em sua casa. Se a "telegrafia espiritual" inaugurou o espiritualismo moderno, foi essa a história transmitida em tal estranho meio de comunicação.

Lucretia Pulver, que serviu ao casal Bell, teria confirmado a história do mascate assassinado. Pulver se lembrou do mascate e de acontecimentos estranhos incriminando seu ex-patrão, com uma abismante série de detalhes. O detalhe mais relevante todavia é o de que se lembrou de tal apenas após a divulgação do caso das irmãs, anos após os supostos acontecimentos. O mesmo ocorre com relatos de que a família Weekman também teria feito contato com o mascate. Infelizmente, tais não podem ser consideradas como corroborações independentes.

O problema com tais relatos também reside no fato de que, confiando em uma duvidosa riqueza de detalhes em grande parte irrelevantes, espiritualistas acreditam saber mesmo o que o mascate vestia, quando e de que forma foi assassinado, mas não conhecem seu nome. E isto apesar do espírito ter fornecido um nome através do telégrafo espiritual. "Charles B. Rosna" (ou Rosma), entretanto, não seria nome verdadeiro do mascate. Por algum motivo o espírito teria escolhido não revelar seu nome, revelando ao invés um nome fictício. E sem avisar sobre tal.

Esta é uma "explicação" ad hoc que pode soar plausível aos crentes, que citariam uma série de outros casos onde supostos espíritos forneceriam nomes fictícios. Aos não-crentes, o argumento soa apenas como uma indicação da circularidade de tal sistema de crenças – o espírito original era real porque outros espíritos posteriores também falharam em fornecer um nome verdadeiro.

Ainda abordando de forma crítica o ponto, talvez a mais prosaica e óbvia informação específica verificável que o espírito poderia fornecer sobre sua história seria um nome real, através do qual poderia ser identificado. Como não o foi, os espiritualistas presumem, ad hoc, não que o espírito e a história são fantasias, mas que o nome é deliberadamente falso.

Os acusados do suposto assassinato, o casal Bell – cujo nome foi lançado na história por Lucretia Pulver, antiga servente dos mesmos – também não ficaram contentes com a história, mas tampouco foram incomodados pela polícia. O espírito do mascate contou que teria uma esposa e vários filhos, mas apesar da ampla divulgação de sua história, tal família também não veio à tona. A história permaneceu convenientemente inverificável, apesar de envolver o brutal assassinato de um mascate e a nada engenhosa ocultação de seu corpo na casa onde os assassinos moravam.

O encontro de um esqueleto em 1904 confirmando a história é nebulosa, e infelizmente, também inverificável. Não houve documentação apropriada do encontro de tão relevante evidência, dada ao acaso, como devemos acreditar, e contrariando a informação alegada do próprio espírito sobre onde estaria seu corpo – outro dado contornado ad hoc pelos crentes imaginando que o corpo foi enterrado no porão e depois movido.

Para completar toda a duvidosa história e suas supostas evidências, os alegados restos do mascate foram logo transportados e preservados como relíquia religiosa, mas não por muito, já que nos anos 50 um incêndio provocado por vândalos teria consumido a evidência.

Não há assim qualquer evidência satisfatória de que a história contada pelo espírito seja real, o que lança sérias dúvidas sobre se havia mesmo algum espírito. Por diversos meios se poderia ter chegado a confirmar com segurança a história do assassinato do mascate, mas de diversas formas, toda a evidência convenientemente se esvaiu. Outra vez, aos crentes isso não é problema, já que o papel do espírito seria chamar atenção ao fenômeno, e ater-se à literalidade ou não de sua história seria irrelevante. Aceite-se isto ad hoc.

Corinthian Hall
Se ficamos perdidos com relação à origem em si do espiritualismo, o que dizer das irmãs Fox? Médiuns por praticamente o resto de suas vidas, deveriam ter fornecido evidência extensa a respeito da autenticidade de suas comunicações com espíritos. Não é bem o caso.

Como nota Vitor Moura, em seu texto "As Irmãs Fox – O Que os Céticos Não Contam", a melhor evidência da mediunidade das garotas parece ter sido resultado de três comitês de investigação sucessivos, que efetuaram diversas experiências com o fim declarado de desmascará-las. Todos envolveram apresentações ao público no Corinthian Hall em Rochester. Todos falharam em seus objetivos.

O primeiro comitê era composto de cinco pessoas, Nathaniel Clark, A. J. Combs, Edwin Jones, Adoniram Judson, e Daniel Marsh, todos "cidadãos altamente respeitáveis e responsáveis" da cidade. Todos admitiram que "os sons foram ouvidos, mas falharam completamente em descobrir os meios pelos quais poderiam ter sido gerados".

O segundo comitê, liderado pelo conselheiro Frederick Whittlesey, composto por D. C. McCallum, William Fisher, o Dr. H. H. Langworthy e o juiz da cidade de Le Roy, A. P. Hascall, foi ainda mais rigoroso, efetuando experimentos no escritório de Whittlesey. Seu relato: "Os sons foram ouvidos e sua investigação exaustiva mostrou conclusivamente que não foram produzidos por maquinaria ou ventriloquismo, embora qual fosse o agente fomos incapazes de determinar".

O terceiro comitê foi composto por céticos indignados com os insucessos dos dois primeiros comitês, segundo informa Britten. Um deles, Lewis Burtis, também é citado por Britten como dizendo que "as garotas não me terão no comitê nem por cem dólares", uma quantia considerável na época. Outros integrantes do terceiro comitê incluíram L. Kenyon, William Fitzhugh e os Drs. Justin Gates e H.H. Langworthy (do segundo comitê).

Esse último comitê ainda contou com uma espécie de sub-comitê, composto de mulheres, que lidaram com as garotas despidas, para enorme desconforto das mesmas. Seu resultado: "Quando [as irmãs Fox] estavam sobre travesseiros, com um lenço amarrado em torno do fim de seus vestidos, firme em seus tornozelos, todas nós ouvimos as pancadas na parede e chão distintamente. Assinado: Sra. Stone, Sra J. Gates, Sra. M. P. Lawrence".

Resultado não muito diferente do terceiro comitê, que também não atingiu seu objetivo de desmascarar as garotas. Apresentados assim, são fatos surpreendentes.

O que deve realmente surpreender o leitor contemporâneo é um pequeno detalhe: a investigação do primeiro comitê ocorreu no dia 15 de novembro; a do segundo comitê, no dia 16 de novembro; e a do terceiro comitê, no dia 17 de novembro. Todos do mesmo ano de 1849. Isto é, são três investigações conduzidas cada uma por um "comitê" diferente de cidadãos de fato respeitáveis, mas leigos, em apenas três dias sucessivos.

Some-se a isso o fato de que todas as investigações tiveram lugar em ambientes como uma outra casa de apresentações, casas ou escritórios dos cidadãos envolvidos ou associados – a última, por exemplo, teve lugar na casa de Justin Gates, e uma das integrantes do comitê de mulheres foi, claro, a esposa de Gates. Não só havia diversas outras pessoas presentes além dos integrantes dos comitês durante tais averiguações, como essas outras pessoas incluíam mesmo promotores e defensores dos supostos fenômenos das irmãs.

Britten menciona o dramático episódio onde Amy Post irrompeu no recinto onde as irmãs estavam sendo examinadas seminuas, ao ponto em que as irmãs teriam corrido aos prantos aos braços da senhora Post. Ao mesmo tempo em que pancadas foram ouvidas. Parece dramático e mesmo este autor pode se sensibilizar com a situação, o evento contudo é um exemplo do (des)controle que se tinha em tais exames. Amy Post era esposa de Isaac Post, o casal quaker que foi um dos principais, se não o principal responsável por promover e apoiar inicialmente as garotas.

Outros "detalhes" sobre as investigações: Isaac Post era um dos que cuidaram dos negócios nas apresentações. O Corinthian Hall seria o maior local de eventos em Rochester. Os três comitês consecutivos tiveram seus integrantes escolhidos entre os espectadores das apresentações. Lewis Burtis, mencionado como um cético integrante do terceiro comitê por Britten, se tornou figura relativamente destacada no movimento espiritualista de Rochester, abrigando uma (outra) médium em sua casa e testemunhando sobre a realidade do espiritualismo (como citado em... Britten!).

Embora não se possa descartar por completo as informações sobre tais investigações, é evidente que mais do que qualquer outra coisa, foram um show. Assim se entende por que houve três "investigações" de apenas um dia de duração por diferentes pessoas realizadas – e apresentadas – em três noites consecutivas. Foi um só show, e não três shows diferentes.

E foi o início da carreira mediúnica profissional das irmãs, que viveriam disto até suas trágicas mortes, em um negócio que logo envolveria sua irmã mais velha, Ann Leah, não apenas como empresária das irmãs, mas como médium também.

Mesmerizados
Não há prova de que as irmãs fraudaram todos os seus fenômenos. De fato, há apenas indícios circunstanciais de fraude. Ao mesmo tempo, nenhuma das três conseguiu produzir qualquer evidência satisfatória de que se comunicavam com espíritos. Em retrospecto, é desolador notar que crentes e céticos que lidaram com os "fenômenos" estavam tão presos ao contexto de seu tempo que não produziram nenhuma avaliação objetiva satisfatória. Em uma sociedade sexualmente opressiva, em profundas mudanças tecnológicas e científicas impulsionando revoluções sociais, jovens garotas se comunicando com os mortos parece ter sido um tema delicado demais.

Nesta situação, talvez a única utilidade póstuma do caso seja exatamente a de recapitular os eventos em seu contexto para uma olhada sobre a época. Desde a gênese das peripécias das irmãs envolvendo a história nunca confirmada de um mascate assassinado, e o elemento principal que as lançaria à história – a "telegrafia espiritual" – podendo ser interpretado sociologicamente como uma contraparte mística, relacionada ainda com o charlatanesco "magnetismo animal" de Mesmer, dos avanços reais e concretos da ciência e tecnologia ao fim do século XIX.

Enquanto a telegrafia elétrica real logo daria lugar a avanços sucessivos culminando hoje com a própria internet através da qual você, leitor, acompanha este longo texto, a "telegrafia espiritual" cairia em relativo desuso, e a comunicação com espíritos logo retornaria aos meios em que já era praticada milênios antes das irmãs Fox, com supostas "psicografias", "canalizações" e "incorporações". Raramente os espiritualistas de hoje passam horas ouvindo batidas e decodificando seus códigos letra por letra – Chico Xavier teria muita dificuldade em escrever centenas de livros dessa forma.

Atualmente, a chamada "Transcomunicação Instrumental" (TCI) parece uma legítima sucessora da "telegrafia espiritual", em sua interpretação mística da tecnologia e ciência, mas mesmo a TCI não é central a qualquer grande religião. A proclamação do reverendo Jervis que introduz este texto, na linha de todo o entusiasmo ingênuo em torno do espiritualismo em fins do século XIX, estava simplesmente incorreta.

Todo o episódio das irmãs Fox resguarda ainda uma ironia suprema no cerne do que pode ser a interpretação mais sensata de tais eventos. O notável cientista Benjamin Franklin, em seu papel na descoberta e divulgação dos fenômenos reais da eletricidade, também teve parte, junto de Lavoisier, do médico Joseph-Ignace Guillotin e do astrônomo Jean Sylvain Bailly, no comitê francês que investigou e declarou a inexistência do "magnetismo animal" de Mesmer em 1784.

Isso não deve surpreender, a adorável ironia está no fato de que as irmãs Fox, em sua "telegrafia espiritual" através do mesmo "magnetismo animal" inexistente, quase cem anos depois, tenham revelado inúmeras mensagens do que seria o espírito de Benjamin Franklin, o próprio. Todas comunicações favoráveis à "telegrafia espiritual", da "eletricidade espiritual" e ao movimento religioso então promissor, claro.

É incrível como a morte muda a vida das pessoas.

#20
nice post! embora ache que há melhor que as irmãs e a casa branca. mas é a minha opinião. =/



Mensagem alterada devido à utilização de abreviaturas. Consultar Regras Gerais do Fórum, alínea 4. Obrigado.

Aquilo que vemos e sentimos é uma minúscula parte da realidade!

-------------
https://www.facebook.com/pages/Team-LX-Paranormal-Hunters/237979526227155

Alguns assustam realmente, outros não... mas o Post foi muito bom ;)

Quanto à torre de Babel era impossivel fotografar pois ruiu centenas de anos antes de surgir a máquina fotografica eheheh não se sabe como era a arquitectura, mas presume-se que se tenha existido ;)

Pessoalmente gosto muito deste...O Castelo Bran fica em uma colina próximo a Brasov na região montanhosa da Romênia central. É um ponto turístico porque está ligado ao príncipe Vlad 3, o Empalador, que inspirou o romance de 1897 de Bram Stoker, "Dracula".


                                                                                   
Livro de São Cipriano

#23
Então e o "nosso" Palacio da Pena?
Dizem que é um sitio muito mitico.



O MISTÉRIO INCRÍVEL DOS SUBTERRÂNEOS DE SINTRA

(REPORTAGEM DE VICTOR MENDANHA IN "CORREIO DA MANHÃ", 13.10.1985)

   Uma verdadeira cidade subterrânea, formada por túneis e grandes galerias, a partir do Castelo da Pena e construídos pelos Mouros e pelos Templários há cerca de oito séculos, faz com que a Serra de Sintra se pareça mais com um enorme queijo "Gruyère" do que com uma montanha a quem já Ptolomeu apelidava de Montanha da Lua, nome aliás repetido por Camões quando a ela se refere, em verso, nos "Lusíadas".

   Em tempos ainda mais remotos Festo Avieno chamou-lhe Ofiusa, palavra de origem grega significando "terra da serpente". Serpentes seriam, segundo vários autores mais dados à História superficial, os ídolos das tribos indígenas mas não se pode olvidar o facto de os Iniciados em determinada Via do Conhecimento serem conhecidos por idêntico nome.

   Por seu lado o cruzado Osborne, um dos voluntários estrangeiros na conquista de Lisboa aos Mouros por D. Afonso Henriques e, quanto a nós, o primeiro repórter da História de Portugal, sobre a Serra de Sintra referiu, nas suas crónicas, que se tratava de uma região tão enigmática ao ponto das éguas ficarem prenhas apenas devido ao vento...

UM CASTELO ONDE ACONTECEM COISAS ESTRANHAS

   Estes particularismos, narrados em velhos alfarrábios, não chegaram ao conhecimento do reformado Abílio Duarte, guarda em sistema de voluntariado do secular Castelo dos Mouros, em Sintra, mas isso não impede que, em compensação, não nos garanta:

   - Aqui no castelo acontecem coisas estranhas. As pedras até parece que crescem, tal qual como as pessoas.

   Mesmo dando de barato esta opinião, deveras polémica, não deixaremos de referir que Abílio Duarte nos adiantou pormenores sobre a existência dos túneis da Serra da Lua, existência esta igualmente garantida por documentos antigos, só que de impossível demonstração pois essas galerias encontram-se obstruídas, nas suas entradas, por grandes porções de terra e entulho de vária ordem, embora notando-se perfeitamente os vários tipos de acesso.


O Castelo dos Mouros e a entrada para um dos subterrâneos da Serra Sagrada de Sintra
   Guiando-nos até junto das entradas de diversos túneis, parte deles escavados nas rochas, Abílio Duarte insiste:

   - Tudo isto, aqui por baixo, tem subterrâneos. Um deles vai ligar ao Convento dos Capuchos, que fica a oito quilómetros daqui, e um outro desemboca perto da povoação de Rio de Mouro, mesmo junto ao ribeiro que passa naquela povoação.

   Outras galerias, afirmam texto vetustos, descem pelo interior da montanha até ao Palácio da Vila, edificação mais moderna mas não menos enigmática em certos aspectos da sua arquitectura, para já não falar no Palácio da Penha, mandado edificar por D. Fernando II, verdadeira jóia de simbologia oculta, igualmente provida de longos subterrâneos que ninguém sabe onde levam.


OS TÚNEIS E POÇO DO MONTEIRO DOS MILHÕES

   Outro local onde se descobriram túneis e passagens plutónicas foi na famosa Quinta da Torre, também conhecida por Quinta da Regaleira, situada na subida para Seteais.

   Esta propriedade, adquirida em 1893 pelo dr. António Augusto de Carvalho Monteiro, a quem deram a alcunha de Monteiro dos Milhões devido à sua enorme fortuna pessoal, viria a provar a grande amplitude da rede de subterrâneos da Serra de Sintra quando o seu não menos rico e enigmático proprietário resolveu mandar abrir duas passagens do subsolo para ligar o palácio à capela e à casa do guarda.

   Talvez sem surpresa do milionário, estas obras foram desembocar numa rede de túneis antigos, surgindo numa das grutas assim postas a descoberto pequena imagem de pedra cor-de-rosa, representando um ser com aspecto feminino mas pisando um animal parecido com o mitológico dragão, só que exibindo certas formas humanas.

      O "poço" iniciático e uma das grutas da Quinta da Regaleira da Serra Sagrada de Sintra

   Monteiro dos Milhões veio a falecer oito anos após se terem concluído as obras na quinta e no palácio, as quais levaram dezanove anos a fazer. Se tivermos em conta o que a Kaballah diz acerca do número oito seremos forçados a pensar que o mistério se adensa.

   Considerado, por alguns, como o último dos alquimistas portugueses, o dr. António Augusto de Carvalho Monteiro seguiu, igualmente, a insólita tradição de fazer buracos profundos na Montanha da Lua pois, além das diversas galerias da sua autoria, ainda detectáveis na Quinta da Regaleira, ordenou a escavação de um "poço" com 30 metros de profundidade e 6 de largura.

   Pelas paredes deste "poço", cuja possibilidade de servir para captar água é posta de parte por quem nele penetra, desce uma escada em caracol com 139 degraus e apoiada em colunas.

   No fundo depara-se com mais passagens subterrâneas reforçando a ideia de que tanto buraco não teria sido aberto por acaso...
UMA TRADIÇÃO MUITO FECUNDA QUANTO A SUBTERRÂNEOS


   A Tradição portuguesa é fecunda quanto a referências sobre as grutas e túneis sintrenses, chegando a fazerem parte das lendas do povo de regiões afastadas da Montanha da Lua.

   A Serra de Montejunto, por exemplo, localiza-se a cerca de cinquenta quilómetros a Nordeste da Serra de Sintra mas os seus habitantes, segundo o livro de António Oliveira Melo, António Rodrigues Guapo e José Eduardo Martins, "O Concelho de Alenquer", pensam e garantem:

   - A terra e o mar interpenetram-se. De uma ponta à outra, da serra de Sintra à serra de Montejunto, a montanha está rota por baixo e o mar chega a entrar por ela dentro.

   Será esta Montanha, às portas de Lisboa, uma das Cem Portas do mais fabuloso que mítico Reino de Agharta, onde "reside" o Rei do Mundo?

   Helena P. Blavatsky, fundadora da Sociedade de Teosofia, falou nesse país subterrâneos em 1888, na sua obra "A Doutrina Secreta", a "bíblia" de grande número de ocultistas. Mas foi alguns anos mais cedo que a lenda ou história verídica de Agharta teve a sua maior divulgação junto do público, com as obras insólitas de Saint-Yves d´Alveydre.

   Nelas este estranho homem profetizou muitos acontecimentos de grande relevo que vieram a suceder alguns cem anos depois da sua morte, entre eles a implantação do Comunismo na China e a união da Europa, ou Comunidade Económica Europeia...

   Após contactos com uma personagem misteriosa, a quem chamou Instrutor, o escritor publicou a "Missão da Índia na Europa", livro enigmático onde diz revelar os segredos desvendados pelo seu Mestre.

   O Reino de Agharta seria, então, uma cidade subterrânea e iniciática onde viveriam milhões de pessoas, Igreja primitiva conservada em segredo, talvez a equivalência do Reino do Prestes João, conservando-se assim até à implantação da Sinarquia no Mundo.

   Para os nossos leitores menos a par destes assuntos, para o aprofundamento sobre o tema Sinarquia aconselhamos o livro de Papus, publicado em Portugal pelas "Edições 70" sob o título "O Ocultismo".


DA PROFECIA À SINARQUIA PASSANDO POR AGHARTA


   Com a finalidade de analisar melhor o possível relacionamento entre a Serra de Sintra e o fantástico Reino de Agharta, interrogámos o kabalista português Vitor Adrião, investigador que desde há muito se vem dedicando a estes estudos.

   - O Castelo dos Mouros, localizado no cimo da Montanha da Lua, tem sido assinalado, ao longo dos tempos, como uma das entradas para o lendário Reino de Agharta. Também foi local de existência de uma inscrição profética, que se encontrava à entrada do referido Castelo mas mandada retirar por D. João II.

   Este rei, a quem grande número de ocultistas e investigadores atribui a paralisação do projecto universalista português, quando transformou a Ordem de Cristo numa ordem de clausura, pouco ganhou com a iniciativa já que o texto da inscrição premonitória ficou registado na "Crónica de El-Rei D. Manuel", de Damião de Góis, achando-se igualmente assinalado na página 201 de "Cintra Pitoresca", um livro de autor anónimo de 1838 mas que hoje se sabe ser o Visconde de Juromenha.

   E prosseguiu Vitor Adrião:

   - Trata-se do vaticínio de uma Sibila sobre o Ocidente e garantia: "Patente me farei aos do Ocidente / Quando a porta se abrir lá do Oriente / Será cousa pasmosa quando o Indo / Quando o Ganges trocar, segundo vejo... / Seus divinos efeitos com o Tejo."

   É caso para aconselhar que quem souber ler que leia mas sempre acrescentaremos dois pormenores importantes, possivelmente ligados a este vaticínio.


A Serra Sagrada de Sintra ligada ao Paraíso "Perdido" de Agharta

   Um deles é o facto de vários dignitários budistas e outros religiosos orientais estarem a deixar o Oriente para se fixarem na Europa, incluindo Portugal. Um deles, antes de iniciar viagem na direcção do "movimento" do Sol, igualmente de Oriente para Ocidente, ter dito aos seus seguidores da Tailândia encontrar-se a Ásia espiritualmente falida, pretendendo por isso viver num país que estivesse redespertando para as coisas espirituais.

   Outro foi a descoberta, por parte do kabalista por nós contactado na Serra de Sintra, de duas lápides importantes, facto por ele próprio narrado através das palavras seguintes:

   - Existem, na Quinta da Penha Verde, restos de um Templo dedicado à Lua onde duas lápides, escritas em sânscrito - idioma nunca falado na Europa - e trazidas de Somnath-Patane pelo Vice-Rei da Índia D. João de Castro, contam a história da união do Oriente com o Ocidente, verdadeiro tratado ensinando a viver-bem segundo as regras canónicas do Espírito Santo, neste caso e a quem são dedicadas as lápides, Shiva.


 Uma das estelas ou lápides sânscritas
   na Quinta da Penha Verde de Sintra

   Talvez não seja, pois, em vão tudo quanto se escreveu e disse acerca do possível Quinto Império de Portugal, desde que o entendamos não como um domínio terreno ou colonial mas como um Império espiritual e universalista.
   
   Quando o compositor Richard Strauss visitou a zona da Montanha da Lua considerou-a a coisa mais bela que tinha visto. Referindo-se ao parque, mandado construir por D. Fernando II, comparou-o ao jardim de Klingsor enquanto apontando o Castelo dos Mouros, lá no alto, definiu-o como o Castelo do Santo Graal.
   Para quem conheça a história de Parsifal talvez não seja necessário acrescentar mais na reportagem.


UMA JANELA NECESSÁRIA

   Perto do Castelo dos Mouros existe o Palácio da Penha, cujo nome provém das grandes rochas ou penhas que tiveram de cortar para o fazer, não tendo o seu nome nada a ver com a palavra Pena, como erradamente se pretende.

   Mandado construir pelo rei D. Fernando II, com projecto do Barão de Eschwege, no ano de 1840, o Palácio da Penha é um tesouro de arquitectura oculta e simbólica, apesar dos positivistas e enciclopedistas da nossa praça não o distinguirem de qualquer outra construção.

   Esta situação pode verificar-se no que diz respeito à famosa Janela do Gigante, da qual os apenas entendidos em arquitectura consideram "composição monstruosa, com um gigante cujas pernas são caudas de sereias, assente em grande concha e sustentando pesada janela saliente, tudo com uma decoração excessiva".

   Mas, afinal, uma leitura mais atenta, por quem possua olhos para ver, verificará tratar-se do deus Neptuno, dominador dos elementos Água, Fogo e Ar - por isso a janela que sustenta possui três aberturas.

   Segundo a opinião de entendidos na Kaballah, falta o elemento Terra, afinal aquele de que tratámos neste trabalho, levando a pensar ser desta janela que um observador atento, num momento propício, poderá descobrir o mistério dos subterrâneos da Serra de Sintra ou da Lua.

   É de realçar o facto de D. Fernando II ter comprado, igualmente, o Castelo dos Mouros dando 761 mil réis por toda a zona, ficando com a obrigação de cuidar da sua conservação.

   Depois da morte deste Rei Ocultista, em 1885, toda a propriedade ficou na posse da sua segunda esposa, a Condessa de Edla, que a vendeu ao Estado pela soma de 310 contos.



Beijokas Fofas
Quando sou boa, sou boa, mas quando sou má, sou melhor ainda.

#24
olá e pode-se visitar os túneis do castelo Sintra???

Livro de São Cipriano

Eu concordo com tudo menos com as irmãs Fox e a Casa Branca. Em vez destas duas colocava as catacumbas de Paris e o Sanatório de Waverly Hills.
"Detesto, de saída, quem é capaz de marchar em formação com prazer ao som de uma banda. Nasceu com cérebro por engano; bastava-lhe a medula espinal" A.Einstein

Aqui em Londres há imensos sítios ditos assombrados. A Torre de Londres, A Tower-Bridge, a rua mesmo ao pe de Tower-Bridge, parques, palacetes, pub's, ruelas, hoteis, casas particulares...imensos.

Citação de: ruhig em 19 novembro, 2009, 18:37
Aqui em Londres há imensos sítios ditos assombrados. A Torre de Londres, A Tower-Bridge, a rua mesmo ao pe de Tower-Bridge, parques, palacetes, pub's, ruelas, hoteis, casas particulares...imensos.

Pois...És um gajo com sorte  :) Basta dares uma caminhada de 10 minutos que esbarras num sítio assombrado  ;D Nunca fui bom a geografia, mas suponho que também não estejas muito longe de Edimburgo. Aí é que eu gostava de ir...
Podias era postar por cá umas lendas, superstições ou relatos que tenhas ouvido aí por Londres ;D
Cumps
;)
"Detesto, de saída, quem é capaz de marchar em formação com prazer ao som de uma banda. Nasceu com cérebro por engano; bastava-lhe a medula espinal" A.Einstein

Citação de: ruhig em 19 novembro, 2009, 18:37
Aqui em Londres há imensos sítios ditos assombrados. A Torre de Londres, A Tower-Bridge, a rua mesmo ao pe de Tower-Bridge, parques, palacetes, pub's, ruelas, hoteis, casas particulares...imensos.

Eu gostava de ai estar =) tanto sitio para vasculhar  :P

Todas as semanas há encontros de associações, sociedades e grupos "paranormais". Muito porreiro. Uma semana forte foi a pré-Halloween, com palestras e outras coisas em Bibliotecas e Pub's.

Edimburgo fica um "bocadinho" mais acima...  ;)