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  • Animal?
    Iniciado por lylybety
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Desde muito novinha, eu ouvia a minha mãe contar esta história.
Tinham na altura os meus pais 17, e a minha irmã tinha falecido há pouco tempo.
O meu avô paterno, possuía uma azenha junto do rio Alviela, e os meus pais viviam aí, porque o meu pai tomava conta da azenha, bons tempos, duas crianças num deserto daqueles...
Ora um dia, os meus pais tinham de ir á vila levar a farinha moída.
Naquele tempo não havia camionetas, mas sim carroças,
A carroça era puxada por uma mula, que vá saber-se porquê, não gostava nada do meu pai, e, quando ele se aproximava, começava a escoicinhar, e não parava quieta.
Ainda era de noite quando eles se metem ao caminho para Alcanena, a certa altura, a mula começa a recuar. O meu pai, que sempre resolveu tudo á pancada, começou a chicotear a mula, quanto mais ele lhe batia, mas a mula escoicinhava e recuava.
Naquele caminho, havia de um lado da estrada um olival, do outro uma ravina, ao fundo da qual corria o rio.
Apavorada, a minha mãe suplicava para que ele não batesse mais na mula. Mas ele não lhe dava ouvidos.
A certa altura, contava a minha mãe, ela olha para o  olival,  e viu junto duma oliveira, um animal, que dizia ela, não sabia  se era cão, se era burro, apenas que tinha um olhar muito triste.
Ela receosa de que o animal lhes fizesse mal, não disse nada ao meu pai, apenas lhe pedia por alma da minha irmã que não batesse mais na mula. Esta fincara os pés na estrada, e não seguia caminho de modo nenhum
De repente o meu pai deu um grito, a mula, tanto escoicinhou que partiu uma tábua da carroça, que por sua vez veio bater no meu pai partindo-lhe 5 dentes da frente.
A minha mãe disse: - ai valha-nos Nossa Senhora!
Contava ela que, após ter dito isto, o tal animal, baixou a cabeça e desapareceu, e a mula acalmou, e seguiu tranquilamente para a vila, levando a minha mãe aflita e o meu pai sem dentes.
Agora vem a cereja em cima do bolo rsrsrs
E isto já foi presenciado por mim.
Muitos anos depois destes acontecimentos, desapareceram 10 mil escudos, do escritório da Junta de Colonização Interna de Pegões Velhos. Há 50 anos era muito dinheiro.
Quem foi, quem não foi, andava-se nesta expectativa, quando um fulano que lá trabalhava, foi falar com o meu pais sobre qualquer assunto.
A minha mãe, viu e como tinha a mania de se meter em tudo o que era trabalho dele, foi-se aproximando.
Subitamente, desistiu e voltou para casa branca como a cal
E a dizer que se sentia mal.
O meu pai veio a casa, e ela diz-lhe: - marido, sei que roubou o dinheiro.
- És parava mulher! Como é que podes afirmar uma coisa dessas?
- Sei! – afirmou ela – foi o Andrade.
- Ó mulher, tu não digas uma coisa dessas nem a brincar. O Andrade foi cá colocado pelo Pereira Caldas, este era na altura o presidente da Junta de Colonização Interna.
- Garanto que foi ele!
- Mas como podes garantir isso?
- Eu vi na cara dele, a cara do animal que nos apareceu no dia em que ficaste sem os dentes.
Ficamos todos de boca aberta. Passados 2 dias, confirmou-se que tinha sido o tal Andrade, porque ele arrependido confessou.
Estranho não é?
Lylybety


Muito interessante Lylybety!

O seu relato fez-me lembrar um que ocorreu na minha família, mais precisamente com o meu bisavô, que eu nunca conheci, mas a minha mãe contou-me algo também assim estranho, que metia uma mula, uma carroça, o meu bisavô e um bode.

Muito obrigado por partilhar connosco.

#2
Uau!!! impressionante!!! tem graça você falar de Pegões Velhos,o meu marido é de Foros do Trapo,que fica ao pé da Loja Nova,fica perto de Pegões Velhos...não sei se conhece??? ;)

Citação de: Nita em 17 julho, 2009, 11:00
Uau!!! impressionante!!! tem graça você falar de Pegões Velhos,o meu marido é de Foros do Trapo,que fica ao pé da Loja Nova,fica perto de Pegões Velhos...não sei se conhece??? ;)
Sim amiga,
sei onde fica os Foros do Trapo, e a Loja Nova, era mesmo nova quando eu
fui para Pegões, há 57 anos.
Se o seu marido é dali, pergunte-lhe se ele conheceu o Galveias electricista
em Pegões. O meu falecido marido, era primo dos Varetas, e dos Lebres,
talvez o seu marido se lembre deles. O meu marido era muito conhecido
por jogar futebol, faleceu há 28 anos infelizmente, chamava-se António Lopes
Lylybety

Sem dúvida um grande relato.
Não existe nada como o sobrenatural, existe sim, a nossa natureza desconhecida.

#5
Achei super interessante, e impressionante! Adoro relatos destes  ;)

É pena a lylybety não vir aqui há muito tempo
Templa - Membro nº 708