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  • Fui ao Bruxo
    Iniciado por Arph
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Aceito que isto possa nada ter a ver com paranormalidade directamente; mas, em todo o caso, não deixa de ser uma experiência, pelo menos, anormal.

A minha mãe sempre foi uma mulher que acreditou, e acredita, nos poderes de alguns seres humanos para adivinharem os "males da alma" de cada um, e "receitar" a panaceia certa, quer se trate de mau olhado, mal de inveja, maldição, praga rogada, ou o mais que seja que leva o ser humano a desejar mal ao seu semelhante. Essas pessoas, naturalmente, são os chamados "bruxos" e "bruxas", que, alegadamente, dominam as artes ocultas... ou, pelo menos, parte delas. Assim pensa a minha mãe... e milhões doutras pessoas, certamente.
Já eu, sou um descrente. Se bem que acredito nas genuínas capacidades mediunicas de algumas pessoas, perfeitamente justificáveis pelas leis da ciência, dita positiva, já ponho em causa que, numa só pessoa, se concentre toda a sapiência do mundo místico e oculto, de tal modo que, tal pessoa, tudo saiba, deslinde e resolva... e mais ainda, se mais houvesse.

Ora, claro que tais posições antagónicas mais cedo ou mais tarde acabam por terminar em conflito, com os velhos dizeres, que sem parcimónia nos jogam à cara: "Pois, tu não acreditas." e "Se algum dia lá fosses mudavas de ideias, eles adivinham tudo."

Pois..., foi precisamente um destes reptos que me levou, num início de noite invernosa, embora amena, a visitar um famigerado bruxo, duma aldeia da zona Centro, com muitas credenciais e muito recomendado por amigas da minha mãe. De facto, e depois de anos e anos nessas "turras", entendi ser a hora de tirar as teimas e lá pedi para me arranjarem a "consulta"... a pagar pela minha mãe, que nisso fiz questão como condição prévia eh eh eh eh

Por coerência, levava um caso pessoal, do conhecimento da minha mãe e do meu irmão, para que não se dissesse que o homem não acertaria porque nada havia para acertar!

À hora marcada, lá apareci eu, na companhia do meu irmão, que me acompanhava para garante da idoneidade da versão do que realmente ali se iria passar.
Fomos recebidos por uma senhora que nos encaminhou para uma sala... a figura principal estava a acabar de jantar, mais alguns minutos e o teríamos perante nós. Na sala viam-se, indistintamente colocados, santos e santas, crucifixos e figuras de outras religiões, numa manifestação clara de que aquele homem tinha ao seu serviço não só a legião de santos e santas católicos, de Cristo e do Pai Celeste, mas também os deuses e deusas de outras religiões. Impressionava pela quantidade.

Alguns minutos depois, lá chega o nosso homem: cerca de 50 anos, bem anafadinho, com a cara oleosa, ou gordurosa pelo efeito do repasto cujos vestígios não tivera tempo ou preocupação em limpar. Começou com os cumprimentos e com umas perguntas, pois "tinha que ter uma conversa antes de começar".
Claro que lhe percebemos logo as manhas  ;)
Começou por querer saber o que nos trazia ali, mas eu, macaco velho, lá fui contornando as coisas e levá-las para o "meu campo", e lá lhe fui lançando o isco: olhe, é o que faz confiarmos nas pessoas. Pensamos que são amigos e depois lixam-nos. Ainda bem que foi só dinheiro.
E com estas informações que lhe dei, que o nosso homem achou mais que suficientes, deu início a nossa sessão.
Velas acesas, umas cantilenas, e, a todo o momento o "espírito" assomaria ao corpo do nosso guia espiritual. Segundo ele, seria, nem mais nem menos, o espírito do Dr. Sousa Martins. Ele mesmo viria, através dele, em meu necessitado auxílio. O meu irmão ficaria com uma folha de papel e uma caneta para anotar o que o espírito lhe ditasse como "receita" para o nosso mal.
Por esta altura já eu olhava com um disfarçado sorriso para o meu irmão.
De repente, o nosso homem começa com tremuras e mais tremuras. Nós olhávamos para aquilo sem saber bem o que dizer. Eis quando o nosso homem começou a falar deste modo: "Irmãos."
Nisto, estendendo os braços, pôs-me as mãos sobre os meus ombros e, olhando-me de frente diz-me: "Irmão".
Eu, ainda cru naquelas andanças, lá perguntei ao nosso homem, de quem era a voz, se já era o dito "Dr. Sousa Martins", ao que ele me respondeu de pronto: "Sim, é ele!"
Não fosse a preparação que já levava, ter-me-ia rebentado a rir, mas aguentei estoicamente, colocando um ar o mais constrangido possível para evitar que a sessão, ainda agora iniciada, ali findasse.
Afinal, era já o "Dr. Sousa Martins" quem falava através do nosso "bruxo", a fazer fé nas palavras deste, intercaladas com as daquele.
E assim nos disse o "Dr. Sousa Martins": "Irmãos, vocês emprestaram dinheiro, não foi?"
E eu, dei corda, dizendo que sim, que era verdade.
Nisto, o "Dr. Sousa Martins", ciente que tinha acertado em cheio, lançou mais estas verdades: "E emprestaram-no a uma pessoa amiga que nunca mais vos deu o dinheiro, não é verdade?"; ao que respondi de pronto que sim senhor, que era isso tudo. Posto isto, começou a ditar o que era necessário fazer: só me lembro de uns sabonetes de anjo que devíamos comprar, lavarmo-nos com aquilo e já não sei que mais.
Desta vez, ainda fiz um esforço maior para me conter, pois o "Dr. Sousa Martins" até falava com o mesmo sotaque que o do nosso "bruxo", que nem fez esforço por mudar a voz.
Pronto, mais umas sacudidelas e lá se foi o espírito do "Dr. Sousa Martins" para acudir a outros necessitados, e o nosso homem voltou à realidade.
Eu perguntei-lhe como era possível ele ter sabido daquilo tudo. Como era possível saber do dinheiro que emprestei a um amigo que nunca mais me pagou?
O nosso homem, todo inchado, pensando que tinha, mais uma vez, esfolado mais uns patos, lá foi dizendo que os espíritos tudo sabiam. E mais disse que o "Dr. Sousa Martins" lhe havia dito que o devedor nos haveria de pagar, se tudo fosse feito de acordo com as instruções.
O nosso homem mal sabia que não havia acertado em nada e que nós o continuávamos a gabar para sairmos dali o mais naturais possível.
Quanto a dinheiro, alto lá que ele não estava ali para essas coisas. Cada um dava o que queria, e até nos mostrou um prato com oferendas, onde havia notas de 20,00€, outras de 50,00€ e outras até mais graúdas, como indicativas. Estive para dar uma mais graúda, para punir a minha velhota, mas fui comedido e dei apenas uma de 20,00€, mas convicto de que tal actuação merecia, pela diversão que nos deu, uns bons 50,00€, e só não os levou porque, a meu ver, deveria ter feito um esforço maior e aprimorar-se na questão do sotaque da voz do "espírito".

Eis a minha experiência, e espero que sirva para alguém. Pois se é verdade que possa haver gente muito séria, é bem verdade que muita mais há que só engana.

Realmente, um dos grandes problemas da paranormalidade é a quantidade alarmante de pseudo esoteristas que enganam todos á sua volta.
Homem!... Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.»

Eh pah, depois de ler o teu testemunho, fiquei com vontade de te dizer:

Podias vir ter comigo e para ti, abro excepção. Leio-te as cartas e pela diversão que vais ter (sim, porque sou muito engraçada  >:D) dás-me uma nota de 50€  :P

Estou a brincar  >:D tenho pena que esta gente seja assim e que mais gente ainda lhes dê € sem eles os ajudarem em nada  >:(

E irrita-me que metam nomes de entidades que partiram e que bem nos ajudam quando lhes pedimos com fé algo de que necessitamos  >:(

Particularmente, nunca trabalhei com Dr. Sousa Martins mas há quem seja devota dele e o que é certo é que são atendidas.

E independentemente de acreditar ou não numa entidade, respeito é sempre muito bonito.  :angel:
"Há pensamentos que são orações. Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelho."

relamente é triste a quantidade de pessoas que ha por ai assim e muitas nem sabem o que estao a fazer quanto mais....

eu tb queria, era so poder pagar... ::)
"Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam connosco."  François La Rochefoucauld

e depois o que nao me encaixa é o pagar

Tristeza,ainda por cima invocar o nome do Dº Sousa Martins,
Só tenho pena é que gente dessas deveria ter um bom susto,para não brincarem com as entidades

O Dr Sousa Martins havia de lhe dar uma lição, estas pessoas realmente metem nojo.
Aproveitarem-se assim da fé e dos desgostos dos outros para sacar dinheiro.
Ainda este, as pessoas davam o que queriam , há aqueles que levam fortunas.
Enfim, Deus não dorme e lá ou cá, hão-de ter a paga.
Quando sou boa, sou boa, mas quando sou má, sou melhor ainda.

Sempre desconfiei dos "bruxos" e outros profissionais do género por causa destes exemplos, dos quais conheço bastantes.
É impressionante a quantidade de gente que se aproveita da fé e desgraça alheias para fazer (por vezes muito) dinheiro.

Arph, não confrontaste o "bruxo" com a sua fraude? É óbvio que ele te ia dizer baboseiras do género "você é que veio cá com más intenções e bloqueou os espíritos e tal", mas valia a pena só por ver a cara dele.

Por outro lado há pessoas que decidiram usar o seu dom em prol dos outros e fazem-no sem receber qualquer recompensa monetária. Por isso é que não devemos confundir o trigo com o joio.


Bakeneko, nem valia a pena confrontar o homem com a verdade. Nem ele acreditava em mim, nem era essa a minha finalidade quando lá fui. Disse a verdade à minha velhota, que, por sua vez, falou com as amigas e, pelo menos entre elas, a fama do dito "bruxo" foi por água abaixo.

#10
uma vez confrontei um com essa questão do levar dinheiro e o que me disseram foi que o guia espiritual lhe tinha dito para levar dinheiro mas não muito só para afastar umas pessoas que diz que la iam por tudo e por nada bastava um familiar tropeçar numa pedra e la iam a correr e então que foi a forma de separar as pessoas que realmente precisam e as que vinham só por mania da perseguição..... agora não sei ......


também ja conheci outros casos de pessoas que levam dinheiro mas que esse dinheiro é para oferecer tipo farinha em fatima e assim umas ofertas pelas ajudas as pessoas.....

algo assim alguém sabe algo sobre isto?

Light moon
Tens razão não se brinca com o Dº Sousa Martins

Penso que estão a falar de pseudo- mediuns. Esses é que dizem falar ou "incorpar" o Dr. Sousa Martins. O métier dos bruxos parece-me ser outro.

Um relato deveras interessante.... :)
Os dois testes mais duros no caminho espiritual são a paciência para esperar o momento certo e a coragem de não nos decepcionar com o que encontramos.
Paulo Coelho