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  • Sequestram mulheres em Lisboa
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Pistola colada à cabeça, tentar fugir ou dar um código errado do multibanco é punido com ameaça de morte. Simulação de disparo, para aterrorizar. Foi por este pesadelo que passaram nove mulheres, sequestradas, atadas e de olhos vendados depois de estacionarem ou entrarem para os seus carros, na Grande Lisboa, entre Janeiro e o início deste mês. Sempre às mãos do mesmo gang, que mais tarde as abandonava na Amadora.


Ao todo roubaram quase cinco mil euros em dinheiro levantado dos cartões das vítimas, fora o ouro e outros objectos – mas a Secção de Roubos da PJ de Lisboa, liderada por Luís Batista, já apanhou um suspeito. E os outros seis a oito devem ser presos brevemente.

Este gang tem vários elementos, entre os quais se destaca um cabecilha, ainda à solta, que dirige todos os sequestros à distância. Por telemóvel. Escolhem as vítimas de forma aleatória – há ataques em Telheiras, Benfica, Alfragide, Odivelas, Cacém e Caxias, entre as 21h00 e as 02h00 – e avançam dois a três elementos, de pistolas em punho, quando as mulheres, jovens, estão prestes a entrar ou sair dos seus carros, sozinhas.

Depois seguem-se longos momentos de terror – há sequestros de 45 minutos; outros com seis horas –, com as vítimas agachadas no chão dos seus carros, atadas e com os olhos vendados, forçadas a dar códigos e entregar todos os bens, sob ameaças de morte. Esgotados os 400 euros que as ATM dão por dia, são abandonadas na Amadora, dentro dos carros mas com as chaves fora da ignição, escondidas. Têm de as encontrar.

CABECILHA DÁ INSTRUÇÕES POR TELEMÓVEL

Todos os sequestros terão corrido conforme previsto, tendo os levantamentos multibanco rendido quase cinco mil euros, fora os bens – até ao último, já no início deste mês. A vítima aproveitou uma distracção dos assaltantes, numa altura em que saíram do carro para levantar dinheiro com o seu cartão, e fugiu, em Caxias. Viu a chave na ignição, saltou para o volante e arrancou, até encontrar o polícia mais próximo. De resto, o modus operandi resultava na perfeição: dois a três elementos atacavam a vítima e, depois de a sequestrarem no próprio carro, seriam seguidos por um veículo de apoio, onde seguia o cabecilha. Era este que dava as instruções aos executantes, por telemóvel, e uma das funções do carro de apoio seria recolhê-los no final do assalto, já na Amadora, depois de abandonarem as vítimas.

PISTOLA IGUAL À DAS POLÍCIAS

A descrição física dada pelas vítimas batia certo com um suspeito referenciado pela Judiciária e, anteontem, através de mandados de busca e detenção emitidos pelo Ministério Público de Sintra, os investigadores foram buscá-lo a um bairro problemático da Amadora – na posse de caçadeiras, pistola Walther 9 mm igual à das forças policiais, gorros, telemóveis, munições e cachecóis utilizados nos crimes, com que cobriam os rostos para não serem identificados pelas vítimas de sequestro. Tem 25 anos e é um dos cerca de oito elementos do gang, que a PJ conta desmantelar por completo rapidamente.

PORMENORES

Interrogado pelo juiz

O elemento do gang já detido pela Polícia Judiciária foi ontem presente ao juiz de instrução criminal, para aplicação de medidas de coacção, e, à hora de fecho desta edição, continuava a ser interrogado.

Chaves escondidas

Quando abandonavam as vítimas, os assaltantes diziam-lhes que a chave do carro estava escondida dentro do mesmo. Tinham de procurar bem, enquanto eles tinham tempo para fugir.

Cinco mil euros

Os levantamentos em cartões multibanco – algumas das nove vítimas foram roubadas em mais do que um cartão – renderam 5 cinco mil euros.

Henrique Machado

Fonte: Dn on line